História Golden. - I get to be closer to you

Ontem quando voltei para casa, pus o celular no carregador e desci novamente para esperar meus familiares chegarem. Meu avô e Sophie foram os primeiros, aproveitei o momento para me explicar e anunciar uma possível mudança minha. Eu os agradeci por tudo, mas também os fiz entender que eu precisava ir embora, por mais que meu sonho sempre tivesse sido estar ali. Estava tão inspirada que até jantei em família e só depois de ver um filme com todos eles na sala de cinema voltei para meu covil. 

Quando peguei o celular havia várias mensagens de Bradley no grupo da família dele e na conversa privada e muitas outras de Wren. Abri o grupo e vi as dezenas de fotos que Brad havia mandado enquanto conhecia Milão, que saudades do meu bebê. Beijei todas as fotos que aparecia o rostinho dele. 
Respondi pedindo desculpas pela demora e explicando o motivo da mesma. Mas essa hora ele já deve estar no show, então sei lá quando vai poder me responder.

As mensagens de Wren também eram mídias, todas as fotos e vídeos que fizemos hoje. E umas minhas sozinha, espontâneas que o bobão havia tirado. 
Me: Mocinho, apague as mil fotos minhas que você tirou, pois além de feias, não autorizei o uso da minha imagem. 
...digitando. 
Wren: Jamais apagarei. São minhas. Pode ameaçar. 
Me: Hmm, pensei que estivesse trabalhando. Vá salvar vidas. 
Wren: Está na hora do meu jantar. Preciso cuidar da minha vida também haha. — logo em seguida o doutorzinho me manda um gif colocando uma garfada cheia de macarronada em sua boca. 
Me: Guloso! 
Wren: Falou a pessoa que quase devorou um temaki apenas com o olhar. 
Me: Comida japonesa e churrasco são meu ponto fraco. Não me julga. 
Wren: Bom saber, preciso te manter distante para não engordar. Hahaha 
Me: E você longe de macarrão. Acha que não percebi o seu vício? 
Wren: Estou ficando preocupado, tô achando que está viciada mesmo é em mim. Se quiser posso sugerir uma consulta. 
Me: Quem te ensinou a ser tão metido? Meu únicos vícios se chamam: procrastinar e dormir. 
Wren: Tudo que eu queria era poder dormir agora. Mas o dever me chama, minha pequena. 
Me: Bom trabalho, doctor angel. Até mais. Beijos.
Wren: Até amanhã você quis dizer, né? (Já pense na nossa programação de quinta à noite). Beijos! 

Só Deus mesmo sabe o que faz, porque eu nunca sei o que fazer. Tenho medo do que estou entrando, e por mais que queira me afastar, meu coração carente quer estar próximo de quem tem me feito tão bem. 

Peguei meus fones e fui ouvir o álbum do the vamps. Sofro muito ouvindo a voz de Bradley. Saudades dos shows na garagem de James, saudades do dia que ele cantou Magic do coldplay em meu ouvido. 

Desde o início foi exatamente isso minha relação com Brad, mágica. Mas agora tudo parece tão distante. Quero tentar mais pelo nosso amor, por saber que ele é o que sempre sonhei, não posso fraquejar e deixar que tudo acabe por bobagem. 

*Três meses depois.
— Cuida Cath, o corretor está nos esperando. — Lottie berrava na porta do meu quarto. 
— Calma, eu preciso achar as meias para calçar minha bota. — berrei enquanto tentava encontrar o maldito par de meias que peguei e esqueci completamente onde coloquei. 
— Cath, sai do banheiro, elas estão aqui em cima da cama.  
— Obrigada. — respondi-lhe e depois mostrei um riso constrangido. 
Sentei-me na cama e após por as meias, calcei minhas botas de inverno. Esta frio lá fora. 

Peguei um dos meus melhores casacos e descemos rapidamente as escadas, Wren nos esperava na porta da mansão. 
— Tchau vovô, estou indo olhar mais um apartamento para alugar. — depositei um beijo na testa do senhor que estava sentado na poltrona de canto, lendo um jornal. 

Charlottie e eu estamos na 5º visita de apartamento pela Notting hill. Sim, quero voltar ao meu antigo bairro. Mas têm sido muito difícil atender nossas exigências, agora que vamos morar juntas.

Lottie conseguiu um emprego num salão renomado de Londres, e está ganhando salário melhor. Além de estar pensando em voltar para a faculdade e fazer a inscrição junto comigo para a University of Law. Fiz alguns testes vocacionais, e acredito que me darei bem no curso de direito. Meu emprego de meio período na padaria do meu avô e o dinheiro que tenho na minha poupança são suficientes para ajudar nas despesas e pagar o aluguel de um local. 

Finalmente conseguimos agendar uma visita em um prédio onde o apartamento possui necessariamente 3 quartos, onde no mínimo 2 sejam suítes. Lottie decidiu que está na hora de Cecilia ter o próprio quarto. 

No caminho até o prédio, por duas vezes tocou música dos meninos na rádio de Londres. Primeiro, Wild heart e depois Last night. E isso só me fez lembrar o quanto meu coração tá apertado de saudade. 

Esse mês a nossa relação piorou, de uma três/quarto ligações por semana passou para uma, e troca de mensagens intercaladas. E por outro lado, o namoro de Lottie com Nicholas só tem me aproximado mais ainda de Wren. Nós cinco fazemos muitas programações juntos. Os "casais" durante a sagrada noite de sexta no barzinho do bairro em que Nico mora. E aos domingos no cinema para levarmos Cecília. 

Wren tem ido a jantares na mansão também, o que de início foi estranho, mas a família gosta muito dele, principalmente meu avô, que tem mil e um assuntos e perguntas sobre o ramo da medicina.
Bradley teve algumas breves crises de ciúmes. Digo breves, por que ultimamente ele não tem tido tempo nem para coisas importantes, imagina para isso. Foda pensar que agora que foi metade do tempo que passaremos distantes. 

Chegamos ao bendito prédio e o corretor nos esperava na portaria. 

Era um local agradável dessa vez, não fedia a mofo e fora reformado recentemente. O que era bom mas ao mesmo tempo fazia com que o preço do aluguel subisse.
Pegamos o elevador até o 3º andar. Sugeri a Lottie que não ficássemos em um andar mais alto, por medida de segurança em prol de Cecília. Ou seja, essa era mais uma exigência da dupla cath e Charlottie. 

Fiquei nervosa enquanto via o corretor rodar a chave para abrir a porta do apartamento. Espremi os olhos e senti Wren depositar sua mão sobre a minha e firmá-la, em sinal de que estava me apoiando. Ele também já deve estar cansado de andar com a gente por aí, acompanhou todas as outras visitas. 

A porta se abriu e eu mantive meus olhos espremidos, até ouvir Lottie berrar:
— É esse! É esse! — ela dizia eufórica. 
—Uau. — a mobília da sala e cozinha já fazia parte do local e do aluguel, então dessa vez tivemos uma visão ainda melhor do local. — Sim, é esse. 
— Vocês nem olharam os quartos ainda. — o corretor traumatizado com a constante falha na busca por apartamentos se pronunciou. 
— São duas ou três suítes? — Lottie questionou. 
— Três. Mais o banheiro social. — ele disse. 
— O senhor ainda tem dúvidas de que achou o certo? Por que eu não tenho. — A loira correu até a primeira porta que viu e avaliou o quarto. — esse pode ser o meu. 
— Não faz muita diferença, todos possuem a mesma metragem. — o corretor disse isso e Lottie o olhou com desaprovação. 
— Não corte meu barato! 
— Mas e o preço? — indaguei. 
— Ultrapassa 3% o orçamento que vocês determinaram. — Agora sim o corretor cortou o animo de Lottie, que em olhou desapontada. 
— Espere um segundo. — fui até o quarto que ela estava e a puxei para uma conversa.

Não foi necessário dois minutos para que a fizesse aceitar que daríamos um jeito, afinal não passava tanto o nosso orçamento, além de que seria muito difícil achar outro lugar com sala e cozinha mobiliado e recém reformado. Ou seja, realmente tinha que ser esse!
Saímos do quarto e o corretor nos fitava apreensivo. 
— Pode ficar calmo, escolhemos ele. — falei e Wren veio até nós duas, nos abraçar. 
— Boa escolha. Arrumem as malas e até quinta-feira já podem estar se mudando. Amanhã marcarei com vocês para assinarem contrato de aluguel, tudo bem? — o homem parecia respirar aliviado. 
— Tudo ótimo. — falei.
— Essa noite sairemos para comemorar. Já pensem no que vestir, é uma ocasião especial. — Wren disse-nos em tom misterioso. 
—Hmm, então precisamos ir embora agora mesmo. Temos muito o que fazer. — Charlottie disse em tom de brincadeira, mas a verdade é que precisamos mesmo ir embora logo.

Ao voltarmos ao térreo do prédio agradecemos a paciência do corretor e em seguida fomos embora. Eu estava muito feliz por finalmente termos achado o nosso apartamento. 

A minha mais nova companheira iria comigo até minha casa, nos arrumaríamos juntas para o jantar. Cecília só chegará da casa dos avós maternos amanhã então estávamos tecnicamente tranquilas referentes ao horário de voltar. Também não podemos esquecer tô trabalho de Lottie que começa as 8:30h da manhã.

*Bradley Pov
— Olha Isso Connor, você acha que tem condição? Mais uma vez a Charlottie postou uma foto no storie do Instagram em que aparece Cath e Wren. — entreguei o celular para que ele visse com os próprios olhos. 
— Que bom que a Cath finalmente conseguiu alugar o apartamento que queria. — Connor disse sorridente ao ver as fotos e as legendas colocada nelas. 
— An? É isso que você tem para dizer? — eu fico mais furioso ainda porque não posso estar por perto para acabar com a folga desse cara. 
— Brad, eu não vou alimentar teu ciúmes. Acho que tu deveria era agradecer pelo tanto que ele tem ajudado ela. A Cath te ama, você sabe disso. Tá difícil para ela também, mas as coisas por lá não param de acontecer porque estamos fora como não pararam por aqui. Temos ido em várias boates durante a noite e nem por isso tua namorada ta surtando contigo. 
— Mas vamos a trabalho. — comentei.
— Sim, mas depois de nos apresentarem e cantarmos no máximo duas músicas um dia antes do show, descemos do palco e vamos beber. E a quantidade de garotas em volta da gente é enorme. O que pra mim é bom já que só eu posso aproveitar o momento. — infelizmente Connor está certo e até me fez rir com essa de se sentir sortudo por nós três sermos comprometidos. — Agora precisamos descansar, deita nessa cama adaptada de ônibus muito confortável e dorme enquanto não chegamos a outra cidade. — a ironia de Con sobre a maciez da cama me fez rir, mas mais uma vez ele tinha razão. Precioso aproveitar cada tempo de descanso.