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História Hecatombe - Capítulo III


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


☀ Olá, beijinhos para os meus queridos leitores! #risos
Capítulo focado em Ulquiorra, espero que gostem! Quero pedir desculpas pela minha tremenda demora em actualizar... Entrei em hiatus como muitos sabem por motivos pessoais, mas quero compensar este tempo. Vou tentar actualizar com alguma regularidade por isso não prometo capítulos grandes (como tinha previsto inicialmente) para esta história. Não que isso mude muita coisa, apenas será uma história com mais capítulos do que tinha pensado. Obrigada a todos os que não desistiram da história! E devo agradecer à querida @Annalise com a sua história "Profundamente Humano" (UlquiHime) que criou-me uma grande saudade e vontade de escrever sobre este casal de novo! Não que a tivesse perdido, mas fiquei de tal maneira depois de a ler que TINHA de escrever algo UH agora! Surto de inspiração, talvez. Eheheh.
☀ Créditos ao Banner a LadyVic do Blog CastleEdits.
☀ Domo arigato pelos comentários de todos, capítulo dedicado a vocês! (peço desculpa àqueles que ainda não respondi!)

Kamis = Deuses
Youkai = Demónio
Kimono = Vestimenta tradicional japonesa
Katana = Espada tradicional japonesa usada por samurais no Japão antigo e feudal

Capítulo 4 - Capítulo III


Fanfic / Fanfiction Hecatombe - Capítulo III

Os vilões existiam. Miseravelmente para as crianças inocentes e sonhadoras, todo o cosmos era administrado por criaturas sinistras e interesseiras. Não existia salvação, não havia uma luz sequer para sair daquela obscuridade.

Em todos os trilhos, em cada sentido, só enxergavam-se as trevas. A cobiça, o egoísmo, a arrogância, e todos os restantes pecados criaram uma cegueira colectiva. Não existia mais nada do que seguir o seu próprio caminho, ou seja, o dos seus interesses medíocres. 

Tal como o céu nocturno, o mundo era apenas uma escuridão de amor. Ainda assim, havia uma pequena luz -a Lua- que conduzia alguns seres mais fantasiosos. Mas essa luminosidade era uma ficção, porque esse brilho não era de facto seu, e sim um reflexo de outro astro. Não era real, nada existia. Tudo enganava, inclusive os próprios sentidos.

Os contos de fada, os heróis e finais felizes, nada disso era verdade. Era uma ilusão que todos procuravam acreditar para obter alguma determinada salvação para a sua alma… Quando o único que realmente existia eram os vilões, desses mesmos contos, que perturbavam a paz.

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Ulquiorra Schiffer era um dos elfos que aliara-se ao exército youkai. Estava sobre o comando directo de Byakuya Kuchiki, era considerado como o seu servo mais leal. Não porque eles confiassem cegamente um no outro. A confiança tinha uma linha muito ténue com traição, e consequentemente com a morte. O que os unia era algo bem simples: traços de personalidade. Odiavam muitas coisas em comum, remetiam-se ao silêncio, só dialogando quando era extremamente necessário, e cumpriam seus objectivos friamente sem qualquer rodeio. Nada mais os ligava, mas também não era preciso mais nada propriamente. 

Ulquiorra destacava-se pelos olhos invulgarmente jades e pele extraordinariamente pálida. Seus longos cabelos negros descaiam pela sua armadura em metal com detalhes esverdeados, com uma katana colocada na sua cintura.

Ele não era movido por idealização, sonho ou ambição. Era o profundo vazio. Sua vida era o eco daquilo que lhe faltava: um coração. Não possuía sentimentos, nem pretendia obtê-los. Para si, apenas o que seus olhos captavam era a realidade. Não se identificava com a maioria dos da sua espécie, não queria lutar por liberdade ou sequer pelo término da guerra. Nada disso importava, porque as causas pelas que lutavam eram fúteis. Sentimentos são fraqueza. Um exemplo disso é os próprios monarcas Inoue, que morreram apenas para salvar a sua filha que estava destinada a esse fim, mais cedo ou mais tarde. Lixos fracos e ridículos. 

— Ulquiorra! Finalmente, encontrei você!

Outro tipo de estupidez era deixar-se guiar pelos instintos mais primários… Como a necessidade de encontrar uma parceira para satisfazer os seus instintos sexuais ou o prazer de combater pela obtenção de vitória, glória e sangue. Era absurdo como alguns indivíduos que, como o youkai que estava à sua frente o chamando, não conseguiam controlar-se e superarem o seu estado mais primitivo.

Kenpachi Zaraki. Um demónio que parecia ter escapado a chamas infernais para atormentar os vivos, com um poder de respeitar para Ulquiorra, ou seja: demolidor. Era também um servo de Kaien, no entanto, não se preocupava minimamente em seguir as suas ordens. Zaraki apenas matava tudo o que surgia pelo seu caminho, sem se interessar por ideologias. Apenas agia pela diversão que o combate proporcionava. Uma característica sua era os guizos presos nas pontas de seus cabelos negros, longos e rebeldes… O vento sacudia os pequenos objectos fazendo-os cintilarem, anunciando o perigo e a fatalidade do encontro com a morte. Usava um kimono negro com uma katana na cintura; sempre gargalhava durante os seus combates. Sua força monstruosa era impressionante, sobretudo quando era ferido. Por muito grave que a lesão fosse, ele continuava a rir estrondosamente pelo divertimento sem sentir qualquer tipo de dor. A euforia maníaca era como um analgésico. Mais do que matar e destruir, o que o youkai realmente pretendia eram os bons combates com adversários fortes. Aqueles que perecessem rapidamente não teriam sido dignos de serem seus rivais.

Kaien apreciava essa personalidade doentia de Kenpachi. Não eram propriamente aliados ou amigos, uma vez que Zaraki apenas obedecia à sua vontade. Mas como fazia o favor de livrar-se de certos obstáculos do seu caminho, era-lhe útil mante-lo vivo e debaixo da sua alçada.

A presença intimidante de Zaraki não preocupava Ulquiorra. O sorriso largo em seu rosto demonstrava suas intenções ao procurá-lo. O elfo lamentou não ter conseguido esconder melhor sua presença e evitar aquele confronto desnecessário. Uma das fraquezas do youkai era justamente detectar ou esconder a sua presença ou a do adversário. As emoções extremas dominavam-no, daí o controlo e perspicácia não serem os seus melhores atributos.

— Vá embora, Kenpachi. — Ulquiorra virou as costas, retornando ao seu trajecto inicial. Ele tinha seus alvos a abater, Kenpachi Zaraki não era um deles.

Porém, como previra, Zaraki não iria desistir facilmente.

— Não pense que vai conseguir fugir, Ulquiorra!

Desembainhou a katana, atacando-o directamente. Zaraki conhecia as habilidades de Ulquiorra, inclusive considerava-o superior. Mas não o temia. Nunca receava ninguém, apenas queria divertir-se… e Ulquiorra era capaz de dar-lhe isso.

— Isto é uma perda de tempo, Kenpachi. Meu alvo não é você.  Ulquiorra impedira a lâmina de o cortar, usando o punho revisto pelo metal da armadura. Nenhum dos dois estava a usar a sua real força, e ambos sabiam disso.

— Eu farei com que me considere um alvo então…

Rodou o cabo da espada, mirando a ponta da katana para o rosto descoberto de Ulquiorra. Estreitando o olhar, rodou o ombro, retirando os olhos da direcção do ataque. Kenpachi riu divertido e o elfo sabia que precisava evitar o combate antes de ele tornar-se algo sério. Se o confronto ganhasse determinados contornos, seria impossível controlar Zaraki sem ter de o matar. E não estava com disposição em justificar-se a Kaien-sama por um erro idiota do youkai imprudente.

— Isto não serve de nada. Você é um fraco, Zaraki Kenpachi. Jamais me venceria.

Kenpachi apenas reagia a provocações. Mais especificamente à sua falta de poder, que apesar de não ser real levava a que o mesmo respondesse de forma descuidada.

Tal como era previsível, Kenpachi riu sarcasticamente, disposto a provar o contrário, excitado com a possibilidade de um duelo genuíno, ergueu o braço para repetir o ataque de uma forma muito mais potente. Porém, estava próximo demais de Ulquiorra, criando as aberturas que o elfo procurava para contra-atacar. Em menos de dois segundos, o Schiffer retirou a sua katana, apelidada de Murcielago, desferindo um golpe certeiro na nuca de Kenpachi com o cabo da espada, fazendo com que este perdesse os sentidos, tombando na superfície. 

Observava-o, enquanto notava que seus cabelos foram superficialmente cortados pela lâmina que ainda o conseguiu atingir. Apenas um pouco mais lento, e teria ficado sem pescoço.

— Porque não matar um lixo que criou a hipótese de ser vencido? —Ulquiorra não sentia compaixão de seus adversários. Mas também não tinha prazer em concretizar a sua eliminação. Era simplesmente… indiferente.

Abandonou o local, deixando um Kenpachi inconsciente e respirando. Schiffer ainda estava perturbado de alguma forma. Era o vazio. Era algo bom, na sua perspectiva. Se és vazio não sentes nada, não existe qualquer tipo de dor ou desilusão. Isso seria um paraíso para muitos seres mágicos e humanos… Porém, não importavam quais fossem as suas acções, eram sempre vagas. Sem qualquer emoção. Isso era positivo, afinal emoções não eram visíveis logo não podiam existir.

Por momentos, sentia-se superior por perceber isso.

Mas, em raríssima situações como esta,… tinha o pressentimento de que faltava algo. Levou inconscientemente a mão ao seu peito que precisava de ser preenchido. Era o que uma voz sussurrava perturbando a sua mente. Não entendia os motivos de tais acontecimentos, não tinham lógica. Só podiam ser alucinações de uma parte ainda fraca que habitava em si. Mas iria livrar-se desse pedaço… E ser o vazio pleno.

Ergueu o olhar, encontrando a lua solitário no céu obscuro. Sempre que pensava naquele frio que alastrava-se em seu peito, imaginava irracionalmente feixes de luz alaranjados, como um sol particular.

Na incompreensão de Ulquiorra, reescreve-se a história. O destino não tinha sido totalmente traçado pelos kamis.


Notas Finais


Curiosidade: Preferem alguns capítulos com Orihime/Ulquiorra POV ou apenas narração em terceiro pessoa?


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