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História Guerra é Guerra - Hangman


Escrita por: autora_santiis

Capítulo 10 - Hangman


— Pudim de doce de leite – o garoto estende o potinho, fazendo os olhos da morena brilharem de excitação, ela amava pudim de qualquer sabor, e ele sabia daquilo.

— Como conseguiu isso? A sobremesa de hoje foi pavê – ela franze o cenho, mas deixa um beijinho na bochecha dele, logo esfregando seus narizes, como o costume que haviam criado.

— Minha mãe trouxe hoje de manhã, para mim e para o Gi, mas como sei que você adora, trouxe para você – ele se senta ao seu lado no banco, ela estava no jardim e não havia nenhuma das suas amigas por ali – a propósito – ele coça a cabeça meio sem graça e ela deixa o livro e o pudim de lado para dá-lo atenção – o linguarudo do Finnegan disse que eu tô namorando em voz alta, eu revidei e agora temos um jantar de família, com o Gilinsky e a Poliana envolvidos.

— Eles estão namorando? Que safada, nem me contou – Aileen resmunga negando, sua amiga era uma traíra.

— Você ouviu a parte do jantar de família?

— Sim amor, iremos a um jantar de família, não é isso? – ela vira a cabeça de lado, confusa e ele achou aquilo extremamente fofo.

— Não tá preocupada?

— Não, eu sou um amor, sua mãe vai me adorar – ela dá um sorriso fofo e ele apenas nega rindo, sua namorada era mesmo uma peça raça.

— Como anda o plano com o Shawn? – Johnson muda de assunto drasticamente, fazendo Aileen suspirar e mirar a grama a sua frente.

— Depois do que Nate nos contou ontem, e que a Camila confirmou que aconteceu o mesmo com o Shawn, só estamos esperando a oportunidade perfeita – Aileen morde o lábio, parecia que havia acabado de ter uma ideia genial.

— Não me diz isso – Johnson já grunhia para a cara da namorada e negava com desespero – eu não te dei uma ideia.

— Deu sim gatinho, cola comigo que é sucesso – ela se levanta, pega suas coisas e estende a mão para ele que ainda a mirava, sentado, devastado, as ideias de Aileen conseguiam ser piores que as de Marjorie e Camila juntas.

Os dois foram direto para a biblioteca, onde sabia que encontraria boa parte dos seus amigos, eles estavam em um grupo de estudos para as matérias comuns.

— Atenção cambada, eu tenho um plano – Aileen diz mexendo as sobrancelhas, fazendo suas amigas fecharem os olhos e juntarem as mãos como se estivessem rezando, bem, talvez elas estivessem, precisariam, Aileen era a pior delas.

E isso se comprovou quando a reunião se iniciou, de um lado estavam Dalia, a mãe dela, um advogado, a diretora Katherine, e os quatro monitores. Do outro estavam Shawn, Marjorie, Poliana, os pais dos Mendes, dois advogados e Nate.

Os outros Magcon e as meninas estavam sentadas nas cadeiras dispostas ali, aquilo era um tribunal. Bem, quase isso, mas na California Dreamers existia uma regra que permitia que os alunos fossem julgados e defendidos de maneira justa decidindo a expulsão ou não, caso fosse provada a culpa ou inocência, e a advogada de acusação era ninguém menos que Aileen, não que ela fosse realmente advogada, mas de qualquer forma Dália estava bem ferrada.

— Boa tarde senhores e senhoras, desculpem tira-los dos seus afazeres pessoais e profissionais, mas há algumas coisas acontecendo neste colégio, que merecem uma atenção extra e só está chegando à direção e a vocês pais, hoje, porque um dos nossos não podia se expor, não ao ponto de não prejudicar alguém além de si mesmo – Aileen diz e mira Dália com raiva – a senhorita Dália Kurtz tem sido... – uma vadia de primeira – um tanto desrespeitosa com seus colegas e fazendo ameaças envolvendo assuntos muito sérios.

— Não sabe o que está fazendo Aileen – Dália rosna, chamando a atenção da mãe.

E Aileen bateu a mão na mesa, se debruçando só um pouco, para ficar na altura de Dália.

— Não ouse vir com seu tom insolente para cima de mim, porque eu não sou as meninas que você faz bullying e se acha melhor que todo mundo – Aileen rosna e volta a sua postura – vamos as primeiras reclamações, fatos e provas – cinco pastas foram jogadas sobre a mesa, sendo direcionada uma a diretora, outra a mãe da Dália, outra ao advogado, um para os pais do Mendes e uma aos advogados – e só para saberem, eu não adquiri isso por meios ilícitos, foi tudo com consentimento da outra parte disso, o que me lembra de mais uma pessoa – ela se vira para a porta com um sorriso – pode entrar Cora.

A garota de cabelos ruivos adentra a sala e sorri para Aileen, mas fica séria ao ver Dália olhar para ela com ódio.

— Querida, o que faz aqui? – a mãe de Dália parecia confusa.

— Desculpa titia, eu demorei demais de contar a verdade – Cora diz, era prima de Dália, a quem ela contava todos os podres, a quem ela confiava, mas que nunca concordara que deveria ser daquele jeito, Aileen havia descoberto seu ponto fraco, agora sim, estava ferrada.

— Dentro das pastas tem conversas entre Dália e Cora, algumas delas bem especificas, o que me lembra a nossa vitima número um, senhor Nathan Maloley – Aileen aponta para ele – devem se lembrar que Dália e Nate namoraram por um tempo, mas terminaram no final do ano passado, depois dele brigar com o Shawn, diretora Katherine, a senhorita deve se lembrar disso, deu um sermão de duas horas – e Aileen não estava brincando, o que fez a mulher assentir com um sorriso debochado – o motivo da briga foi porque Dália afirmou para o Nate que Shawn a estuprou – o susto foi coletivo para os adultos na mesa, que pareceram perplexos com aquilo, abrindo de uma vez as pastas e olhando as conversas, era repugnante, Aileen sabia, já havia lido – naquele mesmo ano o senhor Mendes entrou em depressão, nunca contou aos pais ou a irmã, porque havia sido fortemente convencido pela Dália que havia cometido algo horrível com ela, e não só isso, Dália ainda foi má o suficiente para dizer que teve como é? Síndrome de Estocolmo? Garota, ele não te raptou.

— São acusações sérias senhorita Lively – a mãe de Dália diz e Aileen apenas assente.

— Eu sei, e por isso estou contando tudo com provas e mais de dez pessoas que possam corroborar com minhas palavras, todos eles viram, ouviram e presenciaram as maldades da sua filha, senhora Kurtz – Aileen estava séria demais, ninguém nunca a havia visto assim – Dália tem nos atormentado desde que retornou ao Califórnia Dreamers, os rendimentos do Shawn caíram no primeiro trimestre, ele não dorme, não come direito, nem joga mais basquete – Aileen olha para ele e o moreno parecia agradece-la com os brilhos nos olhos, brilho esse que Dália havia roubado.

— Cora, isso é verdade? – a senhora Kurtz mira os papeis a sua frente e a garota ainda de pé ao lado de Aileen.

— Sim titia, eu disse a Dália várias vezes o quanto era errado fingir e manipular as pessoas, mas ela apenas me mandava calar a boca e me ameaçava... – Cora olha da tia para Aileen que apenas negou, não precisava se expor daquele jeito se não estivesse à vontade, mas ela o fez – ameaçava contar aos meus pais que eu sou bissexual, e bem... eu, eu ainda não fiz porque tenho medo deles me rejeitarem.

— Está tudo bem querida – a senhora Kurtz diz com um carinho de mãe e olha para sua filha – o que eu faço com você?

Dália olha para ela debochada e ri.

— E você se importa?

— Se eu não me importasse a deixaria com o escroto do seu pai, aquele cão sarnento que me extorque até o último centavo.

— Eu preferia ficar com o papai a ficar com você, eu te odeio – e ela levanta e começa a caminhar para a porta com passos pesados, mas para e olha para Aileen – que bela execução Lively, você é mais nojenta que eu.

— Isso não é uma execução querida, mas definitivamente eu sou o teu carrasco – Aileen sorri – e ninguém será mais nojenta que você Dália, esse posto é seu honey.

Dália rosna e sai batendo a porta. A mãe dela suspira pesadamente e pede licença, deixando a sala atrás da filha, apenas seu advogado ficou ali, bem, claramente os Mendes iria a processar, mas o mais importante para frisar naquele momento era, Dália Kurtz estava fora de suas vidas oficialmente.



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