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História Hotel Ceiling - Eu ainda respiro.


Escrita por: terenifeyes

Capítulo 2 - Eu ainda respiro.


Alice POV

- A pulsação dela está fraca, precisamos ir para a ala de emergência agora! - Eu escutara uma voz que não identifiquei de quem.

Minha cabeça rodava, e eu estava exausta. Minhas mãos estavam banhadas por um sangue que não sei de onde vinha. Várias pessoas vestidas de azul claro estavam amontoadas a minha volta, algumas delas usavam máscaras brancas e falavam ao mesmo tempo.

- Fique acordada, Alice. - Uma mulher com as mesmas vestes me pediu. Eu não conseguia falar, e mesmo com uma máscara de oxigênio sobre meu rosto tinha dificuldade para respirar. A cama em que eu estava deitada se movia rapidamente e a luz flourescente no teto do hospital fazia meus olhos arderem. 

Estava confusa, mal sabia qual era o motivo de estar ali. Sentia muita dor e a exaustão tomava conta de mim cada vez mais. Meus olhos foram pesando, até eu não aguentar e fecha-los.

 

X

2009 - Framlingham, Suffolk.

- Allie! Espera. - Sentira ele tocar no meu ombro.

- SEU IDIOTA! - Empurrei o seu peito bruscamente fazendo ele recuar alguns passos. - EU SABIA QUE VOCÊ IRIA ESTRAGAR TUDO! EU NÃO ACREDITO QUE EU APOSTEI MINHA VIDA EM VOCÊ, ME ILUDINDO DIZENDO QUE TUDO DARIA CERTO. - Os pingos de chuva se engrossavam cada vez mais, os meus cabelos já estavam grudados em meu rosto, e eu não queria ver o estado da minha maquiagem.

- Alice, por favor. - O garoto ruivo de olhos azuis pediu, mas tudo que eu tinha dele agora era raiva.

-- Eu planejei meu futuro junto a você, eu... Eu queria me casar com você e construir uma família! - Lágrimas já beiravam os meus olhos. - E você estragou tudo. - Minha voz embargou e depois surgiu uma longa pausa.

- É a coisa certa a fazer. - Ele falou. - Eu... Eu não te amo Alice, me desculpa eu... Eu nunca te amei. - Senti como se uma faca tivesse sido arremessada contra mim. 

- Por que me iludiu com tantas palavras de amor? Por que criou um futuro artificial pra mim? - Eu soluçava descontroladamente. Ele simplesmente me encarava, sem saber o que dizer. - Levei as minhas mãos ao bolso. - Você nunca soube amar alguém, muito menos me amar, já que estava mentindo todo esse tempo. - Eu respirei fundo e abri os meus olhos, tomando coragem para olhar nos seus. - Bom, se o seu objetivo era me fazer desmoronar, parabéns! Você conseguiu, Edward. - Eu me virei e segui em frente, resistindo a tentação de olhar para trás.

O frio estava cortante e meus lábios tremiam, mas nada se comparava a o que eu sentia por dentro, nada se comparava a tudo aquilo que ele acabará de fazer. Eu vi ele pegar o meu coração e pisotea-lo na minha frente. O meu peito doía de desgosto, eu nunca sentira uma dor tão forte assim em toda minha vida. 

Eu andei até achar o primeiro ponto de táxi que eu vira. Eu queria que tudo aquilo fosse mentira, de verdade. 

Me sentara no banco de espera e cobri meu rosto com a mão e chorei. Chorei até não conseguir mais. E confesso que olhei para trás para ver se ele tinha me seguido. Nada.

Mas naquele momento, parecia ser a coisa mais certa que ele havia feito até agora.

X

 

Eu me encontrava sobre quatro paredes brancas agora, eu estava em uma maca e um dos meus braços estava ligado a soro. Uma das minhas pernas doía, mas eu não sabia o porquê. 

Estava tudo tão confuso, eu não sabia onde estava e porque estava ali. E isso foi a primeira coisa que eu perguntei quando notei um garoto sentado na cadeira próxima a cama.

- Ah, que bom que acordou! - Ele disse, parecendo feliz. - Sei que deve estar confusa agora, mas precisa de repouso - como a enfermeira recomendou. - O homem disse em uma voz tranquila

- Quem... Quem é você? - Minha voz saiu rouca devido a inatividade por muito tempo.

- Eu sou Alex, eu meio que... Salvei sua vida.

Salvar minha vida? Como assim? Eu estava a beira da morte por acaso?

- Hmm... Vejo que a bela adormecida acordou! - Uma enfermeira jovem entrou no quarto colocando uma bandeja com comida sobre a mesa que havia ao meu lado.

- O que houve?

- Depois lhe explicamos, coma primeiro, precisa de energia. - Ela falou.

- Não, eu quero saber agora! Por que vocês estão enrolando? E que coisa é essa de 'salvar minha vida'?

- Srta. Becker, por favor, tenha calma!

- EU ESTOU CALMA, PORRA! - Perdi o controle. - Me diz logo o que aconteceu! Eu tenho o direito de saber.

- Bem... - A enfermeira hesitou um pouco e pigarreou começando a falar. - Você estava voltando de uma festa de formatura da sua faculdade com os seus amigos e... Foram embora em torno das quatro da matina. Estava chovendo muito forte, o carro derrapou e girou várias vezes até a costa da Pacific Higway, mas, de alguma forma, você – mesmo com o tornozelo torcido e as mãos feridas por cacos de vidro –, foi até a casa mais próxima que era a desse cara aqui – a enfermeira apontou para Alex que sorriu, tímido –, ele chamou imediatamente a ambulância e os seus outros amigos foram socorridos a tempo... Exceto...  — Ela deu uma pausa e sabia que noticia ruim estava por vir.

— Exceto quem? — Perguntei segurando o choro que já estava entalado na garganta.

Brandom Herrera. — Alex disse sem cerimônias e eu paralisei. — Ele não usava cinto de segurança e... Bem, não sabemos onde o seu corpo foi parar... E também acharam que tinha acontecido o mesmo contigo, foi, de fato, um terrível engano. Por isso o seu nome foi um dos anúncios nos jornais até descobrirmos o ocorrido e avisamos a eles que cometeram um grava mal-entendido. Mas, nós sentimos muito o que ocorreu com o seu amigo. — Deixei uma lágrima escapar.

— Me diga que os outros não correm risco de vida. Por favor. — Minha voz embargou.

— Não correm, logo tomarão alta, felizmente. E da próxima vez tomem mais cautela, poderia ter sido muito pior, Srta. Becker. — A enfermeira disse e eu assenti com a cabeça, estática. Eu não conseguia parar de tentar absorver a ideia de que Brandom estara morto. Eu, simplesmente, não conseguia.

— Vocês... — Minha voz falhou. — Vocês podem me deixar um pouco sozinha, por favor? — Ajeitei a postura.

— Como quiser. — O garoto com o cabelo cor de mel disse, me cumprimentou e ambos assentiram e saíram do quarto.

— Tente comer. — A enfermeira me alertou antes de fechar a porta.

Finalmente eu me permiti chorar, havia muita coisa acontecendo de uma vez só, e eu não compreendia que acabara de perder um dos meus grandes amigos, era informação demais. Ele era jovem, tinha uma grande história pela frente...


Abracei os meus joelhos e tentei me auto-confortar. 

Isso já acontecerá várias vezes, quantas pessoas eu perdi com o tempo... Eu sei que isso vai passar.  — Eu repetia para mim, diversas vezes, mas era inútil, eu não fui feita para conviver com esse tipo de dor.

Eu já havia sofrido o suficiente para uma pessoa de vinte e três anos, eu já havia sido humilhada demais, perdido pessoas demais e chorado exageradamente.

Eu cansei de tudo isso, eu não vou deixar mais desgraças acontecer na minha vida.

Vou resolver isso da melhor forma: irei recomeçar novamente. 

Mudarei o estilo do meu cabelo, das minhas roupas, tudo que puder. Vou morar em outro lugar, viverei uma vida nova. E dessa vez eu vou colocar um sorriso no rosto e impedir que alguém tente estragar isso. Vou me sentir feliz novamente.

Algo me diz que tudo vai ficar bem agora



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