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História Hollowshunter - O Bom Samaritano: Nicholas Horlock!


Escrita por: MollyRouge

Capítulo 14 - O Bom Samaritano: Nicholas Horlock!


Um dia você termina com seu namorado e de repente ele está de volta à sua porta com um sorriso estupido na cara.

—O que diabos está fazendo aqui? — A ruiva perguntou sem ânimo.

—Nossa. — Nicholas revirou os olhos. — Já não passamos dessa fase? Aliás, dá licença. — Ele passou por ela e entrou na casa.

—Eu não mereço isso. — Jenny balançou a cabeça e fechou a porta com força.

—Até que você conseguiu um lugar legal, um pouco afastado do mundo, eu diria, mas você sempre foi assim.

—Como raios você chegou aqui? Quem te deu meu endereço?

—Meu irmão.

—Ah, aquele traidor. — A outra cruzou os braços.

—Ei, relaxa, eu que pedi. — Nicholas olhou para ela. — Estive estudando a anomalia crescente que gira em torno dessa cidade, você sabe, como um dos melhores caçadores, não podia deixar Derry de fora da minha lista. 

—Bem, se está aqui só por competição, deixe-me dizer de forma direta. — Aproximou-se da orelha dele. — Nós chegamos primeiro!!!

Horlock estremeceu colocando a mão no ouvido:

—Au.

—De maneira que você é bem-vindo para se retirar. — Salem entrou em cena.

—Ah, senti sua falta também bola de pelos. — Nick fez carinho na cabeça dele.

—Olha, Nicholas, a conversa foi boa, sério, mas estou bem ocupada tentando recuperar uma Bétula dos Mortos e... — Jenny foi interrompida pelo ex-namorado.

—Acharam uma?! — Ele parecia realmente surpreso. — É algo raro. Se houvesse mais Bétulas dos Mortos no mundo, haveria menos necessidade de caçadores.

—Seria, quase, um paraíso. — Salem suspirou, ele adoraria que pudessem viver uma vida normal onde sua única preocupação fosse baseada em pagar o imposto de renda.

—É, emocionante. — Sua dona zombou.

Horlock franziu o cenho:

—Mas você disse que precisa recuperá-la. — Era mais uma observação.

Jenny suspirou e cruzou os braços:

—Eu não vou me livrar de você, não é?

�� �� ��

Edward Kaspbrak estava arrasado, embora tenha dito para si mesmo no espelho do banheiro que hoje ia ser um bom dia, o garoto quase gritou ao ver sua antiga professora de história de volta a sala de aula.

—Como isso aconteceu? — O rapaz perguntou para seus amigos.

—Ela melhorou, dã. — Tozier rebateu.

—O que esperava que ia acontecer? — Stanley questionou. — A senhorita Spellbody era uma substituta, apesar de tudo.

Eddie olhou para a velha sentada atrás da mesa, e a mesma espirrou.

—Todos esses germes no ar. —Kaspbrak fez uma careta.

—Senhor Kaspbrak, o que está cochichando aí atrás? — A professora ajustou seus óculos e olhou diretamente para o garoto, que engoliu a seco. — Não quero burburinho na minha aula. Venha se sentar aqui na frente para que eu possa ficar de olho em você, mocinho!

—Sim, senhora. — O garoto obedeceu a contragosto.

Mas ele não era o único decepcionado, Henry também não parecia feliz, hoje ele tinha chegado cedo a aula, coisa nunca fazia, apenas para ficar olhando para cada curva de Spellbody, agora ele tinha de olhar para a corcunda da pobre senhora a sua frente e não poderia escapar da sala para se encontrar com seus amigos sem que a mesma notasse.

Apenas mais um dia de merda.

�� �� ��

 —Então deixa eu ver se entendi... — Nicholas fez uma pausa e tomou um gole de café. — ... você envenenou uma professora idosa para assumir o cargo e conseguir ficar perto da Bétula dos Mortos que, está em posse do zelador idiota.

—Assim, você me faz parecer uma pessoa ruim. — Jenny estava sentada de frente para ele na mesa da cozinha abraçado ao seu gato.

—E agora que antiga professora se recuperou, você perdeu o emprego. 

—Preciso envenená-la de novo. — A outra conclui.

—Ela não vai aguentar.  — Salem se manifestou. — Melhor tentar outro cargo.

—Há! —Sua dona zombou. — Qual? Professora de...sei lá... Educação Física?

—E por que não? Podemos conseguir um certificado falso.

—Salem, não é por nada, mas acho que seria estranho se de repente aparecesse isso no meu currículo exatamente no momento em que eles precisassem de um profissional da área, não acha?

—Eu já fui professor dessa matéria. — Nick se entrou na conversa fazendo a dupla o olhar com as sobrancelhas arqueadas. — Eu posso entrar lá, se quiser.

—E por que eu deveria confiar isso a você? — Perguntou sua ex. — Que eu saiba, você não faz o tipo do bom samaritano.

—Olha, vocês estão em um impasse, e pode ser difícil de acreditar, mas sua situação me afeta também.

—Explique. — O gato exigiu.

—Quanto mais demorar para conseguir essa planta, mais criaturas virão, isso alerta a agência e consequentemente mais caçadores serão chamados, e conhecendo o meu pai, adivinha para qual ele vai ligar primeiro? — Horlock apontou para si mesmo enquanto tomava outro gole de café.

—Olha — Começou Salem olhando para a ruiva. — Esse é um bom ponto.

—Argh! — Jenny enterrou a face nas mãos.

�� �� ��

—Uma tartaruga vomitou o universo...ah tá! — Simon fechou o livro que estava lendo. — Isso é ridículo, porque eu ainda uso a biblioteca do papai?

Se tem uma coisa que Simon aprendeu, era que seu pai poderia ser considerando um fanático com a criação, sempre em busca de respostas para como a vida surgiu no universo, por isso havia tantos livros religiosos na biblioteca particular dele, e estranhamente, o exemplar intitulado, “Maturin”, estava entre eles.

Na opinião do garoto, era o livro mais sem noção que poderiam escrever para explicar a vida no universo, e ainda sim, seu pai o tinha.

Por que?

—Talvez eu deva fazer algumas perguntas direto para a fonte. — O rapaz bocejou. — Mas posso fazer isso depois. — E foi para a cama.

�� �� ��

Iniciou-se mais um dia em Derry, um dia nublado e pouco convidativo. Como parte do protocolo de demissão, Jenny devia retornar à escola para deixar algumas coisas, assinar outras e pegar seu último salário. Com o objetivo de não atrapalhar as aulas, o diretor solicitou sua presença durante o horário de almoço.

—É realmente uma pena que tenha de ir. — Disse o diretor para Spellbody. — Mas a senhorita se saiu muito bem durante o tempo em que esteve aqui, se um dia precisar, ficarei contente em lhe fazer uma recomendação.

Jenny sorriu falsamente com seus lábios vermelhos:

—Obrigada. Realmente ficou triste que tenha acabado, foi uma experiência muito boa, vou adorar incluí-la no meu currículo. — Ela esticou a mão para ele.

O homem retribuiu o gesto e entregou a ela um envelope marrom:

—Aqui tem o cheque do seu último pagamento e a documentação. Ah! Também tomei a liberdade de imprimir alguns endereços de escolas que estão precisando de alguém com suas habilidades.

—Agradeço. — A garota pegou o envelope e se levantou. — Novamente, foi um prazer.

—O prazer foi meu. — O homem sorriu com seus dentes amarelos.

Jenny deu meia volta e foi na direção da saída, ironicamente, Nicholas apareceu na porta e eles quase se trombaram.

—Perdão. — A ruiva murmurou e passou por ele.

—Er, tudo bem — Nicholas deu um aceno rápido com a cabeça e voltou-se para o diretor. — Posso entrar?

—Claro meu jovem. — O diretor sinalizou para que o rapaz se aproximar-se. — Em que posso lhe ser útil?

Enquanto isso, do lado de fora da escola, Os Perdedores estão reunidos para um lanche, no entanto, o clima não parece agradável, talvez fosse o céu cinzento, ou talvez fosse a notícia de que mais duas crianças desapareceram na noite anterior.

A notícia sobre o sumiço de duas meninas, gêmeas, de sete anos, abalou Bill. Ele começou a lembrar-se de seu irmãozinho, e parece que a sua tristeza era tão contagiante que mesmo Richie não conseguiu fazer uma piada descente.

—Ei, olhe. — Stanley falou quebrando o silêncio. — Aquela não a senhorita Spellbody? — Apontou para a figura ruiva saindo pela frente da escola.

—O que ela está fazendo aqui? — Eddie animou-se rapidamente.

—D-deve ter vindo finalizar a d-d-d-demissão. — Bill respondeu.

—Ah cara, porque as mais bonitas não duram? — Tozier reclama.

—Ei, vejam. — Uris disse ao vê-la se abaixando para pegar um gato preto na mão. — É dela?

—Espero que ele não passe nenhuma doença. — Kaspbrak comentou.

—G-gente — Denbrough começou engolindo a seco. — E-ela tá vindo pra cá.

—O que?! — O coração de Kaspbrak saltou.

—Rapido, rápido, disfarça. — Richie sussurra. — Cara de despreocupado.

Os meninos olharam em direções aleatórias, fingindo que não estavam vendo a ruiva se aproximar, embora ela provavelmente já soubesse que tinha sido vista.

—Olá, rapazes. — Jenny se aproximou com o gato no colo.— Achei que estariam na cantina.

—Estava muito cheio. — Eddie respondeu sem conseguir olhá-la nos olhos e a garota estranhou.

—Está tudo bem, Edward? — Ela se curvou colocando a mão na testa dele e depois no pescoço. — Seu rosto está muito vermelho.

Eddie parou de respirar com o contato repentino, ele levantou um pouco a cabeça e acabou dando de cara com o gato preto.

—Ele tá bem, não é Eddie Espaguete? — Richie deu umas palmadinhas na cabeça dele, mas Kaspbrak o empurrou. — Ei, calma ai, camarão.

 Jenny riu um pouco:

—Ah, vou sentir falta de vocês.

—A senhora não vai mesmo v-voltar a d-d-ar aula? — Bill questionou.

—Não, a antiga professora já está de volta.

—Mas ela é um pesadelo! — Reclamou Tozier. — Passamos das mãos da bela donzela para as mãos enrugadas do troll das cavernas.

—Não seja mal, Richie. — A ruiva revirou os olhos e escutou um miado. — Oh, certo, quase ia esquecendo, senhores, este é Salem, meu gato. — Ela ergueu o bichano que, para a surpresa dos garotos, acenou para eles com a pata. — Bom, eu já vou indo, juízo.

Assim que a garota se retirou, Richie olhou para os amigos:

—Aquele gato é bizarro.

—Ele é treinado. — Stanley corrigiu. — Provavelmente reinado.

Eddie continuou olhando a ruiva se distanciar, ela colocou o gato no ombro e o bichano olhou diretamente para o grupo, para o espanto geral, Salem sorriu para eles e Kaspbrak começou a caçar sua bombinha.

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Após deixar seu currículo na escola, Nicholas voltou para o motel barato em que estava hospedado, ele não queria gastar dinheiro em lugar caro e chamativo, embora tinha de confessar que esperava que Jenny lhe oferecesse um quarto.

Tão iludido.

—Mas ao menos ela me deixou ajudar. — O rapaz abriu seu notebook. — Vamos ver se tem algo novo no e-mail. — Vasculhou sua caixa de entrada, mas não havia nada de interessante. — Hum, já que não tem nada para fazer agora... — O moreno fechou o computador e pegou seu maço de chaves.

Mesmo sendo novo na cidade, Nicholas já havia encontrando a lanchonete local, e era para lá que ele ia.

—Olá, posso lhe ajudar? — Perguntou a atendente para o jovem Horlock.

—Um hambúrguer duplo, por favor. — O rapaz pediu ao sentar-se em uma mesa vazia.

—Certo, você é novo aqui, não é? Já achou alguém para te mostrar a cidade? — A atendente colocou a caneta na boca e sentou-se de frente para ele.

Nicholas sorriu, claramente ela estava flertando com ele:

—Seria legal, mas... — Os olhos negros captaram uma cabeleira ruiva entrar no local. — ..., mas eu já tenho alguém. — E acenou para a garota.

Jenny olhou para Nicholas com a sobrancelha arqueada, ela sabia que eles poderiam se cruzar a qualquer momento, mas foi mais cedo do que o esperado.

—Ora, ora. — Spellbody foi até a mesa dele e deu um olhar afiado para a garçonete sentada.

A garçonete engoliu a seco e se levantou:

—Oh, vocês estão juntos? Quer que eu anote seu pedido?

—Um milk-shake de chocolate. — Jenny sentou-se no lugar dela.

—Claro, eu já trago. — E assim a moça saiu de perto.

—Ah, você ainda assusta as pessoas. — Nick sorriu, ele achava, estranhamente, fofo. — Mas vamos ao que interessa.

—Conseguiu o emprego?

—Ainda não recebi nenhuma mensagem, mas estou no aguardo.

—Se isso funcionar, eu fico te devendo uma.

—Seu pedido. — A garçonete voltou com a comida.

—Obrigado. — A dupla disse ao mesmo tempo antes de se olhar e rir.

—Bom proveito. — A moça saiu dando um suspiro.

—Uh, acho que ela ficou de coração partido. — Jenny começou a beber seu milk-shake.

—Ela supera. — Nick dá uma mordida no hambúrguer.

Eles passaram o resto do momento em silencio, não importava o quanto Horlock quisesse dizer algo para Spellbody, ele sabia que ela não estava interessada nele, ainda, mas o rapaz ia fazer tudo o que fosse possível para contornar a situação e recuperar algum nível de afeto da parte dela.

Uma missão por vez.  

—Esse garoto não é nada bobo. — Do lado de fora da lanchonete, deitado em cima de uma árvore, Salem observava o casal.

O gato sabia que Nicholas estava apenas atuando, sabia que ele queria recuperar os pontos que perdeu com sua dona, mas será que Jenny estaria disposta? Independe da resposta, o bichano só esperava que aquilo não atrapalhasse a missão.

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Notas Finais


O que vocês acham do Nick? Tão confiando que vai dar certo essa parceria?
Obrigada pelos comentários e favoritos.
Bjs.


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