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História Half-Kingdom (Taekook - ABO) - More than words


Escrita por: mariihreis e felicity_nown

Notas do Autor


Olá, nossos amores! Vocês estão bem? 💜 Esperamos que sim :D
Aqui vai mais uma atualização para vocês e esperamos que vocês gostem! MUITO OBRIGADA PELOS 538 FAVORITOS!!! Isso nos anima muitooooo 💜💜💜💜

Passando para lembrar que o Tae não se tornou rei de Haewon! Ele está numa espécie de ''teste'', para o pai dele ver se ele é bom nisso mesmo ou não! Vimos alguns comentários que acharam que o Tae já tinha conseguindo o que queria e viemos esclarecer :)

Apreciem essa obra de arte que a @VJKook fez para HK/reino 💜💜💜 ficou a coisa mais linda e nós simplesmente amamos o presente! Muito obrigada pelo carinho, Mah 💜 você arrasa nas edições! 🥺

Trad. do título: ''Mais do que palavras''.

Capítulo 16 - More than words


Fanfic / Fanfiction Half-Kingdom (Taekook - ABO) - More than words

Taehyung P.O.V

 

Acordei muito feliz hoje. Já fazem duas semanas desde que voltei para Haewon e que estou governando aqui sob a supervisão do meu pai. Eu sinceramente pensei que ele não me deixaria reinar por tanto tempo assim e, se fosse pela boa vontade dele, eu realmente não governaria por muitos dias.

O que acontece é que na próxima semana vai ter o evento anual insosso dos quatro reinos e ele se aproveitou que estou com ‘’toda essa animação’’ em ser rei para me fazer ir no lugar dele. Ele poderia simplesmente não ir, como todos os outros reis costumam fazer, mas ele quis que eu fosse e eu vi isso como um castigo por todas minhas rebeldias.

Eu também não queria ir, mas não daria esse gostinho para ele, então me mostrei super animado para o evento. O lado bom disso é que eu não iria sozinho, meu conselheiro real e meu escudeiro iriam comigo.

Nesse exato momento, estávamos eu e meu melhor amigo na sala privada do rei, mergulhados em nossas próprias leituras diárias, mantendo um silêncio pacífico entre nós. Batidas soaram pela porta do local e quando permitimos a entrada da pessoa no cômodo, vimos que se tratava do mensageiro do reino. Ele quem trazia as cartas e dessa vez ele entregou uma para Park Jimin.

— De quem é? – indaguei curioso assim que o beta nos deixou a sós.

Me inclinei na cadeira para conseguir olhar o envelope adequadamente. Havia a cobra do brasão do reino Chinhwa nele e por um instante meu coração palpitou mais rapidamente.

— Do marquês e conselheiro real Min Yoongi. – ele respondeu com um sorriso aberto. Os olhos ainda fitavam o envelope bege.

— E o que será que ele quer? É algo sobre o Jungkook? – perguntei em disparada, muito interessado no que estava escrito ali dentro.

— E por que diabos falaríamos sobre o Jungkook por cartas? – o ômega finalmente levantou seus olhos para mim, as suas sobrancelhas estavam juntas. Pela sua feição eu percebi que ele tentava segurar um riso.

E ele estava certo, afinal. Por que os dois falariam sobre o rei de Chinhwa? Foi então que notei que eu realmente estava fazendo um papel de bobo. Acho que a saudade estava influenciando em meu lado racional.

— Desde quando vocês trocam cartas? – questionei ao pigarrear, tentando disfarçar meu constrangimento.

— Desde que voltamos para cá. – respondeu, desviando olhar por efêmeros segundos. O sorriso em seu rosto havia amenizado e eu percebi que ele queria me dizer algo mais.

— Vocês estão tendo um caso agora? – quis saber.

— Já estávamos tendo antes, um pouco depois que nos mudamos para o castelo de Jungkook. – revelou e eu me surpreendi. — Você sabe, eu sempre gostei do Yoongi… – confidenciou baixinho.

— Aish, Jimin! – exclamei espantado, talvez um pouco ofendido também. — Por que estou sabendo só hoje que vocês estavam se envolvendo?

— Não é como se a gente não tivesse deixado na cara. – o mais velho falou, rindo soprado. — Acho que você passou tempo demais com o Jeon que sequer notou.

Céus, isso explica tanta coisa! O dia que fui contar a notícia sobre poder governar Chinhwa quando o rei estava no cio… a noite da tempestade com trovões…

Eu já suspeitava que algo estava estranho, mas jamais me veio isso na cabeça! Agora eu estava me sentindo um grande idiota por não ter notado antes!

— Poxa, se eu soubesse, não teria feito você voltar comigo para cá! – falei. Meu cenho estava franzido e meu rosto estava sério. Eu não conseguia entender porque ele não me contou naquela época.

— E foi exatamente por isso que eu não falei nada! Eu sabia que você faria algo desse tipo e eu não quero deixar de te ajudar a alcançar o seu sonho. – ele justificou, convicto. — Antes mesmo de gostar do Yoongi, eu já era seu melhor amigo e agora sou seu conselheiro. É óbvio que eu iria abrir mão de algo como isso para estar ao seu lado!

Ao ouvir suas palavras, eu senti meus olhos arderem e as lágrimas se formaram no canto deles. Como ele podia ser alguém tão fiel ao ponto de renunciar uma paixão existente desde a adolescência para ficar comigo?

— Jimin, eu te prometo que eu vou realizar esse sonho e quebrarei todas as barreiras em nossos caminhos. – limpei uma lágrima fugidia. — Ômegas terão direitos iguais nessa sociedade e a distância que te separa de Yoongi será anulada, eu prometo. – então vi seus olhos brilharem e percebi que ele estava prestes a chorar também.

Levantei meu mindinho em sua direção e ele fez o mesmo, enlaçando seu dedo ao meu, selando aquela promessa. Foi como se estivéssemos naquela passagem secreta dentro do castelo de Jungkook, no meio da minha tentativa de fuga do casamento.

Ele havia cumprido com a promessa dele, no final das contas, pois hoje eu realmente me encontro no meu reino. Agora era a minha vez de cumprir com a minha.

— E quanto a você e ao Jungkook? – ele questionou, interessado.

— Uma coisa de cada vez. – sorri, tentando disfarçar a intensidade dos meus sentimentos de necessidade pelo alfa.

Eu queria muito estar com ele também, mas por enquanto ainda não era possível.

 

* * *

 

Assim que deixei a sala privada de rei depois de tirar boa parte da minha tarde para estudar, eu fui em direção ao meu quarto, pois me foi informado que a pessoa que esperei rever desde que voltei para o reino estava lá, me esperando.

Nem bati na porta para entrar, primeiro porque o quarto era meu, segundo porque eu estava com pressa. Eu tinha que abraçar aquele alfa.

— Namjoon! – exclamei assim que adentrei o cômodo, correndo em sua direção.

Ele se levantou da cadeira imediatamente, abrindo seus longos braços para acomodar o meu corpo. Só Deus sabe o quanto senti falta daquele aroma tão reconfortante dele.

— Tae. – ele pronunciou meu apelido com carinho, balançando meu corpo de um lado para o outro naquele abraço saudosista.

— Sério que para te ver vou ter que inventar sempre que estou passando mal? – perguntei assim que desvencilhamos nossos corpos.

Namjoon era o médico da corte, mas ele fazia trabalho comunitário na cidade de Haewon e é por esse motivo que seu tempo era pouco. Ele é namorado de Seokjin e a nossa relação alcançava a definição de pai e filho, visando que ele chegou ao nosso reino quando completei meus 17 anos e foi um grande refúgio para mim, já que eu e Jeon Jungkook havíamos desfeito nossos laços de amizade mais ou menos nessa época.

Além do fato de que meu pai mesmo não fazia a figura paterna tão bem assim.

— Eu realmente quis vir te ver antes, Tae. Pode perguntar isso ao Jin. – ele falou, pousando uma mão na própria cintura. — Mas a situação está delicada na cidade, você sabe. Essa epidemia de tuberculose está me deixando preocupado. – desabafou.

— Foi exatamente por causa disso que pedi para te chamarem com urgência. – eu disse, indo em direção à minha cama, para me sentar. — Eu já pedi reforços médicos ao reino Seoul e os profissionais chegarão aqui nessa semana. – continuei e ele assentiu. — Quero que você seja o líder da operação contra essa epidemia.

— Mesmo? – ele quis confirmar, feliz.

— Claro que sim, não conheço ninguém mais capaz que você para isso. – respondi com um sorriso. — Confio a vida de meu povo a você, Nam.

— Fico lisonjeado, Vossa Majestade. – ele se curvou exageradamente, gesticulando de maneira engraçada com sua mão, reverenciando em minha direção.

— Aigoo, pode me chamar pelo nome. – eu ri soprado. — Aprendeu isso com o Jin ou foi você quem o ensinou? – brinquei e ele entendeu, soltando uma risada também.

— Muito obrigado, darei meu melhor, Tae. – o mais velho agradeceu, se dirigindo à cômoda da qual a bolsa com seus equipamentos médicos estava.

Além de ir me ver, ele também estava ali para minha avaliação médica mensal, para saber se estava tudo bem comigo. Ele apanhou o estetoscópio e encostou aquela superfície gélida nas minhas costas, por debaixo da camisa que eu usava. Senti um calafrio com aquele contato e ele riu.

— Como foi passar vários dias em Chinhwa? – ele perguntou. — Jeon Jungkook está bem? – notei sinais de verdadeira preocupação na voz dele e estranhei isso, mas decidi ignorar.

— Hm… ele está bem, eu acho. – respondi incerto. — No início foi bem difícil ficar lá. Tipo, eu gostava de provocar o Jungkook, mas nunca foi fácil permanecer longe do meu reino.

— Jin me contou das coisas que você aprontou antes do casamento para que o Jeon lhe mandasse embora do reino. – o alfa falou e eu percebi pelo seu tom de voz que ele sorria. — Como você colocou até mesmo o meu ômega para participar de toda essa confusão!? – parecia que ele estava me dando um sermão.

— Ele era o único que podia me ajudar! Sem falar que eu tinha quase certeza de que ele queria voltar para cá tanto quanto eu. – dei de ombros. Não era mentira.

— Só você mesmo. – dessa vez ele estava na minha frente e eu pude vê-lo acenando negativamente com a cabeça, num gesto de reprovação. — Mas e depois? Você com certeza deve ter ficado furioso com a tempestade que surgiu. – ele deduziu com um sorriso no rosto.

— Fiquei, para ser sincero. – admiti. — Porém, ela trouxe muitas coisas consigo… – divaguei, lembranças deliciosas do tempo que passei ao lado do rei de Chinhwa perpassaram por minha mente. — Enfim, o que importa é que estou aqui hoje, sendo quase um rei.

— Verdade. – Namjoon concordou. Agora ele aferia minha pressão arterial. — Não vejo a hora de ver esse dia chegar! O pessoal da cidade tem falado muito bem de você.

— Mesmo? – questionei impressionado. Eu realmente queria deixá-los satisfeitos.

— Sim, Tae. – ele garantiu. — Há alguns com aqueles pensamentos idiotas, mas pessoas assim sempre irão existir. Temos que focar naquelas que reconhecem sua capacidade.

— Concordo. – assenti, pensativo. Foi muito bom saber daquilo. — Mas e você, Nam? O que fez quando estávamos longe? Por que não respondeu às cartas do meu escudeiro? Ora, seu alfa desnaturado! Não é assim que se cuida do seu namorado! – briguei e ele riu sem graça, quase forçado.

— Eu já disse, não tive tempo para fazer nada disso, mas eu senti bastante a falta dele. – assegurou, levemente constrangido. — E o Jungkook? – ele questionou. — Ele te envia cartas?

E foi então que eu parei para pensar nisso. Jungkook não havia me enviado nenhuma carta nessas duas semanas que passamos longe um do outro! Isso fazia eu me perguntar se ele também sentia minha falta, assim como eu sentia a dele…

Só de pensar que provavelmente meu sentimento era bem maior do que o do alfa, uma insegurança invadia meu peito.

— Na verdade, não. – fui sincero, demonstrando com transparência o meu desânimo em relação àquilo.

— Seu estado de saúde está ótimo, Taehyung. – ele avisou, após fazer todos os exames. Ao direcionar seus olhos para meu rosto, ele viu que eu havia ficado cabisbaixo. — Ei, não fique assim. Ele é um ótimo rei, que faz tudo por sua população, assim como você. Talvez ele tenha ficado bastante ocupado esses dias. – tentou me tranquilizar.

— É, pode ser… – foi tudo o que falei, mostrando que eu não gostaria de continuar com aquele assunto.

Às vezes meus receios eram nocivos.

* * *

Eu estava incrivelmente confiante. E isso era demasiado exagero para um evento em que, sinceramente, ninguém tinha devida paciência para lidar. Eu sabia que, para a maioria dos reis, era só mais uma cerimônia anual entediante, mesmo que eu nunca tivesse a chance de descobrir o porquê.

De qualquer forma, aqui estou eu, cumprindo o meu papel. E eu definitivamente estou satisfeito com isso.

Afinal, eu estava representando o meu reino. Eu estava representando Haewon.

— Oh, Vossa Majestade! Finalmente, alguém representando Chinhwa compareceu ao evento anual!

E meu sorriso morreu no mesmo instante ao ver o recepcionista exclamar tais palavras com exacerbada animação. Ele não via meu uniforme? Minha carruagem? O escudeiro e o conselheiro ao meu lado?

O leão escarlate que representava o brasão de Haewon estava por todo lado, mas o beta em minha frente ainda parecia me associar apenas como esposo de Jungkook.

Como todos os outros.

— Onde está seu marido, Majestade? De acordo com o protocolo, o ômega deve comparecer acompanhando o rei...

— Eu estou representando meu reino sozinho. – bradei e sequer esperei uma resposta do homem, simplesmente adentrei o local juntamente de meus acompanhantes, que mantiveram-se silenciosos.

É óbvio que eles sabiam o quanto eu estava furioso com aquilo e parte de minha cólera foi realmente aliviada quando ambos me deram as mãos, sem se importar com o quão estranho seria aquela cena. Não era comum três ômegas comparecerem de mãos dadas em meio a um evento dominado por alfas, ainda mais um destes sendo considerado rei, mesmo que de fachada.

Então, foi nesse momento que eu realmente percebi que, aqui, entre eles, eu não tinha apenas um conselheiro real e um escudeiro.

Eu tinha, na verdade, dois amigos incríveis.

Minha confiança logo retornou em dose dupla quando eu estava totalmente dentro do lugar, sentindo o peso de dezenas, ou centenas de olhares nobres sobre mim. É evidente que haviam diversos pensamentos naquele momento, mas a maioria parecia surpresa, afinal, claro que muitos ainda achavam que eu estava casado com Jungkook. Outros, no entanto, pareciam no mínimo desconfiados.

E foi aí que eu finalmente notei que minha ligação com o alfa era um assunto muito comentado, mesmo entre os nobres.

Mas ainda era unânime a ideia de que eu mantinha meu vínculo com o rei de Chinhwa.

E eu juro que teria dado meia volta e saído de lá por puro desgosto se não fosse pelo aperto mais forte em minha mão por parte dos meus amigos.

Não era ruim ser associado ao Jungkook. Não mesmo.

O ruim era ser associado somente a ele.

De qualquer forma, tive que desfazer o contato com os ômegas apenas para ir cumprimentar os nobres e burgueses ali presentes. Eram realmente uma camada importante da sociedade, então eu infelizmente não poderia me dar o luxo de manchar a imagem de Haewon diante deles.

Os reinos ainda eram muito conectados e interdependentes, por isso uma boa imagem era realmente vantajosa.

No entanto, foi um alívio poder me sentar em uma das cadeiras e poder soltar o ar que há tanto tempo eu estava prendendo.

Havia sido pior do que eu imaginava. A maioria das minhas conversas com a nobreza se resumia ao Jungkook, e não à assuntos políticos ou econômicos, como deveria ser.

Toda a minha expectativa sobre o evento havia simplesmente ido por água abaixo.

— Calma, Tae. – eu ouvi a voz de Seokjin soar próximo de mim. — Você está olhando para o caviar com uma cara raivosa. – o ômega pontuou, assim que eu o olhei incisivo.

E nem mesmo o fato de ele ter usado meu apelido para se direcionar a mim conseguia me animar nesse momento.

— Eu odeio esse bando de alfas ridículos! Eles só sabem falar, falar e falar, mas nunca ouvem! E, quando me escutam, é para saber do Jungkook! Por que tudo que tem a ver comigo tem que ser relacionado ao Jungkook? Ou a herdeiros?! – eu desabafei, furioso, mesmo que tentasse ao máximo manter a postura suntuosa. — E eu odeio caviar! – acrescentei.

Eu vi Seokjin levar a mão à testa e cruzar as pernas, num ato de rendimento, e Jimin permaneceu quieto, enfiando alguns biscoitos de baunilha na boca discretamente, como se não quisesse chamar minha atenção. Ambos sabiam o quão exaltado eu ficava nesses momentos e haviam decidido que simplesmente evitar minhas discussões era a melhor opção.

Mas, ainda assim, eu me virei para o conselheiro, que soltou um muxoxo ao me ver determinado em continuar com minhas lamúrias.

— Você acha que eu não sei falar sobre política, Jimin? Ou sobre economia? É claro que eu sei discursar sobre isso! Vamos, Jimin, fale comigo sobre o assunto! – eu exclamei, já me virando para o moreno com expectativa, e ele se exaltou ao finalmente perceber que eu falava sério.

— Tae, escuta, eu concordo com você. É só um bando de nobres babacas e pouquíssimos mesmo se salvam, mas nós vamos mudar isso, lembra? – eu assenti, a medida em que o mais velho me confortava, e eu senti parte de minha cólera sendo aliviada com as palavras do amigo. — E você sabe sim discutir sobre esses assuntos, eu sei muito bem que sabe. Mas não me peça para falar sobre política porque, sinceramente, eu não tenho o mínimo de paciência para isso, ok?

E foi a vez de eu e Seokjin rirmos com sua fala. Era verdade, Park Jimin não gostava de política e todos sabíamos disso.

— Majestade. – ouvi uma voz suave chamar e nós três imediatamente nos viramos em sua direção.

E eu me surpreendi ao ver um alfa de forte presença se curvando respeitosamente para mim, a coroa dourada reluzindo em sua cabeça e dando-lhe o ar poderoso que o pertencia. Eu o reconheci como Lee Hye-yeong, o rei de Seoul. Ele também era um figura muito importante.

— Vossa Majestade é realmente bonita, como dizem. – elogiou o alfa, ao mesmo tempo em que eu o vi recolher minha mão direita e depositar um leve selar; ele ergueu os orbes escuros para mim, como se esperasse algum tipo de reação, mas eu apenas desfiz sutilmente o contato. É óbvio que eu não estava nem um pouco confortável com isso, por mais que tentasse demonstrar educação. — Posso me juntar a você, Majestade? – ele voltou a insistir.

— Claro que pode. – eu respondi, forçando um sorriso para ele, que sentou-se próximo a mim, parecendo realmente disposto.

E só então eu percebi que os meus amigos já haviam se retirado de lá, de modo a me dar mais privacidade com o rei. Eu disfarcei um suspiro de reprovação, mas ainda assim, inclinei-me para o alfa em minha frente, desatando a conversar.

Inicialmente, fiquei muito satisfeito em saber que ao menos alguém naquele evento demonstrou interesse em discutir assuntos sérios comigo, afinal, fora de seu reino que pedi reforços médicos para Haewon. Logo, eu descobri que o alfa em minha frente era muito legal.

Não só por demonstrar amplo conhecimento e opiniões fortes, mas também por ser realmente alguém divertido e educado. Era fácil conversar com Lee Hye-yeong.

Porém, houve um ponto da conversa em que eu já havia me desconectado do mundo real. Isso acontecia com frequência, e meus pensamentos sempre voltavam ao mesmo tópico: Jungkook.

Eu suspirei pesadamente, encarando a xícara polida de chá em minha frente, que parecia muito mais interessante que a voz distante do alfa. Reparei que eles haviam usado as típicas ervas de Haewon para fazer a bebida quente e isso era notável pelo bom cheiro e pelo bom gosto.

Mas, sendo honesto, tudo que eu queria era que aquela porção de chá se tornasse escarlate, até que virasse o delicioso vinho de Chinhwa.

Ah, Chinhwa...

É, com certeza um pouco de vinho me cairia bem agora.

— Majestade? – eu ouvi a voz do rei à minha frente soar, me tirando de meus devaneios, e algo me dizia que não era a primeira vez que ele me chamava. Nem percebi quando levei meus dedos até o medalhão de Jungkook que pendia do meu pescoço.

— Sinto muito, Majestade... o que dizia? – eu pisquei algumas vezes, para poder finalmente focalizá-lo.

Jungkook realmente era capaz de desestabilizar meu raciocínio e eu realmente não conseguia decidir se essa ideia me agradava.

Porque isso sempre resultava em um estranho vazio no peito

— Eu gostaria de questioná-lo, Majestade, se não for um incômodo... – ele começou, parecendo inseguro, e eu já até esperava pelo que estava por vir. — Por que retornou ao seu reino?

Então eu franzi o cenho, confuso. Não, não era o que eu esperava.

— O que quer dizer, Lee?

— Bem, o que fora divulgado nos jornais foi que Jungkook o mandou para Haewon para que aprendesse a governar. No entanto, desconfio de que essa não seja a verdadeira história. – comentou sabiamente, e eu não evitei demonstrar surpresa com sua atitude; ele, no entanto, prosseguiu, aproximando-se com cautela. — Você sequer possui uma marca do seu alfa… qual o real motivo de sua volta, Tae? Não está mais com rei Jeon?

Pisquei algumas vezes, atônito. Havia recebido todo tipo de pergunta relacionada ao Jungkook hoje, mas nenhuma delas questionava diretamente sobre o real motivo de minha volta para meu reino.

E foi por isso que eu não soube o que responder, por alguns efêmeros segundos.

Mas não precisei pensar numa resposta, pois alguém já havia feito isso por mim.

— Não que o devamos alguma explicação, Lee, mas a verdade não é nada além do que fora divulgado nos jornais.

Meu coração pulsou em meu peito quando eu vi Jeon Jungkook parado ao nosso lado. O mundo ao meu redor pareceu parar e não apenas em minha cabeça, pois todos as pessoas presentes pareciam tão abismadas em vê-lo ali quanto eu.

E o ar se tornou ainda mais rarefeito quando o alfa se curvou respeitosamente diante de mim. A tensão do ambiente triplicou.

Porque Jeon Jungkook nunca se curvava perante ninguém.

— Majestade. – então, ele finalmente ergueu suas íris escuras para mim.

Franzi os lábios, querendo conter a enxurrada de sentimentos que me atingiram no momento.

Senti seu toque delicado na minha mão e permiti que um beijo singelo fosse depositado sobre ela. Minhas bochechas estavam em brasas, mas escolhi ceder ao mais novo.

Porque eu gostava de seu zelo.

— Me concederia a honra de uma dança, Majestade?

Eu não pude evitar sorrir e isso lhe deu a permissão de finalmente se erguer e firmar o contato entre nossas mãos. Nossos dedos se entrelaçaram com tanta firmeza que pareciam se encaixar perfeitamente um no outro.

— Não aqui. – ele falou, simples, e ficou evidente o seu desconforto de estar diante de toda aquela gente.

Então, eu assenti, sem hesitar.

— Majestade. – o chamei baixinho enquanto andávamos pelo salão em direção a saída, estranhando me referir ao Jungkook daquela forma; porém, ainda assim, ele ergueu os olhos curiosos para mim. — Você sabe que eu não sou rei. – expliquei num sussurro, para que só nós dois ouvíssemos, e foi o suficiente para que ele entendesse.

"Majestade" remete ao que é supremo, respeitoso, divino. Aquilo que é majestoso. E é claro que ele sabia que tal pronome só era utilizado para se referir a reis e rainhas.

E ele era um dos poucos que sabiam que, no final, eu continuo sendo um príncipe, já que nos separamos.

Na verdade, era essa a minha dúvida.

E foi aí que ele simplesmente parou no meio do caminho, virando-se para mim com convicção, sem parecer se importar com o fato de estarmos diante de tantos nobres que nem mesmo disfarçavam a atenção que tinham sobre nós.

Mas eu também não consegui me importar com isso.

Porque, nesse momento, tudo o que realmente importava era o sorriso sincero que jazia em seu rosto.

E o quanto eu senti falta desse sorriso.

— Não é uma coroa ou um pronome que fará de você um rei, Tae. – sua voz suave soou muito próxima, na mesma hora em que seu toque acariciou meu rosto com afeto, como se ele admirasse alguma obra de arte. — É você.

Eu não consegui impedir a primeira lágrima de escorrer pelo meu rosto. A sua declaração simplesmente me tocou por inteiro e não havia palavras que pudessem expressar o que eu sentia nesse momento.

Por isso, eu respondi com atos.

Então, foi uma surpresa para ambos quando eu agarrei a mão de Jungkook e simplesmente saí correndo do grande salão, com o moreno em meu enlaço.

Pude ver que ele queria, tanto quanto eu, fugir daquele local.

Pois toda a conduta real que aprendemos desde pequenos era irrelevante. Porque o que realmente importava, agora, era termos um momento só nosso.

Não o nobre Kim Taehyung, não o nobre Jeon Jungkook.

Apenas... Taehyung e Jungkook.

E foi naquele momento que eu finalmente admiti, não só para mim mesmo, mas também para praticamente todos os reinos, o quanto eu gosto de Jungkook.

O quanto eu o amo.


Notas Finais


Eu surto, tu surtas, nós SURTAMOS! KKKKKKK
o Tae admitindo pra si mesmo que ama o JK foi >>tudo<<
E o rei de Chinhwa aparecendo do nada nesse evento???? Haja coração para lidar com esses dois!

Nosso Namjoon finalmente apareceu aaaaaa quem já o amou??? 🥺🥺🥺

Obrigada pela atenção! Fizemos com carinho 🥺 @felicity_nown & @m4ry_tk
Entrem no nosso grupo do wpp! https://chat.whatsapp.com/HXPxPUqrigOLd4phfy6hXd


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