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História Helheim; mundo dos mortos. - Capítulo IV


Escrita por: Mira-a

Notas do Autor


Qualquer dúvida é só me perguntar. E para quem não sabe, eu adoro uma boa teória. Soltem a imaginação.

Capítulo 5 - Capítulo IV


 

Helheim: mundos dos mortos

                                                                                   Por ~ Mira-a

Condado de tebes;

Proximidades de Helgardh

 

Não importava para onde se fosse, cada lugar do mundo havia se tornado gélido e alabastrino, entretanto caminhar por aquelas terras mostrava para muitos, que ali, todas as angustias eram maiores.

                O céu era e sempre seria um emaranhado de nuvens escuras que pareciam estar prontas para derramar sobre a terra o seu pranto. O chão, mesmo violado pelos passos de pessoas e animais, demonstrava a neve que caia pura e constante apenas para ser corrompida por aqueles que estavam fadados a caminhar pelo mundo.

                Um mundo frio e cheio de aflições. Um mundo de pecados, de mortes e de desespero. E mesmo que essa fosse a face do mundo dos vivos, ele, estava exacerbado de felicidade por caminhar mais uma vez sobre ela.

                O homem de cabelos e olhos negros tão escuros e profundos quanto uma cova de medo, caminhava a passos medidos como se aproveitasse o máximo daquela sensação, como se fosse algo que há muito ele não conhecia.

                O condado de Tebes era um lugar fétido, depravado e abastardado. Estava localizado muito próximo do último entre os grandes reinos, o intrigante reino dos mortos, e talvez por isso tivesse se tornada uma possível extensão do mesmo. Até mesmo as pessoas que ali viviam pareciam podres, imundas, perversas.

                Todos corrompidos pelo mal que escapava pelas grades que separam os mundos. Sim, eram dois mundos totalmente diferentes. Mesmo que aquela terra estivesse contaminada, apenas os vivos caminhavam sobre ela, já naquela que estava as costas do homem que continuava a andar, apenas os mortos tinham o direito de estar.

                Os mortos sem glórias. Os mortos que perderam seus lugares na história. Mortos sem honra, sem verdades, sem escolhas.

                Homens, mulheres, crianças, todos condenados pelas leis de deuses que se consideravam soberanos. Itachi Uchiha era um desses condenados, entretanto agora ele estava ali, prosseguindo tão dignamente como qualquer ser vivo que seus olhos eram capazes de vislumbrar. Tão belo e perfeito, profanando uma lei soberana. Criando uma nova história.

                Uma história que há muito havia sido escrita, mas isso não importava. Não para ele, não naquele momento.

                Seus passos firmes o levaram ao velho bordel, no qual ele pretendia nada mais do que saciar os desejos pelos quais seu corpo ansiava. Desejava tocar alguém quente. Viva.

                Quando ele entrou no lugar pouco iluminado e cheio de mulheres e homens que pouco se importavam em parecer depravados, ele sentiu o corpo vibra em verdadeira ansiedade. Era bom estar vivo novamente, depois de tanto tempo.

— Ora, ora, está aí um rosto que eu jamais achei que veria novamente — a voz firme soou aos seus ouvidos, uma voz que tinha um tom de riso e medo. Uma voz que ele quase havia esquecido — Achei que estivesse morto, menino Uchiha. Morto como todos os outros.

 

 

 

Vilarejo de Cabas

Arredores de Ensomhet

 

Aquele de fato era um lugar interessante, Sakura afirmava isso em sua mente repetidas e divertidas vezes. Ela estava tão feliz. Parecia novamente a criança de suas lembranças, a menina de espertos olhos verdes, de passos acelerados e sorriso fácil.

                Era novamente a criança pura.

                Ela caminhava por Cabas apreciando cada mínimo detalhe e se surpreendendo pelas mais simples coisas. Aquele era um dos muitos vilarejos que existiam mundo a fora. Um daqueles que Kol costumava destruir, queimar e apagar da história. Toda a alegria do sorriso dela sumiu ao se lembrar desse fato.

                Doía saber que toda aquela liberdade era momentânea, que toda aquela felicidade era passageira. Mas a jovem feiticeira a estava aproveitando, mesmo que jamais a tivesse esperado; sorriu feliz novamente.

                Jamais cogitara que o demônio que lhe assombrava seria aquele que lhe daria alforria. Imaginara tão mal daquele homem que no momento que ele lhe olhou nos olhos e lhe disse, de forma lenta e melodiosa, que ela era livre para caminhar pelo mundo, que ela, a amaldiçoada de seu povo estava livre das correntes de um rei, um rei que ele garantiu matar, Sakura se sentiu culpada. Culpada por sua maldade, culpada por ter desejado ver a morte dele em algum momento. Culpada por tê-lo jugado.

“ Não foi tirada de uma prisão para ser posta em outra mulher. Se ânsia tanto por liberdade, pegue-a, ela é sua. Caminhe pelo mundo e encontre seu destino. Seja mais uma vez livre. ”

                Essas foram as palavras dele, e ela jamais esqueceria disso. Depois de as digeri, praticamente correu para porta por onde momentos antes havia entrando. Não chegou a sequer se despedir de Naruto, pois estava afoita demais. Desesperada na verdade.

                E enquanto corria para fora daquele lugar, ela sentiu o coração palpitar fortemente, imaginando se seria impedida, se caçoariam dela enquanto a capturavam; mas eles apenas a deixaram ir.

                Agora estava ali, caminhando enquanto olhava para todos os lados, observando a mistura étnica daquele lugar.

                Durante seus anos no castelo, Kol lhe falou sobre os povos. Muitos deles. Entretanto seus maiores ensinamentos estavam focados nos noves reinos que eram os regentes do mundo.

                Pelos corredores do castelo onde cresceu teve o desprazer de cruzar várias vezes seus caminhos com os senhores do gelo de Jotunhein. Homens belos, precisava admitir, porém de olhos e coração tão frios quanto seus dons.

                Entre os aliados de Kol, eles eram os únicos que possuíam verdadeira confiança do senhor do fogo, os únicos que podiam caminhar entre aquelas paredes.

                Eram homens grandes e fortes. Seus olhos eram brancos e apenas conseguia enxergar neles a maldade e desespero por sangue que aqueles seres possuíam. Não gostava daqueles homens.

                Mas ali, naquele simples e pequeno lugar, ela via tantos povos diferentes que seu coração palpitava diante a novidade. Havia humanos, anões — com suas caras amarradas como sempre lhe fora descrito — Jotun’s renegados e incrivelmente ela pode reconhecer um mestiço. Céus aquilo era tão excitante para a jovem fugitiva.

                Queria poder chegar perto deles e lhes tocar a pele, saber se ela era quente ou fria, firme ou mole, mas acima de tudo saber se aquilo não era um sonho.

                Era errado aquele pobre e sofredor coração sentir medo de ser desperto de seu sonho perfeito, para a realidade cruel? Ela e todos que tivessem o direito de conhecê-la diriam que não.

                Sakura tentava ver ali, o que suas visões sempre lhe mostravam — além da morte. Ela tentava enxergar aquela esperança, aquele meio trapaceiro de escapar do destino mesmo que por pouco tempo. Aquela chance que seus olhos proporcionavam há anos à Kol. Era nisso que ela buscava desesperadamente acreditar.

                Fugiria ela de sua sina, tanto quanto lhe fosse possível. Correria do agarro de Kol por quanto tempo conseguisse e quanto finalmente estivesse encurralada, ela já havia decidido para qual lado escolheria.

                Se entregaria ao homem que ainda não sabia o nome e nem a origem, o homem de profundos olhos negros que ela jugou tão maldosamente, e daria a ele todo seu poder; tudo de sim para que enfim Kol fosse destruído. E então ela não se importaria de ser a eterna prisioneira do novo carrasco, afinal ele havia lhe dado aquela liberdade. Aquela escolha.

                E Sakura o tinha escolhido.

 

 

 

                Sasuke e todos os outros ainda estavam sentados sobre as mesmas cadeiras de mais cedo. Furiosos e frustrados pela falha na missão que lhes parecia tão fácil.

— Ela já tinha se disposto em nos ajudar, por que diabo mandou que ela fosse embora quando estamos tão ferrados? — Depois daquela fala, Sasuke entendeu que Naruto era e sempre seria o mais tagarela e idiota de seus irmãos. O humano sempre tinha questionamentos prontos a serem feitos, embora sempre parecesse indisposto demais para entender os fatos, mesmo que eles estivessem estampados a frente de seus olhos ou fossem explanados claramente aos seus ouvidos.

                Mais um suspiro cansado escapou pelos lábios do líder.

— Ela não havia concordado por livre vontade. Você praticamente falou pela mulher. Não fazemos escravas Naruto, não somos como ele — Sasuke falava aquilo de forma cansada, rígida e cuspida. Estava irritado com tudo aquilo, haviam perdido a chance de capturar a feiticeira e agora Kol dobraria a segurança daquela cidade e daquele castelo, fora o fato de que provavelmente os caçaria como ratos.

                Naruto somente bufou em resposta. A mulher de orelhas engraçadas não estava sendo feita prisioneira por ele. Eles eram amigos em sua cabeça. Ela o havia ajudado a fugir, o acompanhado em toda sua jornada e parecia muito disposta e desejosa para com sua vingança. Porém, Sasuke era um idiota cabeça oca que jamais entenderia isso.

— Isso não importa agora, precisamos nos esconder por um tempo, deixar toda essa história ser esquecida e então atacamos de novo. — Neji tomou a fala enquanto bebia de sua cerveja.

                Para quem os visse ali, jugaria ser apenas mais um grupo — um grupo muito bem visto pelas mulheres — de homens comuns, mercenários quem sabe, mas nada que chamasse verdadeira atenção.

                Naruto estava com a cabeça e parte do tronco apoiado sobre a mesa, de forma que seus braços ocupassem um bom espaço do local. Neji estava ereto em sua cadeira, com seus olhos focados em Sasuke que observava todo o lugar de forma discreta.

                O quarto membro, o homem chamado Gaara, estava jogado sobre o assento, como se estivesse prestes a dormir. Ele era um dos mais fortes entre aqueles que estavam ali, um desgarrado de Muspelhein que pouco se importava com toda aquela história.

                Para o jovem de ruivos cabelos e olhos verde-água, eles deveriam há muito ter invadido aquele castelo e matado Kol. Eram fortes, poderosos, então não precisavam pechinchar ajuda daquela forma medíocre, muito menos correr desesperados em buscas de presentes para uma rainha que deveria se corroer de inveja da tão falada feiticeira.

                Havia sido ele, junto de Hinata — irmã mais nova de Neji — os responsáveis de entregar a carta de Sasuke a senhora dos mortos. Fora deveras difícil entrar naquele maldito lugar, para no fim, aquela mulher lhe olhar nos olhos e dizer sim com o simples intuito de o iludir, esperando uma ajuda desinteressada, para apenas ter as certezas jogadas ao léu quando ela exigiu o presente.

                Que ela pedisse ouro, pedisse prata, ele aceitaria e entenderia, porém, a senhora dos mortos pediu uma vida. E ele estava a achar Sasuke muito hipócrita depois de sua fala; “Não fazemos escravos”. O que eles fariam mesmo a feiticeira? Oh, sim. Entregá-la-iam para Hel, algemada com correntes de ouro e em uma bandeja de prata.

                O que era isso se não escravizar?

                Aegir, o jovem de pensamentos parcos também fazia parte daquele grupo, entretanto, este se encontrava ocupado demais em olhar as mulheres de pouco roupa para dar verdadeira atenção aquela conversa.

                Os outros dois, Kaia e Sven apenas observavam tudo aquilo de forma quieta e sabia. Eram como Neji, renegados de Jotunhein. Foram recebidos por Sasuke como se fossem iguais a ele, então não lhes importava as escolhas ou as formas que as coisas se dariam, sempre estariam ao seu lado. Sempre lhes seriam leais.

— Vamos sair daqui, nos separamos e nos encontramos em Shartun, em três dias. — Sasuke disse por fim. Estava cansado de tudo aquilo, queria poder matar o inimigo de uma vez e voltar a seus dias de paz.

Cada um deles foi levantando pouco a pouco seguindo por caminhos diferentes.

                O último a ficar naquele lugar, fora justamente o líder. O rapaz solitário que assim como a jovem feiticeira era o último de sua raça. Quando o mesmo estava preste a se levantar para deixar o prostibulo, três homens vestidos nas cores de Kol adentraram o lugar. Olhavam para todos os lados de formas atentas em uma busca minuciosa por algo desconhecido.

                Sair dali assim que eles entraram poderia levantar suspeitas, então Sasuke agarrou pela cintura a mulher que passava com uma caneca de cerveja, fazendo a mesma rir ao cair em seu colo. Respingos do liquido espumoso mancharam pele e roupas do rapaz que fingiu não se importar enquanto ria com a mulher desconhecida.

                Os homens iam ali para beber e se saciar com as mulheres, caso ele estivesse sozinho chamaria tanta atenção quanto romper pelas portas naquele momento.

                A mulher que antes já tinha um destino certo pouco se importou em rompê-lo para ficar entre os braços do guerreiro. Não importava em quais braços ela estivesse na realidade, tudo o que precisava era dar lucro aquela casa, assim seu senhor não lhe puniria, entretanto, ela julgou muito mais agradável permanecer entre os músculos do jovem e belo homem que agora lhe tinha sobre posse, do que o outro que a aguardava mais à frente. Velho e gordo.

                Sasuke colou o rosto nos cabelos ruivos da mulher, como se apreciasse o momento, enquanto com os olhos atentos ele observava os três homens que falavam com a dona do local.

                De onde ele estava não era possível ouvir o que eles discutiam, mas percebia os gestos que o líder — ou pelo menos o que parecia ser — fazia enquanto explanava suas palavras, com a face cheia de ira. E foi entre suas observações que ele percebeu a mulher velha e suja que estava atrás de uma das mesas apontar em sua direção.

                E tão rápido quanto o notaram, se aproximaram dele.

                Passos rápidos levaram os três homens para próximo de si, enquanto ele fingia tédio em suas presenças, mas atentava todos os sentidos.

— Um homem loiro e uma mulher de olhos verdes e cabelos róseos foram visto aqui mais cedo. Juntamente a você para ser mais exato, onde eles estão? — Nem meio minuto foi necessário para que Sasuke entendesse que era por Naruto e a jovem fugitiva que eles procuravam.  Achou no mínimo intrigante o fato de já estarem a procurar um deles, assim como a mulher. Certo que ele sabia que seriam caçados, entretanto, não com tanta precisão e rapidez.

                Ainda mais com tanto foco em um objetivo. Sete homens haviam entrado naquele castelo. Foram sete homens que rasgaram sem dó ou piedade os guerreiros e honra daquela casa, todavia, apenas um era perseguido pelo inimigo. Apenas o que havia trazido consigo uma mulher. Seria ela alguém importante para Kol? Oh, ele ansiava por descobrir isso.

— Não me lembro muito das mulheres que passam por meus braços meus caros, tão pouco me atenho a detalhes como olhos ou cabelos, sempre que estou com elas, meu interesse está restrito em outras partes. — Sorriu mostrando todos os dentes brancos e perfeitamente alinhados, se apoiando melhor sobre o assento e arrancando um sorrisinho irritante da mulher em seus braços — e se pouco me atenho a mulheres, quão dirá a homens. Não me recordo de nenhum, nem moreno e muito menos loiro.

                Era obvia a sua mentira, porém ele não se importava com isso. Para descobrir mais sobre a mulher, precisava daqueles três homens a sua frente, então pouparia esforços desnecessários tentando fugir deles enquanto o que deveria fazer era coletar informações.

                O líder do trio deu dois passos à frente segurando a mulher, que ainda tinha a face risonha, pelos cabelos e a arremessando longe dali como se fosse um nada. E nenhum dos presentes se importou com os choramingo da ruiva que levantou aos trancos.

— Não me importa onde você foca seus olhos, ou as putas com quem você trepa seu lixo. — Ele falou com o rosto próximo ao de Sasuke, tão próximo que era possível sentir o hálito quente tocar seu rosto. — Ela estava aqui com você e nós queremos saber onde ela está, nem que seja preciso a morte de todos os seres desse mundo, você me levara até ela, agora.

                Muitas certezas foram firmadas em sua mente naquele momento, assim como o fato de seu orgulho tão trabalhosamente enterrado saltou para fora das amarras junto da espada que antes descansava na cintura de Sasuke.

                A espada grande e pesada cortou o ar a frente do comandante de Kol, enquanto ele desviava sem grandes esforços da investida, sacando prontamente sua própria espada. A espada assim que retirada da bainha foi banhada em fogo, fazendo o sorriso de Sasuke se alargar; aquele não lhe seria um desafio fácil.

 

 

Condado de Tebes.

 

— Eu ainda não acredito que você está mesmo aqui — a mulher se repetia em cada uma das vezes que passa por Itachi.

Mei, a dona do bordel era de fato uma mulher agradável aos olhos de qualquer homem. Ruiva de olhos verdes, corpo e voz perfeita, porém tão irritante quanto bela. Para Itachi, que apenas buscava uma coisa ali dentro, estava sendo no mínimo tedioso ouvir e ser interrompido pela mesma frase, repetidas vezes. Quando ele estava lá, finalmente se aproximando de uma das mulheres do local, lá vinha a senhora da casa para acabar com todo seu progresso.

                Ela parecia fazer de propósito, ou pelo menos era isso que sua irritante e feliz voz demonstrava.

                Suspirando frustrado, Itachi rodou os olhos pelo local buscando a mulher que mais lhe chamasse a atenção, e dentre todas ali não foi a mais bonita que roubou seus olhos e sim uma que parecia tão comum entre tantas outras.

                Ela estava longe de si, usava um corpete claro e apertado sobre seu corpo de poucas curvas. Seus cabelos eram longos e tinham cor castanha, assim como os costumeiros olhos. As maçãs do rosto eram altivas e bem delineadas, e mesmo que a mulher não tivesse nenhum atrativo grandioso, Itachi decidiu que aquela seria a dana a saciar seus desejos.

                E enquanto ele seguia seu caminho até ela, mais um fio do destino era traçado, afinal entre todas as mulheres que habitavam o mundo dos vivos, aquela havia sido a escolhido do Skuld para destruir Itachi Uchiha e todas as suas convicções.

 

                O quarto de mobília pobre fazia um contraste gigantesco com o homem sem roupas sentado sobre a velha poltrona. E a mulher que subia e descia sobre seu membro havia notado isso, antes das primeiras estocas. Antes de se perder completamente.

                Desde sempre esteve naquela vida, onde era paga para satisfazer os desejos mais imundos e obscuros dos homens, porém nunca em nenhuma das vezes o contrário ocorreu, como naquele momento.

                As mãos grandes do homem que sequer sabia o nome apertavam sua cintura enquanto ditavam a força e velocidade dos movimentos. Não era nada demais comparado as coisas que tantas outras vezes já fizera, porém, cada partícula do seu ser estava entregue naquele momento.

                Suor escoria por suas têmporas afogando seus pensamentos. Sua respiração saia cortada enquanto ela praticamente chorava de prazer e não importava o quanto se esforçasse para conseguir abrir os olhos e tomar as rédeas da situação, tudo parecia em vão.

                Era ela quem deveria fazer tudo, ela quem lhe deveria dar prazer.

 Mas ele fazia tudo, sugava tudo de si e a mulher que jamais esqueceria aqueles momentos, apenas gemia em seus braços.

                E quando finalmente seus olhos se encontraram, o flagelado coração de Izumi foi lavado em sangue mais uma vez. Os olhos negros do homem estavam cinzas de tão opacos, seu semblante era distante, enquanto ele parecia ter os pensamentos longe.

                Ela quis chorar e assim todo o prazer se transformou em angustia. Como todos os outros ele não a via. Ela era apenas um objeto e se recriminou por pensar que estava tudo sendo diferente.

                Mas naquele momento, em algum lugar entre as raízes do mundo, o ultimo fio era tecido, o fio que os ligaria para sempre. E ali foi decidido que Itachi Uchira jamais deixaria a terra dos vivos outra vez.

 

                 

 

                 Vilarejo de Cabas

 

                As mesas estavam quebradas, o sangue tingia tudo em vermelho. Uns correram, enquanto outros apreciavam a luta. Loucos os que ficaram, isso era uma certeza do mundo.

                E palavras faltavam para os que ainda observavam o que acabara de acontecer ali. E lendas surgiriam daquele momento, pois assim como o vento que leva uma pequena brasa, as palavras sussurradas seriam espalhadas por todos os reinos.

                Com expressão algum na face, o homem coberto por uma pele de lobo — criatura que apenas habitava ao norte — havia retalhado um dos comandantes de Kol, bem como seus subordinados.

                Palavras eram incabíveis para descrever aquilo e medo juntamente a alegria palpitava no coração dos loucos que ainda restavam no lugar.

                Enquanto Sasuke passava por eles, guardando a espada em sua bainha, uma mulher — a mesma que estava em seu colo momentos antes — o reverenciou, pasmando a todos, se e que isso ainda era possível.

                Sasuke apenas fingiu não a ver, continuando em suas passadas, apenas ouvindo o que era falado.

— Por que você está fazendo isso mulher? — Alguém sem importância perguntou, explodindo em curiosidade e deboche.

— Ele é uma criatura cheia de ódio e poder.  — As palavras da mulher despertaram verdadeira curiosidade em Sasuke, que por um momento parou seus passos, apenas para em seguida continuar seu trajeto

— Você ficou louca mulher? — O mesmo homem de antes a perguntou, quando Sasuke já havia sumido de suas vistas.

— Louco são vocês. — Karin se recriminava por não o ter reconhecido. Jamais pensou que veria aquele homem novamente. O temeu por eras incontável até finalmente esquecer seu terror e agora ele estava tão próximo de si, que todo o desespero de décadas voltou a dominar seu corpo. No mesmo silêncio que esperaram pela fala dela, a viram ir embora do local, arrastando os passos como uma moribunda. Acabada demais. Louca demais.

                E rapidamente a mulher louca foi esquecida. Não havia espaço para murmurarem sobre ela, não quando os feitos daquele homem eram tão mais interessantes.

 

                O cavalo negro seguia a galopes desesperados, os olhos de seu dono vasculhavam cada canto daquele vilarejo em busca de seu alvo.

                Desde o momento em que notara a clara preferência dos guardas por Naruto e a mulher misteriosa, Sasuke decidiu que a encontraria primeiro. Não importava muito quem ela era, o que bastava era saber que de alguma forma a mulher de estranha aparência era preciosa aos olhos do inimigo.

                E Sasuke a usaria, sem pudor algum caso isso o ajudasse, e enquanto esses fundamentos eram firmados em sua mente seus olhos a contemplaram, correndo tão desesperadamente que perdera toda a compostura de outrora.

                Quando Naruto adentrara o prostibulo acompanhado de uma mulher, com estranhos — sim, seus cabelos eram róseos, e ele jamais jugaria algo do tipo de forma diferente — de olhos verdes e orelhas pontudas, Sasuke foi o primeiro a observa-la.

                Bela. Acima de tudo, ele sempre a jugaria assim. Composta e cheia de pose como alguém importante. Ela parecia poderosa, mas no fim tudo que viu foi uma mulher submissa que frustrada, parecia seguir as ordens de Naruto.

                Ela deveria ser acostumada a seguir ordens, ele jugou. Uma empregada talvez.

                Os homens, mesmo os mais poderosos costumam fazer julgamentos errôneos.

                Quando Sakura tropeçou nos cestos de maçãs de uma barraca, os três homens que a perseguiam se aproximaram dela o suficiente para que um deles lhe segurasse pelo calcanhar.

                Ela não gritou como Sasuke esperava que fizesse, em vez disso deixou que o homem se aproximasse para que lhe chutasse a face, ganhando assim liberdade.

                Ela não era tão tola afinal. Mas os três eram demais para ela, por isso Sasuke desceu de seu cavalo enquanto via os outros dois se aproximarem.

                Os passos de Sasuke foram apressados e seus olhos poucos se importaram com os imundos que preferiam ajuntar as maçãs espalhadas pelo chão do que ajudar a jovem mulher. Ele apenas focou em arrancar da espada, com o dúbio pensamento de que a estava usando vezes demais em um único dia, pela mesma pessoa, mas assim como esse pensamento veio ele se foi quando cortou a cabeça do primeiro inimigo.

                E dessa vez a mulher gritou com muito desespero enquanto a cabeça decepada caia sobre si.

                Os outros dois homens, grandes e sujos viraram já arrancando suas armas prontos para a luta, todavia Sasuke foi mais rápido em feri-los mortalmente.

 Ou eles estavam dispersos demais, presos na perseguição da jovem mulher, ou Sasuke era um guerreiro excepcional. Os murmúrios entre os becos contariam a segunda entre as versões.

                Quando tudo terminou — rápido demais — Sakura não havia se quer se recuperado do susto. Mal entendia como tudo terminara daquela forma e poucas eram suas forças para afastar aquela cabeça de suas pernas. Ela apenas tinha parado de gritar.

                Sasuke se abaixou, olhando para ela, suja e suada. Parecia indefesa e todas as suas certezas se embaralharam enquanto ele afastava o cabelo sedoso de sua face.

— Você está bem? — Pouco importava, ele apenas jugou necessário perguntar.

                Sakura, levantou a face para o observar antes de respondê-lo.

 — ... sim — foi tudo o que ela disse, de forma lerda e fraca. Não parecia nada bem na verdade.

                Contudo, ainda era muito bela mesmo naquela situação.

— Temos que sair daqui, estão atrás de você é Naruto. — Ao terminar a fala Sasuke já estava de pé e lhe estendia a mão para que ela fizesse o mesmo. E quando ela o fez, ambos procuraram os olhos um do outro; e negros se chocaram com vermelhos.

                Porque mesmo quando Sakura não desejava, seus olhos buscavam desesperadamente pela morte.

 

               


Notas Finais


Dedico o próximo capítulo para quem acertar qual é a visão que a Sakura está tendo. Vamos lá gente, preciso de teorias <3

E pras amigas ~Yelly, ~Maji e ~UchihaSak, espero boas teorias de vocês viu kkkk


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