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História Him - Convite


Escrita por: Bbraettgo

Notas do Autor


Espero que gostem!!!!

Betado por: @ladyshirahime

Capítulo 3 - Convite


O fim de semana se aproximava com total velocidade. A rapidez do tempo se dava principalmente pela finalização do semestre. Provas, trabalhos e apresentações enchiam a agenda de Jungkook e Dahyun. A garota era um semestre abaixo do namorado e por isso acabaram vendo-se pouco durante a semana. Trocaram inúmeras mensagens de amor, de saudade e de vontade de se ver.

O mesmo não podia ser dito entre Taehyung e Jungkook, já que após mais quatro mensagens obscenas visualizadas e não respondidas, o número de Taehyung foi devidamente bloqueado com sucesso. Jungkook já esperava o dia que o “cunhado” reclamaria sobre isso para Dahyun e já pensava em mil desculpas para justificar o bloqueio.

{…}

— Eu bloqueei ele? — Jungkook se fez de desentendido, enquanto mexia o conteúdo gelado com o canudo grosso.

— Ele disse que sim, amor. — Dahyun suga o milk shake com cuidado.

— Nossa… deve ter sido sem querer.

O casal conversava despreocupado na lanchonete tradicional, conhecida pelos lanches gordurosos e os milk shakes cheios de calorias. O local era frequentado em peso pelos graduandos, o que deixava o dono — um senhor de meia idade com aspecto sujo e engordurado — irritado no período de recesso letivo, visto que o movimento caía mais do que 50%.

— Eu disse isso para ele — mais um golinho — Mas tudo bem, eu disse que conversaria com você e resolveria isso.

— Nossa… eu sou uma aberração com tecnologia, linda. Não sei desbloquear.

— Ah, mas eu sei!

Jungkook quase engasgou quando a namorada pegou seu celular em cima da mesa. Para desbloquear o contato ela teria que abrir a conversa de Taehyung e acabaria por ver, não somente o teor pornográfico das mensagens recebidas, mas o nome “carinhoso” que Jungkook salvou no contato: Cunhado Pervertido.

— Ah! Eu sei desbloquear sim! Acabei de me lembrar — riu forçado e pegou o celular da mão dela. — Inclusive, vou fazer isso agora mesmo. — Passou a mexer no celular.

— Ah que maravilha, aproveita e avisa a ele que já está tudo resolvido.

— Claro! – sorri sem graça.

[Desbloquear contato?]

Jungkook clicou no “Sim” fazendo uma careta, que felizmente foi ignorada por Dahyun. A bela namorada continuava sorridente, bebericando o milk shake de baunilha. Queria fingir ter mandado a mensagem, mas sabia que Taehyung o desmentiria.

[número desconhecido] Sabe que eu só vou meter em você depois que você implorar muito, não?!

[número desconhecido] Sonhei que você me chupava gostoso, e nossa, como eu quero foder essa boquinha vermelha.

[Cunhado Pervertido] Eu sei que você visualiza e mesmo que tente me ignorar, pensa em mim depois.

[Cunhado Pervertido] Quanto tempo será que você me aguenta hein?! Eu já te aviso que sou quase insaciável.

[Hoje 14:46] Desbloqueado. Pare de envolver Dahyun entre nós, por favor.

Visualizada hoje 14:46.

[Cunhado Pervertido] Entre nós?

[Hoje 14:47] Você entendeu.

Visualizada hoje 14:47.

— Pronto amor. Tudo arrumado. — Ignorou a vibração do celular. Queria tacar o celular no chão “sem querer”. Assim ele ficaria sem telefone. Que pena.

Voltou a tomar as milhões de calorias traduzidas em leite, sorvete e calda, disfarçando um sorriso amarelo enquanto olhava o rostinho infantil da namorada.

— Acho que é por isso que eu te amo! — disse de maneira tímida e fofa, fazendo Jungkook arregalar os olhos e sorrir.

— Você o que?

— Eu te amo. — repetiu acanhada.

Jungkook levantou de seu lugar naquela mesinha redonda de madeira e caminhou para frente da garota para encher o rostinho dela de beijinhos fofos. Era a primeira vez que ela dizia que o amava. Pena que ela dissera isso porque ele desbloqueara Taehyung no chat, mas tudo bem, pelo menos o irmão pervertido dela havia servido para algo.

— Eu também te amo, meu amor! — deu um selinho demorado na boca delicada da garota. Tentou aprofundar o beijo, mas foi interrompido pelas mãos dela em seu peito, lhe empurrando.

— Aqui não Kookie, estamos em público.

Jungkook concordou, contrariado. Amava a namorada, mas não podia negar que se incomodava demais com a seriedade da garota com as regras e normas sociais coreanas. Muitas vezes ela evitava abraçá-lo em público, principalmente quando estavam em algum transporte público. A situação ficava pior se houvesse um idoso no transporte. Mesmo que o idoso dormisse dentro do balançar contínuo do veículo ela evitada toda e qualquer demonstração de afeto — até dedos entrelaçados — por considerar que isso seria “falta de respeito com os mais velhos”.

Era fofa e respeitosa.

Até demais em alguns momentos.

Afinal, que mal havia em ele beijar SUA namorada após um passo importante no relacionamento?

— Bom… — ela disse enquanto ele se dirigia de volta ao seu lugar na mesa — Hoje é sexta, finalmente. E eu queria saber quais são nossos planos para o fim de semana.

— O que você pensou?

— Você quer mesmo saber? — disse empolgada.

— Claro, meu amor — disse sorridente. — Eu sempre escolho nossos programas de fim de semana, dessa vez quero que você programe.

— Bom, eu queria que você jantasse lá em casa hoje!

— O que?

— Minha tia falou que caso você quisesse ir, poderíamos pedir pizza.

— Mas e o seu irmão?

— Ah, hoje é sexta, ele nunca fica em casa na sexta.

— Ah… que pena — disse sorrindo tentando disfarçar o alívio que sentiu ao ouvir as palavras da garota — Acho que pode ser.

— Mas se quiser, posso falar com ele…

— Não! Não! Não quero atrapalhar o divertimento do seu irmão… imagino que ele tenha programas melhores do que comer em família e segurar vela, não?! — sua fala era apressada.

— Também acho… ia ser pedir demais que ele ficasse numa sexta à noite em família.

{…}

Demoraram mais alguns minutos longos na lanchonete falando sobre a semana de avaliações. Jungkook contava para a namorada o que ela enfrentaria no semestre seguinte e falava sobre sua expectativa com o próprio próximo semestre.

Trocaram poucos beijos e carícias, pois um casal mais velho entrara na lanchonete, ativando o “respeito aos mais velhos” de Dahyun. Jungkook pagou a conta e assim saíram do local, de mãos dadas, mesmo a contragosto da garota.

Jungkook avisou à mãe que voltaria apenas a noite e que a genitora não precisava se ocupar com sua alimentação, já que ele jantaria na casa da companheira. Lentamente dirigiram-se ao prédio da mais nova, gostavam de apreciar o caminho não muito breve entre a região universitária e o bairro de moradia da namorada.

Desta vez não houve carícias no elevador, pois havia outras pessoas dividindo o pequeno cubículo prateado, que parecia maior por causa do espelho. Ficaram em silêncio durante o trajeto do elevador. Jungkook percebia o quanto a namorada ficava envergonhada na presença de estranhos, principalmente se estes fossem mais velhos que ambos. Tão adorável.

Entraram em casa, e desta vez, Jungkook lembrou Dahyun que deveriam se descalçar, já que não queria sentir a sensação de ser avaliado pelos olhos cansados da tia. A garota riu e enquanto retirava o tênis fofo gritou para a tia que estava em casa junto com Jungkook, mas ninguém respondeu. Simplesmente entraram. O namorado sentou-se no sofá de maneira confortável, enquanto Dahyun foi procurar pela mais velha no pequeno apartamento.

— Acho que ela saiu.

— Então estamos sozinhos? — disse à garota com um sorriso malicioso.

— Pelo jeito, sim. — disse encaminhando-se até a geladeira — Quer alguma coisa?

— Não… estou cheio.

Viu a garota pegar uma caixa de suco de laranja e em seguida servir um pouco em um copo de vidro com desenhos infantis de ursos e flores.

— Se o Tae souber que eu estou usando seu copo favorito vai me matar — disse rindo — Mas é tão fofo.

Jungkook balançou a cabeça negativamente com essa informação inútil. Taehyung, o cara bad boy, atrevido, fumante e descolado gosta de copos infantis. É… talvez essa informação não seja tão inútil, uma vez que pode usá-la para chantageá-lo no futuro. E se divertiu ao pensar nessa possibilidade.

Dahyun sentou-se ao lado do namorado, segurando o copo com as duas mãozinhas delicadas. Tão fofa. Tão inocente. Jungkook achava a garota a coisa mais preciosa do mundo. Olhava para ela de maneira gentil e delicada. Era apaixonado demais pelo jeitinho meigo dela.

Meigo demais.

Acabou sorrindo de maneira mais perversa e bateu nas próprias coxas, indicando que a garota deveria se sentar ali, em seu colo. Dahyun olhou receosa para o garoto e se sentou delicadamente e hesitante no colo rígido do namorado, depositando o copo decorado na mesinha de centro e abraçando-o no pescoço em seguida.

— E se alguém chegar — ela disse ainda receosa enquanto fechava os olhos desfrutando dos beijos demorados que Jungkook dava em seu pescoço.

— Aí a gente pede desculpa — disse sussurrando no ouvido direito da garota.

— Não devíamos fazer isso aqui.

— Isso o que?

— Isso! Você ficar me provocando… me atiçando.

— Porque não? Estamos sozinhos.

— Mas, é errado.

Jungkook ignorou a consciência pesada da namorada e continuou beijando seu pescoço. A mão esquerda do garoto afagava as costas da menina enquanto a direita repousava sob as coxas dela. Não tentaria nada muito invasivo, pois sabia que Dahyun era virgem e respeitosa.

Dahyun era menina de família. Era linda. Tão linda que parecia ter sido desenhada antes de nascer. Era perfeita. Delicada. A melhor mulher para se manter um relacionamento amoroso. A melhor mulher para casar.

Bela.

Recatada.

E da dança.

Jungkook não poderia pedir mais. Enquanto continuava a beijar a nuca da amada, podia se deleitar com as pequenas e tímidas arfadas que a garota soltava. As mãos dela repousavam em seu pescoço, delicadas e paralisadas. Ele sabia que ela devia estar morrendo de vergonha de estar sentada em seu colo.

Apesar de estranhar, achou bom o fato de uma ereção não se fazer presente, afinal isso poderia assustá-la, e isso era tudo o que Jungkook não queria. Queria que fosse especial para a garota e se precisasse esperar anos e anos para possuí-la, não se importava. Então era ótimo que não ficasse excitado neste momento.

Enquanto roçava seu nariz no pescoço da garota, pensou em Taehyung. Lembrou-se do sorriso pecaminoso e das mãos deles fartas pela carne de sua coxa. Não era possível — nem aceitável — que os dois fossem frutos de um mesmo casal e uma mesma educação. Afinal ela era a melhor coisa dentre todas as coisas do mundo, já ele… ele era tudo o que o mundo tinha errado.

O humor sarcástico, as tatuagens, o cabelo tingido, o cigarro, o álcool, a sexualidade exagerada… tudo aquilo que Dahyun repugnava no mundo, era o que seu irmão era. Talvez a única coisa que os faziam parecidos fosse o gosto peculiar por copos infantis.

Jungkook apertou mais ainda os olhos, em desagrado pelos pensamentos. Mas logo, os mesmos foram interrompidos por Dahyun se mexendo desconfortavelmente em seu colo, foi então que percebeu que começara a se excitar.

— Desculpa, amor — sussurrou.

— Não… tudo bem — escondeu o rosto em suas mãos. Tão adorável.

— Vou me controlar — disse, respirando fundo.

Jungkook abraçou a namorada, tentando confortá-la e ao abrir os olhos fitou a figura de Taehyung parado no corredor de braços cruzados, encostado na parede e sorrindo. Viu quando o mais velho mordeu o lábio inferior e encaminhou a destra para dentro da própria calça de moletom cinza, apertando o próprio pênis, sem tirar os olhos de si.

O garoto levou um susto e retirou Dahyun de seu colo com rapidez. O ato impulsivo fez a garota se assustar e virar para o corredor. Ela soltou um gritinho envergonhado e tampou a boca.

— Taehyung! — disse desesperada — Não é nada disso…

— Relaxa. — disse simples — Chegaram faz tempo? — caminhou até a geladeira, abrindo-a e procurando algo dentro.

— Não muito. — Dahyun se levantou e correu até a cozinha — Precisa de algo? Eu busco para você…

— Já disse… — tira uma garrafa de água da geladeira — Relaxa.

— Não sabia que estava em casa…

— Estava no meu quarto.

— Eu gritei a tia, como você não respondeu, achei que estávamos sozinhos…

— Claro… e aí foram aproveitar… safadinhos… — disse abrindo a garrafinha sem deixar de olhar para os olhos do cunhado.

Jungkook continuava estático. Só observava o quanto a namorada estava desconcertada com toda a situação. Taehyung caminhou até a sala e sentou-se no chão, ao lado do cunhado, encostando a cabeça no estofado.

— Não sabia que vinham para cá hoje. — disse antes de dar um gole na água e ligar a televisão.

Dahyun sentou-se relativamente longe de Jungkook. Estava rígida e assustada.

— Vamos comer pizza com a tia hoje.

— Pizza? — olhou para a irmã com um sorriso maléfico, que novamente não foi percebido pela mesma — Olha… faz tempo que não como pizza, eu posso acompanhar vocês?

— Ah… Taehyung — finalmente Jungkook abriu a boca — Não queremos atrapalhar seus planos de sexta feira. — disse forçando um sorriso.

Dahyun lhe cutuca discretamente em reprovação — Claro que pode orabeoni, mas realmente, sei que gosta de sair sexta à noite, não vou te privar de sua diversão.

— Claro que não! Faz tempo que não aproveito uma sexta em família, e hoje a programação não era muito interessante, vou desmarcar e ficar aqui com vocês.

Dahyun parecia que ia explodir ao ver o irmão digitar uma mensagem rapidamente em um grupo do KakaoTalk, desmarcando o compromisso.

— Prontinho… sexta em família…

— Ah Taehyung, acho que não precisa se preocupar em perder sua sexta para comer pizza com a gente. — tentou convencer o cunhado à desistir dessa ideia.

— Imagina… Jungkookie não vão atrapalhar meus planos, afinal, eu tenho um convite para fazer.

— Convite? — perguntaram em uníssono, no entanto, Jungkook mantinha um tom assustado enquanto Dahyun estava curiosa e empolgada, ela não estava acostumada a receber convites do irmão.

— É… esse fim de semana ficarei com a Parati do Yoongi e pensei, porque não fazer uma viagem em família?

Dahyun abriu o maior sorriso que Jungkook já poderia ter visto na vida. Chegou a achar que a namorada choraria.

— Ainda não falei com a tia, mas não acho que ela tenha outros planos para o fim de semana. — disse e voltou a olhar para a televisão.

Jungkook riu sem graça — Ah, que ótima ideia — beijou a testa da namorada — Vai ser ótimo vocês três passarem um tempo juntos.

— Ah… esqueci de falar. — apoiou o braço no estofado e encara o casal de maneira séria. — Pensei de irmos para uma pousada de praia em Incheon que cabe no nosso orçamento… só que lá eles só reservam o quarto para no mínimo quatro pessoas, então, Jungkookie, pensei que você poderia ir com a gente.

Dahyun olhou para Jungkook imediatamente. Seus olhinhos suplicavam para que ele aceitasse. Não conseguia se lembrar de qual fora a última vez que tinha ido à praia, ainda mais com seu irmão querido. Agora era vez de Jungkook ficar assustado.

— Dahyun, minha linda, acho que eu posso atrapalhar, afinal vai ser bom uma viagem em família, não?! — tentou soar compreensivo.

— Ah… É que a pousada não aceita menos que quatro hóspedes, então, como você é o namorado da minha irmã, bom… é da família não?! — Taehyung disse sem nenhuma emoção na voz, e novamente voltou a fitar a televisão.

— Por favor Kookie.

— Acho melhor não… eu não sei… acho que posso ter coisas para fazer no fim de semana.

— Mas, amor, você disse que eu poderia escolher…

— Sim eu disse, mas eu não imaginei que essa escolha me tiraria de casa no fim de semana…

— Tudo bem Dahyun, não vamos obrigá-lo a passar um fim de semana com uma família não muito estruturada… e bem, podemos chamar o Yoongi… — Taehyung disse simples. Jungkook podia sentir a confiança pairar no timbre grave e rouca do garoto. Ele estava usando o lado emotivo de Dahyun para convecê-lo.

— Yoongi? — Dahyun disse pouco animada. — Jungkook, venha comigo na cozinha buscar algo para comer.

A garota saiu apressada, puxando o namorado pelo pulso. Chegaram à cozinha e ela se colocou de frente ao balcão, de modo a observar Taehyung sentado no chão. Colocou-se a falar demasiadamente baixo.

— Por favor, amor.

— Linda… acho melhor não.

— Yoongi não!

— Por quê? Ele parece ser um cara legal, até emprestou o carro pro seu irmão.

— Lindo, sempre que o Yoongi se junta com o Tae acontece algo ruim. Meu irmão é alguém que eu não admiro quando ele está com esse amigo dele.

— Mas, você mesmo disse que agora ele está diferente…

— Por favor.

— Linda…

— Quando te pedi algo assim?

— Sem chantagem, por favor — Jungkook não queria aceitar.

— Yoongi já deu em cima de mim — disse um pouco mais alto e acabou desviando o olhar para Taehyung, que continuava a ver o programa de comédia, rindo de vez em quando.

— O que?

— É sério. Quer mesmo que um cara que já deu em cima de sua namorada viaje com ela e a veja de biquíni? — fez um bico provocador. Dahyun conseguia provocar Jungkook quando queria.

Jungkook bufou. — Não tem outro amigo?

— Não acredito Jungkook! No dia em que eu declarei meus sentimentos para você, você me diz que prefere que eu viaje na companhia de outro homem!

Jungkook não tinha mais nenhum argumento. O que mais poderia dizer? Logo mais a namorada poderia desconfiar de algo e começar a investigar. O rapaz gostava muito dela e não queria que ela se decepcionasse. De fato nunca a vira tão contente.

Lembrou-se de uma mensagem que a mesma lhe enviou no meio da semana, extremamente confiante à caminho de uma prova, pois o irmão havia lhe desejado boa sorte antes de sair de casa.

Bufou contrariado e olhou para trás, observando o semblante demoníaco de Taehyung rindo com o aparelho de tubo. Voltou o olhar para Dahyun, que mantinha um olhar de súplica. Retesou o olhar fixo na face angelical da garota.

Será que Taehyung teria cara de pau suficiente para dar em cima de si na presença da irmã e da tia? Será mesmo que ele correria esse risco? Começou a pensar rapidamente na probabilidade do irmão da mesma ser tão abusado assim. Parecia pouco provável.

{…}

Sim.

Taehyung tinha cara de pau suficiente para mexer com Jungkook na presença da irmã e da tia.

Depois de Jungkook aceitar o convite e ganhar diversos beijos apaixonados, Dahyun começou a fazer planos e mais planos. A tia rabugenta chegou e se tornou mais afável ao saber do convite do sobrinho. Pelo jeito elas jamais esperavam por um convite deste.

Jungkook já havia falado com os seus pais, que não se opuseram, assim como ele já imaginava. A mãe, inclusive, lhe dissera que começaria a arrumar sua mala, além de incentivar à pequena viagem, dizendo que era uma boa forma de encerrar o período de avaliações da faculdade.

A pizza havia chegado há poucos minutos e os três conversavam animados sobre a viagem. Taehyung ditava as regras, de maneira animada, acerca do horário que deveriam sair no dia seguinte, enquanto apertava a coxa esquerda de Jungkook.

Sentia os dedos longos fazerem desenhos circulares em toda a extensão de sua coxa. Ora usando apenas os dedos, ora usando as unhas, ora agarrando com mais força a carne rígida e malhada. Taehyung parecia extremamente confortável com a situação. E, por sua vez, ele mesmo parecia estranhamente confortável com a situação. O que o deixava mais confuso e com raiva de si mesmo.

Comia a pizza em silêncio, disfarçando a raiva enquanto observava a felicidade da namorada ao perguntar que pousada ficariam. Até a velha se colocara a sorrir timidamente ao dizer que a última vez que visitara Incheon fora quando era apenas uma adolescente magra, animada e cheia de planos utópicos para o futuro, que incluíam um bom marido e filhos.

A pizza não descia devido à boca seca do garoto que tornava refrigerante goela a baixo para ajudar na deglutição. Sorria forçosamente para a namorada, toda vez que ela o olhava com os olhinhos apertados e agradecidos, devido ao sorriso imenso que lhe estampava a face.

Sentiu a mão do mais velho pressionar com força sua coxa antes de subir descaradamente, e lentamente, até seu membro. Os olhos arregalaram e mais um gole no refrigerante foi dado. Os dedos massageavam a região com delicadeza. Da direita para a esquerda. Da esquerda para a direita. Aos poucos, o membro adormecido, mostrava sinais do despertar, fazendo com que Taehyung soltasse um riso contagiante e umedecesse os lábios. Sentiu a mão se fechar com força no membro meio desperto por cima da calça jeans apertada. Mais um gole desesperado no refrigerante e Jungkook se levantou apressado.

— Preciso ir ao banheiro — disse rapidamente, se retirando em seguida, arrancando um sorriso sapeca de Taehyung.

Jungkook adentrou o cômodo simples, trancando a porta em seguida. O único banheiro do apartamento era pequeno e contava apenas com o vaso sanitário, a pia de louça branca e um box improvisado com uma cortina de plástico. Acima da pia, havia um armário simples, que também tinha espelho.

O moreno estava nervoso e suado. Lavou o rosto com a água fria, jogando-a diversas vezes sob o rosto assustado. Soltou o ar lentamente enquanto fitava sua imagem no espelho, desgastado pelo tempo. Na cabeça, milhares de pensamento e ao mesmo tempo nenhum.

Sua atenção voltou-se para sua região íntima ao percebê-la pulsar no aperto da calça. Estava excitado. Não conseguia entender o que estava acontecendo consigo, uma vez que durante toda a semana pegou-se endurecendo todas as vezes que a imagem de Taehyung lhe furtava os pensamentos.

O cérebro parecia lhe pregar uma peça cretina ao recriar as sensações cenestésicas na região íntima e na coxa outrora tocada pelos dedos ágeis e longos. Podia sentir o calor daquela mão judiada, nada delicada e machucada pelos trabalhos braçais que o mais velho realizava. Peça cretina foi o que os pensamentos criaram em seguida, em uma cena onde o cunhado lhe tocava da mesma maneira, no entanto sem o tecido jeans para atrapalhar.

Mais água no rosto que estava corado e quente.

Mais água.

Respirou fundo, tentando focalizar em algo demasiadamente brochante, como a imagem dos pais se beijando na cozinha, assim como flagrara uns meses atrás. Felizmente essa tática sempre funcionava. Tentou se acalmar, controlando a respiração quase ofegante.

Sentou-se no tampo do vaso sanitário ainda confuso, coçando os cabelos com ambas as mãos. Precisava entender por que raios não se excitava assim quando estava com Dahyun. Talvez fosse pelo excesso de respeito que tinha pela inocência da garota. Claro! Devia ser isso, e já que Taehyung vivia lhe dizendo obscenidades acaba ficando excitado, já que fazia tempo que transava.

Lavou o rosto uma última vez, secando em seguida com a toalha de rosto bege que ficava pendurada ao lado do armário do banheiro. Encheu o peito e destrancou a porta. Precisava de coragem, além de uma desculpa para trocar de lugar na mesa.

Retornou à pequena mesa de quatro lugares e sentou-se em seu lugar, arrastando a cadeira gentilmente para mais perto de Dahyun. O assunto na mesa permanecia o mesmo. Praia, roupa de banho, tempo felizmente ensolarado… se o irmão da namorada fosse um cara legal, Jungkook provavelmente estaria super empolgado em fazer uma viagem em família.

Taehyung se espreguiçou gostoso e se levantou. Jungkook sentiu um alívio subir pelas pernas e chegou até a sorrir. Viu o rapaz beijar o topo da cabeça da tia, fazendo com que um silêncio tomasse a mesa. Sem dizer nada, caminhou até seu quarto.

O silêncio se manteve por alguns segundos e em seguida a velha se pôs a secar uma lágrima teimosa no canto do olho. Dahyun, muito emotiva, não se conteve e levantou rapidamente até a senhora, abraçando-a e chorando também.

Jungkook estava perdido naquela cena.

— Jungkook, meu filho — a voz rouca e grave da senhora chamou a atenção para si — Não sei que aura maravilhosa é essa que você tem, mas muito obrigada.

Não teve tempo de responder, pois a tia, agora chorosa, se levantou em direção ao corredor, provavelmente foi para seu quarto. Dahyun ficou agachada no chão, apoiando-se na cadeira ocupada outrora pelo traseiro gordo da tia. Tinha um olhar esperançoso.

— Você é a melhor coisa da minha vida. — olhou para o namorado que continuava com um semblante enigmático — Taehyung nunca demonstrou afeto por ela.

Sentia-se culpado. Não sabia identificar o porquê. Ora por pensar que tudo aquilo não passava de um teatro do mais velho para se aproximar de si. Ora por querer se afastar e privar as duas mulheres da pouca atenção que Taehyung estava lhes dando.

— Acho melhor eu ir.

— Eu te levo lá embaixo — a voz de Taehyung se fez presente. O garoto segurava um cigarro e a carteira nas mãos — Meu cigarro já acabou de novo.

Dahyun levantou-se e depositou um selar tímido na boca cheinha do namorado. Ela estava feliz. Muito feliz.

— Maninha querida, acho que a tia está chorando, é melhor você ir fazer companhia a ela não?!

— Claro. — a garota se levantou e saiu, no entanto ao passar ao lado do irmão, sentiu a mão dele a segurar, puxando-a para perto de si. O garoto a prendeu entre a axila direita e seu peito e lhe fez um cafuné divertido nos cabelos, que ficaram desgrenhados.

— Parabéns pelas provas — disse antes de soltá-la. — tenho certeza que passará de semestre sem preocupações. — sorriu, quase sincero, fazendo Jungkook revirar os olhos.

Jungkook queria rir da cara de pau do garoto. A irmã não aguentou e colocou-se a chorar, saindo em disparada em direção ao quarto dela e da tia.

— Vamos? — Taehyung disse para o mais jovem ao abrir a porta.

— Você não vale nada.

Esperaram o elevador em silêncio. Silêncio este que foi quebrado por Jungkook quando a porta metálica se fechou atrás de si.

— Você não sente remorso não?!

— Por?

— Por fazer isso com elas… você está iludindo elas.

— Iludindo? — riu.

— Sim?! Ou você acha que eu não entendi esse seu plano de viajar “em família” só para ficar mexendo comigo?

O quadrado claustrofóbico foi preenchido por uma risada escandalosa e grave.

Jungkookie, você precisa aprender que o mundo não gira em torno desse belo par de pernas que você tem…

— Ah… vai dizer que você resolveu ter um bom coração?

— Ué… está com medo que eu não te dê atenção nesse fim de semana?

— Você ouve o que você diz? Você consegue perceber o quão absurdo é o que você está falando?

— É… percebo… é realmente um absurdo o mundo não girar em torno da circunferência das suas coxas.

A porta se abriu e Jungkook saiu furioso. Dessa vez não deixaria Taehyung lhe puxar para a área de serviço.

Pode ouvir o garoto gritar atrás de si.

— Amanhã passo na sua casa às 6h. Esteja pronto.


Notas Finais


Tae safado? JK hetera? Dahyun trouxa do ano?
Aqui embaixo óh...


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