História Hotel Conect - Viagem

- Você voltou – KyungSoo recebeu Luhan que finalmente havia chegado em casa

- Sim – o outro parecia um pouco diferente – Você não foi entregar jornais hoje?

- Terminei mais cedo – o outro respondeu um pouco relutante já que Kai insistiu em leva-lo para entregar os jornais em seu carro o que fez com que terminasse a tarefa rapidamente – Onde você estava?

- Me desculpe, eu acabei dormindo fora. Eu não tive tempo para te avisar...

- Tudo bem – KyungSoo tranquilizou o amigo – Mas, você está bem?

- Só ressaca – Luhan deu um sorriso forçado, já que ele sabia que a ressaca que estava sentindo não era de álcool e sim moral.

- Vou preparar algo para você comer – KyungSoo disse indo até a cozinha – Eu fiz o café da manhã, mas acho melhor fazer uma sopa para ressaca então.

- Não é preciso – Luhan se sentia mal pelo amigo – Eu estou bem, posso comer o que você preparou.

- A festa não foi boa?  - KyungSoo se aproximou dele – Você parece tão abatido...

- Ah Soo – Luhan suspirou – Aconteceu uma coisa, eu não sei bem o que fazer... Eu estou tão confuso.

- Você pode confiar em mim – KyungSoo queria ajudar o amigo

- Eu sei que posso – Luhan sorriu com a sinceridade do outro – É só que é tão... Constrangedor.

- Tudo bem, eu sou seu amigo – D.O disse docemente – Eu não vou te julgar.

- Ontem depois da festa eu e Sehun fizemos de novo – Luhan disse depois de um breve silêncio.

- Isso é bom não é? – eles agora estavam sentados à mesa de café, o menor respondeu um pouco confuso – Você gosta dele e...

- Deveria ser – Luhan disse triste – Mas ele me disse que...

- O que? – KyungSoo não conseguia conter sua curiosidade – Se ele te procurou de novo é porque ele sente algo.

- Eu também achei que fosse assim – Luhan começou a mexer nos pauzinhos revirando o arroz

- Não é? – o outro insistiu

- Ele me disse – Luhan finalmente o encarou – Que ele gosta de dormir comigo e que ele quer fazer isso mais vezes – antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Luhan continuou – Casualmente, para nós satisfazermos nossos desejos sem compromisso...

- Ah... – KyungSoo conseguia entender agora a razão de seu desanimo

- Eu serei apenas o seu gigolô – Luhan continuou– Não é absurdo isso? Quer dizer essa relação, eu devia ter socado ele...

- Você aceitou? – o outro já sabia a resposta, era possível observar apenas pela expressão derrotada de Luhan

- Eu sou tão patético não é? – Luhan tinha os olhos cheios de lagrimas – Apesar de querer gritar com ele, bater até que ele se arrependesse de sua proposta mesmo assim eu apenas cedi.

­- Você o ama mesmo, não é?

- Sim – Luhan deixou uma lagrima cair, mas a limpou rapidamente – Eu vou fazer ele se arrepender dessa proposta. Eu vou seduzi-lo até que ele não possa mais se ver longe de mim e então deixa-lo da pior forma possível...

 - Eu não acho que vai ser difícil ele se apaixonar por você – o amigo o encorajou, apesar de saber que Luhan estava se sentindo derrotado.

                Os dois ficaram mais um tempo até que Luhan  terminou de tomar seu café. Apesar de saber que provavelmente isso não daria certo e ele acabaria se machucando ainda mais, KyungSoo não foi capaz de dizer nada para ele. Luhan sabia disso também, mas mesmo assim ainda procurava motivos para continuar nessa relação com Sehun.

VISÃO DO KYUNGSOO

- O que foi? – Kai perguntou ao perceber que eu estava aéreo no escritório

- Nada – eu apenas menti – Só estou pensando em algumas coisas

- Você já avisou os seus outros empregos que você está saindo? – Kai perguntou

- Sim, só falta avisar a ajhuma do bar– eu respondi – Farei isso hoje à noite.

- Ok – ele disse voltando a analisar os documentos

- Ei Jongin – Chanyeol entrou no escritório

- O que foi? – Jongin disse olhando Chanyeol

- Recebi um telefonema agora da filial de Jeju – Chanyeol parecia nervoso – Houve um contratempo com um hospede importante, parece que aconteceu alguma comoção no hotel.

- Em Jeju? – Kai parou o que fazia para encarar Chanyeol – Com o músico?

- Sim – Chanyeol concordou – Parece que um funcionário cometeu um erro e cliente está causando uma comoção no hotel. Você sabe que está acontecendo aquele evento de caridade em Jeju com a alta sociedade.

- Jeju não é longe – ele suspirou – No entanto, esses erros não deveriam ser corrigidos pelo gerente do local?

- Ele tentou, mas o hospede se recusa a ouvir qualquer funcionário.

- Então vá você – Kai disse convencido

- Eu também acho que seria a melhor opção – Chanyeol estava um pouco hesitante– Mas eu tenho uma importante reunião com a empresa XX e você sabe muito bem que não pode ser você...

- Você está certo – Kai concordou prontamente – Mas ele também não irá participar desse evento de caridade?

- É bem provável – Chanyeol e Kai discutiam como se eu não estivesse ali – No entanto, será difícil você encontra-lo se resolver o problema rapidamente.

- Essa empresa... – KyungSoo olhou o outro confuso

- Você já preparou tudo? – Kai o interrompeu

- Sim – Chanyeol respondeu – O helicóptero parte daqui algumas horas.

- Ok – Kai concordou muito facilmente e isso me deixou curioso – KyungSoo...

- KyungSoo também irá com você – Chanyeol suspirou

- Eu vou? – eu perguntei um pouco surpreso

- É claro – Kai disse naturalmente – Você é o meu assistente afinal.

- Vá até sua casa e prepare suas coisas – Chanyeol disse se dirigindo a mim dessa vez - Aqui estão os detalhes sobre a situação.

- Tudo bem – eu peguei os papéis dados por Chanyeol

                Chanyeol passou mais algumas informações para Kai antes de deixar a sala.

- Tanta coisa para analisar e por causa disso...  – Kai parecia realmente irritado – Eu vou terminar de analisar esse documento, assim que terminarmos nós vamos até a sua casa para você arrumar suas coisas.

- Quanto tempo ficaremos lá? – Eu perguntei

- Só até resolvermos o problema – Kai disse organizando os documentos – Pretendo voltar o mais rápido possível.

- Ok – eu me sentia estranho em saber que ficaria sozinho com ele novamente – Eu posso avisar o Luhan?

- Tudo bem, já estou terminando aqui – Kai disse suspirando

                Eu o deixei ali a sai da sala em direção ao andar onde Luhan trabalhava. Eu sentia meu coração acelerado antecipando como seria minha primeira viagem com Kai, mesmo sabendo que era uma viagem de trabalho.

- Você é um idiota KyungSoo – eu disse para mim mesmo me condenando por esses pensamentos

                Eu cheguei ao andar de Luhan timidamente, havia várias pessoas que trabalhavam em suas mesas e algumas que andavam de um lado para o outro. Eu olhei ao redor a procura de Luhan.

- Você está procurando alguém? – Uma moça veio em minha direção

- Soo? – A voz de Luhan soou de trás de uma as mesas– O que você está fazendo aqui?

- Ah, você é amigo de Luhan – a mulher sorriu

- Deixe eu lhe apresentar – Luhan disse docemente – Esse é o meu melhor amigo D.O KyungSoo, atualmente ele está trabalhando na empresa como assistente do Ceo.

- É sério? – a mulher me olhou surpresa eu sabia que tipo de pensamentos passava em sua mente

- Sim – eu disse timidamente

- Luhan fala muito de você – a mulher parecia sincera – O amigo Coreano...

- O melhor amigo – Luhan a corrigiu

- Claro – a mulher riu com a colocação dele – De qualquer forma é melhor eu voltar ao trabalho antes que você sabe quem apareça. Foi um prazer te conhecer KyungSoo.

- O prazer é meu – eu respondi

- Então Soo – Luhan voltou sua atenção para mim agora – O que você veio fazer aqui?

- Eu preciso te dizer uma coisa – eu não queria continuar ali já que percebia que muitas pessoas nos olhavam e cochichavam

- Oh Sehun-Shi... – A mulher de antes disse em voz alta fazendo com que eu e Luhan nos virássemos na direção da pessoa que acabava de chegar

- Vocês estão batendo papo ao invés de trabalhar?  - O homem disse friamente

- Estou resolvendo uma coisa importante – Apesar de o homem ser de um nível hierárquico maior que o de Luhan ele não parecia teme-lo – Já voltarei ao trabalho.

- Uma coisa importante? – Sehun me olhou de cima a baixo - Você é o novo assistente de Jongin?

- Sim – eu estranhei o fato dele chamar Kai pelo seu verdadeiro nome já que ele havia me dito que os dois não eram amigos

- Jongin deve ter amolecido já que permite que seus funcionários fiquem batendo papo ao invés de trabalhar – O outro sorriu

- Eu tinha um assunto urgente para tratar com Luhan – eu disse tentando esconder meu incomodo– De qualquer maneira não é algo que prejudique nosso rendimento. Se Luhan está ocupado então depois...

- Por que você está sendo assim Sehun-Shi? – Luhan disse irritado - Ele só veio me ver por um momento é você que esta fazendo o tempo se arrastar com esse seu jeito grosseiro.

- Luhan – Sehun o encarou – Creio que você anda tendo muita liberdade já que acha que pode falar assim com seu superior.

É sério que ele estava dizendo isso? Ainda que fosse difícil de acreditar, as palavras de Luhan estavam certas e Sehun só o via como um passatempo. Como ele podia trata-lo daquela maneira?

- Me desculpe – Luhan se arrependeu – Eu já voltarei para o meu posto, apenas sairei por um momento para pegar um café. Tudo bem para você?

- Desde que você consiga terminar seus serviços corretamente – Ele disse satisfeito

- Foi um prazer te conhecer – Sehun disse com um sorriso – Mande lembranças minha para Jongin.

- Ok... – eu disse confuso pela mudança súbita dele

                Ele se afastou e eu e Luhan saímos do escritório até o corredor onde ficava localizada uma maquina de cafés. Ele inseriu algumas moedas e apertou os botões enquanto resmungava alguma coisa. Assim que ele pegou duas latas ele me deu uma enquanto abriu a outra e começou a beber.

- Me desculpe Soo – ele parecia mais calmo – Sehun é um babaca...

- Tudo bem – eu ri já que apesar dele dizer isso ele era o homem por quem ele estava apaixonado

- Então – Luhan se sentou e eu o segui – Aconteceu alguma coisa? É raro você vir ao meu departamento...

- Na verdade, eu vim lhe dizer que farei uma viagem de emergência com o CEO. Aconteceram alguns contratempos em Jeju e ele terá que resolver pessoalmente.

- Que legal – Luhan disse animado – Sua primeira viagem de negócios, justo em Jeju? Você tem muita sorte...

- Não é como se eu fosse passear – eu suspirei – Não acho que terei tempo para conhecer Jeju.

- Você nunca foi lá? – Luhan me olhou surpreso – Como é possível você não ter conhecido Jeju? Como você ingressou na universidade de turismo mesmo? Você tem certeza que é coreano?

- Pode rir – eu respondi desanimado – Não é o fim do mundo, nem todo coreano já foi para Jeju.

- Eu sei – Luhan  tentou conter o riso – De qualquer maneira você está indo, mesmo que você não possa aproveitar adequadamente dessa vez vamos juntos futuramente.

- Sim – eu sorri

- KyungSoo – eu me surpreendi ao ver Kai ali

- Oh, você está aqui – Eu me levantei rapidamente

- Sim, terminei os documentos – Kai respondeu – Precisamos nos apressar.

- Tudo bem – Eu olhei Luhan – Ah, deixe eu lhes apresentar, esse é meu amigo Luhan e...

- Eu sei – Luhan se curvou rapidamente – É um prazer conhece-lo pessoalmente Ceo.

- O prazer é meu – Kai estendeu a mão pra Luhan pegando nós dois de surpresa

Luhan pegou a mão de Kai timidamente retribuindo o cumprimento.

- Precisamos ir agora – Kai se virou em minha direção – Nos encontraremos futuramente com mais tempo.

- Sim – Luhan ainda estava em choque – Boa viagem para vocês dois.

                Eu e Kai nos despedimos de Luhan e saímos da empresa. Eu também ainda estava surpreso com a postura de Kai já que ele não tinha uma fama muito boa na empresa. Pensando bem apesar da sua fama de homem de ferro ele não tinha muitas oportunidades de encontrar com os funcionários e talvez isso fosse a razão de terem tantos rumores sobre seu comportamento, no final as pessoas apenas o julgavam sem o conhecer.

- Esse seu amigo – Kai rompeu o silêncio – Ele é chinês não é?

- Sim – eu respondi rapidamente – Luhan veio fazer intercambio e acabou ficando por aqui mesmo

- Como ele é no trabalho? – Kai perguntou

- Ele é esforçado e realmente ama o que faz – eu respondi orgulhoso – Apesar dele não ter tantas oportunidades para mostrar.

- Não tem? – Kai parecia interessado

- Nem todo mundo aceita bem estrangeiros – eu disse com cuidado já que não queria que Kai pensasse que Luhan agia com vitimismo

- Entendo – Kai não insistiu

Eu recebi uma mensagem de Luhan logo que saímos da empresa e não pude evitar sorrir com seu conteúdo.

“ O Ceo não é tão assustador como nas histórias que ouço por ai, pelo contrário.... Fighting D.O!!!”

- O que foi? – Kai perguntou ao perceber que eu sorria

- Nada – eu disse rapidamente guardando o celular – Apenas confirmei algo que eu já sabia.

- Hum – Kai voltou a mexer em seu Ipad, mesmo prestes a viajar ele continuava concentrado nas coisas de trabalho.

                Não demorou para nós dois chegarmos ao meu apartamento.

- O que devo levar? – eu perguntei um pouco confuso

- Roupas, escova de dente, coisas que você use no dia a dia – Kai se sentou no sofá

- Ok – apesar de o que eu realmente querer saber era pra quanto tempo eu deveria levar essas coisas

                Eu fui até o meu quarto e peguei uma mala pequena onde comecei a colocar algumas roupas e meus produtos pessoais. Como eu não sabia exatamente para o que deveria me preparar peguei um pouco de tudo. Antes de sair eu vi minha maquina em cima da mesa do computador, eu a encarei por tempo até que resolvi leva-la.

- Pronto? – Kai perguntou ao me ver

- Sim – eu apenas assenti

                Nós também fomos até o apartamento de Kai que pegou tudo rapidamente, em pouco tempo nós já estávamos a caminho do lugar da decolagem levados pelo motorista da empresa que nos esperava. Nós embarcamos no helicóptero e eu senti minhas pernas vacilarem por um momento já que nunca havia andado de avião e muito menos de helicóptero.

- É a sua primeira vez? – Kai percebeu meu nervosismo

- Sim – eu disse tentando me concentrar em minha respiração

- Você é realmente impressionante – Kai sorriu o que fez com que meu coração parasse de bater por um momento, se eu tivesse forças definitivamente teria pegado minha maquina e registrado aquele sorriso.  Quando as hélices começaram a rodar o barulho era muito alto para que eu pudesse entender o que Kai conversava com o piloto, só me dei conta quando ele pegou os protetores de ouvido e colocou em mim fazendo com que eu o encarasse. Como era possível apenas olhar Kai nos olhos me fazer sentir tão seguro assim? Quando a aeronave começou a voar eu retomei a consciência, minhas mãos suavam frio e eu fechei meus olhos por um momento.

 - Ei – Kai segurou minha mão – Você não vai querer perder isso...

                Eu abri meus olhos e olhei pela janela e percebi que nós já estávamos sobrevoando Seul. A vista era realmente linda e eu olhava tudo deslumbrado, eu finalmente peguei minha maquina e tirei algumas fotos da paisagem que ficava cada vez mais linda conforme nos aproximávamos de Jeju. Infelizmente a viagem era rápida então antes de entardecer nós já havíamos chegado à ilha.

- Boa tarde Ceo – uma fila de funcionários esperavam por Kai e se curvaram enquanto passamos – É um prazer recebe-lo pessoalmente em nossas instalações.

- Eu gostaria de dizer a mesma coisa – Definitivamente quanto se tratava de trabalho Kai era sério – No entanto, devido à circunstancias que me trazem aqui...

- Eu sinto muito – eu podia ver que o homem suava frio – Nós realmente tentamos resolver a situação, mas o hospede...

- Aqui não é o lugar de tratar desses assuntos – Kai o cortou – Eu e meu assistente precisamos nos acomodar primeiramente.

- Sim – o homem finalmente percebeu minha presença

                Ele nos levou para dentro o hotel e nos acomodou em uma das suítes de luxo. Eu enquanto caminhava observava tudo admirado, definitivamente aquele era um dos hotéis mais luxuosos que eu já tinha visto.

- Como está a situação? – Kai sentou até os sofás localizados no meio do quarto acompanhado pelo homem, eu apenas fiz o mesmo.

- O hospede está bastante alterado – o homem explicou receoso – Ele ameaça quem se aproxima do quarto, nós tentamos mantê-lo o maior tempo possível aqui com medo de que ele cause um escândalo e envolva a imprensa. Ele ameaça até mesmo cancelar o show para o evento...

                Eu tinha lido sobre a situação no relatório de Chanyeol, o hospede em questão era um músico muito famoso internacionalmente. Ele veio a Jeju para participar de um evento de caridade que envolvia muitos milionários e a alta sociedade. O hospede era conhecido por ser excêntrico e arrogante, por isso exigiu ficar no melhor hotel e na melhor acomodação de Jeju que era a franquia do Hotel Conect. O problema havia começado quando a funcionária havia cometido um erro, o hospede havia se revoltado quando a funcionária sabendo da obsessão dele em manter as coisas organizadas ajeitou suas coisas no quarto. O problema havia ocorrido porque segundo o hospede, ao mover o instrumento (uma saxofone) a funcionária havia o danificado.

- A funcionária foi repreendida – O homem continuou – Ela está afastada no momento esperando nossa decisão. Nós também providenciamos um instrumento idêntico ao que o artista carregava para substituí-lo, mas o outro se recusa a aceitar. Nós pedimos que um perito verificasse o instrumento e ele disse não ter nada de errado, exceto por um arranhão quase imperceptível em sua extremidade. A funcionária jura que não fez nada de errado.

- Entendo – Kai olhava tudo atentamente – Eu conversarei com o hospede pessoalmente.

- Me desculpe senhor – o homem se curvou novamente

- Você não precisa ir – Kai disse ao perceber que eu o seguia

- Eu sou seu assistente – Eu respondi confiante

- Com licença – Kai bateu na porta do quarto – Eu sou o responsável pelo hotel.

- Olá – um homem atendeu a porta – Você é quem?

- Meu nome é Kim Jongin – Kai disse mantendo a postura – Sou responsável pelo hotel.

- Entendo – o homem parecia nervoso – Espere apenas um momento.

                Ele se afastou e conversou com alguém que eu logo conclui ser o hospede, logo ele voltou abrindo a porta para que nós entrássemos.

- Olá – Kai disse educadamente se curvando para o hospede – Eu sou Kim Jongin, responsável pelo hotel.

- Você? – o homem o encarou com desdém – Quantos anos você tem? Eu já disse para parar de mandar funcionários inferiores.

- Você... – eu ia dizer quem realmente Jongin era, mas ele me deteve.

- Eu sinto muito pelo ocorrido – esse era um lado de Kai que eu não conhecia – Nós conversamos com nossa funcionária e ela está arrependida. Nós queremos resolver isso da melhor forma possível, o seu instrumento nós vamos ressarci-lo rapidamente.

- Ressarcir? – o homem riu em deboche – Você acha que isso é o suficiente? Eu sou famoso musicista Albert Frisch, eu não posso tocar outro instrumento se não o meu...

- Então nós podemos restaura-lo – Kai se adiantou

- Como se isso fosse o suficiente- o homem apenas cruzou os braços – Não adianta, eu já falei para aquele empregado anteriormente. Eu não tocarei no festival de caridade e a imprensa saberá o motivo, que por causa de um hotel amador como esse um evento de caridade precisou ser cancelado.

- Eu entendo o seu descontentemente – Kai parecia tranquilo – Mas creio que você também tenha interesse em resolver esse assunto da melhor forma possível, o que você deseja?

- Assim você me ofende – o homem disse ironicamente – Eu não estou fazendo isso por nenhum ganho, eu me sinto realmente devastado pelo o que aconteceu. Meu instrumento era muito importante para mim e aquela funcionária ainda teve a audácia de negar o que ocorreu.

- Eu já disse que ela está arrependida – Kai disse sério

- Qual é sua posição? – o homem olhou desconfiado – Você parece muito jovem para ter uma posição importante, eu já disse que quero falar com o dono do hotel.

- Hotel conect é uma franquia de hotéis – Kai disse pacientemente – Existem muitas pessoas envolvidas na administração dos hotéis em todo o mundo.

- E você é?– o homem insistiu

                Eu percebi que o homem que havia atendido a porta anteriormente pesquisava algo na tablet quando algo o surpreendeu, ele rapidamente mostrou para o hospede.

- Esse é você? – ele parecia surpreso – Kim Jongin?

- Isso é o tanto que nós estamos empenhados em resolver essa situação com nosso querido hospede – as palavras de Kai saíram um pouco ásperas – Por favor, entenda o nosso esforço.

- Tudo bem – O homem parecia disposto a negociar agora –Eu passei por muito estresse desde que cheguei aqui – ele me irritava profundamente – Eu aceitarei o instrumento novo, mas também exijo que o reparador concerte o meu antigo. Além disso, eu quero uma compensação pelos danos morais que eu sofri.

- Entendo – Kai estava sendo muito paciente

- E também – o homem continuou – Eu quero que a funcionária admita o seu erro e me peça perdão.

- Isso... – Kai encarou o homem e eu podia ver o quanto ele estava se contendo

- Essas são minhas condições – O homem concluiu

- Eu verei o que posso fazer – Kai se curvou novamente

                Nós saímos da sala rapidamente, o gerente responsável pela filial nos esperava lá fora.

- Eu vou conversar com a empregada – Ele disse prontamente

- Eu também vou – Kai o acompanhou

- Me desculpe – A funcionária que estava com os olhos inchados veio em nossa direção – Eu realmente sinto muito, eu não fiz nada.

- Silencio – o gerente gritou com ela – Por causa de você o nosso Ceo teve que vir até aqui, você deve apenas se ajoelhar e pedir clemencia.

- O que realmente aconteceu? – Kai ignorou o homem

- Eu apenas estava limpando – ela disse quase chorando – Eu apenas movi o instrumento que estava no quarto e o guardei adequadamente com cuidado.

- Ele não estava na caixa? – Kai perguntou

- Não – ela se explicou – Ele estava em cima do sofá, eu sabia o quanto o instrumento era importante para o hospede então o guardei com cuidado.

- Havia algum arranhão no instrumento? – Kai parecia acreditar na história dela

- Eu não vi, eu precisava fazer a limpeza rapidamente... Eu não conheço muito bem esses instrumentos então não sei dizer se havia algo de errado...

- Entendo – Kai suspirou – De qualquer maneira vamos apenas atender aos pedidos do hospede, essa situação já se arrastou tempo demais. Prepare tudo...

- Tudo bem – o homem se curvou

- Você acha que o cliente está certo? – eu perguntei quando ficamos sozinhos

- Esse cliente – Kai levou a mão até a cabeça – É apenas complicado, eu acredito que ele apenas se aproveitou disso. Uma pessoa que estima tanto algo não o deixaria jogado de qualquer maneira, por exemplo – Kai pegou minha maquina que estava em minha bolsa – Quantas vezes você deixa sua maquina jogada em qualquer lugar sem nenhuma proteção?

- Nunca – eu disse rapidamente

- Pois bem, quando temos algo que estimamos nós tomamos o máximo de cuidado para que não se danifique – Ele concluiu.

- Você vai fazer o que ele quer? – eu perguntei confuso

- O que ele pede não é nada KyungSoo – Kai me encarou – Mas se ele resolve manchar a reputação do nosso hotel isso sim pode nos causar prejuízos.

- Entendo – eu ainda não aceitava muito bem essas coisas

- Minha cabeça doí – Kai disse levando a mão a cabeça – Ligue para Chanyeol e o informe da situação, eu vou descansar um pouco.

- Tudo bem – eu atendi prontamente

                Eu liguei para CHanyeol e contei a situação.

- Deve ter sido difícil para Jongin – Chanyeol suspirou – Sua enxaqueca atacou novamente?

- Como você sabe? – Eu perguntei surpreso

- Sempre que Kai passa por esse tipo de situação, onde ele tem que se conter acontece isso – Chanyeol respondeu tranquilamente – Jongin é uma bomba relógio.

- Uma bomba relógio? – Eu repeti

- De qualquer maneira – Chanyeol continuou – Providencie as exigências do hospede e se possível não deixe que Kai esteja junto quando a funcionária for se desculpar, seria apenas mais estresse para ele. Outra coisa KyungSoo...

- O que foi?

- O evento de caridade – Chanyeol hesitava – Diga a Jongin que aquela pessoa estará presente... Quer saber, é melhor não dizer nada...

- Aquela pessoa? – eu estava confuso

- Não é ninguém especial – Chanyeol tentou consertar – Só alguém que Jongin não gosta de se encontrar...

- Entendo - de certa maneira eu tinha medo, medo de que essa pessoa fosse alguém que Jongin realmente amasse.

                Eu terminei de ouvir as recomendações de Chaneyol e voltei para o quarto, eu ainda não sabia se dividiria o quarto com ele então apenas segui para onde estávamos anteriormente. Eu deixei minhas coisas em cima da mesa e adentrei ainda mais o quarto, eu detive meus movimentos quando percebi que Kai estava deitado na cama com os olhos fechados. Eu me aproximei com cuidado e pude constatar que ele estava dormindo, eu fiquei um tempo admirando-o, até que decidi pegar minha maquina e registrar o momento.  Eu voltei para o centro da sala e me sentei no sofá, eu aproveitei para conferir a agenda dele que teria que ser modificada depois desse contratempo.

- Com licença – o gerente bateu a porta, depois de algum tempo – Está tudo pronto.

- Certo – eu encarei Jongin que continuava dormindo – Já irei.

                Eu voltei para o centro do quarto e peguei minhas coisas, eu me ajeitei olhando no espelho. Eu queria seguir a recomendação de Chanyeol e não deixar que Kai passasse por mais esse estresse, mas também tinha medo de sua reação já que ele fazia questão de participar de tudo na empresa.

- Está tudo pronto? – No meu momento de hesitação Kai despertou

- Sim – eu respondi vencido

- Tudo bem – Kai se levantou, ele ainda parecia ter dor de cabeça.

- Você está bem? – eu perguntei preocupado

- Essa dor não vai passar enquanto eu não resolver isso – Ele disse se levantando

                Nós terminamos de nos ajeitar e fomos até o quarto do hospede onde a funcionária e o gerente esperavam na entrada. O clima era tenso, eu sabia o quanto Kai estava se contendo com aquilo tudo o hospede não fazia questão nenhuma de tentar ser agradável.

- Então... – ele estava sentado com as pernas cruzadas de forma arrogante

- Me perdoe - a funcionária começou o seu pedido de desculpas – Eu errei, a culpa é toda minha.

- É bom você saber – o hospede se levantou e foi até ela – Já que nós estamos de acordo com isso, implore o meu perdão.

Eu olhei para Kai que apenas cerrava os pulsos tentando não interferir na situação. O hospede começou a empurrar a cabeça da funcionária enquanto a repreendia. Eu me sentia horrível por aquela situação eu queria interferir, mas sabia que não podia fazê-lo.

- Você não é nada – o hospede continuou humilhando-a – Você tem noção do dano que me causou?

- Cliente-Shi – Kai se aproximou – Acho que isso é o suficiente.

- Eu direi quando for – ele responde continuando a agredi-la

- Eu temo que se continuar – Kai segurou o braço dele causando espanto em todos – Eu terei que tomar medidas legais contra você.

- O quê? – o cliente olhou indignado

- Mesmo que você seja um importante cliente – Kai disse ironicamente – Não podemos tolerar que agrida nenhum de nossos funcionários.

- Você... – o homem estava chocado – Como ousa falar assim comigo? Eu não aceitarei nenhum acordo com você. Cancele a apresentação no evento – ele se dirigiu para o seu assistente – Publique uma nota contando sobre a humilhação que eu sofri neste hotel e o descaso de seu Ceo e como isso prejudicou o evento de caridade que deveria render milhões de reais para as crianças carentes.

- Isso – eu precisava fazer alguma coisa

- Faça isso – Kai disse confiante – Publique sobre o ocorrido neste hotel, mas sugiro que não oculte nenhum detalhe. – Kai retirou uma foto de se bolso e jogou em direção ao hospede – É a foto da sua apresentação anterior a sua estadia em nosso hotel, como você pode ver essa marca em seu instrumento já existe. Por favor, não se esqueça de mencionar a atitude mal intencionada do hospede em tentar extorquir o dinheiro de nosso hotel com esse falso evento, também quero que acrescente a humilhação que ele expos minha funcionária.

- Seu... – o hospede estava perplexo – Você tem noção de como esse evento é importante? Você não tem consciência?

- E você tem? – Kai o encarou friamente

- Isso não vai ficar assim – o hospede esbravejou

- Eu espero que essa seja a ultima vez que você nos dê o desprazer de sua presença em nossas redes de hotel – Kai continuou – Não, garantirei que essa seja a última vez. Quanto ao dinheiro que esse prestigiado evento de “caridade” utilizou para pagar sua estádia, terei certeza em encaminhá-lo para esse fim, assim como o dinheiro que você tentou extorquir do nosso hotel. Se você participará ou não do evento de caridade, não acho que fará muita diferença de qualquer maneira.

                Kai apenas foi até a funcionária apoiando-a, ele deixou o quarto enquanto o hospede ficou parado com o choque de suas palavras.

- Você está certo disso? – O gerente o seguiu receoso

- Você deveria confiar mais em seus funcionários – Kai repreendeu o homem

- Me desculpe – O homem se curvou envergonhado

- E você – Kai disse estendendo um envelope para ela – Isso é por todo o transtorno...

- O que é isso? – A mulher olhou surpresa a quantia no envelope – Eu não posso aceitar...

- Isso é pelos danos que esse evento lhe causou – Kai disse firme – Ninguém aqui além de você merece ser compensada por tal incidente.

- MAS... – a mulher hesitava

- Isso é pelos danos morais que você sofreu – Kai se adiantou – Apenas estou prevenindo que você tente processar o hotel ou o hospede pelo ocorrido.

                A mulher apesar de surpresa aceitou a quantia em dinheiro, Kai voltou para o quarto e eu apenas o segui.

- Isso foi tenso – eu disse assim que cheguei ao quarto – Você tem certeza que tudo ficará bem?

- Por que não ficaria? – Kai começou a se despir

- Aquele hospede – eu senti meu rosto queimar – Ele pode tentar alguma coisa...

- Ele não fará – Kai parecia tranquilo – O único a perder seria ele.

- Entendo – eu abaixei minha cabeça para não encarar Kai que agora estava vestindo apenas suas calças

- Eu vou tomar um banho – Kai se aproximou – Você vem?

- Como assim? – Eu me afastei automaticamente já que não estava acostumado com sua abordagem agressiva ainda

- Ei – Kai sorriu – Por que está agindo assim? Não vejo nada demais na minha pergunta...

- Nós não estamos aqui a passeio – eu me defendi – Já que está tudo resolvido quando vamos voltar?

- Isso é verdade – Kai suspirou – Por causa desse contratempo muito trabalho terá se acumulado quando voltarmos. No entanto, já que viemos até aqui seria um desperdício não aproveitar tudo o que a ilha oferece. Você não acha?

- Isso... – o sorriso safado de Kai fez com que eu corasse ainda mais

- Eu estou cansado – Kai desistiu de esperar a minha resposta – Eu vou tomar um banho e dormir mais um pouco, depois vamos sair para jantar.

- Mas... – eu estava estranhando o jeito tão relaxado de Kai

- KyungSoo – ele encarou o relógio e depois me encarou  – Você é meu assistente até ás 18h00, agora você pode relaxar e ser apenas você.

- Não é isso que está no meu contrato – eu disse um pouco orgulhoso – Meu horário é flexível lembra?

- Você quer mesmo discutir comigo? – Kai se aproximou – Tenho certeza que você não ganhará essa discussão.

- Eu sei – eu sabia disso e já me arrependia de tê-la começado agora que ele segurava minha cintura.

- Eu vou tomar um banho – Kai disse aproximando o seus lábios do meu ouvido – Descanse um pouco, pois a noite será longa.

                Após dizer isso ele apenas se afastou de mim indo em direção ao banheiro. Eu sentia meu coração acelerado por pensar no que aconteceria ali. Eu sai do quarto na tentativa de me acalmar, no caminho acabei esbarrando em um homem que passava.

- Me desculpe – eu me desculpei educadamente

- Tudo bem – O homem sorriu e eu finalmente o encarei, era estranha a sensação que aquele homem me causava.

- Querido – uma mulher se aproximou de nós – Por que você está demorando?

- Já estou indo – O homem se dirigiu a ela

- Quem é esse? – A mulher me encarou

- Apenas esbarrei nele – o homem respondeu rapidamente

- Entendo – A mulher me olhou de cima a baixo e eu percebi que ela tinha uma feição familiar. Ela estava bem vestida e possuía uma boa aparência, provavelmente estava ali para participar do evento de caridade.

- Então vamos indo – A mulher agarrou o braço do homem – O repórter está nos esperando.

                O homem apenas se despediu brevemente antes de seguir a mulher pelos corredores. Eu fiquei um tempo pensativo sobre quem era aquele homem e aquela mulher, os dois aparentavam serem muitos ricos.

                Eu andei para fora do hotel em busca de ar fresco, definitivamente Jeju era um paraíso natural. Eu fiquei um tempo explorando o hotel e tirando algumas fotos, o hotel era muito bem projetado e agradava a todos os gostos além é claro de estar localizado em um lugar perfeito.

                Quando voltei para o quarto, Kai estava sentado no sofá enquanto bebia um copo de uísque e mexia em seu celular.

- Você demorou – ele disse assim que entrei no quarto

- Eu estava conhecendo o hotel – Eu me justifiquei

-Você deve se arrumar, temos reserva no restaurante do hotel ás 20h00.

- Ok – eu disse pegando minha mala e indo até o banheiro

                Eu tomei um banho rápido, mas relaxante. Eu não sabia muito bem o que vestir para o jantar então coloquei uma camisa preta e uma calça social. Eu ajeitei meu cabelo e passei um perfume que eu gostava por não ser muito forte.

- Você está pronto? – Kai sorriu a meu ver

- Estou muito ruim? – Eu perguntei um pouco envergonhado

- Está ótimo – Ele disse se levantando - Vamos?

Eu apenas o segui pelos corredores do hotel, quando chegamos ao restaurante fomos muito bem recebidos e encaminhados para uma mesa localizada da área externa do restaurante onde só estávamos nós dois.

- É um prazer ter o Ceo aqui – O maitre disse nos estendendo o cardápio de vinhos

O chefe de cozinha se juntou logo em seguida nos recomendando o jantar.

- Frutos do mar? – eu disse um pouco sem graça em ter que recusar

- Não gosta? - Kai perguntou

- Na verdade sou alérgico – eu disse receoso

- Isso – Kai não conteve o riso – Pensei que você tinha vindo de uma vila de pescadores, como isso é possível?

- Talvez seja por isso que eu não me adaptei – Eu disse um pouco incomodado

- Tudo bem – Kai disse com um sorriso – Apenas vamos escolher outra coisa no cardápio.

- Você pode comer frutos do mar se quiser – Eu me adiantei

- É melhor não arriscar já que ficaremos muito próximos mais tarde – Kai disse com um sorriso safado

- Não diga isso – eu olhei para o cheff que ainda estava presente acompanhando a discussão e senti meu rosto queimar

- Nós também temos carnes muito boas – O cheff disse igualmente sem graça

                Nós escolhemos outra opção do cardápio e o vinho adequado ao prato que nos foi servido imediatamente, eu peguei a taça e virei rapidamente devido a vergonha que eu estava sentindo.

- O vinho foi feito para ser saboreado em pequenos goles – Kai provocou

- Eu gosto de beber assim – eu apenas retruquei, Kai sorriu e novamente encheu o meu copo.

- Olha só quem está aqui – uma voz feminina chamou nossa atenção ao fundo

                Eu peguei novamente  a taça para beber sem me importar com a interrupção até que eu observei a expressão séria de Kai que fitava a mulher que acabará de chegar  e só então pude perceber o quanto ela era familiar.

- É um prazer encontra-lo de novo Jongin! – a mulher disse com um sorriso que no momento eu não fui capaz de decifrar

 

CONTINUA