— Sra. Avery e sr. Arreaga, onde vocês estavam ontem a noite? – o policial perguntou assim que fechou a porta.
— Ah… Nós estávamos juntos… – olhei para Brandon que me encarava.
— E onde estavam? – o homem nos encarou com uma sobrancelha arqueada.
Se eu contasse onde passamos a noite juntos, certeza que teríamos encrenca. Entramos numa boate se passando por outra pessoa e ainda somos menores de idade. Quer mais problemas que isso?
— Desculpa xerife… Stuart. – Justin interveio, olhando para o nome do homem bordado em seu uniforme de trabalho. — Depois da escola fomos estudar na biblioteca, perdemos a hora e acabamos indo esfriar um pouco a cabeça no parque, adormecemos lá. Eu avisei pro meu amigo, se quiser te mando o número dele para confirmar.
— Não precisa, eu confio em você. – suspirei aliviada. — Mas, da próxima, avisem a mãe de vocês. Elas me ligaram desesperadas dizendo que ambos estavam desaparecidos e não tinham dado notícias. Eu entendo como é namorar na adolescência mas tenham um pouco mais de responsabilidade.
— Ah, mas nós não…
— Pode deixar xerife. – o loiro ao meu lado sorriu e o policial se despediu de nós logo indo embora.
— Eu sabia! Minha mãe vai me matar por ter passado a noite fora… – me virei para o garoto que estava ao meu lado.
— Relaxa Claire, eu já dei uma desculpa para o policial. Ele deve dizer que estamos na escola e, quando chegar em casa, é só dizer o que eu falei. – deu de ombros e eu ri sem humor.
— As coisas não são fáceis como imagina, senhor Bieber. – cruzei os braços. — Bom, eu preciso voltar pra aula, você deveria fazer o mesmo. Até mais tarde. – mudei de assunto, dando um beijo em sua bochecha e não demorei muito para entrar novamente na sala.
Todos na sala estavam fazendo dever enquanto o professor estava sentado em sua cadeira fazendo suas coisas. Fui até o meu lugar e me sentei. Mal tinha me sentado e Emma se virou para trás, curiosa para saber o que tinha acontecido.
— E aí? O que o policial queria? O que você e o Justin aprontaram?
— Emma, faça o seu dever. – o professor chamou a atenção da loira sem desgrudar os olhos de seus afazeres.
— Desculpa professor… – ela se virou de lado, pegando seu caderno para o colocar em cima da minha mesa. — Diz logo! – exclamou num tom baixo para que o professor não chamasse sua atenção novamente. Olhei para o professor logo voltando meu olhar para a loira e ri fraco.
— Isso ficarei te devendo. Não é nada demais. – abri meu caderno logo começando a copiar o dever do caderno de Em.
Depois de um dia normal na escola, dei graças a Deus por ter chegado em casa e por hoje eu não ter esbarrado com Austin e muito menos Amy ter me irritado. Abri a porta de casa e fui até a cozinha – por mais que eu não quisesse, comeria um pouco para manter a promessa a Justin – onde logo vi meus pais.
— Mãe? Pai? – perguntei confusa, parando em frente a entrada da cozinha.
— Oi minha filha! – meu pai me cumprimentou enquanto passava ao meu lado segurando uma panela. Deu uma cutucada na ponta de meu nariz e eu sorri sem mostrar os dentes.
— O que está acontecendo? – entrei na cozinha e fui até a geladeira para beber um pouco de água.
— Nós temos um almoço de trabalho e seu pai resolveu marcar aqui. – minha mãe saiu da cozinha com pratos e talheres.
— Então eu vou me arrumar e comer numa lanchonete. – terminei de beber minha água e guardei novamente minha garrafinha dentro da geladeira.
— Nada disso mocinha, você vai ficar aqui. Você tem que participar desse almoço, pois meu chefe vai trazer o filho dele também. – revirei os olhos me negando a aceitar aquilo.
Eu não fiquei feliz de não ter visto o Austin hoje à toa. Eu não quero o ver nunca mais, muito menos em minha casa.
— Pai, você sabe que eu e o Austin terminamos… – cruzei os braços.
— Eu sei minha filha, mas o pai dele não sabe e, pelo jeito, quer vocês dois juntos a qualquer custo. Sem vocês dois juntos, sua mãe e eu podemos ser demitidos.
Assim que meus pais começaram a trabalhar na empresa do pai de Austin, ele marcou um jantar na casa dele e pediu para que eles me levassem junto. Lá, ele me apresentou para o Austin e começamos a namorar. O que me arrependo profundamente.
O pai dele quer que ele e eu nos casemos para assumirmos os negócios da família e, caso eu e Austin terminemos – o que já aconteceu – ele inventou que poderia despedir meus pais. O que eu não quero que aconteça, mas também sei que não aconteceria. O garoto sempre foi um pé no saco comigo, mas, por algum motivo, ele não contou para o pai dele que terminamos e por enquanto é melhor assim.
— Filha, ature o Austin pelo menos pelo seu pai. – minha mãe pediu, fazendo um carinho em minha bochecha.
— Pensei que vocês iam se divorciar. – meus pais se entreolharam e sorriram de canto.
— Nós chegamos a um acordo. – abriu um sorriso cúmplice ao meu pai e eu o encarei confusa. — Os adultos são difíceis de entender, um dia você vai saber do que estamos dizendo. – foi a única coisa que minha mãe disse. — E então? O que me diz?
Olhei para o meu pai que usava seu terno da sorte e depois para minha mãe que estava tão bem-arrumada quanto ele. Eu não queria estragar tudo por causa do Austin. Encarei os olhos esverdeados de meu pai e mordi meus lábios.
— Tudo bem. – me rendi. — Vou só tomar um banho e já ajudo vocês a arrumarem a mesa.
— Sabia que podíamos contar com você! – minha mãe me abraçou parecendo estar orgulhosa.
— Ah! Filha. – meu pai me chamou enquanto eu subia as escadas. — Onde você passou a noite? Estávamos preocupados com você, sua mãe até avisou ao xerife da cidade.
— Bom… Depois explico melhor. – corri para o segundo andar, indo direto para o meu quarto para separar a roupa que eu usaria.
Depois de tudo pronto, finalmente desci as escadas indo para a sala de jantar. Usava um vestido preto com renda acima dos joelhos e um salto pequeno da mesma cor que o vestido.
Chegando à sala de jantar, vi minha mãe, meu pai, o pai de Austin, uma mulher e ninguém menos que ele: Austin. Sentei-me na cadeira que havia sobrado ao seu lado e o sr. Mahone sorriu assim que me viu.
— Bom podemos comer agora que ela chegou? – o moreno bufou.
— Austin, respeito! É assim que se trata uma mulher? – seu pai o repreendeu.
— Oi meu amor, como vai? – o garoto sorriu forçado olhando para mim.
— Ah tudo bem, gatinho. – sorri forçadamente, o dando um beijo de esquimó. A vontade que eu tinha era de dar um tapa na cara dele, porém, me segurei o suficiente e não dei.
— Vamos nos servir! – minha mãe exclamou abrindo uma panela cheia de lagostas. Todos pegaram seus pratos e começaram a se servir.
Depois do almoço, o sr. Mahone nos apresentou a mulher que estava conosco e eu simpatizei muito com ela. Seu nome era Pattie e ela havia dito que tinha um filho da nossa idade e que estudava na mesma escola que Austin e eu. O moreno ao meu lado ficou interessado em conhecê-lo, principalmente eu. Pelo que ela disse sobre ele, ele parece ser uma pessoa muito legal.
— Bom, que tal agora vocês dois subirem enquanto nós aqui conversamos sobre o trabalho? – o sr. Mahone olhou para nós sorridente. Austin e eu assentimos e, contra minha vontade, subimos para o meu quarto.
— Por que você não contou pro seu pai que terminamos? – perguntei assim que entramos em meu quarto.
— Porque eu estaria sendo infantil colocando assuntos nossos contra os seus pais. Fazer seus pais serem despedidos por sua culpa… Não é o que eu quero. – fiquei a sua frente enquanto ele se sentava na beira de minha cama.
— Pensei que quisesse me ver mal… – olhei para o chão.
— E eu quero. – se levantou, ficando a minha frente. — Mas há outras maneiras de acabar com você. – encarei-o por um segundo e fechei meus punhos.
— Você é um idiota, não é mesmo Austin? Você já acabou com a minha vida faz tempo mas eu não vou abaixar minha cabeça pra você. Jamais.
— Como é?
— Você escutou, não é surdo. – dei de ombros e peguei meu celular que estava em cima do criado logo indo para a varanda. Não demorou muito para que eu sentisse mãos em meus ombros e meu corpo virou-se num ato brusco, fazendo com que eu quase derrubasse meu celular no chão.
— Claire, sem joguinhos… – Austin me prensou na varanda e apertou minha cintura.
— Me solta. – grunhi tentando me desgrudar dele, mas sem sucesso já que ele era mais forte que eu.
— Não seja malvada, eu estou apenas querendo brincar com você. – riu maldosamente, abaixando uma das alças do meu vestido. Filho da puta! Eu não acredito que ele quer fazer isso comigo!
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