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História Head Above Water - Yoonkook - Fourth


Escrita por: babyncrln

Capítulo 4 - Fourth


  Eu realmente não esperava que Jungkook fosse me buscar na porta de casa após a aula do dia seguinte. Mas lá estava ele, cruelmente lindo, em cima de uma moto e com um sorriso arrasador. Senti até meu coração falhar algumas vezes e esperei um infarto naquela hora, mas não veio, acho que pensaram que eu deveria sofrer mais um pouco, porque quando eu fui ao seu encontro, minha mãe chegou. Comecei a ficar nervoso e Jungkook ficou confuso. Antes mesmo de cumprimentá-lo devidamente, eu disse desesperado.

— Acho melhor irmos logo... – falei um pouco rápido demais, olhando fixamente para a minha mãe saindo do carro com um sorriso gigante. É hoje que eu acabo com a minha própria vida...

— Por que? Aquela mulher é sua mãe? – perguntou ele, olhando da minha mãe para mim.

— Sim, vamos?! – chamei-o, apertando seu braço inconscientemente enquanto ela se aproximava. – Aí merda...

— Você está com vergonha de mim? – indagou Jungkook, um pouco baixo e eu tive que encara-lo para ver se eu tinha ouvido certo.

— O quê?! Não, claro que não! Estou com vergonha dela... – exclamei baixinho, só para ele ouvir. – Por favor, vamos logo...

— Não, eu quero conhecê-la. – interviu ele, me provocando com um sorriso. Eu quase chorei naquela hora, tanto de felicidade quanto por desespero. Por um lado, ele queria conhecer minha mãe, isso dava indícios de uma relação séria, não é? Já do outro, era quase certeza que ela faria ele se afastar por tamanha vergonha.

— Yoongi, meu querido, vai sair? – questionou minha mãe, sem disfarçar o grande sorriso. Assenti um pouco envergonhado. – E quem é seu amigo?

— Jeon Jungkook, senhora. – respondeu o mesmo, sorrindo daquele jeito que só ele fazia. – É um prazer conhecê-la...

— Min Jinjoon, igualmente... ow, você deve ser o garoto com quem Yoongi fica desesperado no celular... – pronto, agora eu podia morrer. Jungkook me olhou sorrindo e eu corei, querendo estar em outro lugar.

— Espero que sim... – comentou Jeon satisfeito, o que fez minha mãe me lançar um sorrisinho sacana. – Espero que a senhora permita que Yoongi saia comigo hoje.

— Claro, se você vier jantar qualquer dia desses conosco, eu iria adorar... – começou ela e eu vi o mesmo sorrir, adotando a ideia.

Até porque você nunca desperdiça chances para me envergonhar... – resmunguei baixinho. – Depois pergunta porque eu não tenho amigos...

— O que disse, querido? – indagou minha mãe, sorrindo falsamente.

— Eu disse que temos que ir... – menti, sorrindo fraco.

— Ah, claro, tchau Jungkook e cuida do meu bebê. – eu queria tanto bater na minha mãe e tirar aquele sorrisinho vitorioso dela. Ela logo me abraçou e sussurrou – Isso foi por você não ter me contado que seu namorado era muito bonito... – ela se afastou e eu estava tão corado e irritado, que nem vi Jungkook rindo de mim. – Não voltem tarde...

— Sim, senhora Min! Vamos, bebê?! – chamou ele, me despertando da minha fúria e sorri com o apelido.

— Vamos... – eu era todo sorriso ao lado dele. Não me admiraria se alguém me chamasse de idiota naquele momento, Jungkook era muito para mim. Isso era fato.

Ele subiu em sua moto, me entregando um capacete preto e colocando o próprio. Eu coloquei o mesmo e subi, sem saber onde me segurar, até que suas mãos pegaram as minhas e colocou-as envolta da sua cintura. Rapidamente o abracei, segurando firme e vi de relance um sorriso pequeno. Sorri discretamente e olhei a paisagem conforme me distanciava de casa.

Eu nunca havia andado de moto, por medo e por não ter ninguém que quisesse me dar carona, mas para uma primeira vez, eu estava adorando. O vento batia contra nossos corpos e a sensação de se movimentar com rapidez fora de um automóvel fechado era magnífico. A liberdade era, com certeza, a melhor parte. Apertei mais um pouco Jungkook, por algum milagre, inalando seu perfume amadeirado excitante e relaxei conforme íamos parando no semáforo a frente.

— Você está bem? – perguntou ele, olhando um pouco preocupado sobre os ombros, enquanto levantava a viseira do seu capacete. – Quer que eu pare um pouco?

— Não, eu estou ótimo... – respondi, sorrindo um pouco tímido. – É que é a minha primeira vez andando de moto e eu nunca pensei que era tão... bom!

— Vou te levar para andar mais vezes então, gosto de sentir você me segurando firme inconscientemente... – comentou sorrindo. Corei vergonhosamente e afrouxei o abraço. Até com um capacete ele parecia uma perdição. Tão rebelde e sexy.

— E-Eu não tinha percebido... – murmurei, mas mesmo assim Jungkook riu e voltou a fechar a viseira, dando partida na moto.

Voltei a encostar minha cabeça em suas costas, entretanto, não fiquei tão agarrado. As paisagens da cidade foram substituídas por uma estrada para fora dela, carregadas de árvores, campos e até mesmo um lago aberto. Era tão lindo que eu acabei suspirando. O sol nesse dia estava fraco e várias vezes havia se escondido atrás das nuvens. Era três e pouquinho quando saímos de casa e mesmo assim o sol parecia já estar se pondo. Pelo menos naquele dia não havia previsão de chuva.

Alguns minutos depois consegui ver a montanha-russa e a roda gigante no horizonte. O melhor parque da cidade se encontrava ali, à 40 minutos de distância da cidade, e eu nunca havia ido, nem mesmo para comprar um algodão doce. Quando enfim paramos no estacionamento, eu senti minha euforia tomar conta de mim. Eu praticamente pulei da moto e sorria de orelha a orelha, expressando meu contentamento até no brilho dos olhos. Ao notar minhas atitudes, aquietei um pouco, completamente envergonhado, e vi Jungkook rindo da minha cara.

— Aish, não ria de mim! – briguei, um pouco emburrado e envergonhado, formando um bico nos meus lábios.

— Desculpe, Yoongi... – começou ele, se aproximando e de repente prensou suas mãos em minhas bochechas pálidas e sorrindo satisfeito. – Você é tão fofo!

— Aigoo... – exclamei, quando tirei suas mãos das minhas bochechas já vermelhas. – Você está me deixando envergonhado...

— É para isso que eu vivo, ver você corando! – responde Jeon, segurando minha mão e me levando para dentro do parque.

— Isso não parece certo... – retruco, olhando para outro lugar que não fosse nossas mãos juntas e seu rosto. Ele apenas riu e me arrastou para começarmos nosso primeiro dia juntos.

»«»«»«

— Isso é tão clichê! – reclamei para ele risonho. O mesmo me olhou e sorriu sem dizer nada, mas pude ver suas bochechas adquirirem um tom leve de rosado. Segurei meu novo urso com força e suspirei lembrando de como Jungkook se esforçou para ganhá-lo. – Mas obrigado por me dar o urso, eu nunca conseguiria ganhar um. Tiro ao alvo não é um dos meus talentos...

— Eu já esperava por isso... – comentou ele, apertando a minha mão enquanto ria baixinho, provavelmente para não me magoar. Nos olhávamos para o horizonte. O sol já tinha se posto e o céu adquirira um tom roxo e laranja, fazendo as luzes do parque se acenderem automaticamente para não deixar-nos no escuro.– Eu estava torcendo para que você errasse todas e eu tivesse que dar o meu prêmio...

Olhei surpreso para ele e sorri envergonhado. Jungkook olhava para frente com o seu típico sorrindo sacana e eu precisei me manter consciente para não me perder em seus lindos detalhes faciais. Aquele comentário aqueceu meu coração de uma maneira que nunca havia feito antes. Eu podia confundir totalmente as coisas, mas eu via naquele momento que não importava se eu morreria dali 6 dias, só importava que tinha vivido o que eu sempre quis.

— Isso foi tão errado! – comentei, rindo da situação. Ele me encarou e sorria enquanto me levava até um banco para sentarmos.

— Me desculpe. – disse, sem nem mesmo fazer questão de que eu perdoasse. Era uma coisa tão banal e satisfatória que não me importei em sequer respondê-lo.

Ficamos sentados encarando o céu, as pessoas, o parque. Meu dia foi tão divertido que eu não sabia como administrar a felicidade em meu sangue. Tínhamos ido em brinquedos que eu queria e que não apresentava risco para minha saúde. Por um momento me questionei em relação a minha doença, eu não havia contado para Jungkook e ele também não perguntou. O medo dele não saber sobre isso e por isso ainda estar comigo era aterrorizador, ao mesmo tempo que eu queria puxar o assunto, eu me sentia receoso e covarde – até um pouco egoísta, devido ao fato de querer essa aproximação para sempre –, mas eu sabia que não podia fazer isso, não com ele. Jungkook podia parecer interessado, mas até quando? Eu não podia segurar uma coisa dessas, minha mente me torturaria por dias e machucaria. Mordi meus lábios sem saber como começar.

— Jungkook? – chamei ele, que estava distraído, brincando com nossas mãos que eu nem sabia que estavam entrelaçadas.

— Hm? – resmungou, sem ao menos prestar atenção em mim.

— Por que você está aqui comigo? – perguntei receoso. Ele parou de brincar com nossos dedos e me encarou confuso.

— Como? – indagou Jungkook, um pouco atordoado. Abaixei minha visão, encarando meus pés completamente envergonhado e ele enfim entendo a pergunta. – Por que está perguntando isso?

— Você sabe que eu estou doente, não é? Quero dizer, eu sou doente... – comecei a dizer, engolindo em seco de cinco em cinco segundos.

— Sei e o que isso tem haver? – perguntou um pouco seco. Me encolhi e reuni forças para continuar. Ao notar seu tom, ele suspira e olha para mim, com seus olhos queimando.

— E-Eu não quero que você pense que eu sou uma coisa que eu não sou... – acrescentei baixinho. Minha voz saía magoada, mas não com ele e sim comigo mesmo. Suspirei, chateado, e continuei encarando o chão.

   Sua mão direita foi parar no meu queixo e seus dedos longos pressionaram minha cabeça para cima. Seus olhos escuros investigavam meu rosto e eu aproveitei para decorar cada traço seu. Jungkook era tão lindo, mesmo ele sempre fazendo jus a sua imagem de "emo problemático". Seus cabelos castanhos escuros eram rebeldes e combinavam perfeitamente com as íris negras.

  — O que você quer dizer com isso? – questiona num sussurro. Seus olhos ainda encarando firmemente meu rosto. Engoli em seco com o seu olhar.

  — Que eu sou uma pessoa complicada para se relacionar, eu posso ter um crise a qualquer momento e posso parar de respirar também a qualquer momento... – respondi, respirando fundo; Se meu semblante estava triste, eu nem ao menos me importava, só queria que aquilo acabasse logo. – Mesmo que eu tenha asma, minha vida é cheia de riscos... – continuei, com um tom de deboche.

   — Mas Park Jimin é seu amigo, vocês têm um tipo de relação e ele não parece se importar! Por que eu me importaria?! – perguntou um pouco exaltado.

   — Jimin é meu melhor amigo desde os dez anos, foi o único que quis ser meu amigo, mesmo minhas crises sendo constante naquela época... – justifiquei, relembrando do passado.

   — Talvez eu esteja um pouco atrasado, mas mesmo assim eu quero ser o seu amigo... – disse se ajoelhando a minha frente e segurando minhas mãos. Eu via a sinceridade em seus olhos, mas havia varias coisas ainda mal explicadas.

  — Você nunca me notou antes, então por que agora...? – questionei baixinho, com a voz quebrada. Sua expressão vacilou e vi suas bochechas corarem.

   — Eu mal vou à escola e quando vou, não noto as pessoas ao meu redor. Eu não sei desde quando temos aulas juntos, mas desde quando você esbarrou em mim e eu vi você distraído olhando através da janela, eu reparei em você e quis te conhecer melhor... – confessou, olhando em meus olhos, mas muito envergonhado. Talvez minha expressão expressasse descrença, porque logo ele desviou o olhar e acrescentou baixinho. – Desculpe, eu não tenho motivos melhores...

  — Acho que é o suficiente para mim. – intervi e me levantei, pegando meu urso e olhando para ele, que estava confuso e com medo. – Vamos? Eu ainda quero completar nossa tarde com a roda gigante... – acrescentei, abrindo um sorriso confiante para ele.

   Jeon se levantou, pegando em minha mão e me levando até a fila meio vazia com um sorriso gigante no rosto, o que fez eu sorrir pequeno e discretamente.

   Ao subirmos no brinquedo, minha euforia já tinha atingido seu ápice e eu segurava sua mão com força. Vez ou outra ele ria de mim, mas nunca me criticava ou provocava, Jungkook até parecia feliz por eu estar feliz. Meu sonho infantil de estar numa roda gigante havia sido realizado e foi ele o responsável por isso. Eu estava contente de estar ali, no brinquedo e com ele, o garoto que começou a habitar meus pensamentos após uma tarde chuvosa. Após estarmos sentados e seguros, o brinquedo começou a se mexer e permaneci quieto e olhando para tudo. Após um tempo, quando chegávamos ao topo, eu comecei a sentir o olhar quente de Jungkook e isso começou a fazer meu corpo ter arrepios estranhos. Depois de um tempo me deixando nervoso, ele sorriu satisfeito e se aproximou de mim.

  — Yoongi, você gosta de homens? – perguntou ele baixinho perto do meu ouvido. Tentei evitar tremer, mas meu corpo parecia desobedecer a qualquer ordem enquanto Jungkook permanecia por perto. Mas não vou mentir, a pergunta me pegou desprevenido.

– Não sei... – Respondi baixinho e senti sua respiração bater no meu pescoço. Soltei o ar pesadamente e criei coragem para virar o rosto e encara-lo. Meu Deus, que arrependimento! Pensei após ver seus olhos escuros brilhando e seu sorrisinho brotando no canto dos lábios. – Por quê?

— Porque eu quero muito te beijar... – respondeu Jungkook e desviou o olhar para meus lábios, cujos ficaram secos e necessitados de algo a mais. —, mas não quero te deixar desconfortável.

— E-Eu... – gaguejei e suspirei nervoso, alimentando seu ego e seu sorriso. Engoli em seco e tomei a coragem que eu não tinha, respondendo logo em seguida. – Eu também quero que você me b...

Antes de poder concluir minha fala, senti seus lábios finos contra os meus apressadamente, talvez por medo de que eu voltasse atrás, mas ainda assim aquilo não me incomodou. A pressão entre nossas bocas era boa e num impulso, fechei os olhos e pressionei sua boca de volta. Sua língua começou uma carícia do canto dos meus lábios até o meio, fazendo com que eu arfasse inconscientemente e cedesse espaço para ela começar a explorar minha boca. Meu corpo espasmou conforme o beijo foi ficando intenso e suas mãos começaram a passear pelo meu corpo. Eu não conseguia pensar em nada que não fosse sua boca na minha, suas mãos brincando com a barra da minha camisa ou apertando minha coxa, fazendo eu soltar sons que eu me envergonharia dali alguns minutos. Quando por fim senti sua boca se afastar para respirarmos, senti meus órgãos falharem, pensei que teria uma crise ali, após beijar o cara que eu estava afim e me descobrir gay, mas a verdade era que meu coração estava acelerado não por causa de uma crise e sim por estar nervoso e ansioso por aquele garoto. Encarei seu rosto e vi um sorriso satisfeito aparecer. Corei e ele me puxou para mais perto, enfiando sua cabeça em meu pescoço, distribuindo beijos pela região.

— Eu não te conheço não faz nem uma semana e você já anda me deixando louco... – resmunga ele, arrancando um riso tanto meu quanto dele. Passei a mão em seus cabelos sedosos e suspirei ao sentir seu cheiro tão masculino perto de mim.

Olhei ao nosso redor e vi que estávamos no topo da roda gigante. Eu, Jungkook e meu urso. A vista estava incrível e reparei que já havia escurecido. As únicas que haviam testemunhado nosso beijo foram as estrelas e me senti num filme ou num drama coreano, onde tudo é perfeito. Suspirei e mordi os lábios, tentando em vão conter um sorriso. Eu havia beijado Jeon Jungkook.

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"Então, me levante das profundezas

Porque eu estou preso sob a corrente

Venha me secar e segurar

Preciso de você agora, preciso de você mais do que nunca."


Notas Finais


Voltarei a postar quando a mudança acabar e a internet for transferida, é isso.

Espero que estejam gostando porque foi minha primeira fic yaoi rsrs


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