[09:00 AM]
[Park Jimin Pov]
Penso agora do por que eu estava por me questionar tanto sobre contar ou não a ela sobre Seokjin ser nosso mais novo vizinho. S/n, de qualquer forma, saberia, porém mesmo assim, me surpreendi com sua reação.
Aquele maldito sorriso em seus lábios transpareceu muito para mim do quão feliz pela notícia sua pessoa havia ficado.
O que ele tem que eu não tenho?
Fiquei sabendo de sua vinda para nosso bairro logo que cheguei, dado que todos por aqui já estavam lhe titulando como o “Gentil e bonitão vizinho novo”.
Por consequência da mensagem que tinha recebido de meu pai, pouco passei a dar devida importância. Me arrependo de ter ido até aquele bar, arrependo-me ainda mais por ter tentado ter um diálogo com meu pai. O fato é que eu jamais conseguirei firmar um diálogo civilizado com ele.
Vendo-me agora em frente ao espelho, pego-me por pensar no quão irresponsável ainda sou. Eu não deveria ter bebido e, muito menos, ter entrando em tamanho atrito com meu pai.
Penso sobre o que minha filha pensaria de mim se entendesse todos os vídeos que estão rolando pelas redes.
Minha mãe um dia me disse que somos o espelho de nossos pais. Sei, obviamente, o que ela quis dizer naquela época. Minha mãe me vê como um clone de meu pai e isso não vem de poucos anos atrás, mas sim, desde que me conheço por gente.
Saio de meus devaneios com Min-hee adentrando meu quarto com uma gigantesca boneca embaixo do braço.
— Pequena, como você entrou aqui, hm? — Bagunçou os fios de cabelo da garotinha.
— Minha mamãe me deixou entrar — disse simplista, correndo para pular na cama.
— ‘Pera! — Apalpou as coisas de sobre a mesa. — É claro, as chaves — suspirou pesado com as mãos na cintura. — Eu devo ter deixado lá. — Coçou a nuca, pensativo, sobre a noite passada. — MEU DEUS! O que me deu ontem à noite? — Arregalou os olhos, ao se dar conta do que quase aconteceu. — Me sinto envergonhado. — Puxou seus próprios fios de cabelo para trás. — Não seja burro, Park Jimin! — disse, precisamente, a si mesmo. — É só você fingir que não lembra. Só fingir. — Respirou fundo, já escutando os passos na escadaria surgirem.
Me aproximo de Min-hee, assim sentado ao seu lado sem mexer nem sequer um músculo de tanto nervosismo.
— Oh, você está aí já — digo a Min-hee, que grudada em Park Jimin estava. — Aliás... Bom dia. — Dou uma breve pausa ao vê-lo me olhar fixamente. — Então, pode ficar com ela um pouco? — Vejo-o assentir com a cabeça. — Ah, ótimo! — Sorri fraco.
— Achei que ele estaria ocupado demais — Surge no cômodo Sseokjin, com um sorriso sacana nos lábios —, mas me enganei.
— O que você ‘tá fazendo aqui na minha casa? — se manifestou Jimin, sem muita benevolência.
— Ué, estou esperando S/n se despedir da filha. — Franziu o cenho, transparecendo uma certa ironia.
— Sério, você vai sair com esse cara? — Mordeu o lábio inferior, após perceber um leve “sim” sair de sua parte.
— Hum! — Segurou o riso. — Que situação ridícula.
— ‘Tá, que seja! — gesticulou, dando pouca importância. — Mas antes me dê minhas chaves, que por burrice, acabei por deixar cair no seu banheiro, logo depois que saí do banho. — Deu um sorriso para Seokjin, que sem entender sobre o assunto se encontrava.
— Banho? — indagou o mesmo, por um descuido em voz alta.
— É... Exatamente isso. — Pegou as chaves da mão da mesma.
— Esqueça ele, Seokjin. — Deu de ombro, tentando descontrair. — Vamos? — Vejo-o concordar. — Eu mato você depois! — digo em forma de gestos para Jimin, que finge não compreender. — Sonso! — ciciei baixinho.
— Ai, sonso! — zombou, imitando a voz da mesma.
— Papai? Você é menina? — pergunta repentinamente.
— O quê? — Volta sua atenção a pequena de imediato. — Não, não sou, filha.
— Mas você usa roupa de menina. — Ergueu um sutiã, que ao lado da cama estava.
— Não, filha, isso é uma fantasia apenas. — Pegou o sutiã das mãos da garotinha. — Não conte sobre a fantasia para sua mãe, ok? — Riu contente ao receber um “sim” vindo da pequena. — Tenho que sumir com essas coisas da Yuna daqui — diz em voz alta, enquanto jogava a peça íntima dentro de uma porta qualquer do closet.
— Yuna é um nome bonito papai. Vou pôr o nome da minha boneca de Yyuna.
— Oh, Deus! — Se jogou na poltrona. — Acho que esse não caiu muito bem.
Dizia coisas a Min-hee, no entanto, a verdade era que meus pensamentos só estavam em S/n e Seokjin. Eu sei que ele quer o mesmo que eu e saber disso não me faz bem. Ter a consciência do quão feliz ele a deixa, já me faz ficar ciente de um futuro próximo, no qual tanto tento fechar os olhos.
Me fechar para possibilidades desagradáveis não é o que desejo, contudo, eu saber delas, é necessário.
Eu não me sinto preparado para vê-la junto a Seokjin. Muitos diriam que sou um homem imaturo e afins, apesar disso, a verdade é que não sou a favor do destino às vezes.
Se eu for o homem certo, rezo para que o destino não apronte essa de “escrever por linhas tortas”.
Vou até o closet, especialmente na parte onde ficavam uma boa parte das roupas de Yuna. Queria tirar tudo que era da mesma de minha casa, visto que, sua presença aqui não desejo mais, ou melhor dizendo, por enquanto ainda não.
Pego as pilhas de roupas, as largando no costado do closet. Algumas caixas se podiam ver na parte do fundo dos casacos. Puxei as duas caixas de tonalidade clara, as pondo consequentemente sobre a cama.
Na primeira existiam alguns produtos de maquiagens, já na segunda, havia algumas fotos. Abri o álbum de fotos, lá vendo dentre inúmeras pessoas Seokjin. Sim, Seokjin estava lá.
Repassei as outras dezenas de fotos, ainda incrédulo com tamanha coincidência. Dentre exatas vinte e cinco fotos, ele estava em seis.
Qual a relação de Seokjin com a Yuna? Mesmo que exista explicações, isso nunca deixará de ser sinistro.
[......]
[S/n POV]
A companhia de Seokjin me fazia bem. Era surpreendente o quão feliz sua pessoa era. Sabe aquele tipo de amigo que lhe deixa com uma energia agradável tremenda? Pois bem, Jin era esse tipo de amigo.
Disse a ele exatamente tudo que estava sentindo e, por incrível que pareça, ele entendeu.
Vê-lo aceitando o que sinto, sem pedir explicações, era tudo que eu desejava.
— S/n, eu sei que você o ama. — Levou o copo de refrigerante aos lábios. — Eu não vim a Seoul para estragar nada entre você, eu apenas vim para ajudar.
— Hm, ajudar?
— Sim — concordou enchendo no canudo do copo. — Yuna, a ex-namorada do Jimin, é minha prima- irmã — disse de uma só vez. — Pode até parecer uma tremenda confusão para você e isso é compreensível. — Olhou ao redor, um pouco desconfiado. — Pois bem, fiquei sabendo dessa coincidência há poucos dias e junto com isso, também fiquei a par do plano dela.
— 'Tá, desenrola isso de uma vez, já estou nervosa.
— Minha prima quer ver Park Jimin no fundo do poço e, consequentemente, para o deixar abalado, ela teria de atingir quem ele mais ama.
— Foi ela então, que mandou aquelas mensagens! — bufei. —Que desgraçada.
— Não sei lhe responder isso, todavia, bem provável. Enfim, peço que tome cuidado com ela. Yuna não é uma pessoa com uma boa estabilidade mental, com isso não me surpreenderia com nenhuma loucura de sua parte.
— Não sei o que ela quer no final de tudo e, para ser realista, pouco me importo com o que seja. Só não quero que ela fique fazendo esses joguinhos estúpidos envolvendo minha filha.
— Pelo que eu saiba, ela é obcecada pelo Jimin, então, creio que apensar dos pesares, o objetivo dela ainda seja ele.
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