“Muitas vezes, o que achamos ser um erro, não passa de um acerto enrustido!”.
[Daegu, Coreia. 18:00 PM]
Olhei duas vezes seguidas para o relógio, no qual marcava seis horas da noite. Pensava em trocentas coisas ao mesmo tempo, sendo uma delas, o que eu faria da minha vida agora, que descobri que estou grávida de um astro solo do pop. Muitos iriam dizer: “Nossa, tão rápido assim?”, “Vocês mal começaram um namoro!”. A verdade é que eu não estou namorando Park Jimin, a estrela mundialmente conhecida, eu estou apenas sustentando uma descarada mentira. Mas por que isso? É simples, dinheiro, muito dinheiro.
Park Jimin me conheceu em uma de suas clássicas noitadas, tal qual amava fazer quando voltava de turnês. Ele pagava a todos naquela casa de programa para que ficassem quietos, para que agissem como se ele nunca tivesse posto os pés lá, porém nem tudo sai perfeitamente sem erros.
Eu me encontrava, naquela madrugada de sexta-feira, de fato, no cúmulo do porre em meio às ruas de Daegu, eu estava basicamente prestes a entrar em um coma alcoólico, todavia, Park Jimin surgiu e me ajudou. No início, pouco prestei atenção de quem se tratava e até mesmo nem saberia se, no dia seguinte, não acordasse na casa do mesmo, que agora já havia me dado conta que era uma estrela do mundo da música.
Lembro-me que quando acordei, vi inúmeros prêmios pela casa inteira e junto com eles algumas fotos, lá me deixando a par de quem era a luxuosa casa.
Porém o que se fazer quando você não é uma das fãs do cara que lhe ajudou?
Eu era o estilo de garota que não babava por Park Jimin, eu era o perfil de garota que não o achava nenhum pouco atraente e como complemento, lhe achava um idol ridículo. Suas músicas nunca me agradaram e muito menos suas clássicas dancinhas, que eram nomeadas como “tentadoras” para muitas mulheres.
Para mim, Park Jimin só tinha nome.
Muitas pessoas ao meu redor me perguntam como que eu, mesmo assim, firmei um relacionamento com ele.
É uma pergunta simples que recebo frequentemente. Eu, simplesmente, resolvi fazer um contrato com ele, em razão que na noite que ele me ajudou, foi flagrado por um Paparazzi que tirou inúmeras fotos e delas foram criadas especulações e opiniões, sendo uma delas que ele estaria namorando.
Foi algo que aconteceu muito rápido e por isso, na manhã que acordei na casa dele, ainda meio zonza, tive que ser postas contra a parede com a seguinte pergunta dos empresários do moreno: “Assine contrato e sua vida irá mudar de uma forma devastada.”.
No momento que vi o papel em minha frente, com inúmeros zeros de pagamento, nem sequer pensei na burrada que eu, talvez, estivesse prestes a fazer.
Assinei o contrato já pensando na minha conta bancária cheia, em meus sapatos da Gucci e também que eu não teria mais de ganhar a vida me vendendo para velhos nojentos em decomposição.
No contrato havia dezenas de regras, porém as mais importantes eram:
Número Um: Ambos são livres, visto que, será tudo uma fachada, mas façam tudo que desejaram escondidos.
Número Dois: Em público, se tratem como um clássico casal feliz.
Número Três: Não poderá acontecer nada entre vocês, em razão que é tudo falso.
As regras, para mim, eram como as coisas mais fáceis do mundo, já que Park Jimin seria como um irmão, no qual pouco tenho simpatia.
No entanto, no primeiro mês já deu uma completa merda, pois ter Park Jimin embaixo do mesmo teto que você, é basicamente um teste de sobrevivência e de sanidade. Ele sabia muito bem como comprir as regras às riscas, pois podia vê-lo sair diversas vezes na calada da noite, quando não tinha seus shows.
Era incrível como ele era bom em fazer tudo escondido, sem deixar furos. Mas para isso tem um nome: “Dinheiro”. Todavia, em uma dessas noites, aconteceu o que não deveria. Ele estava bêbado e eu apenas queria ajudá-lo, no entanto, minha simples ajuda resultou em um transa, sim, acabamos nos relacionando. No dia seguinte ao acontecido, fui acordada por um grito de perto do mesmo ao meu lado. Park Jimin realmente estava fora de si, ao ponto de ter esquecido absolutamente tudo, inclusive o que tivemos.
Prometemos, naquele dia, que viveríamos como se nada estivesse acontecido, já que uma regra importante foi quebrada, regra essa que agora sei que não poderia de modo algum ser cumprida.
Nesse exato momento, vejo o quão encrencada estou, encrencada por um erro besta de alguns dias atrás.
— Isso só pode estar errado! — Bato sobre a bancada enquanto observava o resultado do teste de gravidez.
— O que está errado? — Surgiu Park Jimin na porta, um tanto confuso.
Hm? — Escondo o teste, logo em seguida, fazendo a tonta. — Eu estava falando comigo mesma apenas. — Sorri simples. — Eu falo sozinha, não sabia?
— Eu sei e se bobear, até se responde. — Larga sobre o sofá sua clássica mochila da Fila, tal qual era seu mais fiel patrocínio do momento. — Sabe, estou curioso pra saber o que é essa coisa atrás de você. — Apontou.
— Isso? — Bato sobre a bancada, na qual me escorava. — É uma pia, mesa, sei lá como se chama. — Faço a egípcia, ao vê-lo ameaçar se aproximar.
— Estamos convivendo juntos há um mês e pouco já, e isso já me deixa ciente do quão você mente mal. — Debruçou seu braço esquerdo sobre a mesa, atento pela resposta da menor. — Vamos! Me fala.
— Não, não vou! — Franzi o cenho. — Regra número 10: “Não poderá se meter na vida pessoal de seu parceiro”, esqueceu dessa regra? — Dou alguns passos para trás, agora o vendo arquear uma sobrancelha sem ânimo.
— Lembro. — diz simples. — Vou descansar, porque amanhã terei uma grande entrevista. — Se recompôs, assim saindo do ambiente, ainda um pouco atento sobre o que a mesma escondia.
— Aah, que droga! — grunhi de raiva, ao perceber que o moreno já havia saído. — O que eu farei agora? Um filho desse cara, sério? — Levo minhas mãos à cabeça.
— O quê!? — a questionou, após sair de trás da parede. — É isso mesmo que eu ouvi? — Se aproxima incrédulo. — Filho?
— Então… — Penso, por alguns segundos. — É isso mesmo. — Engoli em seco. — Isso é um grande problema, não é?
— Isso é um imenso problema! — Pegou o teste em mãos, agora vendo com seus próprios olhos o resultado. — Eu não quero um filho com você, eu lhe disse para que tomasse pílula depois daquela estupidez que fizemos e, pelo visto, você não fez o que eu pedi. — Morde seu lábio inferior. — Como sempre, você não fez! — a repreendeu rude.
— Eu talvez tenha esquecido, certo, mas agora já era! — Fito o chão, por alguns segundos, já que olhar para Jimin se tornava já amedrontoso.
— Como eu disse… Eu não quero ter meu filho com você! — ressaltou. — Você é apenas uma fachada, aliás, não sei como que pude deixar aquilo acontecer, naquela noite, visto que, jamais em sã consciência me permitiria ter algo com você, uma mulher dada para todos. — Leva as mãos à nuca. — Eu não quero esse bebê e não quero você mais em minha vida.
— Por isso nunca gostei de você, como um cantor, pois você transparece o que é em suas músicas — rebati. — A situação é a seguinte, a partir de hoje. — Pego o teste de suas mãos. — Eu ficarei aqui, porque eu não sou a única errada nessa história toda e também não sou obrigada a escutar desaforo de um cara tóxico como você.
— Isso só pode ser brincadeira! — Riu sem polpação. — O que você quer? Se for dinheiro,eu dou.
— Sabe, você que lute, pois você é o pai… Vacilão. — Saio de sua frente, agora sentando no sofá confortável da sala. — E agora me deixa em paz! Porque quem deve estar preocupada sou eu, pois serei eu que terei um filho de um cara como você.
— Ok, porém lembre-se que eu não quero que minha carreira seja estragada por sua causa.
— Não se preocupe com isso, eu farei questão de ser mãe e pai dessa criança. Apenas me dê um tempo, um tempo até que eu possa ajeitar minha vida.
— A partir de hoje, não beberei nem mais um gole sequer de álcool — diz convicto. — Que bela merda minha vida se tornou desde que você apareceu garota. — Suspirou pesado, logo saindo da sala.
— Você que resolveu me ajudar naquela noite, ou seja, você que fez sua própria escolha.
— Foi uma escolha errada! Que só ocasionou em problemas.
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