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História Goals - T e n.


Escrita por: reeanything

Notas do Autor


Oláaa, como vão?

Fico feliz em lhes informar que eu vou ter as minhas duas últimas provas amanhã e depois disto, eu vou estar mais folgada e estou pensando em adiantar Goals. Se eu conseguir fazer isso, vou postar em intervalos regulares entre 3 à 6 dias. Normalmente, se for de uma em uma semana, vai ser na sexta.

Adiantando, o capitulo tens uns bababos e eu quero que vocês não fiquem com raiva de ninguém, POR ENQUANTO. Tem um trecho em itálico novamente, e antes que se confundam, é uma pequena parte do que vai acontecer futuramente!

Se eu errei ou comi palavra - sempre faço isso, gente, como proceder? Eu penso, mas às vezes não escrevo - me desculpem, apontem onde está, eu agradeceria.


Sem mais enrolações, GO! GO!

Capítulo 11 - T e n.


Fanfic / Fanfiction Goals - T e n.

“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória. ”

– Henry Ford

 

O L I V I A

 

A traição é um monstro cruel.

Eu poderia dizer que de tudo o que poderia ter me acontecido, ter sido traída seria e foi, a pior delas.

Imagine, você acha que conhece alguém tão bem quanto a palma de sua mão, você acha que ela está ali para você sempre que precisar e, muitas das vezes ela está sim, mas o que você não imagina é que ela só está preparando-se para apunhala-la. Esta pessoa está te distraindo, tirando a sua atenção de tudo enquanto minuciosa e silenciosamente ela vai para trás de você e enfia a faca em sua costela, ela gira e contorce o objeto dentro de você. O objetivo é destruir de dentro para fora. Ela te fortalece e, quando você está em seu ponto máximo aos céus, ela desmancha o seu chão. Começando devagar, uma rachadura aqui e ali, e quando você menos espera, você cai. Ela observa você indo de encontro ao chão rapidamente e, mesmo estando em baixo, inferior a ti, ela ri de você. Como se achasse que agora, você está tendo o mesmo que ela teve antes. Como se ela tivesse a sua justiça, mesmo que você seja só mais uma vítima, assim como ela. Assim como ele.

Naquela época eu não sabia, mas eu deveria ter sido mais cuidadosa. Deveria ter parado de pensar em meus próprios conflitos internos e ter observado ao meu redor. Estava ali. Estava tudo ali e eu não via.

❄❄❄

A minha noite começou perfeita.

Em primeiro lugar, eu perdi o meu brinco favorito dentro do sofá da sala e o salto do meu sapato quebrou. Até aí, tudo bem; eu poderia usar outro brinco e colocar outro salto, porém o que fazer quando o seu cabelo está mais armado que assaltante de banco? É uma comparação bem bosta, mas eu não sei o que fazer! Eu o lavei e deixei secar naturalmente, então ele se transformou em um emaranhado de nós e eu preciso de uma hidratação urgente.

Neste momento eu estou em meu quarto, em frente à minha penteadeira pensando sobre o que fazer com os meus fios castanhos. Eles são lisos na raiz e vem encaracolando até as pontas, mas neste momento depois de eu tentar desembaraça-los com um pente eles estão parecendo uma vassoura.

Eu bufo.

Amarrando em um coque de qualquer jeito, vou deixar para lá por um tempo. Talvez Louise possa me ajudar mais tarde, depois que estiver totalmente pronta e só faltar o cabelo, será mais fácil do que atrasar tudo agora que faltam menos de uma hora para Niall vir nos pegar. Olhando para os produtos a minha frente, eu faço uma maquiagem simples, composta por delineador e batom roxo escuro, sem esquecer de usar o corretivo nas minhas olheiras profundíssimas.

— Olivia? – o ranger da porta do meu quarto me faz virar meu corpo para o ponto.

— Oi? – Izzy está ali, sua roupa já está no corpo e o cabelo e maquiagem feitos. Sempre tive uma inveja boa de como Louise conseguia ser mais rápida do que eu no quesito se arrumar, para ela era só abrir o closet, pegar a primeira roupa que via na frente e passar os dedos pelos cabelos. Tcharam, ela está pronta. Por mais que sua insegurança lhe pegasse minutos depois e imagino que seja por isso que ela está aqui, ela nunca perdia tempo.

Louise se senta aos pés da minha cama e respira fundo algumas vezes. Evitando olhar em meus olhos, eu percebo que algo está errado.

— Bem, eu quero ir direto ao assunto – ela diz rapidamente – Mas antes, quero que você me entenda e que não fique com raiva de mim, por favor.

Já apreensiva, eu não tenho ideia do que ela quer me dizer. Nós sempre fomos confidentes uma da outra e não há nada que eu não saiba sobre ela ou ela sobre mim. Quero dizer, ao que parece, não havia nada.

— Fale logo, Louise – eu sibilo – Sabe que detesto ficar curiosa.

Suspirando outra vez, ela começa.

— Você se lembra do Mike, sim? – e como eu poderia? O namoradinho da faculdade de Louise que nos levava para as festas dos universitários e nos deixava beber mesmo a gente não tendo idade para isto. Lembro-me que eles romperam quando o pai de Louise descobriu tudo o que fazíamos e descobriu aquilo que fizemos. Respondendo sua pergunta, eu assinto – Pouco antes de virmos para cá, eu o encontrei na sala da minha antiga orientadora. Eu estava entrando na sala da senhorita Lewis e ele estava lá, sentado em uma das cadeiras.

Balançando a cabeça incentivando-a a continuar, eu quero que ela diga logo de uma vez. Eu não sei o que poderia ter acontecido entre Louise e Mike já que eles não se viam desde a formatura dela no ensino médio há dois anos – um ano antes da minha. Mesmo estudando no mesmo campus, eles nunca haviam se esbarrado antes.

— Continue – eu digo quando ela para por uns minutos.

— Hum, eu... eu não sabia o que fazer na hora. Quero dizer, nós não tínhamos terminado de uma boa forma e ele estava ali, sem saber o que dizer também. Então, eu entrei e fechei a porta, em pé ao lado do batente eu fingi estar fazendo algo importante no celular, mas ele logicamente não caiu nessa e começou um assunto. O Mike perguntou como iam as coisas e perguntou de você também, ele me disse coisas sobre o curso dele e como ele estaria indo terminar o mestrado aqui na Europa – Eita. Por sua expressão muxoxa, eu percebo o que está havendo – Eu perguntei onde exatamente ele pretendia ir, então ele respondeu que estava em dúvida entre a Inglaterra ou a Espanha. E Olivia – ela se levanta e começa a andar em círculos pelo quarto. Os seus dedos bagunçando os seus fios louros recém arrumados –, eu pensei que... que mesmo havendo a possibilidade do Mike vir para o mesmo país que nós, ele provavelmente não ficaria em Londres... eu não sei, talvez em Oxford? Ou qualquer lugar onde tenha uma universidade ao nível dele, mas porra, eu o vi há alguns dias. Você ainda estava no hospital e depois de tudo o que te aconteceu, eu não achei que colocar mais uma coisa em sua cabeça iria te fazer bem, mas agora eu estou tão confusa!

Eu sinto vontade de rir da nossa desgraça. Já basta uma pessoa da família com seus sentimentos desorientados. Acho que sofrer está no nosso sangue.    

— Você sabe – ela volta a se sentar e eu agradeço mentalmente, seu para lá e para cá no quarto estava me deixando tonta –, desde que eu comecei o curso aqui e desde aquela primeira saída, eu e Niall temos nos tornado bons amigos. Ele me ajuda com alguns cálculos de Estatística mesmo que não seja uma matéria que ele faça e nós sempre comemos juntos. Ele sempre me convida para sair com os amigos dele e seu passatempo favorito é prometer me levar para conhecer lugares interessantes em Londres que pouca gente conhece, mesmo que ele nunca tenha me levado a lugar algum ainda – ela ri consigo mesma – De qualquer jeito, ontem enquanto deixávamos o Campus ele me disse algo que me deixou mais dividida que as Coreias.

— O que ele disse? – eu pergunto cética, fazendo o máximo para camuflar a minha curiosidade. Quando seu otp favorito começa a ser real, a emoção é grande.

— Ele me levou para um lugar, atrás de uma loja perto da Gower Street. Ele começou a dizer umas coisas meio loucas e sem sentido e disse que estava nervoso, mas depois ele começou a citar Tolstói para mim, Olivia! Tolstói! – o seu sorriso é algo bonito de se ver. Os seus olhos brilham e eu esqueço tudo o que a minha vida está se tornando. Eu apenas paro e admiro o olhar de uma pessoa sequestrada pelo amor – E então ele disse que não sabia como e nem quando, mas que estava se apaixonando por mim.

Eu dou gritinhos bobos e ela me acompanha. Nós rimos e eu estou muito feliz por ela. Talvez não seja a tal paixão ainda, mas o modo como ela ficava toda vez que falava sobre Niall desde o dia em se conheceram me fez perceber que algo estava nascendo ali. Entretanto, ao passo em que o riso cessa o seu rosto volta a ficar tristonho. Eu me levanto e caminho até ela, sentando-me ao seu lado eu abraço-a e deixo-a colocar sua cabeça em meu ombro.

— Deixa-me ver se entendi, sim? – eu pergunto retoricamente – Você gosta do Niall, mas ver o Mike bagunçou tudo? – ela assente e murmura uma lamentação – Você apenas viu o Mike ou falou com ele também?

— Eu só o vi. E de qualquer jeito, eu saí quase que correndo da lanchonete em que estava, provavelmente ele não me viu também – Louise se levanta e olha para mim – Eu acho que gosto do Niall, sério mesmo, mas eu não acho que conseguiria engolir a seco todo o sentimento que ainda existe, mesmo que pouco, dentro de mim a respeito do Mike. Sabe, depois de se declarar, Niall me beijou e eu gostei. Era a primeira vez que acontecia e eu queria que acontecesse de novo Liv, ele havia me dito que queria conversar no bar do irmão dele hoje e, eu estava OK para isso até há uns minutos, mas eu não sei se estaria fazendo bem deixando Niall acreditar que tem uma chance.  

Ué?

— Mas ele não tem? – eu pergunto com o cenho franzido.

— Eu acho que sim, mas...

— Não – eu a corto – Entendo que você pode estar um pouco atrapalhada com os sentimentos, mas se você quer o Niall, você tem que esquecer o Mike. Você não pode viver com o fantasma de que um dia, quem sabe, você e Mike irão voltar a viver o conto de fadas que vocês tinham. Louise, você não é mais aquela adolescente do último ano com um cara mais velho da faculdade. Você é uma adulta, a herdeira de uma puta empresa e, honestamente, você não deveria se preocupar tanto assim com homens. Eu quero dizer, se você gosta do Niall e ele gosta de você, porque complicar ainda mais a sua vida, pensando em outro? Aliás, um outro que já não existia para você há muito tempo. Não queira fazer tempestades em copos d’água firmes.  

— Falou a garota que passou o segundo ano inteirinho chorando por um babaca – ela rebate – Olhe para seu próprio umbigo, Olivia.

— Espere aí – eu me exalto – Eu nunca chorei por ele, eu apenas ficava levemente chateada com algumas coisas!

Oh meu Deus, eu não deveria ter dormido com ele, Izzy! Eu não acredito que confiei nele. Minha vida acabou!

 Eu fico em pé rapidamente fazendo com que a cabeça de Louise seja bruscamente afastada de meus ombros. Ela resmunga, mas eu estou muito irritada com ela para me importar agora. Como ela pôde jogar as coisas na minha cara deste jeito? Eu nunca fiz algo do tipo com ela e sempre que ela pisava na bola e fazia merda eu estava com ela. Nunca julgando, sempre apoiando.

A história sobre a minha primeira vez foi difícil o suficiente para naquela época e ela, definitivamente, não precisava ficar me lembrando daquilo. Especialmente porque, uma das razões para ele ter me deixado no dia seguinte foi porque Mike – e devo acrescentar que foi Louise quem apresentou os dois – precisava dele para resolver suas paradas e lá naquele lugar horrível, ele havia se encantado com e por outra.

Louise sabia que a perda da minha virgindade era importante e como ela um dia também teve preocupações e medos a respeito disso, eu fiquei devastada quando me entreguei a um cara que aparentemente me amava e que vinte e quatro horas depois simplesmente me disse que já não sentia o mesmo por mim.

De todas as pessoas, ela era última que eu achava que diria isso – se, ela estivesse na lista, é claro.

— Você não tem esse direito! – eu vocifero. Sentindo as lágrimas se formarem ao redor dos meus olhos, eu tento fazer o máximo para que eu não chore e morre a maquiagem. Mas, quer saber? A minha vontade de sair já havia caído para zero com tudo isto, se eu borrar não vai fazer diferença de qualquer forma – Você não pode comparar isto com a sua pequena decisão a tomar a respeito de com que cara você deveria namorar. Me poupe, Louise. Pare de agir como uma garota mimada ao menos uma vez!

— Mimada? – ela se levanta também, caminhando até mim ela aponta seu dedo em frente aos meus olhos – A mesma garota mimada que te trouxe até aqui? Que se não fosse por ela você nunca teria achado seu paizinho? A mesma garota que fez e faz de tudo para que você tenha uma vida confortável socialmente, a mesma que já te levou para vários lugares que com a renda da sua mãe você nunca iria? A mesma garota que te apresentou a vida social porque se fosse sem ela você não teria nenhum amigo? A mesma que está te dando um teto para morar enquanto você fica fazendo dramas desnecessários sobre algo que está praticamente resolvido?

A nossa altura quase igualitária facilita o meu trabalho quando lhe dou um tapa. O estralo é alto e a marca dos meus dedos em sua face me faz colocar as mãos sobre a minha boca quase que imediatamente. A minha mão direita formiga e eu deixo o choro correr livre enquanto observo Louise em transe. Ela me olha perplexa meio de lado, porque do mesmo jeito que o tapa virou seu rosto 45º graus, ela ficou.

Eu não queria fazer isso.

Tanto que quando ela revidou, eu deixei que ela o fizesse.  

O ardor em minha pele me faz perguntar-me, o que estamos fazendo? O que estamos deixando acontecer com a nossa amizade? Eu ouço os soluços de Louise e limpo as lágrimas do meu rosto. Lutando contra o meu orgulho natural, eu dou alguns passos até ela e murmuro um pedido de desculpas. Nós nunca fomos de brigar, mas quando acontecia nós não ficávamos nem dez minutos sem se falar. Sendo eu ou ela a errada, nós sempre falávamos “desculpa” e nos abraçávamos. Era um pedido simples, mas que significava tudo. Era uma palavra pequena e aparentemente banal, mas que salvaria muitas vidas e teria mudado e mudaria muita coisa se tivesse sido dita mais vezes durante toda a existência humana.

Ela levanta o olhar para mim e me abraça, dizendo o mesmo que eu baixinho ao meu pé de ouvido, nós ficamos alguns minutos deste jeito até que o som da campainha lá em baixo soa alto e repetidamente o bastante para que nos desgrudássemos e Louise descesse as escadas.

Sei que o ar ainda ficará pesado quando ela voltar, mas eu esqueço as coisas rápido.

Sei que quase tudo que ela falou é verdade, principalmente a parte sobre ela ter “me dado um teto”, apesar de eu ter vindo também para ela não ficar sozinha, eu não faço nada para ajuda-la. O que me lembra mais uma vez que preciso pensar na proposta de Des. Mas de qualquer jeito, eu tenho certeza que tudo o que dizemos foi da boca para fora, no calor do momento.

Enquanto Louise foi atender a porta, eu volto a me sentar na cadeira da minha penteadeira. Eu não sei mais se ainda vamos sair... Apesar de que, conhecendo a Louise como conheço ela ainda vai querer sair sim. De toda forma, eu solto os meus cabelos e penteio-os, deixando do jeito que está. Eu tiro a roupa que estou e visto o vestido rapidamente. A peça não valoriza muito bem “as curvas do meu corpo”, mas eu não ligo. Ficou bonito e isso é o que importa. Indo até o closet eu saio de lá com uma alpargata azul marinho e termino o look com algumas pulseiras da mesma cor. Limpando o canto dos olhos onde a minha maquiagem borrou por causa das minhas lágrimas, eu só refaço a pontinha do delineado e aplico um pouco mais de rímel.  

Depois de me perfumar, pegar uma bolsa qualquer e colocar umas coisas avulsas dentro, eu desço as escadas.   

O barulho de conversa vem da cozinha e eu caminho até lá. As minhas pulseiras fazendo pequenos atritos entre si. Eu transpasso a entrada do cômodo e minha prima tem Harry a sua frente, encostado na ilha.

Quando ele me vê, o seu olhar desce e sobe pelo meu corpo, fazendo o meu rosto esquentar. Eu entro na cozinha e me junto a Louise ao seu lado, eu pensava que ficaria um pouco entranhas as coisas entre nós, mas ela sorri para mim quando diz que já volta e só precisa pegar sua bolsa e retocar a maquiagem. Assentindo, eu e Harry observamos ela nos deixar a sós. Eu me sento ao seu lado, num dos bancos altos da ilha. Eu não faço esforços para começar uma conversa e nem ele o faz.

É tão estranho fato de sermos meios-irmãos e não agirmos ou parecermos como tal. Quero dizer, eu não tenho falado com ele desde que tudo havia sido confirmado, sem contar é claro hoje mais cedo, o qual ele me chamou de irmã, mas de qualquer jeito eu não esperava que fossemos conversar animadamente sobre a nossa infância ou sobre se como temos algo em comum por sermos irmãos. Durante esses dias em que fiquei trancada dentro do quarto eu me perguntei se ele tinha um bom relacionamento com Gemma. Pelo que Desmond me disse, ela também era sua meia-irmã e eu gostaria de saber se eles pareciam irmãos ou se eram como eu e Harry.

Mas... eu acho que não. A diferença no meu caso é que eu não cresci com ele e Gemma sim, talvez mesmo que não quisessem tiveram que conviver juntos desde pequenos e não como eu, que cai de paraquedas em suas vidas. Eu me pergunto se Gemma sabe sobre mim. Talvez não, talvez sim. Será que ela se importaria comigo? Quero dizer, eu não tenho nenhum laço de sangue com ela, mas se meu pai a criou desde pequenininha ela deve considera-lo como pai, sendo assim...

— Harry? – eu lhe chamo a atenção. Ele abaixa o olhar para mim e murmura “hm” para que eu continue – A Gemma, ela... sabe sobre... eh...

— Você?

— Sim.

Ele maneia a cabeça.

— Mais ou menos – o seu indicador e seu polegar beliscam seu próprio lábio – O meu pai estava conversando com um advoga há três dias lá na empresa e a Gemma ouviu parte da conversa, que era obviamente, sobre você. Ela não entendeu direito o porquê do nosso pai querer colocar uma garota de dezoito anos numa diretoria de um setor como RH, então ele explicou por altos algumas coisas.

— Como ela reagiu?

— Ficou puta da vida – ele ri olhando para o chão – Olhe Olivia, você vai me desculpar e tudo mais, mas eu não acho isso certo. Quero dizer, você apareceu do nada nas nossas vidas e mesmo que se faça de coitada e diga que não quer nada dele, eu sei que você planeja isso, aceitar a proposta que ele fez. Tudo bem, é sério, eu entendo. Mas não venha achando que só porque você agora virou “da família” – ele enfatiza das aspas – que você poderá ter todos os privilégios. Você ainda é bastarda. Você ainda é a filha fora do casamento, até porque o meu pai está casado com a minha mãe e não com a sua.

Suas palavras à medida que são levadas até o meu ouvido são como pequenas facadas dentro do meu peito. Eu controlo a vontade de chorar em sua frente e agradeço mentalmente dezenas de vezes quando Louise volta e eu não tenho que responde-lo. Eu sei que não conseguiria dizer nada a altura da sua humilhação então eu só sigo a minha prima até o portão da nossa casa. De cabeça baixa, eu juro que tento segurar o ardor em meus olhos que me fazer querer desabar. Eu fico me pergunto o que eu fiz com Jesus pregado na cruz, quero dizer, acho que eu ajudei a maltrata-lo diversas vezes. Eu não entendo o ódio que Harry tem por mim, eu não entendo a sua bipolaridade. Eu nunca entendi como ele conseguia mudar de personalidade tão rápido. Ou talvez, o seu lado mal estivesse sempre ali apenas mascarado por um Harry meramente normal.

— Onde está Niall? – eu pergunto baixinho a minha prima quando percebo que o carro que estamos entrando é o de Harry e não o de Louise ou qualquer outro.

— Ele mandou Harry para nos pegar, você ainda não havia percebido, Liv? – ela solta uma risadinha – Niall está dando uma força para Greg como barman temporário ou algo assim.

— Ah – é tudo o que digo antes de me sentar no banco traseiro e me calar totalmente até que cheguemos na Dering Street em Mayfair.

O bar do Greg leva o seu nome e a caligrafia é em letras redondas em neon verde, branco e laranja – as cores da bandeira irlandesa. Eu não esperava que fosse um bar mequetrefe, mais para pub jeitoso, mas definitivamente isso a minha frente não era um bar. Assemelhava-se com um restaurante fino apenas com mais espaços para dançar. O segurança cumprimenta Harry e trata a mim e Louise como duas damas em seguida nos deixando entrar. A música que toca é animada, mas o que me deixa feliz é que não está demasiada alta, o que permite a tudo mundo poder conversar sem gritar no ouvido do outro. Louise segura em minha mão e nós caminhamos por entre as mesas – já cheias de pessoas rindo e brindando – até Niall que está atrás de um minibar. Sacudindo e girando garrafas de bebidas no ar, em seguida ele serve o cliente e sorri. Atrás dele organizando alguns vinhos está um homem aparentemente um pouco mais velho que ele, seu cabelo era castanho, mas quando ele se vira eu percebo pelo mesmo brilho no olhar que era Greg.

— Olá! Sejam bem-vindas – ele nos diz sorridente – Niall, sirva algo para as moças bonitas, esta é por conta da casa.

Falô, chefe! – Niall nos recomenda uma bebida com nome em francês e nos garante que é muito boa. Enquanto ele prepara, eu puxo um banco para me sentar no balcão e Louise me acompanha. Eu procuro por Harry em meio as pessoas – já que eu não havia o visto desde que passamos pelo segurança na porta – mas eu não o vejo.

— Liv? – eu ouço Louise me chamar e dirijo minha atenção a ela. Enquanto Niall nos entrega nossa bebida, ela toma um gole antes de recomeçar – Me desculpe pelo o que eu disse mais cedo.

Eu bebo metade do meu drink antes de responde-la. O gosto é bem gostoso, apesar de conter uma quantidade alta de vodca e eu não gostar muito, o álcool e o doce do morango formam uma boa combinação.

— Tudo bem – é tudo o que digo.

— Não, não está nada bem – ela rebate – Eu disse várias coisas sem pensar e eu estou muito arrependida, várias das coisas não eram verdade Olivia, você sabe. Eu fiz e faria de novo muita coisa por você.

— Olhe – eu falo, descansando meu copo quase vazio no balcão atrás de mim, eu tomo o rosto redondo dela em minhas mãos. De início, a temperatura fria da minha palma a faz arrepiar, mas com os segundos a sua face quente me aquece – Eu disse coisas estupidas também. Todos temos problemas e nenhum deles é maior ou menor que o outro, não existe um grau de sofrimento, só o sofrimento em si. Eu peço desculpas novamente também, Iz.

Pela segunda vez naquela noite, eu a abraço apertado. E pela segunda vez nós somos interrompidas por alguém. Quando nos soltamos, Niall diz que o “seu turno” acabou e que agora ele pode aproveitar realmente a festa, eu entendo o que ele quer dizer, como se ele já soubesse que eu sei sobre Nouise. Para deixa-los a sós, eu dou a desculpa de que vou dançar um pouco.

Eu caminho pelas mesas novamente até uma pista de dança de tamanho médio. O piso aqui é diferente e há luzes coloridas diretamente direcionado para aquela área, que é um pouco menos iluminada que todo o resto. A música que está tocando é Hymn For The Weekend do Coldplay e eu balanço suavemente meus quadris com o ritmo constante da música.

“Life is a drink, and love's a drug

Oh now I think I must be miles up

A vida é uma bebida, e o amor é uma droga

Ah, eu acho que estou há milhas de distância da terra

A voz do Coldplay com os pequenos trechos da Bey faz eu me sentir livre momentaneamente, eu sempre usei a música ou a fotografia como forma de me deixar mais relaxada, entretanto confesso que fazia tempo que eu não colocava meus fones e ficava deitada na cama até adormecer, apenas ouvindo música. Desde que vim para a Inglaterra, tudo correu tão rapidamente que eu mal tive tempo de me sentar e respirar fundo. Eu aproveito o momento e a troca de música para um mais intensa e me deixo levar.

O sentimento é tão bom, os tum, tum da melodia de fundo conduzem o meu quadril e meus braços, eu levo os meus cabelos para cima, o suor se acumulando na raiz do meu cabelo no pescoço.

“I just want to watch you when you take it off

Take off all your makeup when you take it off

Eu só quero lhe assistir quando você tira tudo

Tirar toda sua maquiagem, quando você tira tudo

De repente, eu sinto braços rodearem minha cintura e alguém deposita um beijo no meu ombro. Mesmo coberto pela lã grossa do meu vestido, eu sinto muito bem o toque e meu corpo arrepia. Tanto tempo que eu não me sentia assim. O ser atrás de mim pressiona seu peito em minhas costas e apenas o seu cheiro me causa ondas de prazer. Como proceder?

Ele – ou ela? – sobe os beijos para o meu pescoço, arrastando meus cabelos para o lado eu sinto a sua língua quente contra a minha pele já super aquecida. Eu solto um gemido quando recebo uma mordida, a minha pele é chupada depois disso. A sua língua suavizando o ardor rápido de seus dentes.

“I just want to watch you when you take it off

Take off all your clothes and watch you take them off

Eu só quero lhe ver quando você tira tudo

Tira toda sua roupa e quero lhe ver tirando tudo

Eu junto as minhas mãos as dele que pressionam o meu quadril, roçando-se em mim, eu quero saber quem é. Sabem há quanto que tempo que eu não beijo? Quase um ano. Um. Ano. O meu parceiro solta uma risadinha quando eu agarro suas mãos e as removo do meu corpo. Eu rebolo ao ritmo da música, sentindo a letra entrar pelo meu corpo e invadir as minhas veias.

Ele entrelaça seus dedos junto aos meus enquanto me puxa para ele, o seu cheiro fica mais forte agora que estou tão próxima do seu pescoço. Aproveitando a oportunidade, eu beijo ali. Ele geme. Eu acho que já ouvi um som parecido, mas esqueço e volto a curtir o momento. Ele solta uma das minhas mãos e coloca a sua em meu queixo, erguendo o meu olhar para ele.

Eu sorrio enquanto meu rosto é levantando, mas sou um grito e me afasto ofegante quando são os seus olhos verdes que eu encontro.

— Olivia? – ele diz com o cenho franzido.

Limpando os meus lábios com o dorso da minha mão um pouco forte demais, eu estou extremamente, irrevogavelmente, demasiadamente envergonhada. Tudo o queria agora era um buraco para enfiar a minha cabeça ou uma arma para me matar e acabar logo com isso, porém eu me contento por enquanto em apenas sair rapidamente do Greg’s pub. 


Notas Finais


A música nos trechos é Take It Off (TiO) do meu marido Zayn Malik. Link: https://www.youtube.com/watch?v=amGsoPU8Ixg

E então?

Gent, que capítulo ENORME! Deu mais de 4000 palavras, mas eu não podia tirar nada, porque tudo é importante para coisas que irão acontecer e eu também não queria dividir o capítulo, então ficou deste jeito mesmo. Se vocês acharem muito cansativa a leitura, avisem, tentarei diminuir.

Harry foi bem filho da puta né (amo demais minha sogra Anne ❤️), o que vocês acharam?
A Louise também não foi esse doce que ela parecer ser, talvez tenha sido o calor do momento, talvez não. Talvez seja coisa da cabeça da Olivia. Quem sabe?!

Anyway, me contem o que vocês acharam. LEITORES FANTASMAS, SEI QUE VOCÊS TEM P-R-E-G-U-I-Ç-A DE COMENTAR, EU JÁ FIZ MUITO ISSO, MAS VAMOS LÁ, VAMOS COLOCAR UM SORRISO NO MEU ROSTO!

Beeeijos, até o próximo babes ❤️


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