1. Spirit Fanfics >
  2. Hecatombe >
  3. Capítulo II

História Hecatombe - Capítulo II


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


☀ Novo mês, novo capítulo!
☀ Créditos ao Banner a LadyVic do Blog CastleEdits.
☀ Um comentário pequeno sobre este capítulo: ao lerem, depois irão notar um pulo temporal... Certos pormenores não vão ser desenvolvidos neste capítulo (por exemplo, a força e treinamento de Orihime), apesar de serem mencionados. Posteriormente, irei focar-me nisso. Aliás, não esquecendo que a fanfic é UlquiHime (ÓBVIO e SEMPRE), mas o foco são as habilidades de Orihime!
☀ Agradeço atenciosamente aos comentários de @wtsthay e @atenaizauchiha, capítulo dedicado a vocês!


Kishi = Cavaleiro/Guardião
Youkais = Demónios
Katana = Espada Japonesa
Demo = Mas
Imõto = Irmãzinha
Hime = Princesa

Capítulo 3 - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Hecatombe - Capítulo II

Relâmpagos trovejavam iluminando o céu negro. Nuvens espessas carregavam e entregavam a chuva ao solo debaixo de si. Os trovões ecoavam assustadoramente fora das habitações, obrigando várias crianças a esconderem-se debaixo das cobertas em suas camas, ou refugiarem-se nos braços dos pais. No entanto, para um moreno, os sons eram um reconforto… uma peça musical que ofuscava seus pensamentos repletos de culpa.

— É um fardo muito grande para uma criança.—Os lábios mexiam-se com elegância, enquanto as íris douradas repousavam sobre uma Orihime adormecida. Sua expressão contorcia-se durante o sono, claramente perante os pesadelos.— Mesmo ela não sendo normal, não passa de uma criança. Malditos kamis!—Cuspiu as palavras, irritada.

— Yoruichi-sama… O que faremos agora?—Sora observava as próprias mãos, tremendo. Ele não sabia o que fazer.

— Se me trata de novo por sama, eu vou bater em você moleque. Não sou velha assim. A nossa diferença de idades é bem pequena na verdade.

Yoruichi Shihoin, uma mulher exótica em sua beleza, com poderes na sua maioria desconhecidos. O guardião deixou escapar uma risada nasal, enquanto encarava a mulher arquear a sobrancelha, desagradada com seu comentário. Se ele se lembrava bem, Yoruichi teria perto de uns duzentos anos, mas sua aparência permanência nos vinte.

— Mas eu ainda sou uma criança...—Murmurou baixinho para si, divertido. Porém, ela o escutou.

— Disse alguma coisa moleque!?

— Iie!

Nervoso abanava rapidamente as pequenas mãos fazendo com que a mulher sorrisse, satisfeita pela mudança de humor de Sora. Encarou aleatoriamente os jovens, disfarçadamente, e suspirou pesarosa. Eram apenas crianças.

— Sora, tem noção da sua responsabilidade? —Viu o ar infantil perder-se em sua expressão, assumindo um porte responsável incomum para um corpo tão pequeno. Sora acenou com a cabeça positivamente.— Você será quem irá ajudar Orihime a desenvolver seus poderes, ela vai ter que aprender a lutar.

— Nani!? —Sora ergueu-se exaltado, quase fulminante, por ideia tão absurda.— Eu protegerei a Hime, ela não precisa…

— E se você morrer? Quem a vai proteger?

As palavras proferidas friamente estancaram o jovem, que a observava incrédulo. Yoruichi suspirou de novo, compreendendo que tinha sido muito ríspida. Mas ele precisava de entender, que se a pequena princesa não se conseguisse proteger sozinha, morreria… e nunca cumpriria seu propósito.

— Não acredita na provisão, estou errada?

— Não. —Ele respondeu duro, virando o rosto, pouco firme em sua posição. Yoruichi percebeu essa atitude.

— Sora, você sabe que é verdade. Apenas prefere não acreditar. Mas se não aceitar quem é verdadeiramente Orihime, nunca a conseguirá proteger.

— Como se você soubesse de algo. —Respondeu torto, a fazendo gargalhar.

— Moleque, por que acha que seu pai o mandou vir ter comigo se algo acontecesse? Eu fui quem contou aos monarcas Inoue sobre o nascimento de Orihime.

Ele virou-se para ela, balbuciando sons, incrédulo. Respirou fundo, recuperando a sua posse, ainda desconfiado.

— Como descobriu algo assim? —Yoruichi ergueu a sobrancelha, divertida.

— Você é muito distraído, para o papel de kishi. —Escutou-o ranger os dentes, irritado com a observação, mas manteve-se calado, esperando por uma resposta, curioso.— Sou uma vidente, achava que meu poder e imortalidade provinham de poderes youkais? —Sorriu presunçosa com o rubor no rosto do moreno.— Bom, não é totalmente mentira, na verdade. Fui companheira de um youkai, e ele me marcou como sua.

Yoruichi retirou as madeixas arroxeadas de seu pescoço que desciam pelo peito quase descoberto, revelando a marca de três caninos cravados em sua pele escura. Sorriu com o olhar arregalado, nitidamente intrigado com o resto da sua história.

— O que aconteceu com… ele?

— Morreu numa batalha. —Seu tom melancólico durou escassos segundos quando recordou do jeito debochado do loiro que a conquistou.— A marca permitiu que adquirisse alguns poderes, para conseguir viver com meu companheiro.

Sora acenou em sinal de compreensão. Era estranho para ele imaginar uma humana e youkai juntos. Não era preconceito, mas… eles eram tão diferentes. Um demónio podia quebrar tão facilmente o corpo de um humano, deve ser horrível ter sempre que se controlar para não machucar alguém que amava.

A vidente remexeu-se em seu assento, entregando-lhe uma katana. Sora ficou fascinado quando retirou a espada da bainha, sua lâmina era incrivelmente brilhante, conseguia ver seu reflexo nela. Levantou os olhos marrons para a mulher que o encarava com as mãos apoiadas na cintura.

— Você precisa proteger-se moleque, e a Orihime também. Torne-a numa guerreira. Ajude-a a descobrir seus próprios poderes, ela precisa disso… se ela conseguir dominar, ela pode sobreviver.

— Demo… na profecia a Orihime-chan vai…

— Nenhuma profecia é totalmente certa. O futuro está a ser desenhado, não está definido. Treine-a, e ela poderá mudar sua história, como aconteceu com seus pais. Não podes desistir.

Sora observou Orihime dormir no futon, e sorriu mais confiante. Numa troca de olhares cúmplice, aceitou o presente de Yoruichi e carregou Orihime para uma cabana abandonada no meio de uma floresta. Era um dos refúgios de seu pai.

Foi no segundo alvorecer desde que chegara ao local, que a pequena Hime despertou. Não foi um evento tranquilo, o pranto não cessou durante horas. Sempre que os soluços iam diminuindo, perdendo-se no sono, a imagem de seus pais perfurava sua mente, retornando às grossas lágrimas. Sora mordia o canto da boca cada vez que a ruiva se engasgava na própria saliva, inspirava dolorosamente, tentando controlar o ardor em seus olhos. Ele queria protege-la de todo o mal, mas naqueles dias de amargura e luto, ele compreendeu que não poderia proteger sua imõto de tudo. Com o pousar do sol, e a ruiva desfazendo-se em seus braços inconsciente, ele prometeu a si mesmo que iria quebrar a maldição daquela profecia. Nem que para isso, ele tivesse que a tornar na melhor guerreira que já existiu.

|x|

Alguns anos depois...
 

A formosa beleza encontra-se no deflorar da juventude. Com seus dezanove anos recentemente celebrados, Orihime tornara-se numa jovem cobiçada por todos os sentimentos. Seu corpo curvilíneo era de um tom claro, e seus olhos mantiveram a inocência na tonalidade marrom. Os lábios finos e rosados, eram interessantes de observar-se quando esta sorria. Os seios alvos sobressaiam-se num traje branco com detalhes dourados. Os cabelos ruivos cobriam as suas costas, pareciam cachos movendo-se quando pelejava.

— Sora-nii-san, ainda estamos muito longe?—Perguntou dócil, apesar dos longos anos, a cumplicidade entre os irmãos só aumentara.

— Não, Orihime-chan. A aldeia está próxima. Tudo isso é fome? —Ela contorceu os lábios num beiço, fazendo Sora gargalhar. Era engraçado como uma jovem tão bela, comia mais que um soldado vindo da guerra.

As presilhas azuladas que Sora ofereceu-lhe, prendiam a franja arruivada. Usualmente Orihime lhe tocava com a ponta dos dedos, num pressentimento estranho. Porém, ignorava todas essas sensações. Sora estava com o cabelo comprido, abaixo dos ombros. Estava consideravelmente mais alto que Orihime, e apesar de experiências amargas, seu rosto era sempre dócil. Com um ténue sorriso preso nos lábios. Desde seus doze anos, passou a treinar intensivamente Orihime. Para sua total surpresa, sua irmã caçula era muito boa. Armas não eram sua especialidade, notava-se o baralhar de seus gestos e a troca nervosa das mãos, porém ela conseguia imprevisivelmente superá-lo em combates corpo-a-corpo. Demorou oito anos e três meses para alcançar esse nível, mas ela conseguiu. Seu corpo movia-se com extrema facilidade e rapidez nos golpes aprendidos. Qualquer que fosse a arte marcial, ela interessava-se por ela, e a dominava.

De repente, Sora pára de caminhar, apreensivo. Encarava em várias direcções e sabia o que aquilo significava. Ele volteou seu olhar para Orihime, que encarava-o com a mão no peito, preocupada. Sorriu, disfarçando seu desconforto.

— Não se preocupe, Orihime-chan. Mas acho que estamos sendo seguidos.

Orihime procurou disfarçadamente porém não conseguia sentir nenhuma presença, e pela face endurecida de Sora, ele também não a conseguia sentir mais. Num porte altivo, ecoou sua voz alto.

— Nós sabemos que está aí! Saía de seu esconderijo!

O ruído entre os arbustos, atraiu a atenção dos dois, que observaram nessa direcção, esperando o desconhecido se manifestar. Saindo das sombras, atravessou uma árvore, permitindo que a fraca iluminação luar a revelasse. Um ténue sorriso curvou sua face, ao reconhecer a jovem de cabelos ruivos.

— Princesa Inoue, prazer. Meu nome é Rukia.

Apesar da cordialidade amigável, uma parte dentro de Orihime se contorceu ao vislumbrar flocos de gelo disfarçados pela pele alva descoberta. A alma daquela morena exalava ao frio congelante. Por momentos, parecia que estava morta.

— Orihime, se afaste dela agora! —Um tanto brusco, ele puxou com força o braço de Orihime, impedindo de ela caminhar até Rukia.

—Sora-nii-sama? —Confusa, ela o encarava, notando por seu olhar que este encontrava-se nervoso.

Seus passos flutuantes, os cabelos profundamente negros não reflectiam a luz, sugava-se na imensidão das trevas. A morte dançava na direcção deles. A mulher encaminhava-se como uma ceifadora para Orihime, na qual, Sora se interpôs à sua frente com um olhar ameaçador, a protegendo. Ele sabia o que aquela mulher era… uma Banshee, uma fada da morte.

A ruiva parecia hipnotizada pela morena, assemelhava-se a uma fada. Seu discreto sorriso era afável mas misterioso, possuidor de uma tristeza profunda. Seus lábios se moveram sem sair som por eles, contudo ela percebeu suas palavras mudas: “me perdoe, não posso lutar contra a minha natureza”.

Ela não compreendeu, contudo, Sora sim. Tremeu quando as íris violáceas se tornaram num escuro vidrado. A fada gritou em agonia, trinta vezes consecutivas, o som perfurava os ouvidos de Inoue e seu guardião. Mentalmente, Sora contava os gritos e chorou. Ele sabia o que aquilo significava. Conhecia as lendas e simbologias.

Banshees, mulheres raras com poderes e habilidades surreais. Disfarçavam-se de humanos com vidas normais, porém, se ela cruzasse com alguém e gritasse, isso significava a morte da mesma. Cada grito, representava um dia. Era como uma previsão… inevitável. O seu grito era um meio fim, anunciando a mensagem final do morrer. Sora tremia, não ia permitir que nada acontecesse à irmã, nada. Notou a expressão pesarosa da morena, como se arrependesse, no entanto isso não o compadeceu.

Quando a lua minguante reinou no topo do céu, o guardião não conseguiu discernir quem a fada da morte encarava.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...