História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 175

Junto com seus comandados, Helô respira fundo ao notar que teriam que esperar a multidão de foliões passar pelo cruzamento.
– Não acredito que vamos ficar presos por conta de bloquinho, pow – dentro do carro, a delegada perde a paciência.
– O pessoal da PM deveria organizar melhor isso aí. Essa rua não estava na rota de bloco. Fiz o estudo completo.
– PM e guarda de trânsito, né? Galera parece que não aprende, todo ano organiza isso e todo ano acaba virando bagunça.
– Posso pegar a rua paralela, doutora.
– Por favor! Não vejo a hora de chegar em casa. Meu filho e meu marido não aguentam mais de tédio. – ela diz.
– Minha esposa já mandou mil mensagens. Toda hora reclamando. – diz um dos policiais.
– A nossa profissão não é fácil. Em especial nessas datas. –a delegada afirma.
Um dos policiais que estava atrás observa a multidão passando e estreita o olhar ao reconhecer Stênio e Miguel.
– Dra. Heloísa, a senhora está vendo?
– Vendo o quê? No momento só vejo a possibilidade de correr para casa e encontrar meu filho.
– Será que eles estão em casa mesmo, Doutora?
– Onde mais estariam? O que você quer dizer com isso?
– No bloco... pelo visto a senhora não precisa correr pra casa não. Seu filho está muito bem acompanhado da loirinha ali.
– Hã? – a delegada não entende.
– No canto direito, próximo a bandeira doutora. Parece seu esposo e seu filho.
– Stênio e Miguel? Onde? Cadê? Baixa o vidro! – ela pede ao policial que estava ao seu lado na direção.
– Acho que são eles mesmo, Doutora. – O outro federal confirma.
– Dá ré... chega mais perto que quero ver com meus próprios olhos.
– Doutora, se seguirmos por aqui, ficaremos presos até o bloco todo passar.
– Faz o que exxxxxtou pedindo.
Quando o carro avança um pouco mais, ela estreita o olhar e reconhece os dois.
– Eu não a-CRE-di- to. – respira fundo, descendo do carro assim que seu comandado estaciona.
Como o marido não percebe sua presença, ela caminha entre os foliões até chegar do outro lado onde os dois estavam. No carro, os policiais gargalham e acompanham a cena de camarote.
– Esse Dr. Stenio deve ser muito corajoso. A chefe é brava demais, imagina ser casado com essa mulher. Ela senta a porrada em qualquer marmanjo.
– Ele deve gostar de apanhar. – O outro zomba.
– Do jeito que a doutora é, ele deve apanhar todo dia.
– Todo dia não sei, mas que ela vai descer a porrada hoje... isso é certeza.

Distraído enquanto uma loira brinca com Miguel, Stênio sente o sangue gelar nas veias quando a esposa bate em seu ombro e ele gira, encarando-o. Ao notar o distintivo, a loira evapora e Helô intimida o marido apenas com o olhar.
– Mamãe! – Miguel da os braços para ela.
– Fique onde está. – ela diz para o menino.
– Amor, como você nos achou aqui?
– Interessa isso agora, Stênio?
– Posso explicar?
– Acho bom os dois darem ré e voltarem para casa agora mesmo. Exxxtou indo na PF encerrar o expediente e na volta conversamos. – avisa de cara fechada, girando e voltando para o carro onde os policiais riem muito, mas ficam sérios quando ela entra no veículo.

Engolindo seco, Stênio deixa o bloco passar e começa a caminhar de volta ao condomínio.
– Sua mãe vai me matar, filho. Não foi uma boa ideia... Não foi. Essa hora ela deve está carregando o revólver.