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História Good Traffic - Kim Taehyung FF - 3. New friend


Escrita por: Minyeom

Notas do Autor


ENTÃÃÃO... Lembram quando eu disse que os capítulos rondariam as 1k palavras? Pois bem... esse tem quase 2k eheheh. Não sei, apenas aconteceu.
Ainda assim espero que gostem! :)

Capítulo 5 - 3. New friend


Fanfic / Fanfiction Good Traffic - Kim Taehyung FF - 3. New friend

Um bom tempo havia se passado e eu já andava pelo navio como se fosse a minha casa. Conhecia cada canto dele e, eventualmente, se me apanhassem em partes mais restritas, digamos que eu era catigada. Começei a trabalhar no navio – uma vez que aqui idades não importam de qualquer forma – na limpeza e organização de certos objetos no lugar da minha mãe, que não tinha força para isso, e também pelo facto do seu estado de saúde ter ficado cada vez mais instável...

Com o passar o tempo, iam surgindo pessoas muito doentes, ou até mesmo mortas, pelo navio, por causa de haver pouca higiêne e mantimentos. A travessia do oceano era uma dura prova para nós, prisioneiros, pelo que alguns não conseguiam deixar de vomitar por conta dos enjoos. Estas provocações físicas eram acompanhadas de uma terrível tensão mental, pelo que havia quem chegasse a se jogar no mar. A repugnância e o terror provocados pelas pessoas mortas jogadas em qualquer canto do navio fazia a vida intolerante lá, e, além disso, o cheiro asqueroso que deles vinha... era horrível. As pessoas pareciam loucas... era possível ver a fome escrita nos seus rostos, os seus olhos como círculos baços e sem vida, o estado lamentável dos seus corpos, com a pele desenhada só pelos ossos. Zheng He tinha razão quando disse que iriamos implorar por comida. O estado em que as pessoas se encontram – até eu mesma, depois de várias semanas aqui – tem começado a ser deplorável, a fome era grande. 

Esse monstro tinha razão quando proferiu as palavras "Vocês não terão pão para comer. Pedirão por ele e gritarão com raiva de fome. Ora, deverão suportar esta miséria, porque virão os meus homens que levarão tudo o que você trouxeram, dinheiro, roupas, o que seja. Tudo será tomado e apanhado". Tinha toda a razão...! A minha sorte foi ter conseguido esconder a tempo algumas das coisas que eu trouxe comigo, e que me ajudam quando preciso, como por exemplo cuidar de ferimentos.

Não sei há quanto tempo eu estava nesse navio imundo, meses ou apenas semanas, mas não aguentava esse lugar nem mais um segundo! Então, todos os dias, assim que tinha a opurtuniade, tentava arranjar forma de fugir. Porém todos os dias falhava e levava chicotadas de Zheng He. 

Esse homem teimou comigo, não é possível!

Uma vez que eu conheço o navio por inteiro, até mesmo partes que não devia, ia ser mais fácil tentar fugir numa próxima vez, junto com a minha mãe e o meu cachorrinho Spax.

Ai!! - ouvi uma voz grossa e só depois me apercebi que, distraída com os meus pensamentos, fui contra alguém, o que provocou a queda das coisas que eu carregava. - Tome cuidado! Quer ser castigada?? - disse um homem bem mais alto do que eu e forte, ajudante de Zheng He, com uma voz ameaçadora.

– Desculpe não foi minha intenção, eu-

– Nada de desculpas. - brandou e semicerrou os olhos, enquanto me olhava com mais atenção. - Você é aquela menina que sempre tenta achar uma maneira de fugir, não é? Você devia saber que não pode fazer o que bem lhe apetece, você aqui não passa de uma simples e mera escrava! Agora, se não aprende de uma forma, tem de aprender de outra. - o seu tom de voz ia ficando cada vez mais elevado a cada palavra que era pronunciada e, ao terminar, elevou a sua mão, que com certeza voaria contra a minha cara. Fechei os olhos com força, como se isso fosse efetivamente tornar o impacto mais leve. O que obviamente não aconteceria...

– Ela pediu desculpa. - uma voz desconhecida soou de forma autoritária, e, assim que abri os olhos novamente, vi um menino de cabelo castanho, nem muito escuro nem muito claro, e olhos verdes que faziam lembrar muito o tom da floresta, da liberdade... Surpreendentemente, esses dois fatores combinavam super bem, para não falar do seu queixo bem defenido e a sua boca ligeiramente avermelhada. Como nunca reparei nele antes, nesse tempo todo que estive aqui? Ele era definitivamente deslumbrante...

– Não me interrompa quando estou a tratar de assuntos importantes, já avisei mais de mil vezes seu verme! - disse o tal homem, me largando com certa brusquidão, concentrando-se no menino que me "salvou". Pegou o desconhecido pela gola da camisola desgastada, o levando praticamente de rastos para o famoso tonco, onde as pessoas que não obdeciam às ordens de Zheng He ou de qualquer um relacionado a ele, levavam as chicotadas que tanto mereciam... no parecer de Zheng He, claro. 

Mesmo ele tentado resistir, o capanga do demônio em pessoa teve mais força. Afinal ele estava como eu: fraco. Ainda assim, os seus músculos estavam bem definidos por baixo da camisola velha, suja e levemente rasgada que usava.

O desconhecido foi amarrado ao tronco com cordas grossas e árperas, sendo chicoteado várias vezes nas costas, tantas vezes que acabei por perder a conta de quantas levou – até porque eu tentava ao máximo não olhar, pois não sabia como lidar com todo o sangue que escorria das diversas feridas que estavam a ser continuamente abertas –, até que o mesmo caiu no chão, cansado e fraco... completamente frágil, completamente diferente do tom da sua voz mais cedo. Eu sentia a necessidade de ajudar ele, e, obviamente, agradecer.

Assim que o capanga, orgulhoso de si mesmo e pelo o que fez, saiu do local, eu tomei a minha deixa.

– Obrigado por me ter ajudado! - corri até o mesmo e apoiei uma mão em seu cotovelo, fazendo impulso para o ajudar a levantar. - Você está bem?? 

– Eu estou, nada que eu não esteja habituado. - respondeu com um pequeno sorriso, que por breves momentos me fez esquecer que ele estava magoado até ouvir um choramingo vindo da parte do mesmo. - Ele não te machucou, pois não?

– Não, não, eu estou bem. Mas venha, vou tratar da suas feridas antes que fiquem mais graves. - pressionei o seu corpo contra o meu levemente, para que assim conseguisse suportar melhor o seu peso, e o levei para uma parte do navio onde tinham vários barris, onde, num deles, estavam escondidos todos os medicamentos que eu consegui trazer ou até mesmo fazer aqui no barco. Começei por aplicar um líquido desinfetante, que aprendi com a minha mãe, nas feridas e em seguida coloquei erva cicatrizadora no topo. - Prontinho. Infelizmente é só isso que eu posso fazer...

– Não se preocupe, já é o suficiente. Muito obrigado...

– Suan. O meu nome é Suan. - completei, sorridente.

– Muito obrigado Suan. O meu nome é Nath, é um prazer. - disse sorrindo gentilmente, mas logo a sua expressão mudou para uma pensativa enquanto apoiava o seu queixo na sua mão. - Espere um pouco, você é coreana?? 

– Bem, mais ou menos. Eu vim da Rússia. Nasci lá. Mas minha mãe nasceu na Coreia do Sul e... enfim, é uma longa história.

– Sabe, não é como se fossemos sair daqui tão cedo, então acho que temos tempo para essa sua tão longa história. Só uma sugestão mesmo. - deu de ombros, o seu sorriso encantador sempre presente, ao mesmo tempo que se colocava numa posição mais confortável, tipo uma criança a quem eu iria ler um longo conto de fadas.

--

– E foi isso que aconteceu. Depois conheci você e o resto é história.

– Ah entendi. Então vocês queriam, basicamente, fugir de lá e ir morar para um país qualquer? Coreia de novo, talvez?

– Sim, tipo isso. Qualquer outro país está bom, claro, mas o destino não nos favoreceu muito, e bom... aqui estámos nós.

– A nenhum dos dois na verdade. - sorriu de lado. - Mas tudo bem, você vai conseguir sair desse lugar. Eu vou te ajudar. 

– Você tem mesmo... a certeza? - perguntei, estupfacta. 

– Sim. Vamos nos esforçar! - exclamou entusiasmado, esticando a mão em minha direção como sinal de acordo.

Nunca ninguém me ofereceu ajuda, uma vez que podiam acabar sendo punidos, tal como eu, mas lá estava ele, oferecendo uma mão em minha direção, como um sustento e uma pessoa que iria me guiar até ao final. Estendi a minha de volta, agarrando a sua com firmeza e sem qualquer hesitação, ambos sorrindo contentes pelo nosso pequeno acordo.

– E você? - perguntei finalmente. - Me fale sobre você.

– Eu não sou uma pessoa muito interresante, não tem muito para contar.

– Claro que tem, tem sempre alguma coisinha na sua vida que, por mais aborrecida que pareça a você, seja interessante para outras pessoas.

Ahh... nesse caso eu posso dizer umas coisinhas. - permaneceu pensativo enquanto olhava na direção do céu, os voltando para mim em seguida. - Então, eu vim de uma pequena família norte americana. A minha vida foi miserável durante todos os meus vinte anos de vida, já que o meu pai abandonou a minha mãe muito antes de eu nascer, nos deixando com dívidas a pagar... Embora fossemos pobres e vivêssemos de pagar aos outros, éramos felizes. Toda a nossa família contumava se reunir ao jantar todos os dias, onde falavamos e nos divertiamos, esquecendo os problemas da vida... - desviou o olhar com um sorriso singelo e olhos cintilantes, como se estivesse a recordar algo ou alguém especial. - Depois de soldados invadirem a nossa casa e devastarem toda a minha família e a de muitas outras pessoas, sendo eu um dos poucos sobreviventes, eu saí do meu país de origem e aqui estou eu. Assim bem resumidamente, é simples, não é? Nada de interessante, como eu disse.

– Deve ter sido difícil para você... - disse, com certa pena.

– Eu por vezes também pensava como eu aguentei todos esses anos, mas depois de ouvir a sua versão, nada do que eu passei pode ser mais difícil que isso. - deu um sorriso verdadeiro de encorajamento e de como quem diz Eu estou bem.

Sorri de igual forma, sentindo que esse assunto poderia ficar para depois. Por muito que ele tente esconder, dá para entender que isso ainda mexe muito com o psicológioco dele. Ainda assim não tem como a minha "história" ser pior... afinal eu não sei qual é a sensação de perder alguém. No entanto, ele perdeu a família inteira... imagino o quão ruim seria perder a minha mãe, a única família que tenho e que me resta.

– Mas bom, como você acabou nesse navio?

– Como deve imaginar, uma pessoa que quer sair do país de origem e não tem para onde ir, aceita a ajuda de qualquer um, mesmo que não vá ajudar em nada. Eu sempre fui facilmente manipulado, e em uma altura em que me encontrava vulnerável foi ainda mais fácil. Tive de aprender a lidar com isso da pior maneira. - suspirou, nunca deixando o sorriso descair uma vez. 

Ele tem um espírito forte, por vezes gostava de ser assim também...


Notas Finais


E foi isso minha gente. Gostaram?? Eu espero que sim ^~^
Bom, irei publicar novamente terça feira, quem sabe se eu não publico no dia de Natal eueueu *sorriso malicioso*.
UM BEIJOOOO! ♡


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