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História Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - Sonhos de um Imortal


Escrita por: Lady_Miss_Chief

Notas do Autor


ATENÇÃO! Essa fic é uma continuação direta do Caminho para a Eternidade (1), portanto, é essencial que tenha lido a anterior para compreender todos os eventos que irão ocorrer aqui. Obrigada!

Capítulo 19 - Sonhos de um Imortal


Fanfic / Fanfiction Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - Sonhos de um Imortal

Sempre houve momentos na vida imortal de Alucard em que o mundo a sua volta parava, quando tudo que conhecia perdia forma, brilho ou cor, como as páginas de um livro sujas e empoeiradas demais para serem lidas, estes momentos, com o tempo, ele reconhecera como sendo períodos em que experimentara a morte, não literalmente, é claro, mas podia sentir o beijo frio por alguns segundos contra a sua própria, fazendo seu corpo tremer premeditando o fim de algo... Ou o início de outra.
- Alucard? – a voz de Maximillian ressoou longe, como se tivesse há milhares de quilômetros de distância.
Em sua visão, viu seu pai, Vlad Dracul com seu bigode longo, inclinado para cima e seu porte alto, forte passando a sua frente, com roupas brilhantes e finas, ele o encarou com o canto dos olhos, olhando-o com certo desprezo que o Vampiro nunca compreendera a origem. Em seguida se viu quando criança agarrando a cruz em seu pescoço enquanto seu corpo era violado pelos bárbaros, a visão mudou novamente para soldados correndo num campo de batalha, num flash, seus corpos altivos estavam pendurados acima de sua cabeça com lanças transpassando seus anus até saírem pela boca, a visão mudou novamente para sua morte, a lâmina do seu algoz cortando sua cabeça por ter feito aquilo com seus próprios soldados num excesso de loucura e descrença, a morte venho... Mas ela não era a real, Drácula despertara em seguida em seu próprio caixão, sua cabeça decepada de volta ao lugar e em sua garganta seca um desesperado clamor por sangue quente...
- Alucard? – A voz soou novamente, mas sua mente ainda estava presa no passado, enquanto vagava pelas inúmeras vidas que tirou naquele período, as vozes de homens, mulheres e crianças ressoavam como uma sinfonia infernal, as mulheres que transformara e usara durante todos aqueles séculos também estavam lá, vários belos rostos femininos, todas mortas, descuidadas, algumas inclusive se mataram após não aguentarem o próprio sofrimento que a imortalidade e a vida com ele lhes proporcionavam, e no meio de todo aquele fogo que emanava de suas ex amantes e servas em chamas, o rosto de Mina Harker se fez, suas feições joviais formavam um sorriso doce, enquanto lhe oferecia a mão pálida para ser beijada, repentinamente ela gritou, agora com as mãos esticadas em direção a ele, olhou pra baixo vendo o sangue escapando de seu coração, enquanto Van Hellsing sorria com triunfo sobre si, “ela nunca vai ser sua” o ouviu dizer antes de ser chamado para escuridão outra vez, repentinamente o jovem Walter surgiu, fumando um cigarro de marca duvidosa, enquanto em suas mãos linhas prateadas desmembravam diversos soldados nazistas, ele começou a rir descontroladamente inclinando a cabeça para trás enquanto a luz da Lua evidenciava o que Alucard só iria descobrir décadas depois, seu desejo por poder. “Quem... Quem é você?” uma voz feminina profunda fez Walter desaparecer da sua frente dando lugar a pessoa que Alucard morreria para proteger, a pequena Integra Hellsing o encarava com desconfiança, atrás dela o corpo de seu tio traidor morto jazia sangue que ele mesmo provara, embora fosse beber o dela que o tornaria seu mais fiel servo, a pequena garota de óculos redondos cresceu, se tornando uma esguia mulher que emanava poder e elegância, o cheiro de seu charuto inundou as narinas de Alucard como se tivesse voltado ao passado, ela lhe designava ir a um tal de “Cheddar Village” que estava sendo atacado por Ghouls, um flash vermelho o forçou a fechar os olhos, quando os abriu viu a Lua de sangue sobre sua cabeça, a seus pés, viu Seras Victoria baleada por sua própria Cassul, ela esticava a mão trêmula em direção a ele como se de alguma forma reconhecesse que através dele... Ela viveria para sempre.
- Alucard! – A voz parecia mais insistente ao longe, não que Alucard se preocupasse, ele sabia o que estava acontecendo ali e aquelas lembranças de fragmentos de sua vida pareciam atraentes demais para ele abandona-las. - Seras Victoria precisa de você!
Repentinamente Alucard balançou a cabeça dando um passo pra trás, era isso, o que sempre o trazia de volta a realidade quando toda sua vida parecia chama-lo para trás, primeiro quando enfrentara Andersen há mais de trinta anos atrás, e agora na simples menção do nome dela: Seras Victoria.
- Isso não pode ser verdade, humano – Ele se ouviu dizer em voz alta enquanto levava a mão na própria têmpora, massageando a área.
- Acha que eu não sei o quanto isso é loucura? – Maximilliam falou pegando os papeis e os agarrando com as mãos, amassando-os mais ainda – Eu repeti milhares de vezes os testes, eu considerei todas as possibilidades, eu...
Alucard rapidamente ergueu o próprio dedo indicador, colocando-o na frente da boca tagarela do humano a sua frente, obrigando-o a se calar e o encarar com os olhos azuis arregalados.
- Quieto – Alucard fez uma pausa enquanto se esforçava para racionalizar – Vampiras não engravidam, acredite em mim, eu sei.
- Acha que eu não sei também? – Maximilliam falou dando um passo pra trás – A família Frankenstein está desde o século XVIII servindo a apenas um proposito: o de estudar o mais profundamente possível todo tipo de criatura “não-humana” do planeta.
- Então sabe que não pode ser verdade – Alucard disse, jogando a franja negra dos seus olhos para trás.
- Mas é – ele respondeu com convicção, entregando os papeis amassados em direção a Alucard – está tudo aqui, cada estudo, cada detalhe, cada anotação, cada um dos testes... Tem ideia de quantas vezes eu o repeti?
- Ok, vamos supor que isso seja “verdade” – Alucard disse fazendo o movimento das aspas com as mãos – Explique-me como isso é possível.
- Eu tenho uma teoria - observou a expressão dele mudar, assumindo uma posição instantaneamente séria enquanto tirava do jaleco um pequeno bloco de notas, e seus olhos azuis pareciam ler rapidamente o que estava escrito – A primeira delas é você – Disse enquanto apontava a caneta esferográfica em direção a Alucard – Você é literalmente o primeiro Vampiro de toda humanidade, você é o que chamamos de paciente 0, você é a origem do “vírus” vampírico, ela foi um castigo de Deus ou um presente do demônio a você, chame como quiser, mas a verdade é que você nunca foi transformado por ninguém, logo o modo que o vampirismo reagiu em seu corpo é de uma forma completamente diferente daqueles que foram transformados após você...
- Isso não responde a nada – Alucard disse impaciente, cruzando os próprios braços.
- Talvez sim – ele respondeu rapidamente ajustando os óculos que caiam sobre seu nariz suado de volta ao local com a ponta do dedo – Isso provavelmente significa que você nunca foi infértil ao contrário de todos aqueles transformados a partir de ti. Então veja – Maximilliam falou, pegando a caneta e desenhando algo no bloco, para em seguida mostrar o que parecia ser uma forma humanoide masculina mal desenhada – Consideramos a partir desse ponto que você é fértil, talvez tenha poucos espermatozoides, mas os tem e é tudo que importa aqui, ou seja, temos o vampiro reprodutor aqui, em sua mais alta e eterna forma, transando com milhares de mulheres ao longo dos seus séculos. – Ele apontou com a ponta da caneta esferográfica na cabeça do bonequinho que desenhara perante a face de Alucard.
- Ainda sim precisava de uma fêmea para carregar a semente – o vampiro respondeu, fingindo ignorar o fato de que há muitos séculos atrás já havia considerado tudo aquilo antes.
- Exato! – Maximilliam pareceu animado ao perceber que seu raciocínio era bem aceito pelo vampiro – Nisso, temos mulheres, duas espécies com os quais você pode copular: A humana e a Vampírica. Humanas embora sejam férteis uma vez por mês não devem ser capazes de nunca gerar um bebê vampiro, os motivos são muitos, o “poder” proveniente do pai e a própria condição vampírica do feto, afinal, ele precisa de sangue, não tendo esse desejo saciado, ele morreria antes que pudesse se desenvolver, isso tudo considerando que realmente houvesse uma suposta fecundação, o que acho improvável.
- Hum, sim. – Alucard concordou, incentivando-o a prosseguir.
- A segunda é um ser da mesma espécie que você, ou seja uma Vampira, mas sempre soubemos que elas são inférteis, incapazes de gerar um filho pelo simples fato de que elas param de menstruar, seus corpos param de gerar óvulos a partir da transformação.
- E como explica Seras Victoria? – Alucard perguntou, agora genuinamente interessado, visto que toda aquela ladainha do Maximilliam já era algo que ele estava considerando há muito tempo atrás enquanto tentou gerar um herdeiro desesperadamente desde sua transformação.
- Seras pode ser um caso simplesmente único – Maximilliam falou enquanto voltava a desenhar em seu bloco de anotação, virando novamente o papel em direção a Alucard mostrando uma figura humanoide de vestido ao lado do outro garrancho de que tinha feito anteriormente – Minha teoria sobre ela é que quando você a transformou ela estava ovulando, com a transformação sabemos que a temperatura do corpo do humano cai drasticamente, de 34º graus para cerca de 9º graus, isso só externamente, internamente o vírus vampírico se foca na necessidade de apenas manter órgãos essenciais em funcionamento, “congelando” o restante que não precisa, nisso, o coração passa a priorizar bombear sangue para o cérebro, estomago, e pulmões, não que vocês precisem respirar, mas a maioria faz por hábito então o corpo reage a isso. E se os óvulos de Seras estavam “congelados” desde sua transformação?
Alucard respirou fundo, toda aquela informação parecia genuinamente nova para ele, mas algo o incomodava.
- Isso não significaria que de algum modo eu poderia ter engravidado então qualquer vampira que tivesse tido tamanha coincidência de ser transformada num período de ovulação?
- Ai que está! – Maximilliam falou, desenhando rapidamente raios em forma do corpo feminino em seu desenho – Não basta ser uma vampira qualquer, ela provavelmente não iria aguentar carregar seu filho, você tem poderes além de qualquer outro ser vivo, não apenas as habilidades comuns de qualquer vampiro, como sentidos aguçados, velocidade e imortalidade, como você muda de forma, tem um poder físico inigualável, emana servos de sangue e agora é onipresente, tinha que ser com uma vampira que você transformou, porque seu sangue correria dentro dela, dando-lhe a força necessária para desenvolver esse feto... Diga-me, alguma das mulheres que transformou em toda sua vida era como Seras Victoria? Alguma delas tinham esse poder imensurável? Temos diversos estudos sobre ela em nosso laboratório, Sir. Integra enviava relatórios constantes nesses trinta anos desde sua “morte”, meu pai era verdadeiramente fascinado pela sua serva, chamava-a de “prodígio de sangue”.
- Não, definitivamente... Nenhuma mulher foi como Seras Victoria – Alucard confirmou virando de costas e colocando ambas mãos no rosto enquanto sua mente viajava pela confirmação de tudo aquilo que o Dr. Frankenstein falava, agora tudo se encaixava, aquela lua de sangue em cheddar village, o encontro fatídico dos dois, sua vontade inconsequente de transforma-la mesmo servindo a Integra e sabendo que aquilo não era permitido, séculos após Mina Harker, após ter escolhido deixar todo aquele sonho tolo de gerar um herdeiro para trás... Foi como se no fundo algo dentro dele gritasse constantemente que Seras Victoria era diferente de todas as outras, a policial sentimental, irritante e... Interessante. Ele rapidamente bateu o punho fechado contra a parede, socando a mesma, ouvindo o som ecoar pelo sótão enquanto a parede tremia.
"Profundamente nesse espreitar da escuridão, tempo fiquei ali, perguntando, temendo, duvidando, sonhando sonhos que nenhum (I)mortal jamais se atreveu a sonhar antes " – A frase de Edgar Allan Poe ressoa na mente de Alucard como um eco reverberando pelas paredes de seu crânio, sentiu seu corpo eletrificado, pulsando, pela primeira vez em séculos conseguia sentir seu coração bater acerelado em seu peito, seria aquela sensação tão incômoda e excitante a mais pura expressão de...

Felicidade?

 


Notas Finais


Olá queridos leitores! Espero que todos estejam bem, como sempre.

Aqui estou eu com um dos meus capítulos favoritos, acho que o meu preferido até agora em toda Fic.
Descrever como Alucard se sentiu com essa noticia e criar toda "explicação" (que eu espero que tenha sido plausível) para a gravidez foram desafios imensos, eu reescrevi esse capitulo inúmeras vezes, mas no fim... Gostei muito do resultado e torço demais para que todos vocês também.

O desejo de Alucard/Drácula por herdeiros foi algo que eu introduzi sutilmente na fic anterior a fim de ver a reação sobre essa possibilidade, observando o quanto ficaram animados, comecei a trabalhar na possibilidade, admito que muito foi inspirado no filme Van Helsing (2004), aonde Drácula demonstra um desejo imenso de tentar fazer um herdeiro na trama, é algo que eu acho que todo grande rei, tendo a força que tem desejaria. A única coisa na vida que fora negada a Alucard era a possibilidade de ser pai, e não duvido que ele realmente tenha buscado romper isso por séculos, até é claro, servir aos Hellsing's e ser obrigado a "esquecer" tal tolo desejo, agora, ele não estava planejando, não estava tentando, mas aconteceu... Ele finalmente tem o que sempre quis, mas... Será que Seras também queria isso? Como ela vai reagir?

Enfim... Definitivamente essa noticia vai mudar completamente a vida dos dois em todos os aspectos possiveis. Terão que lidar com coisas que jamais acharam que iam precisar lidarem no relacionamento deles. Será... Muito interessante.

Obrigada a todo mundo que me lembra, me cobra e são tão gentis comigo no insta sobre a fic, sempre que leio realmente me animo muito mais a escrever.

Insta: @lady_miss_chief


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