1. Spirit Fanfics >
  2. Hearts War >
  3. Trinta e três

História Hearts War - Trinta e três


Escrita por: arelconic

Notas do Autor


Estamos finalizando... mais dois capítulos e talvez um extra. Feliz Natal a todos e feliz ano novo! Desejo a todos um bom ano e que o mundo de Kpop tenha apenas coisas boas :)

Capítulo 33 - Trinta e três


Fanfic / Fanfiction Hearts War - Trinta e três

 

REESCRITA NO DIA 04/01/2019

.33.

Se todos nós dermos as mãos, quem sacará as armas?

Bob Marley

 

Youngjae estava sentado em uma pequena sala que nunca havia entrado. Não era bonito. As paredes estavam sujas e muito velhas; em um canto havia uma mesa de ferro com duas cadeiras. E três computadores em cada lado e em frente a eles, acima dela, colada na parede, havia um mapa com diversos números colados em cada país.

-Códigos? -Youngjae perguntou observando-os. -Se não me engano, cada país tem 4 códigos porque apenas um?

-Não sei. -Jaebum respondeu também observando os números. -Essa sala é de Jyeong. Só ele que entende dessas coisas. -O mais novo assentiu esperando os computadores ligarem. -Dong está em uma outra sala sendo interrogado. Precisamos de distração.

-Tudo bem, quem está cooperando?

-Jinyoung e Yi-jong. Tivemos que falar com ele para que os planos dessem certos.

Youngjae observou as telas pedindo senhas. Senhas... Senhas...

-Preciso de informações sobre Jyeong. Datas de aniversários, nomes de parentes da família, cachorro, enfim, tudo. Anote neste papel.

Youngjae sorriu ao ver a expressão séria e concentrada de Im anotando. Ficou ainda mais surpreso quando viu que ele sabia muita coisa do colega.

-Sabe bastante. -Comentou, colocando o sobrenome da família. Ao observar o papel, pegou a caneta e riscou as informações que tinha menos de 6 caracteres. -A senha só a partir de 6 caracteres.

-Eu treinei Jyeong e precisamos saber sobre os nossos alunos. Ele está aqui tem 3 anos.

Choi não respondeu, concentrando em sua tarefa. Tentou de várias maneiras com data de aniversário da mãe, pai, irmã e madrinhas; comidas preferidas, séries, nomes de ex-namoradas, datas especiais, nomes de cachorro que já teve, mas sem sucesso.

-Vou demorar. -Falou. -Minha senha é um jogo... -Sussurrou. -Ele joga um jogo?

-Ele gosta daqueles jogos de FPS (Tiro em primeira pessoa). -Youngjae encarou Jaebum por instantes logo digitando diversos caracteres: CombatArms, CallOfDuty, Blackshot, RedEclipse, Warframe, Crossfire, PointBlank, Paladins, Teamfortress, entre outros. Vendo que não deu certo, Jaebum voltou a pensar. -Ele gosta de UFC. -Choi assentiu colocando mais caracteres como JoseAldo, Georgesstpierre, CainVelasquez, DominickCruz. Os computadores ainda estavam bloqueados.

Jaebum calou-se quando Youngjae levantou da sala observando ao redor do quarto. Uma senha.... Uma senha que ninguém poderia acertar. Parou em frente ao mapa acima dos computadores e cruzou os braços analisando. Foi depois de um tempo que o moreno reparou uma coisa diferente. A Coreia do Norte era o único país que estava com uma bolinha preta, enquanto o restante dividia em amarelo e vermelho.

-Coreia do Norte? -Jaebum murmurou confuso, observando os computadores ficarem verdes e entrarem na área de trabalho onde havia várias pastas. -Por que essa senha?

-Porque ninguém acertaria. -Respondeu. -Esse sistema é antigo. Tem dois anos que não mexem neste computador. Cadê o computador que O Jyeong mexe?

-Ele levou para os EUA.

-Agora ficou complicado. Quando ele não mexe no notebook?

-A noite, por volta de 19/20 horas. Ele pegou o hábito de fazer exercícios por um tempo. -Jaebum respondeu observando as horas. -Agora são 23 horas, lá são... 15 horas.

-Ótimo. Eu precisarei de um tempo para conhecer os computadores por inteiro e baixar os programas. Para prepararmos a entrada do notebook e o restante do tempo, vou comendo. Comida ajuda a pensar.

Jaebum concordou observando a sala melhor. Fazia tanto tempo que não entrava naquela sala. Desde.... Bem, desde que o Yugyeom estava vivo. Aos poucos, sua mente voou para uma lembrança.  

-KIM YUGYEOM! SEU INSOLENTE! ONDE VOCÊ ESTÁ? -Jaebum olhava para os lados rapidamente a procura do jovem. Por que ele sempre metia o Capitão em enrascada? Qual o propósito dessa porra toda? Para que brincar de esconde esconde?

-Estou aqui... -Uma voz mais fina lhe chamou atenção, fazendo que entrasse na pequena salinha. As paredes brancas, os cinco computadores novos e uma mesa de ferro que brilhava tanto dava um charme no local, aos olhos de Yugyeom. -EU definitivamente dormiria nesse lugar. Olha que paredes lindas.

-Kim Yugyeom, volte para o campo.

-Não seja chato Jaebum. Não me faça repetir todas as vezes. A vida é curta, meu querido. Ainda mais curta quando envolve o exército. Nunca se sabe se estará vivo ou morto. Nunca se sabe se voltará para casa. Nunca se sabe se estamos realmente seguros.

-A sua filosofia de vida está errada. -Jaebum afirmou. -Você tem que abraçar a pátria, lutar por ela e morrer por ela.

-Sabe que.... Você seguiu essa carreira e combina tanto com você? Provavelmente eu seria um dançarino, mas... O exército acabou com o meu joelho. Então já era, em outras palavras, eu servirei o exército.

-Agora vol-

-E preciso repetir: Só estou aqui, porque você está aqui. Se eu não estivesse continuado no exército, eu não viria você e isso é doloroso. Doloroso demais para aceitar. Então, fiz uma escolha e-

-Volte.

-Voltarei, mas de quem é essa sala?

-Não lhe interessa.

-Essa pessoa é a mais esperta de todos nós. -Yugyeom sorriu e puxou o nariz de Jaebum, recebendo um tapa forte na mão como resposta. -Ela tem acesso a todas as informações e só cabe a ela revelar.

-VOLTE PARA O TREINAMENTO OU VAI PARAR NA SOLITÁRIA!

Jaebum sorriu observando as paredes que agora estavam sujas.

-Eu irei até o refeitório, quer algo?

-Fruta. -Simplesmente respondeu sem olhá-lo, ouvindo apenas a batida da porta indicando que estava sozinho. -Como irei resolver essa merda? Mark, filho da puta.

Jaebum sorriu ao ver o velho senhor lendo o jornal local enquanto o seu filho picava alguma coisa em cima da mesa. Chegando perto viu que eram cebolas.

-Vida difícil? -Debochou rindo em seguida. Ambos viraram para ele e sorriram em uníssono.

-Mestre. -Cumprimentou o mais novo limpando as mãos em um pano velho enquanto o velho senhor havia levantado e abraçava o rapaz. -Podemos lhe ajudar, mestre?

-Frutas e lanches, pode ser?

-Claro, mestre. -Enquanto o filho preparava os lanches, Jaebum engatou uma conversa com o senhor conversando sobre a situação da Coréia. Passados 10 minutos, despediu-se os dois e caminhou lentamente.

Seu corpo travou quando algo lhe veio à mente. Tudo fazia sentido agora. Todas as peças que estavam espalhadas pelo cérebro juntaram-se naquele momento. Apenas Jyeong sabia sobre as camadas da internet. Apenas ele sabia entrar em um sistema e pegar informações. Foi dessa forma que ele conseguiu ameaçar o Nam. Foi dessa forma que ele viu vantagem já que o Coronel, Jaebum, lhe contou sobre a briga entre Nam e Tae por causa de uma garota.

Apenas Jyeong tem acesso a todas informações e pode revelar...

Apenas.... Apenas... Apenas Jyeong configurava os celulares dos oficiais.

Sua cabeça doía. Não.... Jyeong não.... Por quê?

-Filho da puta! Eu tenho que confirmar. -Murmurou indo para uma direção contrária da salinha. Atravessando o campo, entrou em um corredor e logo no ambiente escuro. Nam estava com a cabeça abaixada ainda amarrado. Sua aparência estava melhor se comparado com antes.  -Nam. Nam. NAM!

O rapaz levantou a cabeça abrindo um dos olhos. Ao vê-lo, abaixou a cabeça.

-Sim...Senhor...

-Me diga que estou errado... -Falou sentando a sua frente. -Me diga que não é ele.... Me diga que não é o Jyeong.

Jaebum sentiu sua cabeça doer ainda mais quando viu o Nam chorar. Chorava tanto que os soluços poderiam ser ouvidos pelo local. Cansado de tudo, Jaebum sentou no chão encarando o Nam.

-Desculpa.... Não podia ter falado. Ele estava sempre aqui. -Falou entre os soluços. -Ela é minha. Minha. Se algo acontecer com ela, eu prefiro morrer. Ela é muito importante para mim, Jaebum. Eu preciso dela. Eu preciso saber se ela está bem. Preciso ouvir sua voz.

Jaebum assentiu suspirando.

-Ela está bem. -Disse levantando e saindo do ambiente. Estava perdido. O que iria fazer?

 ***

Youngjae encarava o mapa, ainda analisando. Faltava muito tempo para que pudesse entrar no sistema, então procurou observar o mapa. O seu instinto dizia que aquele mapa não era apenas um mapa.

Pegou a cadeira e sentou no meio da sala. Cruzou os braços, coçou o queixo e foi olhando cada pedaço do papel, detalhe por detalhe. É como brincar de Sherlock Holmes, descobrir cada pista que pode ser relevante para uma grande descoberta.

-Uruguai, Brasil, Paraguai, Bolívia, Suriname, Venezuela, Panamá, Honduras.... Brancos. México e Canadá, amarelos... Estados Unidos, vermelho. Vermelho.... Uma ameaça? -Youngjae procurou outros países com ponto vermelho. -Irã, Afeganistão, Turquia.... Vermelhos e concentram-se entre a Ásia e África. O restante, verde. Coreia do Norte, preta. Apenas ela. E a Coreia do Sul não há nenhum ponto.

Levantou aproximando-se do Mapa. Havia um furo nela que passava despercebido. Choi aproximou ainda mais vendo que o furo ultrapassava o papel. O furo tinha cor cinza. Inexpressivo, encarou a parede procurando algum ponto. Ao arredar o CPU do computador, pode ver a corda enrolada em um prego.

-O que está fazendo?

-Descobrindo. -Respondeu encarando o Jaebum, este que fechou a porta. Em silêncio desconfortável, desenrolou a cordinha em dois lados, cobertos pelos CPU. O mapa enrolou como pergaminho. -Aigoo...

Diversas fotos e notícias estavam coladas na parede. Em maioria delas, era sobre o presidente da Coreia do Sul. Nos textos, as frases marcadas eram sobre o que ele falava na mídia. No alto da parede, havia um mapa. O mapa do quartel. Onde eram as entradas, quem vigiava, fotos de oficiais.

-É você. -Choi respondeu apontando para uma foto em que estava com o outro tipo de uniforme. -Você está na mira deles. -Observando por mais tempo viu sua foto, de Jinyoung, Won e o restante. -É o dia que saímos do hospital. O dia do resgate de Jinyoung.

Sem dizer nada, Jaebum pegou o celular no bolso e procurou por Won.

-Boa tarde, Im Jaebum.

-Won, onde está o Jyeong?

-Na sala do Marechal. O presidente está a caminho para discutir os termos.

-Impeça. -Ordenou. -O Jyeong é o inimigo. -Ao ouvir aquele nome, o mais novo virou o rosto lhe encarando. Como? -Dá um jeito de distrair. Vamos invadir o computador dele agora, avise os outros. Todos têm que estar preparados. É ele.

-Espera, então temos que prendê-lo.

-Eu tenho que pegar as provas. Qualquer prova. Distraia-o.

-Ok.

Im passou a mão no rosto logo encarando o Youngjae que lhe olhava atento. Sem dizer nada, pegou uma outra cadeira e sentou ao seu lado.

-Por que ele faria isso? -Choi perguntou depois de um tempo.

-Dinheiro compra as pessoas. A ganância destrói relacionamentos. Obsessão destrói a pessoa.

-Com o tempo... -Youngjae murmurou. -As coisas se encaixam. Vamos pegar o filho da puta.

*** 

O céu da noite cedeu ao início da escuridão. Ambos corpos estavam cansados, mas ao mesmo tempo vivos. Não estavam mais perdidos. Estavam confiantes. Estavam com medo. Choi Youngjae teclava sem parar inserindo diversos códigos. Ouvia atentamente cada palavra pronunciada do Coronel durante as ligações. A namorada de Nam estava segurada e protegida em um outro país. Mark estava a caminho para México comprar ações e logo voltaria para a Coreia para contribuir.

A sala não eram só os dois. Jaebum avisou ao Marechal e Yi-Jong avisou a alguns tenentes. O tempo todo alguém entrava para saber sobre a situação. Choi havia conseguido diversas provas passando para um pen drive. Por segurança, pediu dois pendrives.  Um já tinha prova suficiente para fazer que o Jyeong seja expulso e ganhe uma pena de morte.

-Won.... Como está a situação?

-Ele descobriu. -Murmurou para o desespero de Jyeong. -Fugiu.

-Merda, de volta à estaca zero.

-Não, não. Ele está sendo rastreado. Colocamos o chip no suco dele.

-Como? Ele não percebeu?

-O nosso chip é menor que nano. E é plastificado, só poderá sair do seu corpo dentro de 3 dias.

-Ótimo. -Murmurou aliviado. -Como estamos? -Perguntou ao mais novo que apenas sorriu.

 ***

Os dedos batucavam pela mesa e a tensão estava no ar. No gabinete do homem mais poderoso do quartel, todos os olhos estavam em uma tela grande, onde diversas provas estavam sendo passadas. Sem dúvidas, podia ver que o filho da puta era o Jyeong. Claramente. Genialmente (palavras de Jaebum), Youngjae conseguiu acessar o HD do notebook do intruso e conseguiu diversos prints da conversa. Inclusive sobre o valor que estava sendo pago para o mesmo.

Quando a tela desligou, todos os olhares foram para o Marechal esperando uma ordem qualquer.

-Bem.... Bem.... Estou sem palavras. -Tentou falar, mas não conseguiu. Chocado estava. -Jaebum, essa missão é sua.

Assim que ouviu aquelas palavras, Jaebum levantou da mesa.

-Obrigado, Senhor. Nam será levado a enfermaria para os cuidados médicos. Assim que melhorar, haverá uma cerimônia de desculpas, onde eu, Coronel Im Jaebum, pedirei desculpas recebendo a punição e permanecerei 30 dias na solitária. O treinamento voltará em carga horário normal. Jyeong será encaminhado para Coréia do Sul, onde receberá sua punição e pena de morte. Claro, depois de passado para o presidente e receber ordens suas. Os melhores soldados irão vigiar e proteger o presidente e sua esposa. Por hoje é só. Dispensados.

-Terceiro Sargento Choi Youngjae. -Os olhos do menor e do filho lhe encararam. -Permaneça na sala. -O moreno assentiu observando o Jaebum encará-lo antes de sair da sala. -Meus sinceros agradecimentos por ter se colocado em risco e ter salvo a nação. Memórias do passado, lembro de Yugyeom quando o vejo. Trocou a sua vida pela nação.

-Obrigado Senhor.

-Youngjae, eu sei sobre vocês dois, e eu sei que vocês respeitam as regras. Mas tomam cuidado, tudo bem? A Coreia é um país muito preconceituoso. Esteja ciente disso.

-Sim Senhor.

-E... Bem vindo a família. Pode me chamar de pai. Fora do trabalho.

-Sim, senhor.

-Dispensado.

Assim que abriu a porta, Youngjae viu o Jaebum sorrindo abertamente. Oh, ele tinha escutado toda a conversa por trás da porta. O coronel puxou a mão do Sunshine e parou na porta curvando-se rapidamente.

-Obrigado pai. Eu te amo.

Ambos sorriram um ao outro.

-Eu também te amo, meu filho.

Choi entrou no quarto sorrindo, relembrando a cena. Felicidade. O melhor sentimento. Estava um pouco assustado, mas feliz. As coisas estavam... se encaixando. Finalmente. Finalmente. Um dia tão... bipolar. Começou tão mal, mas terminou tão bem. É um dia raro. Pois o comum é o dia bom se tornar o ruim, mas para o moreno, o dia terminou radiante.

Em silêncio, pegou a toalha e caminhou até o banheiro, onde tomou um banho rápido e gelado.

Passando pela porta, encarou o ponteiro do relógio mudar para 23 horas e 42 minutos. Quanto tempo não via indo para a cama tão cedo.

-O dia terminou bem. -Jinyoung fechou o livro, sorrindo, arrumando melhor o corpo. -Honestamente, eu não esperava por esse dia.

-Eu também não. Era tão difícil de respirar. Finalmente vamos respirar. Youngjae, em pouco meses, iremos voltar para a casa. Estamos em janeiro, iremos poder escolher. Poderemos ir par-

Suas palavras foram interrompidas por um tremor forte. Logo um barulho ensurdecedor. E em poucos instantes, uma sirene bem alta começou a soar pelo local. Choi correu para fora do local vendo uma cena que lhe chocou. Fumaça, fogo e soldados correndo para todos os lados. Um novo tremor fez com que ele caísse. Uma bomba caiu no campo de treinamento causando uma explosão. Helicópteros apareceram por cima da casa. Os olhos do menor focaram na arma no alto e no alvo. Um homem coberto todo de preto. Inimigo.

-ABAIXEM. -Gritou deitando no chão e rastejando pelo quarto. Tampou os ouvidos e viu as balas atravessando as paredes e os colchões; janelas sendo quebradas e cacos de vidros espalhando-se no ar. A paz fora quebrada. 

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...