História Hotel Ceiling - Prólogo

Edward POV

"Um acidente ocorreu na madrugada desse domingo no Pacific Coast Highway em Malibu. 
Um carro com cinco estudantes da faculdade U.C.L.A. derrapou e caiu perto da costa devido a uma forte tempestade que ocorria em torno das 4:00 AM.
Duas pessoas estão desaparecidas, entre elas, Alice Becker e Brandon Herrera que não usavam cinto de segurança. Os bombeiros acham que os seus corpos foram arremessados em direção ao mar devido a ausência de segurança e o impacto que o acidente aconteceu. As chances de sobrevivência, infelizmente, são baixas. 
Os outros estudantes já foram encaminhados para o hospital e passam bem."

E, em apenas segundos eu via meu mundo desmoronar naquele momento, como se ele fosse um frágil e sensível castelo de areia.

Minha xícara já havia parado no chão, derramando todo o café que ali continha na minha calça de malha e no carpete. 

Eu estava ali, parado, com as mãos nos cabelos, desacreditando naquilo que meus olhos acabaram de ver. Apenas olhando o seu rosto que um dia eu tanto conheci estampado na televisão, com um anúncio de desaparecimento.

Alice, está morta. – Era a única coisa que rodava na minha cabeça. 

Anos se passaram desde que a vi pela última vez, anos se passaram e eu ainda não superei tudo que passamos juntos; não superei as promessas que não foram cumpridas; o futuro que tínhamos planejado; não superei a nossa despedida e não superei o seu sorriso.

Seu rosto era como uma música que não saía da minha cabeça. Sempre quando pensei que já havia passado, ela voltava a ecoar na minha mente ainda mais forte.

Não adiantava esconder mais, eu ainda me importava. Depois de todo esse tempo, eu ainda me importava.

Eu ainda a amava.

Lágrimas transbordavam no meu rosto, e acabará por molhar a minha camiseta. Era surreal pra mim, era surreal pensar que isso havia acontecido.

Tudo começou a girar e eu me sentei. Pensar no fato de que realmente Alice havia partido me dava náuseas, não consigo compreender. Só conseguia enxergar um borrão, já que as lágrimas enterravam os meus olhos naquele momento.

Eu senti uma mão passar pelas minhas costas, meu corpo se retraía e eu soluçava desesperadamente.

— Ed, eles vão achar ela, bro. — Murray me dissera, com certa melancolia na voz.

— Não me iluda com palavras vazias, Murray. — Falei tentando me manter firme, mas em poucos segundos o abracei e chorei em seu ombro. — Eu não deveria te-la deixado ir, é tudo culpa minha! — Minha voz saia abafada e trêmula.

— Você sabe que não é! — Comentou. — Ed, você sair dessa! Sei que é difícil cara, mas você vai superar!

Não conseguia aceitar o fato de que nunca mais a veria de novo. Sentia uma amarga e intensa dor no peito, como se tivesse sido brutalmente esfaqueado, não me lembro a última vez que sentira algo assim tão intenso, ou se um dia eu senti.

Uma enxurrada de questionamentos vieram a tona. Por que eu a deixei ir para essa faculdade idiota? Por que eu não me importei o suficiente? Por que eu não soube ama-la direito? E por que ela simplesmente me deixará aqui, sozinho? 

Eu consegui reunir forças o suficiente para enxugar as lágrimas e correr até o bar daquele hotel e pedir uma enorme quantia todas as bebidas fortes que ali possuía. Era único modo de sair de tudo aquilo. 

A vodka queimava a minha garganta, e a tequila me fazia estremecer, consumi tudo exageradamente até chegar ao ponto de não me lembrar porque estava chateado. Não havia nenhum motivo para ficar sóbrio, não havia nenhum motivo continuar tentando.

Eu sentia que estava morrendo por dentro, não havia, realmente nenhuma razão, agora.

Ainda lembro do gosto dos seus lábios, se eu me esforçasse, poderia senti-los nos meus. Ainda adoro seu riso esganiçado, da mesma maneira que adorava o jeito que brigava quando me pegava fumando.

Tudo veio à tona, todos os sentimentos vieram com um baque, me derrubando. Destruindo quaisquer resquícios de esperança que tinha de realmente formar uma família e viver ao lado de uma pessoa que amo verdadeiramente.

Eu estava me afogando em um mar de desespero. Sabia que não adiantaria quantas garotas eu conhecesse e namorasse, não importa o quão perfeita elas seriam, elas nunca seriam Alice, nunca teriam os gostos peculiares dela, e nunca me amariam do mesmo jeito que ela me amou.

Depois de seis anos ela ainda não saiu da minha cabeça, e sei que nunca vai sair. 

Percebi agora, que não há mais razões para continuar a acreditar no amor.