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História Hanahaki-walker - Flowers of Grimwalker


Escrita por: An_celes

Notas do Autor


Essa história possui possíveis gatilhos sobre assuntos sensíveis, leia por sua conta e risco.

Capítulo 1 - Flowers of Grimwalker


Podia dar graças ao Titã que ninguém estava na em casa naquele momento, tinha certas vezes que eles pareciam mais uma irritação constante do que qualquer outra coisa. E esses eram os melhores dias, um sorriso fraco brota no rosto de Hunter mas então ele logo se desfaz e começa a tossir. Ele joga sua cabeça para o lado e tenta não manchar o papel com sangue, diversas flores carmesim pintaram o chão da casa junto ao sangue do loiro.

Legal, agora ele ia ter que limpar isso. Hunter se levanta da cadeira e pega instrumentos de limpeza para tirar os vestígios de sangue.

Enquanto recolhia as flores sangrentas e as colocava no lixo sua mente vagou para onde tudo isso começou, ou ao menos onde ele lembrava.

Estava fazendo seu treinamento matinal enquanto era acompanhado pelo seu palismã, Flapjack. Normalmente fazia perto de casa, fazia aquilo para manter sua forma e também se acalmava durante os treinos. Estava fazendo abdominais quando a porta foi aberta, parou por um segundo para ver quem era e seu coração acelerou, como se soubesse quem era. E seu coração estava certo, Luz aparece radiante na porta e se despede dele rapidamente assim que vê uma garota de cabelos lilás se aproximando de casa.

Hunter ficou a olhando partir enquanto sentia...coisas...isso não era pra ele. Ele não sabia nada sobre sentimentos e muito menos como tratar um companheiro romântico, ele possivelmente só iria machucar os dois. No final era melhor assim, e também ele já tinha se conformado em viver sozinho. Ele ia voltar pro seu treino quando sentiu algo subindo pela sua garganta, ele tosse forte contra a grama que era tão inocente e pétalas caem de sua boca.

Ele olha pra aquelas pétalas curioso, de onde elas tinham vindo? Tinha sido o jantar de ontem? Ele sabia que não era uma boa ideia ter comido aquelas Ervas Ébano, elas tinham fama de causar mal estar em diversas bruxos e bruxas. Mas bem se era só tossir algumas pétalas não era nada de mais, então ele volta ao seu treino.

Hunter finalmente acabou de limpar aquele chão, finalmente podia voltar pro seu trabalho. Mas quando estava guardando os instrumentos, veio novamente aquela sensação subindo por sua garganta. Dessa vez ele conseguiu enfiar seu rosto em algo para segurar sua tosse.

Ele larga aquilo e volta a escrever no papel que tinha pegado do caderno de Luz, na verdade são os papéis. Tomara que ela não se importe com algumas páginas arrancadas. Enquanto sua mão vagava pelo papel deixando palavras, sua mente mais uma vez vagou.

Hunter estava sentado no sofá de casa testando novas combinações de glifos, quando outro novamente explodiu em seu rosto. Não doeu tanto, achava que já estava adquirindo resistência à aquilo. Ao escutar um som de uma risada contida ele se vira para Luz o observando segurando seu próprio bloco de anotações.

-Que foi? Na próxima eu vou explodir na sua cara. -Hunter fingiu falsamente irritação e Luz não consegue mais segurar seu riso.

Ele não podia descrever o quão bom era ve-la sorrir e escutar sua risada. Seus olhos brilhavam no menor dos brilhos e quando eles repousavam na figura de Hunter, seu coração corria e sua mente dançava junto aos sentimentos que não entendia.

Recuperando o fôlego ela finalmente fala.

-Desculpa, é que isso acontece mesmo depois de eu ensinar como os glifos funcionam ao senhor prodígio. -Falou Luz em uma voz brincalhona e manteve o sorriso belo que o loiro tinha se tornando cativo. -Quer que eu te ensine de novo como usar os glifos?

-Não, eu me viro. -Hunter se segura para não dar uma resposta diferente, ele adoraria escutar mais da voz doce que a morena tinha e que serpentiava entre seus ouvidos e lhe parava o coração certos momentos.

Luz então dá dois tapas no ombro de Hunter e se levanta, parecia que ela iria se encontrar com seus amigos naquela tarde. Ele ficou encarando o papel por um bom momento enquanto repetia em sua mente palavras de reprovação, ele não podia interferir na vida da morena só porque estava clamando por sua atenção. Mas ainda era tão difícil, tinha momentos em que sua boca abria mas ele cobria a boca para não falar nada. Sua existência naquele local seria só um estorvo e minimamente desagradável, de pouco em pouco a indiferença dos outros que tinha ao seu favor iria passar a não gostar e depois odiar e depois quem sabe o que mais. Só era mais fácil ficar em casa e era melhor para ambos assim, Hunter tentava matar aqueles sentimentos ruins que apareciam quando Luz saía, e Luz passava o tempo que quisesse com seus amigos enquanto esquecia a existência do loiro.

Espera?! Esquecer sua existência?! Por que você está pensando nisso Hunter?! Maldito coração! Maldito cérebro! Malditos sentimentos!

Hunter nem sente quando aquela vontade de tosse vem novamente, ele simplesmente tosse forte e interminável contra o chão. Mais pétalas caem com algumas gotas de sangue. Quando Hunter para de tossir ele nota o sangue que tossiu e finalmente decide que vale a pena ir atrás de entender o que é isso que ele tinha.

Ele abre a porta do quarto de Eda e a encontra enquanto mexia no seu baú, ela nem tinha parecido notar o loiro até ele falar.

-Eda, você tem algum livro sobre grimwalkers? -Pergunta Hunter ganhando a atenção que queria. Eda se levanta do baú e vai até seu guarda roupa e jogava mais lixo pra cima em busca de algo.

-Por que você quer um livro desses? Atingiu a idade da curiosidade sobre o próprio corpo? -Eda brincava enquanto puxava uma caixa empoeirada e depois a guardava ao perceber que não era o que procurava.

-Não, já descobri o que eu era com 10 anos de criação. Eu estou buscando informações do porque eu estou tossindo pétalas e sangue. -Hunter falou enquanto procurava em uma estande de livros próximo de si. Eda para sua busca e vai até o loiro o segurando pelos ombros.

-Ah quando tempo isso está acontecendo? -Eda perguntou com um rosto preocupado.

-Um mês eu acho. -Falou Hunter não se sentindo muito seguro de sua resposta.

Eda largou os ombros do garoto e pegando um grande livro grosso, ela foi até o seu ninho e chamou Hunter para se sentar ao seu lado. Ele se sentou e Eda falou sobre uma doença que até então era considerada um mito e uma piada, a doença Hanahaki. Uma doença em que plantas começavam a nascer no pulmão do bruxo e quando mais tempo passava sem seu amor ser correspondido, mais fatal era pro bruxo pois essas plantas iam devorar seus órgãos aos poucos.

Tudo isso era considerado uma piada e mito, pois era impossível até mesmo para as Ilhas Ferventes. Mas Hunter sendo um grimwalker e um grimwalker que era considerado uma falha, sua saúde era completamente diferente de qualquer outro ser vivo, ela poderia até ser considerada mais frágil com essa nova descoberta.

Mas ela tinha uma cura, era o seu amor ser correspondido e isso não era uma opção. Luz estava feliz com a sua vida, amigos e namorada. Hunter não tinha o menor direito se tirar isso dela só pra salvar sua vida patética. Mas bem, Eda não aceitou isso de tão bom grado e queria saber quem era a pessoa por quem Hunter se apaixonou para salvarem logo a vida do garoto. Apesar do loiro não querer ele falou quem era, viu que assim era uma possibilidade maior de Eda desistir da ideia de o salvar.

O loiro acompanhou as feições de Eda se transformando e sua mente tentando maquinar algo que pudesse funcionar, ele escutou diversas ideias loucas desesperadas. No final Hunter se cansou do sentimento ruim que agarrava seu coração quando observava Eda tão...abaixo de si. Ele falou com ela que não tinha problema, mas ela nunca dava ouvidos a ele.

-Por que você tem que fazer assim?! Eu só vou morrer, não é algo tão importante assim! -Gritou Hunter junto a Eda.

Isso foi um instante antes que ele recebesse um tapa no rosto, sinceramente ele não tinha sido tão forte quanto nenhum dos golpes que já recebeu, mas era o suficiente para o calar. E também, ele doía de uma forma diferente. Ele agarrou a área do tapa e olhou para Eda que mal conseguia segurar suas lágrimas.

-Nunca mais fale que sua vida não é importante! -Gritou Eda para Hunter.

-Desculpa. -E assim Hunter sai do quarto e da casa, e toma seu caminho para andar pela floresta ao redor da casa.

Ele não entendia porque Eda se importava, de um ponto de vista objetivo seria melhor assim. Sem Hunter por perto teria muito espaço por perto, menos uma boca pra alimentar e com certeza que de alguma forma deixaria todos mais felizes.

Ele não entendia nada disso, ainda mais sua doença. Ela havia sido causada por sentimentos, isso sequer era possível? Era por isso que seu tio falava diversas vezes para matar suas emoções?

Hunter estava com um bloqueio mental. Que palavra ele usaria para definir aquilo? Aprendeu como era divertido escrever, mas seu vocabulário não era tão extenso quanto ele pensava.

Espera o que mais tinha acontecido depois daquele dia?

A vida de Hunter ficou estranha em casa, Eda quase nunca falava com ele e isso preocupou todos da casa. Mas ele deu uma desculpa qualquer sobre isso, enquanto Eda falava para perguntarem ao loiro enquanto bebia mais sangue de maçã.

As tosses estavam se tornando com o passar do tempo, seu sangue tossido aumentava assim como as pétalas e tinha dias em que respirar machucava seu interior. Por isso que ele criou sua própria poção para suprimir a dor que sentia. Mas para as tosses não podia fazer nada além de segurar o máximo para ninguém descobrir, apesar de que em poucas semanas King descobriu e quase falou pra Luz.

Ele quase não o conseguiu convencer de contar a Luz, mas ele também não parecia feliz com a ideia de deixar Hunter morrer. O que essa gente via de tão importante em sua vida afinal? Mas no fundo ele gostava de que eles tinham apreço por sua vida, apesar de não entender.

Mas voltando para o presente, 4 meses depois desta da primeira tosse de pétala e aqui estava ele. Sentindo sua morte se aproximando cada vez mais, e sua ansiedade aumentando. Ele queria esse fim, mas não conseguia o encarar sem sentir medo do fim.

Hunter tosse sangue fortemente em cima dos papéis que tinha escrito, com uma bela flor carmesim em sua boca e seu ar indo embora, antes de desmaiar por falta de ar ele usa o Flapjack para retirar o sangue dos papéis. E então o chão frio e úmido de sangue o abraça, o chão transmite o seu frio que logo iria acolher todo o calor de Hunter.

Esse era o final que ele queria e merecia, estava sentindo coisas no momento. Mas logo ele não sentia mais nada, nem mesmo o seu palismã piando para ele, chorando para ele e clamando para que Hunter se mantivesse acordado. E assim Hunter fechou seus olhos pela última vez.

Alguns dias depois

Todos os conhecidos estavam reunidos com expressões tristes e choronas, algumas chorando lágrimas e outras chorando lágrimas secas, pois seus canais lágrimais secaram exceto o rio de sua tristeza.

Logo a frente de todos estava um graveto crescente da terra, uma pequena árvore de palistrom. Eda tomou a frente de todos junto com seus filhos e sua irmã, ela leu algumas coisas das folhas que Hunter escreveu. Como não entender porque eles se importaram com ele ou o acolheram, mas que ele aceitou isso e se permitiu não se sentir um parasita por um tempo. Como aquela casa era sempre tão barulhada e todos pareciam animais, mas era divertido.

No final Eda não conseguiu mais aguentar de segurar e suas lágrimas caíram como uma cachoeira. Lilith tomou a frente de sua irmã, os filhos de Eda a consolovam sendo que eles também não estavam diferentes.

-Eu nunca vi...relevância na minha vida... -Lilith não estava lá tão longe de sua irmã de alcançar seu ponto de ebulição. -e continuo sem ver...mas a todos que eu conheci e...tiveram o desprazer de me conhecer... obrigado ter sido relevante. Eu acho que é assim...que termina, eu nunca fiz um...desses antes, mas eu...me despeço de todos.

Lilith acaba antes que suas lágrimas caiam. Bruxos trouxeram o corpo de Hunter e o enterraram próximo a árvore de palistrom, seu último desejo era ser importante para ao menos uma coisa.

Os presentes choraram e se entristeceram, sua ida para casa não melhorou isso. Os membros da casa coruja permaneceram até o anoitecer, até mesmo Lilith já tinha ido embora com seus pais. Todos se levantam do chão que estavam e vão para casa, exceto por Luz que fica mais um pouco. Flapjack estava ao lado do que era a cova de Hunter, ele não parecia querer sair de perto de seu amigo mesmo depois de morto.

Luz estendeu sua mão ao pássaro vermelho e ele hesitou por bastante tempo, mas no final pulou em sua mão e depois ombro. Carregando as folhas que Hunter escreveu, ela entrou em casa.


Notas Finais


Eu falo que vou me concentrar em uma história e crio outra, assim não dá.


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