História Hembra Mala - Capítulo 27

Pov's Aurora On


- Sim meu amor, está tudo muito bem. - falava com Willy por vídeo chamada.

- E Bárbara como está?- perguntou.

- Está bem na medida do possível, ela é forte....-sorri levemente.- Notícias sobre Miguel?

- De mal a pior, anda bebendo muito, falta vários dias de trabalho, eu estou me virando nos trinta para dar conta de tudo... não o culpo, sei que ele deve ta passando por um momento difícil, ele ama muito ela.

- Sei bem...- suspirei. - Não queria que tudo tivesse acabado assim, mas Bárbara nunca volta em decisões, eu a conheço como a palma da minha mão.

- Nenhuma possibilidade de reatarem então? - falou triste pela situação do amigo.

- Sinceramente? Acho que não...- falei.


- Mas vamos falar de você agora.- se remexeu na cadeira e deu um sorriso mudando o clima.- E a loja?

Sorri animada.

- Está indo muito bem... conseguimos vários modelos para a estréia dela, patrocínios também. Estou tão feliz, amor. - sorri


- Que bom , vocês merecem esse sucesso . Bem eu tenho que desligar agora, vou estudar uns contratos para entregar amanhã cedo. Beijos meu amor.

- Beijos amor.


Pov's Aurora Off







Estava fazendo o almoço enquanto Aurora falava com William no quarto. Coloquei o frango ao molho no forno já pre aquecido e olhava a textura da macarronada.

- Estava falando com Willy. - disse Rora aparecendo na cozinha.

- Eu sei.- disse simples.

- Ele estava me contando as novidades... disse que Miguel está mal...- a interrompi.


- Nem comece a falar dele, sabe que eu não gosto! - falei já irritada.

- Ai credo! Não ta mais aqui quem falou.- levantou as mãos em forma de rendição.

- Tá. Me ajude a por os pratos na mesa. - disse dando um deles a ela.

Arrumamos a mesa e sentamos para comer, o assunto principal era sobre a loja, na verdade todo assunto nosso agora era em torno disso, eu odiava que ela tocasse no assunto " Miguel" e ela sabia e até entendia o quanto isso me machucava.

Estava mexendo com a comida do prato,estava difícil engolir e Aurora parece ter percebido isso.

- Está odiando até sua própria comida agora? - riu.

Não deu tempo de responder, apenas levantei e corri para o banheiro. Me abaixei e levantei a tampa do vaso sanitário rapidamente jogando todo o meu almoço dentro. Senti mãos segurarem meu cabelo.

Quando parei limpei a boca com a palma da mão e me sentei no chão, eu não era de passar mal com facilidade, não sei o que aconteceu.

- Babi você ta bem?

- Estou enjoada...

Ela me olhou com uma cara e eu levantei e disse que ia tomar um banho, fechei logo a porta, não queria um interrogatório a esse horário.

Escovei os dentes e sai do banheiro indo para a sala, me sentei no sofá sentindo Aurora se sentar ao meu lado logo depois.

- Está melhor?- me analisou.

- Sim...

- Bárbara você não acha que sei lá...não é bom você fazer uns exames?- Aurora disse .


-Que bobeira Rora, foi só um mal estar momentâneo.

- Eu não acho que seja só isso. - podia sentir o nervosismo na sua voz. - Bárbara nossa menstruação sempre vem na mesma semana e...a minha já até acabou e nada da sua vim, e eu sei quando você está porque suas cólicas são fortíssimas.


- Você ta querendo insinuar o que com isso? - falei nervosa .


- Acho que você está grávida.



Minha garganta secou, meu corpo gelou e meus batimentos perderam a frequência de antes.

- Babi, você ta bem, de repente você ficou pálida! - perguntou Rora.

- Eu...eu...eu não posso estar grávida rora- senti as lágrimas brotarem em meus olhos. - Não posso.

Ela me abraçou apertado e eu retribui.

O que seria de mim grávida do filho do homem que matou meu pai? Aquele que eu nunca conheci por uma desgraça do destino.
Miguel não tinha culpa pelo pai, sim não tinha mas ela tinha culpa em me esconder algo tão importante do meu passado.

Me levantei e passei a palma da mão nas maçãs do rosto tirando qualquer resquício de lágrima.


- Vou tomar banho e ir fazer um exame de sangue.- falei tentando soar determinada mas eu morria de medo do resultado por dentro.


Aurora apenas assentiu e eu fui para meu quarto.
Tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro, meus pensamentos vagavam longe.
Desliguei o registro e peguei minha toalha me secando.


Vesti uma calça preta de cintura alta, uma botinha com salto grosso e uma blusa de mangas com um cachecol vermelho.
Peguei minha bolsa e as chaves do carro, me despedi de Aurora e sai.

Liguei o rádio do carro e ele parou na estação local, coincidentemente ou não estava tocando a música de quando eu dancei com Miguel na boate.

Meus pensamentos vagaram ao dono dos olhos verdes que dominava meu coração. O quanto eramos felizes.... não Bárbara, pare com esse tipo de pensamento, ele mentiu sobre algo muito importante - minha consciência gritava.

Parei em frente ao enorme prédio de cores claras , respirei fundo e sai do carro . Caminhei a passos lentos até a recepção onde havia uma balconista que olhava atentamente para um prancheta. Parei em frente a ela e pingarrei, fazendo a olhar pra mim.


- Boa tarde.

- Boa tarde. - ela respondeu simpática.

- Bem...eu queria fazer um exame de sangue.- disse.

- Oh, claro. Siga- me , lhe levarei a sala de coletas.

- Ok.




[...]



-Vamos, vamos meninas, foco!- Aurora dizia com a câmera posicionada enquanto eu caminhava pelo estúdio. Estávamos tirando fotos para a nossa nova campanha de moda outono verão. O desfile também logo se realizaria , o que me deixava mais nervosa e com os nervos a flor da pele, confesso.

Era um passo muito importante dado, estávamos nos tornando conhecidas entre grifes da cidade e isso era bom, muito bom, eu gostava da concorrência.


Vejo Aurora caminhar até mim e ri levemente se sentando ao meu lado.

- Pensando em que? - perguntou ela.

- Em como estamos indo bem.- sorri.

- Não é incrível? Parece até que fomos feitas para isso. - olhou ao redor.

- Sim...

- Ei...tem algo acontecendo não é?

- Os exames. Saiem hoje.- suspiro.

- Medo do resultado?

- Pode se dizer que sim... - falo.

- Eu posso ir com você. - sugeriu prontamente.

- Seria ótimo. - ri levemente.


As fotos continuaram enquanto eu fazia contratos com os representantes do desfile. Ao final de tudo, Aurora e eu saímos e fomos ao laboratório do hospital e pegamos o exame indo direto pra casa.


Ao chegarmos em casa, eu tirei minhas botas e coloquei no canto da sala, depois me sentei no sofá e Aurora fez o mesmo. Tirei o papel da bolsa e passei para ela abrir. Não estava tendo coragem suficiente para tal ato. Ela pegou o mesmo e abriu, lendo o mesmo.

- E então? - já estava agoniada com tamanha demora da parte dela.

Me fitou com um olhar indecifrável e disse :