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História Heavy In Your Arms - The Hardest Part


Escrita por: poisonquinn e Cricket

Notas do Autor


Nota da Ophelia -> Gente o que dizer dessas leitoras que mal conheço e já considero pacas que nos deram 15 reviews e quase 50 favoritos? Só tenho a agradecer a vocês tudo, seu monte de gente linda *-* E, como prometido, aqui estamos com o segundo capítulo <3 Espero que gostem :) Beijinhos!

Robbie -> Oie gente, eu sou a Cricket -q Acho que vocês me conhecem pelas MP's ushaushausha Primeiramente, gostaria de agradecer a cada alma boa que leu minha MP e veio até aqui dar uma olhada, comentar e favoritar (NUNCA NA VIDA imaginei que chegaríamos a 47 favoritos e 15 reviews em apenas UMA SEMANA!)! Muito obrigada mesmo gente, vocês não têm noção do quanto fico feliz com isso! Segundamente {sei que essa palavra não existe, mas me deixa ser feliz U_U} espero que gostem desse cap tanto quanto do outro, lembrando que logo logo teremos a inserção dos personagens de TW *----* Estarei esperando ansiosamente pelos reviews maravilhosos de vocês o/ xoxo da Tia.

Capítulo 2 - The Hardest Part


I could feel it go down           
Bittersweet I could taste in my mouth
Silver lining the clouds

Claire se mexeu um pouco sonolenta no banco do carro e percebeu que o veículo estava parado. Era noite, ou talvez madrugada, mas ela escutou gritos frustrados vindos mais à frente e viu Sam diante de uma igreja antiga, onde ficava o portão do inferno, porém, nada parecia acontecer.

O Colt estava nas mãos dele, juntamente com uma garrafa comprida de vodka que logo fora atirada contra os portões. Sam cambaleou, caindo de joelhos diante do portão do inferno e em poucos instantes, se ergueu, voltando trôpego para o carro, desabando de maneira pesada no banco do motorista.

— Eu dirijo, Sam.

— NÃO! — Ele gritou, assustando a garota que rapidamente afastou a mão da porta que estava prestes a abrir. —.... Eu dirijo. — Rosnou, apertando o volante com força desnecessária.

Claire crispou os lábios e virou para o lado da janela, sentindo-se enjoada pelo cheiro de bebida que ultimamente emanava de seu irmão. Abriu um pouco o vidro do Impala e se encarou brevemente no espelho retrovisor, notando duas lágrimas que tratou de afastar antes que rolassem por seu rosto. Olheiras roxas e evidentes devido sua pele branca marcavam a região abaixo de seus olhos e sua expressão além de triste também passava um cansaço típico de quando estavam caçando.

Ela nunca conseguia dormir direito, sua constante preocupação com o irmão mais velho sempre encontrava uma maneira de invadir seus pensamentos quando tentava. Sam dirigia em silêncio, rápido demais e Claire sentia o luto se transformar em puro ódio numa questão de dias. Ele estava tão magro que parecia ser engolido por suas roupas que sempre cheiravam a álcool, a única coisa que ele consumia e pelas suas contas as noites em claro iam se acumulando como uma pilha de papéis em um escritório, dia após dia. Algumas horas depois, ele jogou o carro num matagal, próximo a uma encruzilhada.

Claire o viu sair do veículo tropeçando nos próprios pés e não se deu ao trabalho de segui-lo, vendo-o colocar sua identidade e alguns pertences pequenos numa caixa metálica empoeirada, enterrando-a bem no meio da encruzilhada. Ele cambaleou, entornando outra dose de vodka como se fosse leite.

— VAMOS LOGO! — Berrou, em claro sinal de embriaguez.

Claire saiu do carro devagar, embora não se afastasse muito, queria apenas ficar de olho nele e no demônio que aparecesse. Não confiaria deixar seu irmão sozinho, embora ele estivesse muito bem armado, a embriaguez comprometeria qualquer movimento de defesa que por ventura viesse a precisar.

— Estava me perguntando quando você apareceria. — Ela escutou um homem dizer e o mesmo se aproximou, mas não o suficiente. — Olá Sam.

Sam o encarou numa mistura cubista de ódio e nojo, mas não avançou para mata-lo.

— Não me leve a mal, você matou minha última colega de trabalho, então me perdoe se estou temeroso. — O demônio riu levemente. — Onde está aquela sua faquinha especial?

O Winchester tirou a faca do casaco, deixando-a no chão. — Não tem armadilhas do diabo. Não estou aqui pra brincadeiras.

O demônio riu. — Estou vendo.... Deixa eu adivinhar, você...

— Eu não quero dez anos, não quero um ano.... Eu quero trocar de lugar com o Dean.

— Desculpe Sam, mas não vai rolar. — O demônio sorriu.

— É UMA TROCA JUSTA! LILITH ME QUER MORTO!

O demônio ergueu uma mão para que Sam se calasse, embora ele resmungasse. — Não se trata da sua alma, Sammy.... Nós temos Dean exatamente aonde o queremos. Pode me matar se isso te faz mais homem, mas estou em paz com meu Senhor.

Claire desviou o olhar ao escutar o som de carne sendo rasgada, fechando os olhos com alguma força. O homem que era o demônio da encruzilhada jazia no chão, com a garganta aberta e um Sam sem um pingo de remorso se afastando dele, atirando sua garrafa longe.

Nem tentou chamar por ele, limitando-se a entrar no carro deixando os vidros abertos. Sam esfregou o nariz nervosamente antes de dar partida no Impala, imerso em sua própria dor. Claire tinha noção de que os dias se arrastavam, tornando-se semanas num piscar de olhos. Sam tinha encontrado um casebre abandonado e fora ali que se instalaram, com o moreno sobrevivendo de pizza amanhecida e bebidas alcoólicas e a ruiva juntando moedas para comprar lanches não tão caros, mas que não fugissem muito do que tinha se acostumado a comer.

Numa das noites em que Sam tinha saído para caçar, a ruiva torceu os lábios, olhando assustada para a porta quando duas pessoas entraram. Um homem e uma mulher de cabelos claros, que sorriu.

— Ah, olá, seu irmão não está, não é? — Ela riu. — Você deve ser Claire.

A adolescente recuou apreensiva. — Quem é você?

— Ah é, esqueci que não fomos apresentadas. — A loira rira, impedindo que seu comparsa se aproximasse dela. — Sabe o demônio que ajudou seu irmão? Sim, sou eu. Ruby. E estou aqui pra conversar com ele.

Claire ficou em pé, crispando os lábios. — Boa sorte com isso.

Ruby a olhou desconfiada. — Por quê?

— Porque ele não passa mais de cinco minutos sóbrio. — A ruiva dissera com sinceridade, ouvindo o Impala ser estacionado, fazendo com que o comparsa de Ruby apagasse as luzes. A loira se aproximou dela, prendendo-a numa chave pelo pescoço.

— Vamos ver isso. — Dissera com um pequeno sorriso, esperando os passos pesados do moreno. Sam entrou tropeçando, como de usual e estranhou a casa escura, embora seu espanto durasse pouco já que o outro homem lhe deu um murro que quase o fez se estatelar, segurando seus braços para trás.

Ruby largou Claire e deu uma joelhada no estômago de Sam, dando um puxão forte em seu cabelo para que ele a encarasse. — Olá Sam, bom te ver. — Sorrira.

— Ruby... — Sam cuspira as palavras.

— É ótimo estar de volta. O lugar em que eu estava faz o inferno parecer brincadeira de criança e agora imagine meu prazer em saber que eu tinha uma chance de sair... — Ela enfiou a mão no bolso do casaco dele, tirando de lá a faca que matava demônios. — Obrigada por manter isso quentinho para mim. Agora imagine a minha sorte, Lilith disse que se eu encontrar você eu devia matá-lo.

Sam se debateu, dando uma cabeçada no demônio que o segurava e encurralou Ruby, deixando sua garganta bem à mostra. — Então faça, faça agora!

Claire notou a hesitação da loira e por isso não se surpreendeu quando ela fez menção de passar a faca no pescoço de Sam, mas fora certeira no peito do outro demônio, que caiu no chão de olhos e boca abertos. Ruby olhara para o rapaz moreno e para ela.

— Nós temos que ir. Agora. — Falou tensa.

A ruiva não pensou muito, pegando suas duas mochilas e saiu junto ao irmão e Ruby, com os três entrando apressadamente no Impala. Sam deu partida logo em seguida, deixando um rastro de poeira para trás.

— Eu não estava mentindo quando disse que é ótimo estar de volta. — Ruby comentou com um sorriso. — Deus... Eu queria batata frita. Acho que mereço depois de tudo... — Ela disse para si mesma. — Ou um simples "obrigado", seria suficiente.

— Ninguém pediu sua ajuda. — Sam rosnou.

— Você tem razão, mas mesmo assim eu quero ajudar. — Ruby comentou rolando os olhos. — Sam, quer prova maior que estou do seu lado? Eu não machuquei sua irmã, e você sabe que se eu tivesse vindo com a intenção de te matar, ela não estaria no banco de trás nesse momento.

Sam respirou fundo. — Eu não ligo.

Claire o encarou pelo retrovisor. — É bom saber o quanto você preza pela minha companhia. — Alfinetou.

— Olha, Sam.... Eu não posso trazer o Dean de volta. — Ruby falou. — Mas eu...

O moreno parou o carro de qualquer jeito, respirando fundo. — Então você não tem utilidade pra mim. Saia.

— Sam...

— De quem é esse corpo que você está usando? — O moreno perguntou.

Ruby o encarou incrédula. — Você nunca me perguntou isso, Sam.

— Estou perguntando agora.

O demônio bufou. — De uma secretária.

Sam a encarou com frieza. — Então saia dela antes que eu te mande de volta pro inferno.

Ruby respirou fundo, abrindo a porta do carro e assim que pisou na terra, desaparecera. Sam esticou o braço e puxou a porta, olhando para Claire no banco de trás.

— Eu sinto muito.

Claire tirou um dos fones e o encarou. — É melhor que esteja mesmo.

Ele molhou os lábios. — Eu sei que tenho sido um pé no saco, e mal tenho trocado duas palavras com você e..... Sei que tenho te assustado com tudo isso, mas... É tão difícil, eu...

— Está sendo difícil pra mim também, Sam. Mas isso não me dá o direito de descontar em ninguém e muito menos ficar enchendo a cara. — A garota falou. — Você quer beber, beba, mas isso é só uma fuga do que você está sentindo e que acaba sempre do mesmo jeito: você chorando de dor de cabeça no dia seguinte.

O moreno assentiu, suspirando baixo. — Obrigado...

— De nada. — A ruiva pulou para o banco da frente. — Alguém tem que ser a parte pensante do grupo, certo? — Ela sorriu de leve.

Sam tentou sorrir de volta para a irmã, mas estava tão cansado que só conseguiu respirar fundo e encarar a estrada enquanto dirigia. Sentia a dor, mas a vergonha também estava ali, vergonha por não ter sido um bom irmão, por ter ignorado Claire todos aqueles dias ou nem ao menos se importado em perguntar como ela estava. Não havia sido apenas ele que perdeu Dean. Claire também havia perdido. Não precisava fazer aquilo sozinho como acreditava, ele estava ali para ajudá-lo, pensou consigo mesmo enquanto estacionava em um motel de beira de estrada e caminhava lado a lado com a irmã na direção da recepcionista de olhar vazio e desinteressado.

A mulher de idade os encarou sem realmente vê-los, entregando a Sam a chave de um dos quartos, ralhando com alguém que estava num cômodo mais próximo. O moreno sorriu amarelo e se afastou junto com Claire até um corredor, onde estavam os quartos, destrancando a porta do 23. O cheiro de nicotina parecia vir das paredes descascadas de tão forte, embora nenhum dos dois se incomodasse tanto com isso. Sam largou a mochila em cima da cama de lençóis brancos e sentou na beirada da mesma, sentindo uma vontade forte de beber alguma coisa alcoólica, porém, sabia que se o fizesse, perderia de novo a confiança que sua irmã tinha depositado em si.

— Que tal pedirmos pizza? — Claire enrugou a testa, abrindo a cortina e a janela do quarto, deixando o ar entrar.

— É uma boa ideia. — O mais velho concordou erguendo o canto da boca antes de tirar o celular do bolso, ignorando todas as mensagens não lidas e olhando na direção de Claire como se esperasse a próxima ordem.

Claire sorriu para ele, o primeiro sorriso genuíno daquela semana e isso o aquecera um pouco, fazendo-o sorrir. — Vou pegar um panfleto, acho que vi alguns lá no balcão. — Comentou passando por ele somente para ir até a porta, passando pela mesma. Sam se mexeu, mordendo o lábio.

Talvez tivesse sido rude com Ruby, mas não queria ter ainda mais culpa sabendo que havia uma pessoa inocente sendo arrastada de um lado para o outro. Ele já fazia isso com Claire e não precisava de outra alma para condenar. Passou a mão pelos fios de seu cabelo, que já estava bem longo, e jogou sua bolsa no chão, ao lado da cama em que estava passando a abri-la e procurar uma muda de roupa logo em seguida indo na direção do banheiro.

Pensou ter escutado a garota voltar ao quarto, mas não se manifestou, despindo-se para que pudesse tomar um banho, rezando para que a água estivesse quente, mas ao girar o registro, fez uma careta de desgosto com a água fria, embora se lavasse rapidamente. Claire pediu a pizza de pepperonni e crispou os lábios, deixando seus tênis perto da cama que iria dormir, aproveitando para pegar o controle remoto da pequena e antiga TV que havia ali. Inicialmente não se interessou por nada do que via, achando entediante os programas de vendas e também os filmes trash que estavam nos canais seguintes.

Seu irmão saiu do banheiro já vestido, fazendo uma careta de dor ao passar a mão pela testa e Claire riu com suavidade ao vê-lo fuçar em sua própria mala em busca do frasco com aspirinas, colocando duas na boca.

— Nenhuma palavra. — Ele disse emburrado quando percebeu que ela rira.

— Eu não disse nada, Sam. — Claire comentou divertida quando ele se largou na outra cama de solteiro, massageando a própria testa. Desinteressada pelo que passava na TV, Claire aproveitou para pegar o Ipod que estava em sua mochila, cruzando as pernas em lótus enquanto desenrolava os fones de ouvido pretos, com o fio enrolado tanto em si mesmo quanto em algumas moedas que tinha no bolso da mochila. Sam olhou descrente para a porta quando ouviu batidas, erguendo-se com preguiça para atender. O rapaz lhe entregou a caixa de pizza prontamente, fazendo-o suspirar cansado antes de tirar alguns dólares amassados do bolso, entregando-os para ele.

— O que está passando nessa droga de televisão? — Falou com a testa meio enrugada, encarando a tela enquanto largava a caixa de pizza em cima do criado mudo entre as camas, quase derrubando o abajur ao fazê-lo. Abriu a caixa e tirou um triângulo de pizza, segurando-o diretamente na mão. Claire pegou um dos guardanapos que viera atados na tampa da caixa, pegando o triângulo de pizza quente que ficava à esquerda do primeiro que Sam tinha pego.

— Não faço ideia, no outro canal está passando A Noite dos Mortos Vivos.

O Winchester rolara os olhos e Claire jogara o controle para ele. Sam apertou duas vezes o botão e suspirou, deixando num canal de filmes de faroeste com Clint Eastwood que ele não lembrava o nome e pouco se importava em fazê-lo.

— Sam... — Claire fez uma pequena careta e o observou. — Quem é a Ruby? Quer dizer... Você parece conhecê-la de...

O moreno suspirou. — Sim. Bem, Ruby apareceu como... Uma solução mágica pra tirar o Dean do inferno, mas... Acabou que não adiantou merda nenhuma. 

— E o Dean estava ok com isso, quer dizer... Você sabe como ele... Era quando se falava em demônios, não?

— Não muito, mas ele tolerava porque a Ruby salvou nossos traseiros algumas vezes. Achei que ela tivesse morrido depois que Lilith a mandou pro inferno.

A ruiva assentiu. — Saquei.

Aquela noite fora uma das mais calmas que já tiveram. Apenas os dois, comendo pizza em silêncio e assistindo os cowboys armados pelo deserto, montados a cavalo de um lado para o outro com falas rasas e clichês e por um momento Claire se dispôs a acreditar que ficaria tudo bem melhor dali pra frente. Ela apenas não sabia o quanto estava enganada.

The Hardest Part – Coldplay         

Eu podia senti-lo acabando          
Eu podia sentir o gosto agridoce na minha boca
Prata forrando as nuvens



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