1. Spirit Fanfics >
  2. Harvest Moon: Life In Summer Valley >
  3. Afogamento e Discussão

História Harvest Moon: Life In Summer Valley - Afogamento e Discussão


Escrita por: LorenaLuiza e Balleseros

Notas do Autor


Acho que estou colocando Festivais demais, mas tudo bem... Boa leitura~

Capítulo 7 - Afogamento e Discussão


POV. LOUISE
Finalmente, pudemos comprar sementes que prestassem com o dinheiro do Dylan. Menos os malditos abacaxis, já que comprá-los seria jogar dinheiro no lixo. Já haviam passado uns dias e o tempo de verão restante não seria o suficiente para que eles crescessem e amadurecessem. É, nada de abacaxi naquele ano.
Mudando o assunto, as coisas estavam melhorando por lá. Mesmo que às vezes fosse puxado para conseguir comida para os animais, fertilizante para as plantas e coisas comuns que precisávamos em casa, a vida não era ruim. O prefeito da cidade sempre nos elogiava, dizendo que a qualidade dos produtos estava muito melhor do que quando começamos e que o pessoal da cidade gostava ainda mais da gente. E, com isso, meu orgulho que já era grande só ficava maior.
Com a qualidade maior, pudemos finalmente participar do bazar semanal. Em Summer Valley, acontecia uma feira, onde todos podiam levar coisas que queriam vender pagando uma taxa pequena por um espaço, para montar sua tenda. E valeria muito a pena ter uma tenda lá, já que os preços que os clientes pagavam eram maiores do que os comuns. Juntamos os melhores produtos que tínhamos: garrafas de leite, cebolas, milho, tomates, ovos e etc. Levamos para lá bem cedo e começamos a montar nossa lojinha.
Por sorte, até que pudemos vender bastante. Sobrou bastante milho e ovos, mas do resto quase nada. Com o dinheiro que conseguimos naquele dia, pudemos finalmente planejar o lago na fazenda e até mesmo uma expansão na casa. Dylan conversou com o pessoal da carpintaria e disse que, em breve, me diria o que seria preciso.
Poucos dias passaram e, ao assistir tevê, vi que tinham marcado o Festival do Verão. O pessoal sempre via a previsão do tempo e escolhia o dia mais quente da estação, então marcavam o Festival nessa data. Quem estava interessado, ia para o rio do vale. E é claro que eu e Dylan sempre gostávamos de ir, então arrumamos as coisas e tiramos o dia de folga.
A cachoeira chamava muito mais a atenção do que o rio, mas ninguém ia lá porque era perigoso. As crianças pequenas enlouqueciam de curiosidade, mas podiam escorregar e se machucar. Até eu já quebrei o braço por causa de uma queda por ali, apesar disso nunca deixei de passear por lá. Escondida, é claro. No dia do Festival, vesti um maiô azul escuro e short jeans. Botei uma regata por cima e Dylan só a bermuda, mesmo, e chinelos. Saímos passando na casa das pessoas que moravam perto da fazenda, chamando todo o mundo para ir conosco.
– Você sabe que eu não gosto de nadar. – falou Leo, quando Dylan o convidou para ir também.
– Para de frescura, se acontecer alguma coisa eu te salvo! – respondeu o meu irmão, se sentindo o salva-vidas.
– É agora que não quero ir, mesmo! – Leo fez cara de nojo e se virou para entrar no pet-shop outra vez.
– Poxa, Leo, vamos lá... Por favor. Vai ser divertido! – pedi, quase que implorando. Seria muito chato ficar sozinha por lá, já que o Dylan ficaria perto da Bianca. – Vamos?
– Tá, mas só vou ficar um pouquinho.
– Ótimo!
Nem precisamos passar no restaurante para chamar Ivan, Isabel e os outros. Eles já estavam indo, com a Isa carregando umas boias ridículas. Depois, encontramos Kristina, a enfermeira, e David, o fotógrafo, junto com seu filhinho. Não falei nada quando Krissie andou coladinha do lado do Ivan, só fiquei olhando.
Todos fizeram o caminho de volta junto comigo e passamos para a floresta, cortando caminho pela fazenda. Fizemos uma trilha curtinha até a cachoeira, e depois fomos seguindo o curso da água até chegar num ponto onde encontramos um pessoal. Dylan saiu correndo e arrancando a camisa quando viu a Bianca de biquíni cor de rosa, nadando. Então, pulou na água e os dois ficaram lá, rindo bobamente.
Eu só tirei a regata e continuei de short. Sentei na beirada do rio, balançando os pés na água, e fiquei olhando o que os outros faziam. Leo sentou do meu lado. Krissie tirou o vestidinho e ficou com um biquíni verde, que destacava ainda mais o corpo negro e bonito que ela tinha. Só fiquei olhando a cara do Ivan ao vê-la, mas não disse nada. Depois, os dois foram passear na direção da cachoeira. Ativei o botão do feda-se: se ele preferiu ficar lá com ela, bem feito se caísse e se machucasse.
– Tá engolindo o ruivo com os olhos – disse Leo, do nada. –, parece bêbado olhando garrafa de pinga.
– Fica quieto. Eu não tô nem aí pra ele.
– Ah, tô sabendo...
Mudei de assunto, irritada com aquela chatice toda dele.
– Você não vai entrar na água? – perguntei.
– Por que quer saber?
– Sei lá, você não tirou ainda a camis...
Calei a boca, ao perceber que a minha frase ficaria extremamente estranha e constrangedora. Leo franziu o cenho, depois começou a rir.
– Eu não sabia que você é tão tarada, Louise.
– Cala a boca! Eu só quero saber se você vai entrar ou não, porque se não for eu vou sozinha.
– Não vou, não. Tô ótimo assim.
– Então fica aí, seu covarde. Medinho de se afogar?
– Aham, tô mortinho de medo.
Debochei dele mais um pouco e depois pulei na água com short e tudo. Abri os olhos com dificuldade e vi que o meu cabelo flutuava à minha volta de um jeito bonito. Pensei ter visto algo brilhar no fundo do rio, mas devia ser só uma pedrinha ou algo do tipo. Emergi ao ver dois pares de pernas boiando um pouco longe de mim. Dylan devia estar ensinando a Bianca a nadar, ou algo do tipo, e segurava a cintura dela enquanto a menina abraçava seu pescoço. Argh, que nojo.
Até saí de perto pra não ter que ficar olhando aquela cena “vomitável”. Ivan e Kristina não tinham voltado ainda, mas nem me preocupei. Se bem que, se ele foi burro o suficiente pra me ignorar, podia ter usado a burrice pra tentar fazer alguma macaquice e se exibir pra Krissie. Não, ele não faria isso. Varri aquela possibilidade da minha cabeça e voltei para perto da borda do rio, ainda sem sair da água.
– Onde você acha que eles foram, Leo?
– Eles quem?
– O ruivo e a menina.
– Não sei. Quer ir lá ver? Vai que aconteceu alguma coisa.
– “Cê” vai também?
Eu saí da água, vesti minha regata e procurei meus chinelos. Depois, avisei o Dylan que estava indo procurar o Ivan e entrei na floresta. Eu e Leo fomos seguindo o barulho da cachoeira até chegar às quedas d’água.
Kristina estava olhando para a água com uma expressão incomodada no rosto. Fui para perto dela e perguntei o que tinha acontecido, mas ela deu um pulo de tão assustada que ficou.
– O Ivan disse que viu algo brilhando no fundo e ia pegar pra ver o que era.
– E quanto tempo faz isso?
– Sei lá, Louise! Uns trinta minutos, eu acho... – declarou, preocupada.
Fiquei branca. Ele tinha se afogado ou sei lá? Na boa, nem tive chance de dar uns pegas no cara e ele já morre?!
– TUDO ISSO? E POR QUE NÃO CHAMOU NINGUÉM? SUA DOIDA! – berrei, tirando a camisa e os chinelos. – EU VOU LÁ VER!
– M-mas Louise! E se acontecer alguma coisa com você, também?
– SE ACONTECER, PELO MENOS EU TENTEI, DIFERENTE DE VOCÊ! É MÉDICA, MAS NÃO TÁ NEM AÍ PRAS PESSOAS!
Nem ela nem Leo tiveram tempo pra tentar me impedir. Joguei-me na água e realmente vi algo brilhar lá no fundo, envolvido por uma mão. A mão do Ivan. Nadei até o fundo e tentei puxá-lo para a superfície, mas era pesado demais. Eu já estava quase perdendo o fôlego, mas precisava tirá-lo de lá.
Quando realmente não aguentava mais tentar, alguém apareceu e me ajudou a levá-lo para cima. A água borrava o seu rosto e eu estava cansada, quase desistindo, fechando os olhos. Não me lembro de nada embaixo da água depois disso, mas depois senti meu corpo bater no chão. Respirei e senti o ar entrando, com uma sensação boa por estar viva. Abri os olhos e olhei para o lado. Ivan estava desmaiado bem ali. Quando olhei pra cima, vi o Leo desesperado e todo molhado, com o cabelo pingando.
– Puts, Louise... – falou ofegante, e saiu andando de um lado pro outro. Escondeu o rosto com uma das mãos...
– Você tá chorando?
Levantei-me, apesar do corpo estar pesado. Tossi um pouco e não soube se deveria ver se o Ivan estava bem ou perguntar o porquê do choro do Leo. Decidi não mexer com o Ivan, pois poderia piorar as coisas. Fui para perto do Leo, que estava de costas pra mim.
– Leo, o que foi? Não chora, tá tudo bem.
– Não tá tudo bem. Você podia ter morrido. O que eu faria se você estivesse morta? Louise, você não faz ideia do quanto eu me preocupo com você... – ele ainda escondia os olhos com uma das mãos.
Afastei-a do rosto dele. Os olhos meio japoneses estavam avermelhados, mas ele não chorava mais.
– Desculpa, mas você não precisa ficar triste. Eu tô aqui, olha – fiz um gesto para ele olhar pra mim. –, inteirinha. Não aconteceu nada. É que eu precisava ajudar o Ivan, ele precisava da minha ajuda. Entendeu?
Leo passou a mão na testa, tirando o cabelo dos olhos, e me olhou incrédulo.
– Você não vê, não é?
– O que eu não vejo?
– Que ele não tá nem aí pra você. Ele não sente nada, desista. Pare de se humilhar, isso não vai mudar o que ele pensa sobre você. Abra os olhos.
Aquilo me atingiu como um soco na cara. No fundo, eu sabia que o Ivan não tinha o mesmo sentimento que eu, mas me recusava a acreditar. Mesmo assim, fiquei ofendida com o que ouvi.
– C-cala a boca, você não sabe de nada!
– Cala a boca você, Louise. Fica querendo dar uma de heroína, salvar o dia e tal, pra querer impressionar o cara. Pode até tentar, mas saiba que não vai dar certo! Ainda tenta parecer inteligente, sendo que não tem capacidade nem pra ver que não tem a menor chance com o cara que gosta!
Não sei como, mas nós já estávamos discutindo.
– Por que você tá jogando isso na minha cara?! O que eu fiz?! – minha voz estava falhando e trêmula. – E, também, quem é você pra dizer quem pode gostar de mim ou não?
– Eu sou o cara que te conhece melhor do que qualquer um, caramba! Apesar de você nunca escutar o que te digo! Sabe o quanto eu me preocupo com você, o quanto gosto de você? Muito mais do que esse cara desmaiado aí! Eu fico atrás de você o tempo todo, faço o que você quer, aí você vai e se apaixona por quem? Repito, por esse cara aí. Sério, juro que não te entendo, Louise. Por que fica se esforçando por uma pessoa que nem mesmo liga pra você, que nem te dá atenção? E não me entendo, também. Eu devia ter te impedido de tentar salvar o cara, mas não fiz isso. Você sempre se mostra responsável, mas faz tudo errado...
Fiquei parada, estupefata com tudo o que ele dizia. Doía muito ouvir aquilo, principalmente dele. Nós sempre nos demos bem... Eu nunca quis brigar com ele.
– E-eu só quis ajudar o Ivan. Não queria te deixar bravo nem nada, então para, por favor.
– Sei que não foi sua intenção fazer isso, que você só queria ajudar e tudo mais. Mas, como seu amigo, eu preciso tentar te fazer perceber o que tá acontecendo.
Eu teria respondido se não tivesse ouvido o Ivan tossir, lá atrás. Se ele estivesse acordado, tinha ouvido aquilo tudo? Ai, meu Deus!
– Ivan! Você está bem? – fui para perto, ignorando o Leo. Dei uns tapinhas nas costas do ruivo, fazendo-o cuspir um pouco d’água.
– Estou. Cadê a Krissie?
Eu salvo ele, e ele quer saber da Kristina? Ah, na boa, chega de viver!
– Ela foi buscar ajuda.
– Foi você que me tirou da água?
– Sim, mas se o Leo não tivesse ajudado, estaríamos em apuros. Eu não consegui te levantar e acabei quase me afogando junto. Aí ele pulou na água e ajudou nós dois.
– Obrigado...
– Não foi nada.
Dylan apareceu correndo desesperado em minha direção e me deu um abraço sufocante. Bianca e Krissie vieram logo atrás dele e foram socorrer o Ivan, depois de jogarem uma toalha nos meus ombros. Tudo o que tinha acontecido ainda passava na minha cabeça como um filme, só que mais rápido.
Ivan ficaria bem. Tinha engolido água pra caramba, mas tudo estava o.k. para ele. Fiquei aliviada, mas ao mesmo tempo arrependida por ter desejado mal para ele e para Krissie naquela hora... Se eu soubesse que tinha o poder de fazer tudo o que eu dizia acontecer, teria falado para tudo ficar bem entre mim e o Leo.
Eu também estava bem, pelo menos fisicamente. Já minha mente estava uma bagunça total, já que ter brigado com o meu melhor amigo acabou comigo. Alguns dias passaram e nem coragem para falar com ele outra vez eu tive. Tudo o que o Leo tinha falado ainda ficava repetindo na minha cabeça, de um jeito irritante. Era como se minha consciência ficasse repetindo “vá pedir desculpas, vá pedir desculpas”.
Ah, e o Ivan... Nunca mais falei com ele. Realmente, o que o Leo disse abriu meus olhos. Eu não quis atrapalhar a relação dele com a Kristina do meu jeito mesquinho. Se ele gostava dela e não de mim, que fizesse bom proveito. Eu não devia ficar remoendo e remoendo tudo o que sentia. Devia apenas esquecer.
Tentei fazer tudo ficar como era antes, mas simplesmente não dava.
Parece que eu precisaria engolir o meu orgulho e ir logo falar com ele.

Notas Finais


Um comentário não mata. Plz? ;D


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...