História He Is My Angel - See you in detention;

JUSTIN BIEBER

Beijava Claire com desejo e um mar de lembranças me veio em mente. Eu sentia sua falta, sentia falta das suas risadas, suas palhaçadas… Do seu corpo… Aquela garota era perfeita e eu odiava dizer que ela não era minha. Porra! Ela era e é minha sim!

— Justin me solta! – Claire me empurrou fortemente para trás e passou a costas de sua mão esquerda em sua boca. Passei o dedo polegar em meu lábio inferior, como se sentisse seus lábios ainda juntos aos meus. — Você acha mesmo que eu vou voltar com você agindo como um escroto?

— Eu não sei, me diz você. É dos escrotos que você gosta, não é mesmo?

— Do que você tá falando? – franziu o cenho.

— Não se faz Claire. – fiz cara feia. — Mesmo depois de tudo o que o Austin fez você ficou com ele de novo. Pensei que, se eu fosse um filho da puta como ele, você fosse me querer de volta também.

— Você só pode estar maluco, Justin. As coisas não funcionam assim. – revirou os olhos. — Eu só fiquei uma vez com ele porque eu estava bêbada e não é um beijo forçado que me fará voltar com você.

— Eu sei disso. Mas eu também não vou deixar você ficar com outro tão fácil assim. – cruzei os braços.

— Eu não estou com ninguém…

— Ah não? E o Austin? Pensa que eu não sei que vocês estão tendo um lance? Eu posso ter vacilado feio com você, mas o que ele fez nem chega aos pés. O que ele fez foi bem pior e você sabe disso.

— Eu não te devo satisfações Justin… – desviou seu olhar do meu.

— Verdade, não deve. Mas eu não pensei que você fosse ficar com um estuprador. – disse com repulsa.

— Do que você tá falando? O Austin não me estuprou e que eu saiba ele é o seu amigo. Ou na hora de tentar voltar comigo ele não é e por isso você fica jogando as merdas dele no ventilador?

— Não estuprou mas quase. Se você não tivesse conseguido tirar ele de cima de você, não sabemos o que poderia ter acontecido, não finja que se esqueceu de algo tão sério. – respirei fundo. — E ele é meu amigo sim Claire, mas não anula o que ele fez. Eu nunca vou me esquecer disso, por mais que ele tenha mudado.

— Tá legal Justin. – Claire suspirou. — Por que em vez de você se meter na minha vida, não vai atrás da mãe do seu filho?

— Porque é você que eu amo! Você não entende que é com você que eu quero ficar e não com a Megan? – segurei em seus pulsos e a encarei fixamente.

— Eu. Desisti. De. Nós. – pontuou cada palavra dita com a voz falha. Tentei perguntar o porquê, mas não consegui. Nenhuma palavra queria sair de minha boca, por mais que eu tentasse.

Eu queria dizer que ela não podia desistir de nós, dizer que o meu amor por ela era tão profundo que eu daria meu último suspiro para ficar ao seu lado, mas… Não consegui. E mais uma vez, a vi ir embora. E, como um tolo que sou, fiquei parado observando a morena sair da garagem em passos apressados e me deixar sozinho.

Dizem que um homem não pode chorar, pois acaba com a “masculinidade” dele. Não, eu não chorei. Apenas deixei uma simples lágrima escapar de meus olhos. Como dizem sempre, chorar é para garotas e, chorar pela pessoa amada, também é para garotas.

CLAIRE AVERY

Eu não devia ter dito que desisti de Justin e eu. Eu devia ter tido que o amava, assim que ele disse que me amava. Tudo poderia ficar bem, não é? Então… Por que eu disse que desisti? Eu me odeio profundamente por isso. Agora, só de pensar que talvez não possamos mais ter uma chance se quer me dói.

— Ei Claire! – escutei alguém me chamar e olhei para trás. Era… Zayn?

— Zayn? O que faz aqui? Pensei que já tivesse ido embora. – passei as mãos em meu rosto para que ele não percebesse que eu chorava.

— Na verdade, quando eu estava quase longe daqui, eu vi seu celular no banco do passageiro e achei que você fosse querer ele de volta. – sorriu mostrando meu celular e eu ri.

— Obrigada.

— Ah… Não sei como perguntar isso e pode até parecer estranho mas… Você gostaria de sair comigo hoje a noite?

— Zayn…

— Eu sei, eu sei, nem nos conhecemos pra isso. – o garoto me interrompeu. — Eu sou apenas o cara que esbarrou em você na padaria e te deu carona. Quer saber? Esquece. Foi idiotice minha perguntar isso. – o moreno começou a falar. Ele estava vermelho e parecia nervoso. Não me aguentei e ri.

— Eu ia dizer que pode ser. – sorri. — Você tem razão, não nos conhecemos direito. Mas sair com você vai ser bom porque vamos poder nos conhecer e, se você fosse um psicopata, teria me matado no caminho da padaria pra cá. – Zayn riu.

— Me desculpe por isso, eu sou muito ansioso. Fiquei com medo de que você me achasse um completo estranho por te chamar pra sair assim do nada e… Droga! – balançou a cabeça negativamente. — Eu estou fazendo de novo. Desculpe. – olhou para mim e eu ri. — Então… Eu te pego hoje às oito. Pode ser?

— Claro! – o sinal para a primeira aula tocou e me despedi de Zayn. Ele me desejou boa aula e correu antes que ficasse preso na escola.

Fui até a sala de aula onde já se encontravam todos e me sentei ao lado de Amy que dormia enquanto escutava música. Austin estava logo no fundo ao lado de Justin que me encarava fixamente. Tentei ignorar os dois e coloquei meus fones de ouvido logo entrando em um mundo só meu.

Fechei meus olhos e tentei imaginar algo bom, mas a única que eu conseguia pensar era em Justin e na conversa que tivemos no estacionamento. O jeito que ele me beijou, o modo que ele me tratou… Somente me lembrar daquilo fazia o meu corpo estremecer. Não importa o que aconteça, eu o amo e eu me acho tão idiota ainda gostar dele mesmo depois de tudo.

Dei uma rápida olhada para trás vendo Bieber e Mahone sentados um ao lado do outro. Austin olhava para o quadro coçando o queixo, na certa tentando entender a matéria enquanto Justin me olhava de uma forma intimidadora. Ele parecia não se importar se eu o olhava ou não, continuava a me encarar com aquele olhar sombrio e amedrontador.

Virei-me para frente e vi o professor em minha frente numa pose autoritária estendendo uma de suas mãos para mim. Amy já estava acordada com uma cara emburrada e eu não conseguia entender nada. Retirei o fone e escutei várias pessoas reclamando.

— Sra. Avery, o celular! – pediu irritado como se já estivesse pedindo meu celular há horas. Entreguei o celular para ele e ele foi para os fundos para pegar os celulares dos meninos.

— Acho isso injusto professor. – Amy reclamou ao meu lado prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo.

— Injusto? Sra. Marano, você estava dormindo na minha aula! – o professor guardou todos os celulares na gaveta de sua mesa.

— Dormir é uma necessidade. Ninguém aguenta escutar você falando o tempo inteiro sobre as matrizes e o binômio de Newton. – revirou os olhos.

— Marano, detenção no final do dia!

— Não ia fazer nada importante depois da escola mesmo. Pelo menos vou poder dormir sem o senhor enchendo meu saco. – deu de ombros. — Aí, alguém avisa ao meu namorado pra que ele não espere no final da aula. Um professor chato de Física me deixou de detenção! – a morena exclamou irritada olhando fixamente para o professor, o que me fez rir.

— Por acaso eu disse alguma piada senhorita Avery? – perguntou chamando minha atenção.

— Não, é que… Eu só achei engraçado o que ela disse. – me encolhi.

— Ah, claro. Então acho que na detenção você vai rir bastante junto com a sua amiga. – sorriu sem mostrar os dentes e eu abri a boca indignada, mas nenhum som saiu. Aquilo só podia ser brincadeira.

— ‘Aê professor, você fica estressado com tudo. Acho que você podia ser mais tranquilo, sabe? Estresse faz mal. – Austin disse e Justin riu.

— Mahone e Arreaga, os dois estão na detenção também. Mais alguém quer ficar junto com os quatro? – bateu as mãos em sua mesa.

— Caralho! Eu não fiz nada! – Justin tentou se defender mas o professor apenas revirou os olhos. — Eu não faço mais é nada na sua aula também. Foda-se. – jogou o caderno que segurava em cima de sua mesa e cruzou os braços. Além de ficar pela primeira vez na detenção, eu teria que ficar com Justin e Austin. Meu dia poderia ficar pior? Bom, eu acho que não.