História Hotel Conect - Laços

Visão do KyungSoo

- Olha só quem está aqui – uma voz feminina chamou a atenção

                Eu peguei a taça de vinho e continuei a beber sem me importar com a interrupção até que observei a expressão séria de Kai que fitava a mulher que acabara de chegar.

- É um prazer encontra-lo de novo Jongin! – a mulher disse com um sorriso

- Você? – Jongin tentou não mostrar surpresa pelo encontro, apesar de sua postura defensiva lhe entregar – Acho que não posso dizer o mesmo.

- Você continua o mesmo – a mulher pareceu não se importar com as palavras ásperas dele – Não medindo as palavras, ferindo a todos...

- Você pensa assim? – Kai deu um sorriso satisfeito – Apenas não perco meu tempo com formalidades inúteis.

- Você quer realmente dizer isso? – A mulher finalmente notou minha presença– Ah você é a criança de mais cedo.

- Criança? – Eu não pude esconder minha irritação

- Seu nome é KyungSoo  e ele é meu assistente – Kai se adiantou – Vocês já se conheciam?

- Mais cedo eu esbarrei no marido dela no corredor – eu me justifiquei rapidamente

- Então ele também está aqui? – Kai disse voltando a olhar para a mulher

- Nós estamos casados afinal de contas – a mulher respondeu

- Eu não fui capaz de dizer antes – Kai disse friamente – Parabéns pelo casamento.

- Eu não quero ouvir isso de você – que relação ela mantinha com Kai afinal? – Eu teria ficado mais feliz se fosse tivesse participado da celebração.

- Você continua egoísta como sempre – Kai disse com desdém

- Querida – O homem de mais cedo se aproximou – A nossa mesa é por esse lado...

- Oh você – o homem sorriu a meu ver – Homem adorável...

- Homem adorável? – Kai deu um sorriso forçado antes de se levantar – Como vai Hyung-nin?

- Jongin? – O homem parecia surpreso – O que você está fazendo aqui?

- O hotel é meu – apesar de normalmente Kai não agir tão arrogantemente ele fez questão de frisar essas ultimas palavras

- Eu sei disso – o homem parecia desconcertado – Eu digo, aqui em Jeju...

- Havia algo que eu precisava resolver – Kai encarava a mulher mesmo enquanto falava com o homem

- Vamos para a nossa mesa? – a mulher parecia desconcertada

- Por quê? – O homem disse despreocupadamente – Jongin está aqui, não deveríamos jantar com ele?

- Isso... - a mulher encarou Jongin que continuava fitando-a

- Eu não vejo problema – Kai disse apesar de sua expressão parecer o contrário

                Ele chamou o garçom que rapidamente arrumou o lugar para os dois novos convidados. Eu não sabia muito bem como agir, ainda que eu não entendesse muito bem o clima estava muito estranho.

- Então – o homem me encarou – Nos encontramos novamente.

-Sim – eu disse timidamente – Me desculpe por mais cedo.

- Sem problemas – o homem sorriu – Eu que devo me desculpar, se eu estivesse atento isso não teria acontecido.

- Vocês dois apenas se esbarraram mesmo? – Kai nos interrompeu

- Eu não esperava vê-lo com um assistente – a mulher disse se direcionando a Kai – Ele parece tão novo...

- Eu sou mais velho que Jongin – eu me adiantei

- Sério? – ela não parecia interessada em mim e sim nas reações de Jongin

- Assistente? – ao contrário do homem que me encarava agora – Você é assistente de Jongin?

- Sim – eu não sabia como reagir às palavras daqueles dois

- Que coincidência incrível – O homem era o único ali que parecia animado – Jongin e eu somos irmãos, ele é meu irmãozinho mais novo.

- Irmãos? – Eu não pude esconder minha face surpresa

- Sim – o outro continuou – Eu sou seu irmão mais velho e essa é minha esposa. Desculpe-me, acho que não nos apresentamos corretamente. Eu sou Dae-Hyun e esta é minha esposa Danbi.

- Danbi? – eu me sentia estranho com aquele nome

- Doce chuva – O homem completou – Um nome que combina com sua beleza não é?

- Sim – eu apenas concordei já que a mulher era muito bonita

- Você está falando demais – a mulher parecia constrangida

- Como estão os negócios Jongin? – o homem continuou sua conversa com ele

- Como sempre... – Jongin não parecia tão empolgado quanto o irmão no assunto

- Você é muito modesto – o homem parecia realmente querer manter uma conversa com ele apesar do mesmo aparentar querer o contrário– Quem diria que meu irmão mais novo se daria tão bem nos negócios, afinal você sempre foi um rebelde...

- Jongin? – eu me interessei já que apesar dele ser um pouco dominador ele sempre foi bem focado no trabalho

- Sim – o homem me encarou agora – Jongin sempre foi arteiro, quando criança nossos pais não podiam nem piscar que ele estava metido em alguma encrenca.

- Isso não é difícil de imaginar – Eu estava animado em conhecer essa nova fase de Jongin

- Jongin era realmente uma criança adorável – eu me virei para encarar a mulher agora e me senti estranho ao ver o olhar nostálgico que ela lançava para ele

- Parem de falar de mim – Kai disse terminando de beber o conteúdo de seu copo e enchendo novamente o meu e o dele. A comida também chegou nesse momento fazendo com que encerrássemos o assunto temporariamente.  

- Vocês estão casados há muito tempo? – Eu perguntei enquanto comíamos

- Um pouco mais de 3 anos? – O homem respondeu com um sorriso – A data exata...

- 3 de setembro de 2012 – Kai disse surpreendendo a todos

- Você se lembra? Mesmo não tendo participado da cerimônia? – O irmão encarou Kai surpreso

- Kai não participou da cerimônia? – eu estranhei ainda mais o fato dele marcar aquela data tão precisa

- Aconteceram algumas coisas – Kai tentou mudar de assunto

- Como eu disse Kai era um rebelde – o irmão tinha um olhar estranho agora – Acho que ver sua melhor amiga se casar com seu irmão não foi algo fácil de aceitar.

- Amiga? – eu estava cada vez mais confuso com aquela história

- Eu, Kai e Danbi crescemos juntos – O irmão parecia ser o único disposto a me esclarecer as coisas – Nos erámos inseparáveis até que meu pai me mandou para o exterior para estudar, já que ele queria que eu assumisse a empresa.

- Entendo – aos poucos eu conseguia entender a relação daqueles três

- Isso está se tornando cansativo – Kai o interrompeu – Vamos voltar para o quarto KyungSoo.

- Vocês estão no mesmo quarto? – Danbi me encarou

- Algum problema? – Kai não a tratava como uma amiga de infância

- Não fale assim com a sua cunhada Jongin – o irmão o repreendeu

- Com licença – um dos funcionários do hotel se aproximou – Desculpe lhe interromper Senhor, eu sei que não é o momento... Mas se possível eu gostaria que o senhor nos ajudasse a resolver uma questão...

- Eu sairei por um momento – Kai apenas se levantou – Termine o seu jantar KyungSoo, eu já volto.

                Ele saiu deixando nós três para trás, por um breve momento ficou um silêncio perturbador na mesa. Eu não conseguia entender as atitudes de Jongin com o irmão e a cunhada, mas eu podia saber que a história por trás disso era muito mais densa do que eu podia imaginar. Eu queria saber cada vez mais sobre Jongin, mas tinha medo de isso me afastar dele.

- Meu irmãozinho nem sempre foi assim – Dae-Hyun disse rompendo o silêncio – Depois daquele incidente...

- Você deveria parar de beber – Danbi agora que o interrompeu – Não é certo ficar contando a vida pessoal de Jongin para pessoas estranhas.

- Estranho? – O homem sorriu – Pelo jeito ele se importa muito com o seu assistente.

- Ele continua sendo apenas um assistente – a mulher se levantou – Se não, ele já deve saber sobre o passado de Jongin.

- Você está certa – O homem também se levantou – Foi um prazer lhe conhecer KyungSoo, espero que possamos nos encontrar mais vezes.

- O prazer foi meu – eu disse lhe dando a mão educadamente

- Até quando vocês dois vão ficar em Jeju? – Ele perguntou

- Não sei, viemos resolver um imprevisto... – eu respondi

- Nós estamos aqui representando a empresa da minha família no evento de caridade, seria importante que Jongin também participasse já que ele está aqui – O homem explicou

- Nós temos muitos compromissos em Seul – eu me adiantei – Talvez não seja possível...

- De qualquer maneira foi bom encontrar Jongin novamente – o homem sorriu – Transmita essa mensagem para mim.

- Eu farei – eu disse me levantando também

                Os dois se despediram novamente antes de deixar o restaurante, a mulher me encarava frequentemente como se tentasse me decifrar. Eu me sentia estranho com aquilo, eu queria saber mais sobre Jongin que parecia odiar o irmão e a cunhada.

- Eles já foram? - Jongin não demorou a voltar

- Sim – eu respondi

 - Quem bom – ele parecia sincero – Vamos voltar ao quarto?

                Eu apenas o segui, eu queria lhe perguntar sobre o que havia acontecido. Assim que chegamos ao quarto Jongin desabotoou alguns botões da camisa e foi até o bar que ficava localizado no quarto, ele pegou um copo de uísque e encheu virando logo em seguida.

- Quer beber? – ele perguntou ao perceber que eu estava apenas parado perto a porta de entrada

- Sim – eu me aproximei timidamente – Mas eu não gosto de uísque.

- Uma bebida doce combina muito mais com você – Kai se virou para pegar outra bebida no bar e me servindo em seguida

- O seu irmão é bem educado – Eu não sabia bem como começar o assunto – Ele parece uma pessoa legal...

- Não se engane por sua aparência – Kai apoiou mãos no balcão enquanto continuava a beber

- Danbi... – eu hesitei – Vocês são amigos de infância não é?

- Nós nos conhecemos desde crianças – Kai continuou – Mas não somos mais amigos.

- Entendo... – o que eu queria saber era o motivo deles não serem mais amigos, mas eu tinha medo de que Kai se irritasse com minha intromissão.

- É passado – ele percebeu minha hesitação – Não é algo que vale a pena relembrar.

- Não entenda mal, eu não estou preocupado nem nada do tipo... – eu tentei me justificar – Eu só fiquei um pouco curioso e...

- Você está com ciúmes? – Kai se aproximou de mim me prendendo entre o seu corpo e o balcão

- Ciúmes? – KyungSoo gaguejou – Por que eu teria? Nossa relação... ela é sua cunhada...

- Que bom que você está aqui – o rosto de Kai estava agora a poucos centímetros de mim – Sem você essa viagem teria sido muito estressante.

- Eu não fiz nada – eu senti meu rosto corar

- Sim, você fez – Kai disse antes de me beijar

                Apesar de nós já termos feito isso muitas vezes eu sempre me sentia estranho quando Kai me beijava, eu não sabia como reagir. Eu podia sentir o gosto amargo do uísque em sua boca, mas incrivelmente eu gostei daquela sensação. Eu entrelacei minhas mãos em volta do pescoço dele aprofundando o beijo enquanto ele fez o mesmo envolvendo minha cintura com suas mãos. Quando cessamos o beijo já sem ar, Kai afastou um pouco o seu corpo do meu o que me deixou confuso. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele segurou minha mão me puxando em direção à cama.

                Novamente seus lábios procuraram os meus e um beijo intenso novamente começou. Sem cessar o beijo ele começou a abrir os botões da minha camisa com tanta urgência que desistiu de desabotoá-los apenas puxando o tecido o que fez com que os botões se rompessem.

- Não faça isso – eu protestei já que não tinha muitas camisas

- Eu não posso esperar – as palavras de Kai saíram autoritárias o que fez com que eu apenas me calasse

                Ele me empurrou contra a cama me fazendo deitar, antes que ele deitasse seu corpo sobre o meu ele retirou sua camisa. Involuntariamente minhas mãos envolveram as costas de Jongin fazendo com que seu corpo se aproximasse ainda mais de mim, nossos lábios voltaram a se beijar enquanto com uma das mãos ele abria minha calça.  Quando sua mão tocou o meu membro já excitado eu não pude conter um gemido abafado. Os lábios de Kai se afastaram brevemente do meu para beijar agora meu pescoço onde ele dava pequenos chupões que faziam minha pele arder. Kai continuou o seu caminho pelo meu pescoço, descendo pelo meu tórax e meu abdômen até finalmente o cós da minha calça, sem afastar seus lábios do meu corpo ele apenas retirou a peça de roupa acompanhada de minhas roupas intimas finalmente expondo meu membro pulsante. Eu agarrei firme nos lençóis quando senti a sua saliva fria entrar em contato com minha glande, ainda que fosse vergonhoso eu nada podia fazer para controlar os gemidos. A língua de Kai envolveu o meu membro fazendo com que eu me contorcesse na cama, seus movimentos eram tão precisos que não demorou muito para que eu finalmente me desfizesse em sua boca.

- Você está se tornando um menino pervertido KyungSoo – Kai disse com um sorriso safado enquanto limpava os respingos do meu liquido que escorria pela sua boca

- É tudo culpa sua... – Eu me defendi

- Não tenho nada a dizer sobre isso – Kai disse retirando sua própria calça, quando vi o seu membro ereto eu apenas desviei o olhar envergonhado – Eu pretendo te tornar cada vez mais pervertido...

                Kai novamente voltou a me beijar, agora completamente nu, rapidamente eu esqueci meu constrangimento e apenas me entreguei a ele. Mesmo eu tendo acabado de gozar rapidamente me senti excitado novamente com os toques de Kai. Quando ele ergueu uma de minhas pernas para facilitar a entrada eu apenas fechei os olhos antecipando o que aconteceria.

- Ainda é doloroso para você? – Kai perguntou gentilmente dando um beijo na minha testa

- Não – eu não queria que ele entendesse errado, era só que observar a expressão de Kai quando ele finalmente me penetrava  era vergonhoso – Eu estou bem.

- Eu não quero te machucar KyungSoo  - Kai tinha uma expressão tão gentil que eu senti meu coração doer – Eu não quero que você se afasta...

- Ei Jongin – eu acaricei o rosto dele – Por que está dizendo isso agora?

- Não é nada – Kai deu um sorriso estranho – Você está certo, não é o momento, já que você disse que está tudo bem eu vou com tudo KyungSoo.

                Eu apenas assenti, só que dessa vez mesmo sentindo Kai posicionar o seu membro em minha entrada eu não fechei os olhos. Eu queria ver todas as expressões dele, pois eu sentia que alguma coisa estava diferente. Kai me penetrou rapidamente o que fez com que nós dois gemêssemos em sintonia, ele começou a se mexer lentamente enquanto seus lábios foram de encontros ao meu. Eu sentia todo o meu corpo tremer de prazer cada vez que o membro de Kai tocava mais fundo em mim e Kai se aproveitava disso me penetrando fortemente. Eu me agarrei forte em suas costas quando senti seu membro atingir o meu ponto, Kai insistiu no mesmo lugar até que o prazer se tornou insuportável fazendo todo o meu corpo se contrair, eu me desfiz no exato momento em que senti todo o seu liquido preenchendo meu interior.

                Mesmo depois de termos gozados, Kai continuou abraçado em mim. Ainda que eu não fosse capaz de ver sua expressão já que ele estava com a cabeça encostada em meu ombro eu podia sentir que algo em Kai estava diferente. E por mais que eu não quisesse admitir o encontro dele com seu irmão e sua cunhada era a causa disso.

- Vamos de novo? – Kai disse me encarando com um sorriso safado

- Você é demais – eu disse rindo e batendo nele

- Ei não bata no seu chefe – Kai me segurou e nós começamos uma batalha na cama rolando de um lado para o outro. Quando paramos cansados e ofegantes, eu estava deitado em cima dele. Eu fiquei um tempo olhando o rosto de Kai, ele era realmente lindo e não importava o quanto eu olhasse cada vez eu me sentia mais atraído por ele. Mesmo que eu não quisesse admitir eu já estava completamente caído por ele. Depois de nós dois transarmos mais algumas vezes nós tomamos um banho e pedimos algo para comer já que toda a movimentação havia aberto nosso apetite. Agora nós dois estávamos sentados na cama vestindo apenas nossa roupa intima e um roupão enquanto comíamos um sanduíche trazido pelo serviço de quarto.

- Alguma informação nova sobre o músico? – Após todos os acontecimentos eu tinha me esquecido do verdadeiro motivo de nós dois estarmos ali

- Ele está se fazendo de morto – Kai respondeu tranquilamente pegando uma batata frita e comendo – Ele resolveu se apresentar, seria muito mais danoso para ele se recusasse. Apesar de ser um show de caridade, ele não está se apresentando gratuitamente.

- Isso é tão errado – eu suspirei

- Você nunca veio a Jeju, não é? – Kai perguntou de repente

- Como você sabe? – eu perguntei surpreso

- Eu ouvi quando você estava conversando com o seu amigo na empresa.

- É estranho não é? – eu disse sem graça – Apesar de Jeju ser um dos pontos turísticos mais importantes na Coréia...

- Amanhã nós podemos passear pela ilha para você conhecer Jeju e de noite participaremos do evento de caridade.

- Nós não tínhamos que voltar rapidamente para Seul? – eu estranhei a proposta

- Já que estamos aqui é uma pena não aproveitarmos – Kai justificou – Além do mais eu quero conferir algumas coisas sobre o hotel.

- Por isso? – eu ainda não estava convencido

- Você não quer? – Kai aproximou o seu rosto do meu beijando o meu rosto

- Eu só estou achando estranho que você sendo tão obcecado pelo trabalho queria perder um dia aqui – eu me justifiquei

- Perder? – Kai estranhou minha colocação – Eu não estou perdendo nada, pelo contrário...

- Tudo bem – no fundo mesmo que eu achasse pretencioso demais pensar que Kai estava fazendo isso por mim, essa ideia ainda era melhor do que pensar que ele queria estar ali por conta de Danbi.

                No dia seguinte quando eu despertei Kai não estava mais na cama, eu procurei pelo quarto e me senti aliviado quando o vi sentado no sofá lendo alguns documentos. Eu ajeitei meu roupão e caminhei até ele que sorriu a me ver me aproximar. Nós trocamos de roupa e saímos do quarto para tomar café da manhã, Kai observava atentamente cada detalhe do hotel e também a postura dos funcionários. Depois do café da manhã nos deixamos o hotel e saímos para explorar a ilha, apesar de ser estranho estar com ele em uma situação tão informal eu me diverti bastante. Eu tirei várias fotos não só de Jeju mais principalmente de Jongin, já que na empresa eu não conseguia vê-lo sorrir tão despreocupadamente daquela maneira. Nós assistimos o pôr do sol na praia, eu observava tudo encantado e tirei muitas fotos para registrar o momento.

- É lindo – eu disse hipnotizado com a cena que eu via

- É a coisa mais linda que eu vi – Kai apenas concordou, eu me virei para ele e percebi que ele estava olhando fixamente para mim e não para o sol.

- Idiota – eu bati nele tentando esconder meu rosto corado – Você está perdendo o espetáculo.

- Eu apenas estou observando algo muito melhor – Kai disse aproximando seu rosto do meu e me roubando um beijo, o que fez com que eu olhasse ao redor preocupado sobre sermos vistos.

- Você é louco e se alguém nos vê – eu o repreendi

- Qual é o problema? – Kai disse sem se importar – Somos dois adultos não é? Apesar de que algumas pessoas ao lhe ver podem não ter tanta certeza disso...

- Você é tão preocupado não? – eu disse em tom irônico

- Eu me preocupo com coisas importantes – Kai disse voltando encarar o pôr do sol – Aliás, o que você pretende vestir hoje de noite?

- Isso... – eu tinha me esquecido completamente – A única camisa social que eu havia trazido você estragou.

- Vamos – Kai disse se levantando – Precisamos passa um lugar.

                Eu apenas o segui como sempre, isso já estava se tornando um hábito. Nós passamos em uma loja e Kai comprou um terno para mim, apesar de eu recusar já que era caríssimo.

- Você quer todos pensem que eu tenho um assistente moribundo? – Kai provocou – Não se importe com isso, eu só estou lhe tornando apresentável como meu assistente.

- Desconte do meu salário – eu disse pegando o terno irritado, às vezes o jeito áspero com que Kai falava me magoava.

- Tudo bem – ele apenas concordou, apesar de eu saber que isso não aconteceria. Após as compras nós votamos para o hotel para nos preparar para o evento da noite.

Eu vesti o terno que Kai comprou para mim, ajeitei a gravata, arrumei meus cabelos e esperei que Kai terminasse de se arrumar. Era incrível como ele conseguia ficar lindo não importa a roupa que ele vestisse, mas o terno o deixava ainda mais sedutor.

- Eu detesto esses eventos – Kai disse fazendo me despertar do momento de transe – Um monte de pessoas fúteis reunidas em um único lugar.

- É por uma boa causa – eu disse tentando ajeitar minha gravata

- Eles não estão lá porque se importam KyungSoo – Kai se aproximou de mim e desfez o nó da minha gravata ajeitando-a novamente. Nossos rostos estavam muito perto o que fez sentir meu rosto queimar

- Mesmo que sejam pelos motivos errados – eu tentei esconder meu rosto corado – Muitas pessoas serão ajudadas por causa disso.

- Você está certo – Kai sorriu – Essa perspectiva é boa, vou tentar ver por esse ângulo.

Quando nós chegamos a festa todos os olhares se voltaram para nós, era possível perceber que algumas pessoas cochichavam algo sobre Kai. Muitas outras vieram imediatamente cumprimenta-lo e dizer o quanto estavam satisfeitos com a hospedagem no hotel e outras bajulações. Kai apenas conversava friamente com todos sem fazer muita questão de parecer simpático, talvez  por isso que os rumores sobre ele se espalhavam tão depressa.

- Você veio – O irmão de Kai se aproximou e estendeu sua mão

- Eu decidi adiar um pouco minha volta – Kai respondeu

- Oh, os irmãos finalmente reunidos – uma senhora da alta sociedade que conversava com Kai no momento disse animada – Definitivamente a família mais bem sucedida da Coréia.

- Gentileza a sua – Dae-Hyun disse com um sorriso, ao contrário de Kai ele era muito simpático com todos

- Cadê sua linda esposa? – A mulher perguntou para ele

- Eu a perdi? – o outro disse com um sorriso amável – Acho que me descuidei...

- Você deve tomar cuidado – a senhora brincou – Uma mulher bonita como ela pode ser rapidamente roubada...

- Isso pode ser verdade – o outro respondeu sorridente – Mas felizmente minha mulher não é tão fácil assim de ser levada, ninguém será capaz de roubá-la se isso não for o seu desejo...

- Esse é o perigo meu caro – A mulher insistiu

- Se for vontade dela eu não poderei fazer nada não é? – Dae-Hyun respondendo fazendo com que a mulher ficasse sem graça

- Jovens – ela disse com um sorriso sem graça antes de sair dali.

Eu me sentia estranho naquela festa, havia muitas pessoas da alta sociedade se exibindo com seus artigos de luxo.

- Você está lindo – O irmão de Jongin se virou para mim assim que a mulher se afastou

- O...brigado – eu disse corando imediatamente com o comentário

- Não brinque com ele Dae-Hyun – Kai o repreendeu

- Oh, suas reações são tão divertidas – o irmão não conteve o riso – Me desculpe, me deixei levar...

Eu apenas encarei Jongin que parecia olhar tudo ao redor, eu já podia imaginar quem ele estava procurando. Jongin frequentemente era abordado por algum empresário e eu percebia o quanto ele estava desconfortável com isso. Eu decidi pegar uma bebida para ele e por isso me afastei, quando voltei Jongin não estava mais no mesmo lugar. Eu comecei a procura-lo por todo salão até que vi uma porta que dava para a sacada. Eu andei até lá e vi Jongin do lado de fora, eu me aproximei rapidamente, mas me detive quando percebi quem estava com ele. Jongin e Danbi estavam conversando ou parecia mais uma discussão. A distância que eu estava eu podia ouvir o que os dois estavam conversando e ainda que me parecesse errado eu não tinha a coragem necessária, nem para sair dali nem para interromper os dois.

VISÃO NARRADOR

Aquele evento era muito estressante para Kai que detestava ter que conversar com todas aquelas pessoas que só estavam ali visando mais lucro para os seus próprios negócios, não importando por cima de quem eles teriam que passar. Quando finalmente ele conseguiu se afastar das pessoas sem que ninguém interrompesse o seu caminho ele se dirigiu até a sacada para tomar um pouco de ar. No entanto, ao chegar pode observar a silhueta de Danbi para ali, sua primeira reação foi sair dali.

- É tão insuportável assim ficar perto de mim? – ela perguntou impedindo-o de sair

- Não é isso – ele apenas desistiu e andou até o parapeito da sacada onde ela estava - Por que está aqui?

- Você sabe que eu não gosto disso – ela sorriu – Ter que sorrir para essa gente. Eu realmente não esperava que você viesse hoje.

- É uma surpresa para mim também – Kai respondeu

- Parece tão fácil para Dae-Hyun – ela completou

- Hyung sempre teve facilidade para esses eventos

- Sim – ela concordou – Às vezes eu não sei se ele realmente gosta disso ou se ele simplesmente não se importa.

- Hyung é o filho perfeito da família, moldado ao gosto de nosso pai.

- Ele realmente é – ela concordou

- Sua família é um pouco assustadora – ela encarou Kai – Eu pensei que isso mudaria conforme nos crescêssemos, mas não mudou...

- Eles sempre foram assim – Kai estava incomodado com aquela conversa, pois sabia que logo viria o assunto que ele não queria tocar.

- Sua mãe não fala comigo – Danbi continuou – Ela me ignora, acho que ela realmente me odeia.

- Não é culpa dela, ela só precisa de alguém para odiar – Kai respondendo se preparando para sair dali – Não é como se você não tivesse dado motivos para ela.

- Até quando você vai me tratar assim? – ela segurou o braço de Kai antes que ele se afastasse – Eu sinto falta do homem que estava sempre ao meu lado e que faria tudo para me proteger.

- Você tem o hyung agora – Jongin se virou para ela – Ele não é o suficiente?

- Não é a mesma coisa – a mulher disse acariciando o seu rosto – Eu sinto sua falta Jongin.

- Não faça isso – Kai não parecia querer afastá-la – Não aja como se você não tivesse me traído.

- Eu não te traí – a mulher disse ansiosa – Eu não tive escolha e...

- Não teve escolha? – Kai se alterou

- Nossos pais, eu não podia decepcioná-los... – ela continuou

- E podia me decepcionar? – Kai tinha um olhar raivoso – E a mim Danbi? Como você pode fazer isso sabendo o que eu sentia, com o hyung...

- Foi exatamente por isso que eu fiz – a mulher começou a chorar – Eu pensei que por ser seu irmão então você poderia me perdoar, pelo menos eu sempre estaria perto de você...

- Não diga mais nada – Kai parecia a ponto de explodir – Eu não quero ouvir as suas desculpas, isso não importa mais.

- Não importa? – ela finalmente o soltou – Eu só queria que as coisas voltassem a ser como antes...

- Isso nunca vai acontecer – Kai se preparou para sair dali – Nós não somos mais os mesmos...

- Aquele menino – ela disse quando Kai já se aproximava da entrada – Ele não parece ter o perfil da empresa, ele é realmente apenas um assistente?

- Creio que você está cruzando a linha “cunhada” – Jongin se virou para encará-la

- Então é verdade os rumores? – Ela insistiu – Que depois do que aconteceu, você desistiu de relacionamentos com garotas?

– Não aja de forma tão lamentável, meu hyung não gostaria de conhecer essa sua face – Kai disse friamente – Não se intrometa na minha vida, você não faz mais parte dela...

CONTINUA....