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História Hoshido VI : Scacco Matto:Katekyo Hitman Reborn(Interativa) - Mano Nera,Fingi e Vendetta


Escrita por: Mylicent e CaaDiCout

Capítulo 17 - Mano Nera,Fingi e Vendetta


Mano Nera,Fingi e Vendetta

Era meio da madrugada, mesmo uma cidade grande como Nápoles estava quase totalmente adormecida, quase.

Eram poucos, mas ainda havia aqueles acordados. Alguns não queriam dormir, alguns não conseguiam, alguns trabalhavam e outros se deliciavam nos prazeres noturnos, alguns eram jovens enamorados e outros jovens solitários, alguns remoíam as duvidas de seus corações. Takeshi olhava o teto incapaz de dormir. As lembranças das últimas horas o perturbavam. O atentado, a casa bagunçada e fria, as dificuldades recém-adquiridas da missão, o encontro de Yaze e Giancamo, as ordens dadas ao ninja e a Veik.

"Descubram tudo que puderem." Dissera. "E deixem nossas defesas preparadas, não quero surpresas, não quero batalhas e nem mais ninguém envolvido... Encontrem onde está o que procuramos." 

Ele não conseguia decidir se suas ordens eram as ações frias de um líder do submundo ou a covardia de um líder mandando seus homens ao perigo enquanto mantinha o resto da família escondida. Pior, não conseguia decidir qual das possibilidades o machucava mais.

Em outro lugar, outro homem não dormia, mas esse se esbanjava em prazeres. Estava numas das mesas de uma boate grande e luxuosa, com mulheres dançando entre os fregueses, o lugar todo tinha neon e brilhos, pistas de danças, mesas de jogos e bares, até um serviço de restaurante 3 estrelas. Aquele era o topo de um dos hotéis mais disputados de Nápoles, um dos cassinos mais rentáveis e ponto da alta classe corrupta da cidade. As más línguas diziam que o local pertencia a Família Andareta.

Verdade ou não, era lá que o homem: Michaello Andareta passava aquela agradável noite para tirar o gosto ruim que o dia lhe trouxe. Falhar um atentado de forma tão vergonhosa era inconcebível pra ele. Se o alvo tivesse fugido, mas seriamente ferido ou a custas de seus homens, tudo bem, se a polícia tivesse se envolvido, mas o resultado fosse significativo, tudo bem, se fosse Fontaine ou Di Cielo o alvo, tudo bem, mas um mero recém-chegado como Takeshi Hoshido sair tão facilmente de suas garras era inconcebível.

Agora era reagrupar e preparar o próximo ataque, os responsáveis pela falha seriam punidos e rebaixados na hierarquia, perderiam seu posto no principal Regime da Família e os Caporegimes voltariam a serem soldados.

Michaello bebeu um gole de sua taça de vinho, ao mesmo tempo Takeshi tomava um gole de um copo de água ao lado de sua cama. Os dois não sabiam ainda, mas suas histórias haviam acabado de se cruzar e não se separariam tão rápido.

 

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Yaze andava pela rua escura, uma daquelas ruas paralelas pouco conhecidas que toda cidade grande possuí e que era perfeita para andar sem ser visto, a noite estava mais calma que o normal, reflexo do atentado. 

O ninja estava sozinho, apesar das ordens incisivas de Shiro contra isso. 

Shiro o chamara no meio da noite para o quarto de Takeshi, Veik também havia sido convocado, ambos ouviram as ordens de seu Capo atentamente. Foi quando deixaram o quarto que Shiro lhes deu a ordem: Toda a Família deveria andar em duplas a partir daquele momento. Yaze não gostava dessa ordem. Desceu para seu quarto para colocar uma roupa apropriada para sua missão enquanto Veik fazia o mesmo. Os dois se encontraram na porta da casa, o ninja aprovou a escolha de vestuário de Veik. Saíram da casa e lentamente desceram a enseada, um clima denso no ar, nenhum dos dois queria falar sobre o que planejava.

O clima ficou pior quando deixaram a enseada e dobraram a rua.

Yaze: Parece que nenhum de nós quer trabalhar em grupo. - Veik assentiu. - Então, cada um vai para o seu lado, antes de voltarmos nos encontramos atrás da Pizzaria no final da rua para combinarmos o que falamos pro Shiro.

Veik concordou, puxou o capuz na cabeça e sumiu na escuridão seguindo seu caminho. Yaze o perderá mais rápido do que esperava, era claro pra ele que Veik era treinado. O Guardião da Chuva entrou na Família numa situação estranha e cada vez mais mostrava ser mais que uma pessoa comum. O ninja tinha suas suspeitas e planejava testa-las, mas isso era pra depois.

Agora sua tarefa era clara "Descubram tudo que puderem." Era hora de espionagem.

 

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O velho segurança fungava e reclamava, o nariz estava entupido e uma tosse não o largava. Coçava a barba grisalha de minuto em minuto. Cuidar daquele frigorífico era um trabalho mal-pago e que ainda estava destruindo sua saúde. Aquele não era trabalho para um herói de guerra, mas a guerra que o homem lutou tinha sido a muito tempo que ninguém mais se lembrava de sua bravura quando jovem. O uniforme de segurança com seu colete simples, roupas folgadas e coldre simples onde um taser e uma lanterna estavam presos eram a única coisa que ele gostava naquele lugar, o lembravam do tempo de soldado.

Segurança: Por que fui pegar o turno da noite? -Reclamou. -Se ao menos eu tivesse ficado no exército Italiano, teria uma remuneração hoje, mas não, só porque você lutou em outra força você vale menos...

Um pequeno encostam, do tipo que quase nunca um segurança ouviria, o velho sorriu. Sacou sua lanterna e seu taser, e foi lentamente se movendo na direção do baralho ao mesmo tempo em que cobria o caminho que levava a saída. Enquanto se aproximava um novo encostam, dessa vez derrubando algo no chão. 

Segurança: Pode ir saindo daí. -Gritou. -Posso ser velho, mas ainda tenho músculos em dia e já matei mais homens do que você conheceu.

Não ouviu nenhuma resposta e continuou se aproximando, passando um a um os corredores separados pelas prateleiras cheias de carnes, enlatados e peixes, chegou ao último corredor com a certeza que havia encurralado seu alvo. Iluminou o corredor, estava vazio, o chão coberto de latinhas de peixe que haviam sido derrubadas deixando um espaço vazio em uma das prateleiras, o velho demorou apenas alguns segundos para perceber, mas isso foi tempo o bastante. O espaço era o bastante para um homem passar.

O velho se virou a tempo de ver o vulto golpe chegando, um soco bem dado que acertou em cheio na mão e braço e o forçou a largar o taser. O velho se afastou instintivamente e o invasor puxou o taser caído com o pé o chutando para longe do segurança. Era um homem baixo, provavelmente um adolescente ainda, vestia uma simples calça de pano preta, tênis simples com acolchoado, luvas pretas e uma jaqueta de couro marrom com capuz que cobria seu rosto, carregava uma mochila nas costas tão cheia que ele não conseguia fechar completamente, uma cabeça de peixe estava pra fora.

O velho ameaçou um ataque com sua lanterna, mas foi inútil, o ladrão facilmente rotacionou e deu um chute na direção de sua cabeça, o velho defendeu, mas foi lançado na direção da parede batendo com tudo. Antes que pudesse tentar outro golpe o ladrão puxou uma faca da lateral da mochila e enfiou na lanterna a quebrando, brandiu-a rapidamente de volta e a lançou no pescoço do velho.

O som da tosse saiu tremido. O velho estava paralisado na parede, a faca parada no ar a menos de um centímetro de sua garganta, chamas azuis rondavam a lâmina. O velho já tinha visto esse tipo de coisa e sabia agora que não enfrentava um simples invasor. A luz da chama azul era fraca, mas ele podia ver a pele pálida e os cabelos brancos por debaixo do capuz. Era Veik Iengrish.

Veik: Você não viu nada aqui hoje, entendeu. O barulho foi um gato de rua que você expulsou. Nenhuma notícia sequer deve sair daqui.

 

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Não foi fácil localizar o banco de dados sobre a Máfia da polícia. Não era divulgado ao público onde eles ficavam. Yaze teve que encontrar alguns policiais detetives e segui-los com muti cuidado até achar a delegacia que guardava o que procurava. Era uma construção simples, um grande prédio quadrado de estilo neoclássico, com um grande estacionamento cheio de carros da polícia o cercando e, cercando o estacionamento, muros. Luzes iluminavam todos os arredores tornando escalar os muros uma péssima ideia. Diversos guardas faziam ronda pelas entradas.

Mesmo sem parecer, aquele lugar era uma fortaleza.

Yaze o observava de uma distância segura planejando uma forma de entrar. Qualquer forma de escalada ou invasão forçada estava descartada. Yaze se esforçava para bolar um papel e uma desculpa que o permitissem entrar na delegacia sem levantar suspeitas, despistar os policiais lá dentro, pegar o que precisava e ainda sair dali pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. Não era fácil. Decidiu que teria que se arriscar e que uma boa mentira sempre era tinha sua parte de verdades.

Fez um corte profundo no braço e um raso na perna, rasgou parte das roupas, bagunçou os cabelos e deixou o sangue se espalhar pelo corpo. Foi andando lentamente e mancando na direção da entrada, esperou que um policial o visse e o abordasse.

Policial: Parado. O que houve com você homem.

Yaze: Giancamo Fontaine... -Disse baixo, mas viu nos olhos do policial o interesse por sua história nascendo. - Quero fazer denúncias Giancamo Fontaine.

O policial o pegou e o levou para dentro da delegacia rapidamente o encaminhando para a enfermaria, a responsável colocou Yaze sentado numa cadeira e foi pegar bandagens, algodões, álcool, linhas e pontos. Enquanto isso o policial iniciou um questionário.

Policial: De que país é o senhor?

Yaze: Filipinas, senhor.

Policial: Nome?

Yaze: Marlon Joshua.

Policial: Documentos?

Yaze: Eu não tenho... Entrei ilegal pelo Fontaine.

Policial: Então tem ligação com a máfia?

Yaze: Não... Não... Eu ser marinheiro... Receber chance no porto, descarregar cargas. Senhor Fontaine dono dos navios, mas eu nunca cometer crimes.

Policial: Como ficou desse jeito?

Yaze: Eu derrubar parte de carga valiosa, cansaço, e Fontaine ficar irritado. Mandou machucar. Eu correr.

Policial: E você veio até aqui? este lugar é bem longe do porto.

Yaze: Eles levar eu para longe de amigos, querer eu não receber ajuda, lugar mais silencioso. -Yaze ameaçou desmaiar fazendo o papel do marinheiro cansado e que quase havia levado uma surra. -Água, favor, água.

O policial saiu para pegar um copo da água, a enfermeira estava acabando de pegar seu material, Yaze deixou o corpo cair da cadeira. A enfermeira rapidamente veio socorrer Yaze e o passou para uma cama. O policial voltou com a água e Yaze a tomou rapidamente, fingiu extremo cansaço e deitou na cama. O policial saiu, havia anotado parte das respostas de Yaze, estava irritado por ser algo tão simples que de nada serviria para pegar Giancamo Fontaine. A enfermeira continuou fazendo seu trabalho e realizando anotações

Foi necessária muita paciência, mas chegou o momento em que Yaze se viu sozinho, ele foi rápido, saiu da cama e criou um clone seu com a chama da Nuvem. O deixou deitado em seu lugar e saiu escondido da enfermaria. Avançou com cuidado dentro da delegacia tendo do seu lado a sorte de que a segurança interna não era tão pesada por conta da confiança na defesa exterior. Claro que os dados mais importantes e sigilosos tinham uma nova camada de defesa interna, com portas com senhas e provavelmente guardas lá dentro. Yaze não se arriscaria ali, os dados menos importantes teriam de servir.

Entrou numa sala cheia de prateleiras com pastas de documentos dentro, foi até onde estava os documentos de criminologia, foi abrindo as pastas e lendo. "O Caso da Alfaiata Ciumenta", "Chá Venenoso", "Cunhada mata Esposa do Irmão"...

Até que encontrou algumas pastas sobre as Famílias da Camorra. Pegou-as rapidamente sem muita distinção e as escondeu dentro da roupa. Foi voltando para a enfermaria, antes entrou num banheiro cheio de cabines e escondeu os documentos atrás de uma privada, parou escondido perto da porta da enfermaria, teria de achar uma forma de tirar a enfermeira do lugar e rápido, quanto mais tempo esperado mais fácil seria ser pego. Yaze estava começando a suar. 

Até que pensou em uma solução, Yaze fez seu clone se expandir rapidamente e voltar a sua forma original, repetiu a ação algumas vezes, aquilo exigiu mais concentração e energia do que imaginava, mas o plano deu certo. A enfermeira de súbito prestou atenção no clone e saiu em busca de uma injeção imaginando uma convulsão do paciente. Yaze entrou na enfermaria rapidamente e trocou de lugar com o clone, quando a enfermeira voltou ele respirava alto, mas parecia mais forte e estabilizado, pediu mais um copo da água.

Precisou só de mais alguns minutos para ser liberado da enfermaria, entrou no banheiro e pegou os documentos escondidos e deixou para trás a delegacia.

 

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4 homens andavam pelas docas ouvindo o barulho do mar, o lugar estava vazio e a única iluminação era um grande holofote que oscilava piscando de tempos em tempos. Veik seguia os homens escondido atrás dos containers e do maquinário, já havia dado inicio a seu plano. Aqueles homens eram membros da Família Andareta, e dois deles eram Caporegimes, apesar de que um deles parecia estar sendo rebaixado, estava de cabeça baixa.

Os dois soldados eram homens comuns, sem nenhuma força ou personalidade perceptível, carregavam armas semiautomáticas, mas ainda pareciam pouco perigosos. Os dois Caporegime, rebaixado ou não, eram mais ameaçadores. Os dois vestiam ternos baratos, chapéus fedora e fitas bancas amarradas em um único braço. O rebaixado era um gordo de cara murchado, fumava um charuto, o outro era um jovem exibido, parecia um boxeador de cabeça raspada e nariz quebrado, ele diminuía continuamente o ex-caporegime. 

Pela proximidade com a borda, Veik imaginava que alguns minutos antes os homens haviam despejado alguns corpos no mar amarrado por pedras. Mas isso não importava, não considerando qual era seu plano.

Foi andando até encontrar um container próximo aos homens, ele poderia correr até á com facilidade. Parou atrás do container, largou lá a mochila e sacou suas pistolas cobertas de chamas azuis.  

Veik foi se aproximando dos homens com as armas escondidas dentro da jaqueta, foi preparando sua mente para lidar com a dor que sentiria, sabia que não conseguiria sair dali ileso, não podia deixar a dor o levar. Os homens estavam discutindo, o boxeador provocando cada vez mais enquanto o gordo parecia prestes a explodir de raiva. Veik parou atrás de uma empilhadeira, era o local mais próximo dos homens que poderia chegar. Esperou o ciclo de piscadas de luz recomeçar, ela piscava a cada 3 segundos.

A luz piscou, quando ela apagou e o calculo de tempo de Veik estava completo ele correu.

Veik passou rapidamente pelos homens e roubou a carteira de um deles, os homens se sobressaltaram com a aparição de Veik, rapidamente puxaram armas e miraram enquanto Veik virou-se para correr em direção ao container escolhido. A luz piscou. Os homens foram cegados pelo forte holofote e perderam a primeira chance de atirar, o Hoshido correu com toda a velocidade que podia, havia ganhado um ou 2 segundos, mas isso era o bastante para estar quase no container.

Veik sentiu algo adentrando sua perna e explodindo com um brilho roxo. Perdeu parte do equilíbrio enquanto a dor imundava seu corpo como se tivesse tomado um tiro. Um sorriso tomou-lhe o rosto enquanto seu sangue era derramado, não podia perder a concentração, não era esse tipo de carnificina que queria dessa vez. Os homens estavam correndo na cola de Veik que havia perdido boa parte de sua vantagem, o gordo havia disparado uma bala de chama da chuva em sua perna e já preparava outra, os soldados miravam com suas armas na direção da Veik e o boxeador, a frente de todos, vinha para acertar-lhe com os punhos. Veik rolou para o lado pra desviar do disparo do gordo, mas os tiros de um dos soldados varou seu braço. Veik sacou sua arma e atirou de volta, acertou diretamente na cabeça de um dos soldados, aquilo o frustrou.

O albino pulou para trás do container rapidamente e os homens o seguiram, eles só tiveram tempo de ver o inicio da risada de alivio de Veik. Quando viraram atrás do container havia dezenas de balas de pistola congeladas no ar por chama da chuva, Veik desligou as chamas e as balas voaram.

Os corpos dos Andareta foram alvejados e completamente deformados pelos tiros como se tivessem sido acertados por um pelotão de metralhadoras, os corpos voaram para trás, o boxeador vindo à frente teve seu rosto transformados em uma massa disforme e seu braço e ombro esquerdo foram arrancados pelos tiros, o soldado teve braços, barriga e a lateral da cabeça perfurados, morreu deixando a arma cair e se afogando no próprio sangue. O gordo milagrosamente conseguiu sobreviver extremamente machucado, perdera um olho, parte do pescoço e tinha as entranhas saindo pelas aberturas feitas na barriga, Veik acabou o trabalho nele com um tiro no meio da testa.

Veik: Droga era pra TODOS serem fuzilados. - Reclamou, passando pela massa de corpos levando a mochila consigo. Pegou a fita branca no braço do Gordo, tirou o peixe da mochila, enrolou a fita no peixe e o jogou ao lado das vítimas.

Foi até o soldado morto com um tiro na cabeça, sem querer tivera sorte no final, o corpo estava em cima poça de sangue da perna de Veik. O albino tinha trazido vários itens de limpeza para limpara qualquer DNA dele do cenário, mas não precisaria fazer isso. Atirou várias vezes no cadáver até transforma-lo numa massa de carne e sangue espalhado, seu DNA estava perdido no meio dessa massa.

Veik deixou o local.

 

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Já era quase amanhecer quando os Andareta acharam os corpos mortos. Michaello fora pessoalmente ver o resultado do ataque. Era uma provocação que ele não podia ignorar, os soldados não tinham importância, apesar de que matar um membro da Família já irritaria Michaello, mas o Caporegime Antonio e o ex-caporegime Fidena eram poderosos na organização, e Fidena era forte de verdade. Fuzilados como estavam e para matar Fidena um grupo realmente habilidoso havia sido mandado.

Um homem se aproximou de Michaello. Era calvo e baixo, com a barba feita e o rosto alongado com olhos grandes e curiosos, vestia um terno branco de alta qualidade. Era o Consigliere de Michaello: Jamie Da Florenza. Trazia consigo uma caderneta cheia de anotações sobre o cenário do crime, foi citando uma  a uma ao Don.

Jamie: E tem um detalhe importante, foi deixado junto aos corpos um peixe com uma fita branca amarrada. -Michaello abaixou o rosto para pensar- É uma velha provocação italiana. Isso e o tipo de ataque apontam para um atentado de uma das famílias locais e não uma retaliação dos Hoshidos.

Michaello estava mergulhado em pensamentos com as mãos nos bolsos do terno. Jogou o cabelo para trás mordendo os lábios. Aquele ataque havia sido cuidadosamente planejado, teria de investigar mais e pressionar, pressionar por todos os lados. Sentiu o prenúncio de uma nova Guerra das Famílias de 46, só que agora na Itália e entre a Camorra.

A notícia não tardou a se espalhar para a imprensa, a polícia e aos chefes de todas as famílias. Entre eles Giancamo Fontaine. Ele havia acabado de acordar em seu apartamento simples, mas luxuoso, na verdade havia sido acordado por sua Consigliere: Thereza Navarro. Era uma mulher simples, de cabelos longos presos num coque alto de um ruivo fraco, quase marrom, usava óculos simples e vestia um blazer preto comum, trazia consigo um grande conjunto de pastas e documentos. Explicou a situação a Giancamo e lhe apresentou os documentos.

Thereza: Sugiro que retiro as ações e investimentos importantes dos hotéis e grandes investimentos da Família Andareta, Don Fontaine. -Disse com calma empurrando os papéis para o Don assinar. - Na situação atual, nenhum investimento lá é seguro.

Fontaine pegou os documentos, olhou-os, mas não assinou.

Giancamo: Não posso fazer isso Thereza. -Disse com calma e a Consigliere o olhou tombando a cabeça, Giancamo sabia que aquilo era a forma dela dizer: Pode me explicar? sem realmente fazer a pergunta temendo que ela pudesse sair ofensiva ao chefe. -O essencial dessa situação é que não da pra saber quem realizou o ataque. O mais lógico seria atribuir as mortes a uma represália da Hoshido, mas as características do ataque indicam que foi um grupo de fuzileiros que o realizou e a Hoshido não possui um grupo desses, além disso, eles são estrangeiros e dificilmente deixariam uma mensagem siciliana como o peixe, então isso indica que foi uma das Famílias locais aproveitando a recente confusão com a Hoshido para acertar os Andareta. Ou pode ser os Hoshidos querendo nos despistar jogando a culpa nas Famílias, ou o contrário. E esse é o problema, para os Andareta todos podem ser os mandantes, esse é um momento de tensão deles com TODAS as Famílias na cidade, e todas as Famílias sabem que a fúria dos Andareta pode recair sobre si. Então, imagine que nessa situação qualquer uma delas faça um movimento suspeito como retirar o dinheiro dos investimentos dos Andareta, todas as outras Famílias cairiam sobre ela para usa-la de bode expiatório.

Giancamo: Então não podemos retirar o dinheiro, isso é exatamente o que as outras Famílias estão procurando para salvar as próprias peles... Realmente, esse é um momento complicado. 


Notas Finais


Sobre a estrutura de uma Família:

Don ou Capo: Chefe da Família e o homem que da nome ao grupo.

Consiglieri: O Consigliere é o conselheiro do Don, não possuí posição oficial na hierarquia, mas é um cargo prestigiado pela proximidade ao chefe. É o responsável por repassar as ordens do Don e negociar com os associados.
Em casos raros Consiglieres se tornam Capos.

Sottocapo: Segundo em comando na hierarquia da Família, normalmente aquele que o Don está treinando para ser seu sucessor, assume o comando da Família em qualquer situação que o Don não possa exercer sua função.

Caporegime: Líderes dos Regimes, grupos de soldados da Família, são os "comandantes de campo" da Família. É comum que, após a morte do Capo ou com o crescimento da Família, capiregimes recebam a permissão de formarem suas próprias Famílias.

Soldados: A hierarquia mais baixa da Família, são agrupados em Regimes de acordo com a função. Quando um Caporegime se separa da Família é permitido aos membros de seu Regime decidirem ir para a nova Família ou permanecerem em sua antiga.

Associados: Associados são qualquer pessoa que mantenha relações com a Família, mas não seja parte da Família, normalmente são políticos corruptos, policiais comprados, firmas de detetives e de advogados, donos de estabelecimentos, contadores, coletores de apostas, motoristas de caminhões ou gângsters.
São divididos em dois grupos, os associados comprados, que não almejam uma posição dentro da Família (Os políticos, policiais...) e os associados que estão sendo testados, esses segundos realizam trabalhos pequenos na Família para provar seu valor e, se um caporegime ou alguém de maior hierarquia aprova-lo, o submete ao batismo de fogo e o associado para a ser um sodado da Família.


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