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História Here no more - To Love Somebody


Escrita por: sheslostcontrol

Notas do Autor


E seria esse o capítulo mais esperado? 🤭
Boa leituraaaa ;)
Música para acompanhar os pombinhos https://open.spotify.com/track/1hxrGuTfeq8ayjB7fbIfpN?si=vDmcJUm-SCeYcHJgs-gnsw

Capítulo 47 - To Love Somebody


Fanfic / Fanfiction Here no more - To Love Somebody

POV- Duff McKagan

A pior das sensações, depois de cinco anos limpo, era a de retornar a lugares como aquele. Sendo capazes de trazer tudo a tona, apenas com um único soprar, deixando o espaço suficientemente perigoso, atraente e destrutivo. Mas naquela noite em especial, me sentia confiante para estar ali, porque ela também estava. 

Estava hipnotizado. Absolutamente tomado por seus movimentos mais simples, deixando ser guiado por qualquer palavra que sua boca soprasse, independente do caminho que suas palavras pudessem me direcionar. Estava preso ali, sob seu olhar petulante e sua postura combativa. 

Maldita Zoë Kravitz.

Sentada a minha direita, chocando as unhas contra o material amadeirado da mesinha, enquanto a música soava ao redor, deixando o espaço ainda mais convidativo aos meus pensamentos, a medida que seu sorriso surgia. Ela estava se abrindo, deixando-se ser descoberta, avaliada. E como um bom explorador, aproveitava cada informação nova, para incorporar na proposta mais absurda que surgiria de minha boca, naquela madrugada. 

— Tem mesmo que ir, na segunda-feira? Parece que não consegui aproveitar o mínimo de sua companhia. —Chelle choramingou, um tanto alterada devido ao teor alcoólico de sua bebida. 

—Não me venha com essa cara, sabe que me expus vindo até aqui. Já imaginou as inúmeras atrocidades que poderiam terem me acontecido apenas nesse percurso? —rebateu a amiga, revirando os olhos. 

—Ah, não me venha com esse papo! Não conseguimos ao menos colocar as fofocas em dia, isso é tão injusto. 

— Pensei que já haviamos falado o suficiente por esses dois dias, mas então lembrei de que se trata de você e acabei aceitando seu argumento. — debochou, abrindo seu maléfico sorriso de vencedora. 

As vezes imaginava como os diversos homens e até mesmo os homens, com quem Zoë lida em seu trabalho devem odia-la. Os imaginando fantasiando com que o avião da mulher caia em meio ao mar, e nem ao menos achem seu corpo. 

— Poderia ficar mais, se realmente quisesse. Sabemos que você é quem está comandando essa campanha. — a provoquei, enquanto tragava a fumaça em sua direção, sorrindo em seguida. 

— Não cederei as suas provocações, McKagan. E mesmo que saiba que minha companhia é tão importante, preciso partir. —suspirou convencida, bebendo o restante de sua cerveja. 

— E aonde estará amanhã? —questionei, fingindo despretenção. 

—Estarei na Nova Zelândia, se tudo correr bem. 

—E se não correr? 

—Bem, se tudo der errado, estarei em Londres. —respondeu, lançando-me uma piscadela. Senti meu corpo tremer por completo, legitimando o que já estava certo. 

—Espero que tudo dê errado então. — finalmente proferi, já sem armaduras ou poses para esconder o que sentia, e para minha surpresa, ela sorriu, me fazendo acompanhá-la. 

(...)

O céu já distribuía sinal de que logo amanheceria, quando Chelle e Alex anunciaram que iriam embora, já que ambos não eram capazes de sustentarem seus corpos bêbedos sob suas pernas. Zoë, por sua vez, ofereceu carona a eles, que acabaram aceitando, após tanta insistência, me submetendo a reformular o plano que havia traçado para ficarmos sozinhos durante o pouco tempo que tínhamos. 

Ela não parecia muito preocupada com as horas, ou seus compromissos do dia seguinte, apenas dirigia pelas ruas vazias e silenciosas de Londres, parando alguma vezes para questionar se o casal, que já estava adormecido, estava vivo, no banco traseiro, e assim continuaram, até finalmente chegarmos ao apartamento de Alex. 

Ficamos em silêncio boa parte do caminho de volta, até que alcancei o rádio, um tanto ansioso e nervoso por não saber o que seria dali em diante, mas absolutamente confiança de que daquela vez, não iria estragar tudo, como da última vez.  Meus dedos pressionaram os botões, já nervosos por nada parecer propício o suficiente, até a voz de Janis soar por todo o espaço, acalmando parte de meu corpo. 

There's a light, certain kind a light

Never ever, never shone on me, no, no

Honey, I want, I want my whole life

To be lived with you, babe

That's what I want oh, was to be

Living and loving you

Existe uma luz, um certo tipo de luz

Que nunca, nunca brilhou em mim, não, não

Querido, eu quero, eu quero que a minha vida toda

Seja vivida com você, amor

Isso é o que eu quero oh, era para ser

Viver e amar você

— E então, Duff. Onde te deixo, exatamente? — sua voz grave, puxou-me para a realidade, onde ambos estávamos ali, sozinhos, depois de tanto tempo

Pensei em darmos uma volta, juntos, antes do seu retorno. —iniciei inseguro para caralho, já crente de sua resposta. 

—Prossiga. 

— Tenho certeza de que vai gostar do lugar, caso contrário, vamos embora no mesmo instante. —continuei, recuperando um pouco de minha confiança, ao recobrar o plano que havia traçado durante toda a noite. 

There's a way, oh everybody say

You can do anything, every thing, yeah

But what good, what good

Honey, what good could it ever bring

'Cause I ain't got you with my love

And I can't find you babe, no, I can't

Existe um jeito, oh todo mundo diz

Você pode fazer qualquer coisa, todas as coisas, yeah

Mas que bem, que bem

Docinho, que bem isso poderia trazer

Porque eu não tenho você com o meu amor

Eu não posso achá-lo, querido, não, eu não posso


Tem certeza absoluta de suas palavras? — disse provocativa, enquando encarava meu reflexo pelo retrovisor. — 

—Nunca estive tão seguro, querida. —sorri, convencido, lhe indicando o caminho a seguir, até o que seria o início, ou o fim, de algo. 

You don't know, you don't know what it's like

No you don't, honey no you don't know

You don't know what it's like

To love anybody

Oh honey, I wanna talk about love

And trying to hold somebody

The way I love you, babe

And I've been loving you, babe

Você não sabe, você não sabe como é

Não, você não sabe, docinho você não sabe

Você não sabe como é

Amar alguém

Oh docinho, eu quero falar sobre amor

E tentar envolver alguém

Do jeito que eu te amo baby

E eu tenho amado você, baby


POV- Zoë Kravitz

Mantinha os olhos fechados, enquanto eram pressionados pelas palmas das mãos de Duff, que crente de que iria me impressionar com aquele pequeno encontro improvisado, se esforçava para manter o mistério do lugar. 

Caminhava sob passos inseguros, sem ao menos saber onde estava, completamente entregue aos comandos de sua voz em meus ouvidos, capazes de arrepiar todo meu corpo. Merda. Sentia meus instintos aguçados, de forma a alertarem de que aquilo poderia ser um grandíssimo erro. Mas e se não fosse? Eu estava disposta a arriscar. 

Quando seus passos, que guiavam os meus, finalmente cessaram, senti seus dedos afrouxarem, e sua boca se aproximar de meu pescoço, proferindo as palavras, baixinho, contra minha pele descoberta. 

—Chegamos. —disse, permitindo que meus olhos captassem o lugar, finalmente. 

Encarei ao redor, ainda descrente do que meus olhos enxergavam, através da projeção dos primeiros raios do sol, que a deixavam ainda mais iluminada. O céu anil estava lindo, com algumas nuvens se formando, enquanto os pássaros vagavam por toda sua extensão. 

O mar, se movimentava devagar, soprando a brisa gelida em nossa direção, a medida que nos aproximávamos dele, em passos calmos, caminhavamos juntos, através da areia fofa. 

—Como descobriu sobre aqui? — o questionei, surpresa, esperando que alguma de minhas teorias fossem enfim reveladas, e tivesse alguém para culpar sobre minhas descobertas mais íntimas. 

—Não descobri. — deu de ombros, entregando o jogo, num único sorriso. 

— É um péssimo mentiroso, McKagan. 

—Vi uma foto sua aqui, presa em um porta retratos, na sua antiga casa em LA. Você parecia feliz e, relaxada. Pensei que seria uma boa te trazer aqui, depois de tanto tempo. 

Eu estava desprotegida. Completamente exposta e sem qualquer resposta pronta para aquilo, ainda atônita pelo teor da informação que havia dito. Sabia perfeitamente qual era a foto que se referia, e sobretudo, do significado que tinha para mim, mesmo depois de tantos anos. 

Havia passado boa parte de minha adolescência, até a faculdade em Londres, completamente deprimida e atormentada,  em busca do que fosse suficientemente atraente para me resgatar de minha própria escuridão. E lá estava, a entrada secreta de Bournemouth, onde havia tentado meu primeiro suicídio, aos dezessete anos de idade. 

Cinco meses depois da terceira tentativa, comecei a nadar, como forma de manter os pensamentos controlados, e esgotar toda a ansiedade e adrenalina crescentes, e Bournemouth surgira como um escape, que acabou curando-me, sob suas águas cristalinas e poderosas. A foto havia sido tirada, em meu aniversário de dezoito anos, em comemoração a minha cura parcial á depressão. 

Estar ali novamente, quatorze anos depois, em contextos absurdamente distintos, me deixava apreensiva, mas fortalecida, em acreditar que conseguiria superar aquela fase, e me centrar para o que era fato importante, o que de fato minha mente não havia parado de pensar um segundo naqueles últimos dois dias. E lá estava ele, bem a minha frente. 

—Acertei ou teremos que ir embora? —sorriu, aproximando nossos corpos, aproximando nossas mãos e entrelaçando nossos dedos. 

—Isso foi golpe baixo. Não acredito que ainda se lembra daquela foto, depois de tantos anos. 

—Pode parecer loucura, Zoë, mas todo o esforço que fiz e ainda faço para me esquecer de todo aquele tempo, se equivale a zero quando se trata de você. — iniciou, encarando as ondas do mar, então repousando seus olhos sob mim. 

—Duff, por favor. — tentei corta-lo, já presumindo o que estaria por vir. 

—Apenas aceite, eu não aguento mais guardar esse sentimento para mim e fingir que isso,  não existe. — sua voz estava levemente alterada, como se lhe fosse doloroso dizer em alto e bom som. 

Eu reconhecia aquele sentimento. Mesmo que da pior maneira possível. 

—E-eu não posso. Nós não podemos (...)

—Já é um pouco tarde isso, não acha? — suas mãos se prenderam ainda mais as minhas, e seu corpo paralisado, a minha frente, suplicante, com seus olhos agoniados, presos aos meus. — Estou apaixonado por você, Zoë Kravitz. E seja lá o que possa nos impedir de dar certo, eu estou disposto. Estou disposto a tentar o impossível, para ser o homem capaz de fazer com que se sinta a mulher mais feliz e completa de todo o mundo. 

—Duff... Por favor, pare com isso. — pedi, rompendo nosso contato visual, sentindo as lágrimas brotarem em meus olhos, involuntariamente. 

Suas mãos se soltaram das minhas, delicadamente, repousando em cada lado de meu rosto, de forma a que me sentisse frágil a sua frente, sob seus cuidados, sob suas palavras. Já não conseguia pensar em argumentos para afasta-lo de mim, mesmo que tentasse, já não me haviam forças, ou qualquer vestígio de repeli-lo. 

—Por que está chorando, Zoë? O que há de errado, afinal? Sei que existe alguma coisa preocupando você. 

—Esta enganado. —afastei suas mãos, sentando-me na areia, já sem forças para sustentar meu corpo e aquela mentira. 

— Até quando consegue seguir enganado a si mesma? Todos sabemos que alguma coisa aí dentro, está lhe causando essas olheiras horríveis. — sorriu, sentando-se ao meu lado. —Pode confiar em mim. 

As lágrimas continuavam brotando, borrando completamente minha visão sobre seu rosto, a praia, e até de mim mesma, e o que era racional fazer. Estava inclinada a finalmente dividir aquele peso com alguém. Me sentia frustada, manipulada por minhas fraquezas, e a completa falta de discernimento com que a paixão me deixara. 

Fechei meus olhos, respirando profundo, sentindo meus pulmões serem preenchidos pelo ar fresco, a medida que a brisa rebatia em minha pele desnuda, em contraposição com o queimar dos raios primitivos do sol. Estava pronta para aquilo, formando como iniciar com o que deviria ser feito, imaginando ser o mais sábio e correto a fazer, e finalmente, matar o que estava me matando. 

Ergi a cabeça, abrindo os olhos devagar, a medida que ouvia o quebrar das ondas do mar, e a brisa soprar-nos, e o beijei. Tomei seus lábios, num movimento confuso, até que fizesse sentido, encaixando nossos lábios, nossos corpos, numa frequência enérgica e borbulhante, capaz de disparar qualquer sofrimento para longe de nós. Como se aquilo fosse o mais raro e precioso sentimento que devesse ser cultivado. 

Não mais o eu, mas o nós. 










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