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História Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - "Extraordinária"


Escrita por: Lady_Miss_Chief

Notas do Autor


ATENÇÃO! Essa fic é uma continuação direta do Caminho para a Eternidade (1), portanto, é essencial que tenha lido a anterior para compreender todos os eventos que irão ocorrer aqui. Obrigada!

Capítulo 20 - "Extraordinária"


Fanfic / Fanfiction Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - "Extraordinária"


Os olhos vermelhos deslizavam pelas palavras tão significativas daquele livro que Seras Victoria lia, sentindo-se estranhamente familiarizada com a sensação compartilhada por Frankenstein:
“Se nossos impulsos se restringissem a fome, sede e desejo, poderíamos ser quase livres; mas agora somos levados por cada vento que sopra.” – A vampira suspirou, pousando a mão sobre a página enquanto erguia o rosto, observando o cômodo suntuoso que se encontrava, a biblioteca do castelo era um local lindíssimo, com armários que alcançavam mais de quatro metros de altura repleto de livros mais antigos do que seu atual dono, sem dúvidas, com detalhes adornados em sua moldura de madeira envelhecida com espirais e símbolos rústicos que a vampira desconhecia o significado, embora o símbolo do dragão fosse presente em cada detalhe daquele castelo, não importa quão pequeno fosse, sentiu a lareira estralar aquecendo-a com sua presença reconfortante, fazia frio durante toda aquela semana desde que despertara de seu longo sono, talvez fosse todo aquele castelo tão antigo quanto o tempo dos homens que a fazia ter essa sensação de desconexão profunda com o resto do mundo, estavam beirando a 2033 e ao contrário da antiga Seras Victoria, sempre tão conectada com as tecnologias, sentindo tamanha necessidade de acompanhar o mundo, seus avanços e retrocessos por todas aquelas décadas, agora via-se num profundo desinteresse pela humanidade, se ela já começava a se sentir assim com trinta e quatro anos desde sua transformação, que dirá Alucard com séculos de vivência, sempre condenou a indiferença de seu mestre, agora talvez começasse a compreendê-lo melhor. Com o tempo, se sentia cada vez mais observadora e menos interessada em ser participante do mundo moderno.
Respirou fundo voltando a olhar para o livro que lia, escolher aquele exemplar não fora uma decisão aleatória, conhecia Drácula pelos filmes antes de saber de sua real existência naquela fatídica noite de sua morte em Cheddar Village e apesar da similaridade inegável do Vampiro de capa preta e sotaque húngaro que invadia dormitórios de damas jovens para sugar-lhes o sangue, aprendera que seu Drácula estava muito além de qualquer cena que o cinema ou Bram Stoker houvesse expressado em seu livro. Portanto, daria a família Frankenstein a mesma oportunidade, porém, antes precisava conhece-los de verdade, ler o livro de Mary Shelley e compreender quem fora o homem que provavelmente se tratava do Tataravô daquele que era seu médico pessoal agora, sabia que ao contrário de Drácula, Victor não é Maximilliam, os erros dele criando o “monstro Frankenstein” não podiam ser refletidas em sua linhagem, muito menos no jovem aparentemente gentil que cuidava dela agora.
A porta bateu, uma, duas, três vezes afastando Seras de seus pensamentos casuais.
- Entre – ela respondeu alto o bastante para garantir que a pessoa do outro lado ouvisse.
Ao abrir a porta a vampira pôde vislumbrar um rosto novo naquele castelo, um homem alto, negro e extremamente forte, com os olhos profundos e lábios grossos adentrou a porta com uma expressão neutra enquanto caminha até ela, inclinando o que parecia ser um pacote dourado a sua frente.
- Perdoe-me a intromissão – sua voz era mais masculina do que ela esperava, soando quase como um estrondo – O Rei pediu para entregar isso a você.
Ela franziu as sobrancelhas confusa, a primeira coisa que ficou clara era que aquele homem que usava um terno excessivamente formal era provavelmente algum dos novos membros dos clãs que haviam chegado recentemente, seu inglês parecia natural, o que lhe apontava que ele poderia ser dos Estados Unidos. Ela pousou o livro sobre as próprias coxas, tendo o cuidado de marcar a página que estava com uma pequena fita de cetim verde que acompanhava o exemplar de Mary Shelley e o fechando para ter as mãos mais livres para pegar o brilhante embrulho que o homem lhe oferecia.
- Obrigada... – Ela respondeu, um pouco confusa, aquilo poderia ser um presente de Drácula para si?
- Ele lhe pediu para usá-lo e descer imediatamente, Senhorita – Ele disse, interrompendo a sensação de curiosidade e fascínio dela com o embrulho.
- Usar...?
A porta bateu sutilmente sugerindo que o belo homem havia se retirado do ambiente o que a deixou verdadeiramente mais a vontade, sabia que não era culpa do homem, mas sua presença era inegavelmente ameaçadora devido a seu porte excessivamente musculoso que a deixava certamente desconfortável em toda sua fragilidade.
Com cuidado ela puxou a fita negra de cetim que parecia fechar o embrulho com perfeição, revelando um tecido de excessivamente brilhoso, ela segurou a peça, ficando de pé enquanto permitia que o presente de Drácula se revelasse perante si.
- Ele me deu... Um Vestido? – Ela falou consigo mesma, inclinando a cabeça pro lado.
A peça era de altíssimo acabamento, seu tecido negro como a noite tinha pequenos pontos que refletia as luzes da Biblioteca, brilhando como as estrelas do céu noturno, tinha duas alças grossas, com um decote em coração no centro, o resto da saia parecia ter um corte sereia que se estendia próximo aos pés, antes de racionalizar com qual sapato usaria aquela peça, um barulho abafado se seguiu, sugerindo-a que olhasse pro chão e visse dois sapatos de verniz vermelho sangue metalizado caídos no tapete, aparentemente... Ele havia pensado em tudo.
Seras instantaneamente abraçou a peça fina contra o corpo, feliz pelo presente tão feminino que recebera, nunca acharia que Drácula lhe faria tamanha surpresa romântica assim, sorriu inocentemente enquanto pegava os sapatos no chão, teletransportando-se para algum lugar que pudesse se arrumar.

Quando Seras saiu do quarto que compartilhava com Drácula, a primeira coisa que ouviu foi a música soando nos andares inferiores, não podia reconhecer as notas, mas soava como uma valsa, decidiu não usar o teletransporte e descer as escadas de forma natural permitindo-se a crescente curiosidade com o motivo daquele evento todo no qual fora convidada, as notas se tornando cada vez mais claras, convidativa tanto quanto as vozes e as risadas que ressoavam constantemente, ao descer no salão principal ela logo compreendera aonde partia a origem de todo evento, e não poderia ser diferente afinal, o salão do trono.
Passando o arco adornado com cortinas de veludo nas laterais, assegurando para qualquer convidado daquele castelo de que estavam entrando na área mais luxuosa e valorizada do local, diversos vampiros igualmente elegantes estavam espalhados por ela, muitos em pequenas rodas de três ou quatro membros, conversando alegremente com taças de sangue em suas mãos pálidas, mas bastou o primeiro membro da festa encarar ela que todos os outros como peças de dominós a encarassem, as faces festivas instantemente ficaram tensas, sérias demais, respirou fundo, tendo uma péssima lembrança daqueles encontros com o clã do Quincey que a faziam se sentir um animal exótico sendo exibido no salão, embora devesse admitir o olhar de todos aqueles rostos novos pareciam... Assustados?
- Eu sempre soube que esse vestido caberia perfeitamente em você, policial. – Alucard falou, surgindo no meio dos convidados, ele havia deixado sua aparência “antiga” para trás, assumindo novamente aquela face clássica que ela estava familiarizada da época da Hellsing, embora seus cabelos estivessem excessivamente lisos e longos até a cintura, o terno vermelho escuro de cetim reluzia toda sua elegância, adornada por uma camisa preta por debaixo e uma gravata estampada com figuras que a vampira logo reconheceu como sendo olhos vermelhos, semelhantes a aqueles que ele mesmo invocava em batalha, seu rosto agora liso, reluzia um sorisso extremamente sedutor enquanto ele caminhava até ela em passos largos, com a mão direita no bolso, permitiu-se apenas admirar o homem que amava por alguns segundos.
- Como sabia? – Ela perguntou quando ele se aproximou o bastante, agora erguendo a mão com luvas brancas em sua direção.
- Ora... Ninguém conhece seu corpo melhor que eu – Ele respondeu de forma maliciosa enquanto a levava até próximo ao piano branco que ressoava o que agora ela tinha certeza que se tratava de Mozart, Requiem, antes que pudesse questionar algo uma taça de sangue surgiu a sua frente, sendo oferecida pelo seu mestre, ela pegou a taça com ambas mãos imediatamente.
- Mestre... – Ela começou desviando o olhar constantemente para alguns convidados que buscavam disfarçar seus olhares indiscretos para ela – O que está acontecendo aqui?
- O que te parece? – Alucard respondeu, pegando o queixo dela e a forçando a fita-lo.
- Uma... Festa? – Ela falou de forma retórica entortando o lábio.
- Prefiro chamar de comemoração – Alucard respondeu com um sorriso satisfatório da face.
- Comemoração de que? Dos novos membros?
- Sabe Policial, devia usar batom vermelho todos os dias a partir de agora, me parece realmente apetitosa dessa forma – Ele a interrompeu, pressionando o dedo com a luva branca sobre os lábios dela, manchando a peça.
- Uma festa social com música clássica num castelo... – Uma voz se sobrepôs a aura atrativa dos dois, pelo tom, Seras logo reconhecera como sendo de Maximilliam, ambos olharam em direção a ele, o médico era definitivamente um dos humanos mais belos que ela já vira, constatou Seras, embora a barba parecesse “por fazer”, estava bem aparada, os cabelos castanhos escuros alinhados num topete caído na lateral dava a ao doutor um ar sedutor, adornando perfeitamente com seu terno cinza, os olhos azuis claros reluziam por trás das lentes quadradas de seu óculos que fez Seras se recordar que o último encontro ela com certeza o quebrara, sentiu o peso da culpa por aquele péssimo encontro – Tem como vocês, Vampiros, serem mais clichês? – Ele comentou de forma divertida parando próximo a ambos.
- Somos todos clichês ambulantes, Dr. Frankenstein – Alucard respondeu a provocação com um meio sorriso.
Seras notou como Maximilliam riu alto, inclinando a cabeça pra trás por um momento, ele parecia completamente recuperado daquele fatídico dia com ela, mas isso não lhe aliviava a consciência.
- Doutor – Ela começou atraindo o olhar azul dele pra si enquanto ele erguia a sobrancelha direita – Peço perdão por aquele dia, eu não sei o que houve comigo... Eu...
Ele levantou a mão, fazendo um gesto para que ela parasse de falar.
- Seras, não há nada pra pedir perdão, de verdade – Ele fez uma pausa, desviando o olhar pra Alucard por um momento – Sei que não fez por querer. – Ele repentinamente mudou o tom, colocando ambas mãos na cintura enquanto olhava pros lados – Agora me digam que tem alguma coisa pra um humano beber aqui pelo amor de Deus!
Seras notou quando Alucard esticou o dedo em direção ao canto direito pra uma mesa com diversas garrafas de vinho.
- Temos vinho, humano – O vampiro respondeu com superioridade – Direto da adega do castelo, garanto que não provará nenhum vinho tão antigo e refinado em toda sua limitada vida mortal.
- Opa! – Ele respondeu batendo as mãos uma contra a outra claramente animado – Então já tenho o que fazer aqui! – Ele rapidamente pegou a mão da Seras aproximando dos lábios enquanto fazia um gesto de reverência – Foi um prazer revê-la Senhorita Victoria, agora devo me retirar e deixá-los sem minha radiante presença – Comentou enquanto dava um passo pra trás, indo em direção as garrafas de vinho, mas repentinamente parou, virando apenas o tronco para trás e encarando Alucard, os óculos quadrados escorregaram pelo seu nariz fino, revelando um meio olhar brilhante e enigmático quando recomeçou a falar – Aliás, Conde, nem todos são clichês ambulantes, alguns aqui são simplesmente... Extraordinários. – Ele fixou o olhar em Seras por alguns segundos antes de desaparecer no meio dos convidados. 


Notas Finais


Olá a todos, como uma boa vampira que sou (?) vim aqui postar a continuação de madrugada!
Preciso dizer o quanto vocês são maravilhosos com o feedback, as mensagens que recebo no insta, todo carinho, e é claro, desenhos lindos que a Srt.Tepes fez retratando como seria a filha da Seras e do Alucard, amei! Parabéns pelo trabalho.

Parece que Alucard esta feliz não? Ahahah Dificil escrever sobre o conde nesse estado, mas é genuino o que ele sente e espero estar fazendo transparecer sem que fique forçado demais ou destoante da personalidade dele, a Seras continua em completa escuridão sobre o estado dela, mas... Como toda grande mulher ela parece ter uma intuição de que "algo parece estranho", ahahahha Não vejo a hora de vocês verem como vai ser a reação dela, só espero que Alucard não demore muito para dizer né? Podemos esperar tudo do conde.

Instagram: @lady_miss_chief


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