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História Here no more - Babe I'm Gonna Leave You


Escrita por: sheslostcontrol

Notas do Autor


Boa leituraaa ;)
Música para acompanhar o capítulo https://link.tospotify.com/UJ1nMVzTGbb

Capítulo 52 - Babe I'm Gonna Leave You


Fanfic / Fanfiction Here no more - Babe I'm Gonna Leave You

POV- Duff McKagan

Segurava o telefone com as mãos trêmulas, sentindo o suor se criar por entre os cabelos e testa, jogando na cara toda minha covardia em sequer conseguir terminar o que havia começado. A linha do outro lado apenas chamava, sem nenhum sinal de que seria atendida, como uma espécie de castigo pó que havia feito. Eu merecia aquilo, e sabia disso. 

Insisti por mais alguns minutos até que caísse em caixa postal, abrindo espaço para mais três horas de espera, até que repetisse o cômico ritual de humilhação, pela quarta vez no dia. 

—Ela não vai atender, McKagan. — a voz grave de Saul alertou, do outro lado do saguão, demonstrando sua irritação em me ver fazendo papel de otário, mais uma vez. —Apenas aceite, a garota não quer te ver nem mesmo no quinto dos infernos, e nós dois sabemos que ela está certa. 

—É, eu sei.– o respondi humilhado, devolvendo o telefone ao gancho no mesmo segundo. Zoë não iria me atender, mesmo que fosse caso de sobrevivência. A conhecia bem o suficiente para saber que aquele era o fim do que sequer chegou a ter um início. — Se ela ao menos me deixasse explicar. 

—Explicar o que? Que você é noivo de Susan, e estão com o casamento marcado para o próximo mês? — questionou ácido e já sem paciência para as  minhas lamentações. 

—Você não está ajudando.

— E nem pretendo. Estamos perdendo tempo de ensaio para você seguir com essa cena deplorável de "me aceite devolta, por favor". "Eu errei, me perdoa". Sabemos com quem está parecendo nesse momento. 

Me lembrei de Axl e seu estado de espírito após os términos de relacionamento, senti meu ossos tremerem, frenéticos. Suas ligações desesperadas, buquês de flores, presentes bizarros e a maldita perseguição beirando a insanidade. Eu jamais seria como o Rose. 

—Estou perdido, cara. — desabafei,  apoiando a coluna na parede gelada, sentindo-a ser consumida por frustração. — Pensava que estava finalmente construindo um caminho sólido  e agora, tudo parece a mesma merda de antes.

—Não seja dramático. —debochou, demonstrando seu sorriso antipático, que geralmente era seguido por alguma frase profunda.—não é só porque abandonou as drogas que o mundo simplesmente irá sorrir para você. 

Suas palavras fizeram sentido instantemente, recuperando o sentimento que havia carregado há tanto tempo. Imaginava que seria aceito novamente por estar limpo. Pensava que aquilo me tornaria outra pessoa. Me sentia o mesmo Michael McKagan de dezesseis anos, no subúrbio de Seattle, abandonado e sozinho.

—Vou terminar o noivado com Susan. Não vou prosseguir com isso. —senti meu coração acelerar ao concluir precipitadamente que aquela seria a melhor opção. Estava inseguro com a idéia, Susan não merecia passar por aquilo.

—Ah é? Você tem certeza que é isso o que vai fazer? Que romper com Susan vai resolver suas merdas? 

—Não, eu não sei. Mas sei que ela é uma das mulheres mais gentis que já conheci e não merece passar por tudo isso. Ela merece ser amada, cuidada, coisa que eu não estou fazendo. 

—E vai fazer o que depois que terminar tudo? Correr para a Kravitz como um derrotado? —seus olhos escuros estavam rentes aos meus, desafiando-me a dizer algo, ou mesmo pensar sobre minha estupidez. Saul conseguia entrar na cabeça de qualquer um, com apenas um olhar. 

—Eu não sei.

—Mas eu sei. Você vai atrás dela, se declarar como um adolescente enquanto toca alguma maldita música dos Stones e será rejeitado. —Merda. Ele me conhecia como a palma de suas mãos. 

—Como pode ter tanta certeza? — questionei já entediado por seus joguinhos manipuladores. Ele nitidamente estava querendo me poupar, mas nem de longe era o melhor exemplo de homem casado que conhecia.

—Os Kravitz nunca voltam atrás em suas promessas. 


(...)

Sentia o perfume adocicado de Susan preencher minhas narinas, impregnando minha pele enrolada na sua, sob os lençóis. Seus olhos verdes estavam entreabertos, indicando que em poucos segundos pegaria no sono, com seu rosto rente ao meu. A observei cauteloso, tomado por insegurança e covardia, preferindo seguir os passos que sempre seguia após o sexo, alisar seus cabelos e fumar dois cigarros escondido. E assim o fiz, sentindo sua raiz macia e quente preencher a ponta de meus dedos, observando seus olhos fecharem por completo.

—Eu sei o que anda me escondendo, querido. —disparou sonolenta, ainda de olhos fechados. Agradeci aos céus por isso, evitando que meu rosto entregasse o jogo. 

—Do que está falando? —busquei suavizar a voz, prosseguindo com os movimentos em seu cabelo. Seguiria até o fim com aquele jogo se fosse preciso. 

—Sei que voltou a fumar. —declarou, suspirando em seguida. —Entendo que seja difícil, mas você prometeu que iria parar. 

—Eu sei, amor. Ando tão estressado ultimamente que acabei fraquejando. Saul está puto com o resultado dos testes para o novo vocalista da banda e está me fazendo beirar a insanidade. — me defendi aliviado por sua declaração, mas ainda culpado por estar mentindo, mais uma vez para a mulher que em breve me casaria. Saul estava um porre mesmo, os testes para o próximo vocalista  do Velvet estavam beirando o fracasso, e eu havia voltado a fumar haviam três meses. Três malditos meses. 

—Sabe que não digo isso para te julgar, mas porque me preocupo com sua saúde. Quero meu futuro marido saudável e radiante para mim. — declarou sorridente, abrindo seus olhos verdes, em encontro aos meus. Ela era linda, absolutamente perfeita. 

—E você terá. Vou me esforçar para largar isso, mas amanhã, preciso de um trago antes de dormir. — fugi de seus olhos inocentes, levantando da cama, ainda nu, depositando um beijo em sua cabeça e  seguindo até a sacada do quarto. 

Acendi o cigarro tragando-o instantemente, enquanto observava o céu noturno. Tudo era tão silêncioso, abstrato, intrigantemente distante, quase como uma punição. Aquela maldita cidade era um purgatório, onde tudo me fazia lembrar dela e suas palavras amaldiçoadas. 

Tudo me fazia ter certeza que jamais a veria, ou caso ocorresse, nossos olhos não se cruzariam, ela agiria como se não nos conhecêssemos, ainda que a imprensa diga o contrário. Sabia que estavam a atormentando com perguntas, já que faziam o mesmo comigo, sempre que conseguiam, tornando ainda mais árduo esquece-la. Zoë era petulante mesmo quando não pretendia ser, sequestrando minha atenção em sua direção, como se nada mais fosse realmente importante. 

Estava enlouquecendo. 

Não era justo, porra. Queria gritar, espernear, queixar-me com o diabo sobre aquela maldita agonia, aquela maldita covardia em não saber o que fazer, aquele maldito poder em usar duas mulheres que mereciam algo melhor. Queria ser fraco, chorar até perder o fôlego e pegar no sono. Não podia, não era eficiente, não resolveria. 

Os Kravitz jamais voltam atrás com suas promessas. E Zoë prometeu odiar-me até o fim dos tempos, e eu acreditava nela. 





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