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História Hotter Than Hell - Encontro Inesperado


Escrita por: Mallu09

Capítulo 44 - Encontro Inesperado


Fanfic / Fanfiction Hotter Than Hell - Encontro Inesperado

Anastasia Steele

Duas semanas se passaram e é chegado o dia de se despedir da ilha, não completamente por que poderíamos via a hora que bem entendermos, já que a ilha era nossa, mas mesmo assim eu já sentia saudades, coisas estão para acontecer quando estivemos de volta a Seattle, então acho que não voltaremos aqui tão cedo. Depois daquele episódio que eu tive, eu não posso dizer com clareza o que mudou, aparentemente parece tudo como antes, esquecemos de tudo o que aconteceu e ficamos focados em curtir as nossas férias, mas as vezes eu percebo algumas mudanças no comportamento do Christian, vejo que ele me observava demais, era cauteloso e cuidadoso comigo, mais do que o normal. Mas não era medo que ele sentia, era como se buscasse me entender, entender o que eu tinha, mas como entenderia uma coisa que nem mesmo eu entendo? Eu pedi para que ele me contasse em detalhes tudo o que eu tinha feito a ele, mas depois que Christian tinha dito tudo, eu fiquei ainda mais confusa.

Eu lembro da raiva que eu estava sentindo dele, e eu lembro quando ela foi crescendo mais e mais, mas eu não lembro de ter feito aquelas coisas a ele, essa parte está totalmente em branco em minha mente. E por mais que eu force, por mais que eu tente me lembrar de tudo o que aconteceu, eu simplesmente não consigo. Como eu não percebi que tinha algo errado comigo? Algo bem mais profundo do que esse ódio desenfreado, essa vontade de destruir. Eu preciso urgentemente conversar com a Bethany sobre isso, ela é psiquiatra, tem que saber o que está acontecendo comigo, e acima de tudo, eu precisava me entender.

Mas, eu não poderia pensar sobre isso agora. Agora que estamos voltando, eu precisava pensar sobre qual o próximo passo dar em relação a minha vingança, preciso saber como estão as coisas em Seattle. Será que conseguiram achar a sonsa, e será que ela sobreviveu para contar história? Eu preciso saber de tudo isso para poder passar para o próximo nível, e eu tenho que estar preparada para as coisas que estão por vir. Christian pode não saber, mas essa temporada que passamos aqui serviu para eu pensar em um plano genial para pegar a Carla e o Bob, no final, ele também pode se dar bem me ajudando nessa.

Estávamos terminando de arrumar tudo para finalmente voltar para casa. Casa. É estranho pensar no apartamento do Christian como meu lar, é diferente, mas eu gosto muito de pensar dessa forma. Faz que eu tenha a certeza que nosso namoro não é coisa de adolescentes que estão no colegial, temos uma vida juntos, somos parceiros, um ajuda o outro não importa o que seja, eu nunca pensei que pensaria assim algum dia. Se me contassem, que eu iria conhecer um cara e que me apaixonaria perdidamente por ele a ponto de fazer muitas loucuras, literalmente, eu provavelmente teria dito que quem estava louca era a pessoa quer tinha falado isso para mim. Passar essas duas semanas nessa ilha e também o meu ataque de loucura, a nossa discussão, tudo isso serviu para que tornássemos ainda mais unidos, estávamos mais fortalecidos como a dupla perfeita que éramos. Por que era assim que as coisas funcionavam, mesmo brigando e gritando na cara um do outro, no final sempre vamos estar juntos para nos apoiar.

Eu tinha acabado de arrumar todas as malas, tivemos que comprar mais duas porque eu fiz muitas compras em algumas idas nossas até Nassau. Abro a porta da varanda e saio para a praia, queria respirar um pouco de ar e me despedir desse paraíso como se deve. Eu estava vestindo um biquíni e um short por cima, durante esses dias eu nunca fiquei totalmente vestida, era só biquínis, ou apenas blusas, ou sem peça de roupa alguma, era bom poder andar livre por aqui. Me sento na areia e fico pensando em várias coisas ao mesmo tempo, meu corpo está relaxado por conta dos dias maravilhosos que passei aqui, mas a minha mente não para de fervilhar, eu queria poder silenciar todos esses pensamentos só por um momento, mas parece que isso é impossível. Estou distraída olhando para a água de azul cristalino, que nem percebo o Christian sentando ao meu lado, olho para ele.

— O que a minha gatinha tanto pensa? — Christian pergunta passando seu braço pelos meus ombros e me abraçando.— Está com uma carinha tão pensativa, parece que eu posso ver as suas engrenagens trabalho. Sabia que fica linda até quando está pensando?

— Bobo. Eu estava pensando em várias coisas ao mesmo tempo, minha mente está embaralhada.— sussurro olhando para o mar.— Pensando em quando eu vou poder voltar a minha vida normal, não quero ter que me esconder pra sempre.— eu digo baixo.— Pensando em como vou acabar com a Carla e o Bob, só que eu preciso ter um plano, porque não posso voltar sem ter nenhuma estratégia pensada, não posso pôr os pés pelas mãos outra vez. Tem muita coisa a se pensar.

— Eu acho que você já pode voltar sim.— ele diz em um tom que me faz ficar curiosa.— Tem algo chegando e eu acho que pode ser a oportunidade perfeita para você aparecer.

— Como assim? Você pensou em alguma coisa? — pergunto ansiosa.— Me conte mais sobre o que tem em mente.

— O baile de arrecadação para o programa de bolsas de estudo. — ele diz e eu logo entendo.— Eu ouvi algo relacionado a isso na escola mas tinha esquecido de te dizer, parece que já iniciaram os preparativos.

— Eles ainda vão fazer? Mas sou eu quem organiza tudo.— pergunto sem entender.— Não consigo imaginar quem pode estar encarregado dessa função. Organizar uma festa é bastante exaustivo.

— Imagino que seja.— Christian começa a acariciar os meus cabelos.— Mas, as suas amigas estão cuidando de tudo, Leila queria se encarregar de organizar a festa masz, Kate e Mia tomaram a frente.— imediatamente eu fico mais aliviada.— Disseram que não deixariam o evento mas mãos de Leila, seriam um fiasco.

— E seria mesmo.— balanço a cabeça positivamente.— É ótimo que as garotas estejam cuidando de tudo, pelo menos o baile não vai ser um desastre.— digo mais tranquila.— Mas o que tem o baile?

— É daqui a duas semanas mas como você deixou a Leila toda fodida, eu acho que eles vão adiar.— ele diz e nós caímos na gargalhada.— Se o prazo for maior, melhor, vamos ter um tempo para pensar no plano.

— Eu já pensei sobre algo, mas depois eu te conto.— digo olhando para ele.— Então, você está dizendo que eu devo aparecer no baile é isso? — eu pergunto e ele concorda.— Será?

— Baby, é a oportunidade perfeita! Todos os alunos vão estar lá, os pais também vão, quer momento melhor do que esse para o seu show? — ele pegunta animado.— Imagine como seria desmascarar a Carla e o Bob na frente de todos! Tudo o que eles prezam é uma boa reputação e as aparências, seria o fim para eles.

— É uma ideia genial, então até lá nós pensamos na melhor estratégia.— eu digo olhando para ele em seguida desvio o olhar para o mar.— Você sabe quando o Jack vai nos convocar para uma missão?

— Ele ainda não me falou nada, mas logo vai entrar em contato.— ele diz suavemente.— Quando menos esperarmos.

— Não quero que seja tão cedo, preciso pensar sobre as minhas coisas. Tenho muito o que fazer, e o que pensar.— digo suspirando.— Como descobrir onde Leila foi internada, ou se está desaparecida.

— Para isso nós temos que voltar pra casa.— ele diz me olhando sorridente.— Vamos nos arrumar? O barco chega daqui a pouco.

— Então vamos, queria ficar a aqui para sempre mas, a realidade nos chama.— aproximo meu rosto do seu e lhe dou um beijo calmo, sem seguida me levanto da areia. Mas, Christian se levanta e me puxa pelo braço me fazendo parar.— O que foi?

— Tomou seus remédios hoje? — ele pergunta e eu reviro os olhos e bufo.— Sem bufar! Tomou ou não, Anastasia?

Eu não tinha tomado, eu disse que iria mas não estou tomando. Eu não via razão para tomar remédios sendo que eu estava bem, eu estava ótima! Eu não tive outro surto depois daquele episódio então acho que não preciso daquelas medicações. Christian sempre fazia vista grossa para ver se eu estava tomando os remédios todos os dias, portanto burlar ele estava sendo difícil, mas eu até que conseguia. Era difícil ingerir aquilo, eu não me sentia bem, eu fico sonolenta, me sinto depressiva e fora do ar, fico enjoada e também chego a vomitar. Então para não sentir esses sintomas, eu parei de vez e não vou deixar que me obriguem a voltar com aqueles remédios outra vez. Nem que para isso eu tenha que mentir para o Christian.

— Mas é claro que eu tomei! — digo estressada.— Qual é, Christian! Vai agir assim comigo o tempo inteiro? Você me vigiando como se eu fosse uma criança?

— Sim! É exatamente assim que eu vou agir com você daqui para frente.— Christian diz se aproximando de mim.— Porque eu me preocupo com você e quero te ver bem, e se eu tiver que te vigiar 24 horas para isso, eu vou fazer.— olha dentro dos meus olhos mas eu desvio o olhar.— Está mentindo.

— O que? — fico ofendida e meus olhos se encheram de lágrimas.— Por que você não confia em mim?

Técnicas de manipulação, sempre funcionam. É aquela coisa de fazer as pessoas acreditarem no que você quiser que elas acreditem, eu sou muito boa nisso. Se eu quiser que alguém acredite que falo a verdade quando estou mentindo, eu o faço. Mas estamos falando do Christian, o cara que me conhece mais que eu mesma me conheço, ele sabe de tudo, não sei como mas, ele sabe. Christian provavelmente tem conhecimento que estou tentando manipula-lo e não vai cair na minha armadilha.

— Eu sei o que você está fazendo, e não vai funcionar.— ele diz sério.— Então você tomou?

— Sim.— digo calmamente.— Está duvidando de mim?

— Longe de mim.— Christian balança a cabeça negativamente.— Mas não sei se você sabe, eu contei todos os remédios que você precisa tomar e sei a quantidade de cada um.— ele me olha vitorioso.— Se tiver faltando, significa que você tomou, se não, isso quer dizer que você está mentindo para mim.

— Isso é mesmo necessário? — começo a ficar nervosa.— Eu estou aqui, olhando nos seus olhos e dizendo que eu tomei os remédios, por que não acredita em mim?

— Por que eu conheço você e sei o quanto é manipuladora.— ele cruza os braços.— Vou lá contar os remédios.

— Não precisa disso.— digo e Christian vai em direção a casa, corro atrás dele.— Christian, não!

— Por quê? — ele diz sem parar de andar.— Você não disse que tinha tomado? Então não tem nada a esconder.

Ele entra em casa e eu vou logo atrás, por que eu não joguei as cápsulas do dia fora? Eu sou muito burra. Chego no quarto e Christian estava com os frascos dos remédios nas mãos, sua boca se mexia silenciosamente o que significava que ele estava contando comprimido por comprimido. Mexo minhas mãos nervosamente e espero ele explodir para cima de mim. Quando Christian terminou de contar, ele olha para mim com uma expressão muito séria e ele parecia até um pouco decepcionado. Eu abaixo a cabeça e olho para os meus pés descalços, minhas unhas pintadas de preto pareciam bem mais interessantes do que olhar para o Christian me olhando daquele jeito. Porque eu sei que estou errada, mas não irei admitir em voz alta.

— Eu sabia.— ele diz entre dentes.— Está achando que pode me enganar? Eu não sou um otário como os caras que você era acostumada a foder, eu conheço você muito bem.

— Não precisa falar desse jeito.— digo baixo e olho para ele.— Mas você iria me entender se tivesse que tomar esses remédios, eu não me sinto bem tomando eles! Fico parecendo um zumbi.— digo nervosa e começo a andar de um lado para o outro.— Eu fico deprimida, Christian! Dopada. Aquilo não se parece comigo!

— Para! Para com isso agora! — Christian grita me fazendo parar, depois ele respira fundo para tentar se acalmar.— Olha, eu não quero brigar com você. Apenas tome os remédios, são para o seu bem.

Eu poderia apenas fazer o que ele pediu, assim não haveria brigas, estávamos tão bem. Mas sabendo todos os sintomas depois de ingerir os medicamentos, eu não podia concordar com isso. Eu estou bem! Sei que isso que o Christian está fazendo, é por medo daquilo acontecer de novo, mas não vai acontecer novamente, aquilo só foi um momento de insanidade, não acontecerá outra vez. E é com base nisso, que eu digo.

— Não.— digo alto e lentamente para ele entender.— Não vou tomar esses remédios, eu já disse que não me sinto bem, não quero isso!

— Não vai? — ele pergunta e eu nego.— Ok. Faça o que quiser, vou fazer o almoço. Enquanto isso vai tomando banho.

— Não quer que eu te ajude? — caminho até ele e Christian me para. Olho para ele sem entender.— Está com raiva de mim?

— Não. Eu nunca sinto raiva de você.— ele vem para perto de mim e me abraça.— Na maior parte do tempo.

— Então você entendeu o que eu quis dizer? — tiro o rosto de seu peito e olho para ele.— Eu falo sério quando eu digo que não me sinto bem.

— Eu entendo, baby.— ele dá um beijo na minha testa.— Está tudo bem, esquece isso. Vá tomar seu banho que daqui a pouco o almoço está pronto.

— Obrigada.— lhe dou um selinho.— Volto logo.

Caminho em direção ao banheiro e começo a me despir, prendo meus cabelos em um coque alto e entro no box. Ligo o chuveiro e começo a tomar banho, fecho os olhos enquanto lavo o meu rosto. Começo a ensaboar o meu corpo, e penso sobre agora a pouco. Por que o Christian não brigou comigo, não insistiu mais? Ele não é um cara que aceita as coisas muito fácil, não entendo como ele levou tudo numa boa. Dou de ombros e continuo o banho. Depois que terminei, me enrolo em uma toalha e saio do banheiro em seguida. Pego a roupa que eu já tinha separado e visto. Era uma calça jeans branco, uma blusa de cetim em um rosa pálido e uma jaqueta de couro preta, sento na poltrona e visto duas meias nos pés calçando um par de botas de couro preto. Me levanto e vou até a penteadeira começando a fazer uma maquiagem, nada muito exagerado, só um pouco de rímel nos cílios e nos lábios um gloss rosado. Solto os meus cabelos e prendo apenas uma parte acima da cabeça deixando o resto solto.

Me levanto e saio do quarto, chegando na cozinha e vejo Christian colocando comida em um prato e depois mexendo, estranho mas não digo nada. Quando ele percebe que estou presente, se atrapalha todo tentando esconder algo, solto um riso fraco e ele me olha sorrindo. Me sento a mesa e Christian coloca o prato em minha mente.

— Espero que goste do macarrão com quiejo.— ele sorri para mim.— Não pude fazer algo mais elaborado por que não ia dar tempo.

— Tudo bem, está ótimo.— digo e dou a primeira garfada. Gemo.— Está uma delícia, o que colocou aqui?

— Queijo, muito queijo.— Christian diz apressado enquanto esconde algo atrás das costas.— Vai comendo, está bem? Vou tomar um banho rápido.

— Está bem.— digo de boca cheia, sem seguida grito.— O que está escondendo aí, Christian?

— Nada.— ele grita já fora da cozinha.— Come aí que eu já volto.

Vocês podem me dizer o que acabou de acontecer aqui? Me pergunto enquanto olho por onde Christian saiu. Dou dou de ombros e continuo a comer, bebo um gole do meu suco de uva e sinto um gosto esquisito, mas ignoro por que eu estava com sede. Eu estava quase terminando, quando o Christian entra na cozinha todo arrumado, se senta a mesa e começa a se servir. Ficamos conversando sobre amenidades enquanto ele comia, eu sentia que ele estava me observando mais do que estava, mas por que isso? Depois, Christian e eu lavamos a louça e colocando tudo no seu devido lugar. Vamos para a sala e ficamos vendo as fotos e os vídeos da viagem, combinamos de revelar as fotos quando estivermos em Seattle, quando fomos a Nassau outro dia, nós compramos uma impressora fotográfica portátil para imprimir todas fotos. Safira estava deitada no tapete preguiçosa, acho que ela também não quer ir embora.

Quando o barco chegou na ilha, pegamos todas nossas coisas e Christian leva até o barco enquanto eu tranco toda a casa. Coloco Safira na caixa transportadora, ponho minha bolsa no ombro e coloco meus óculos escuros. Saio da casa e tranco a porta da frente guardando a chave na bolsa. Caminho em direção ao braco e Christian me ajuda a entrar, dessa vez eu deixo Safira na cabine, mesmo que ela esteja segura, não vou arriscar que aquilo aconteça novamente. O barco vai se afastando da ilha aos poucos e eu solto um suspiro olhando para o lugar que eu fui muito feliz, espero poder voltar em breve. O dia estava um pouco nublado mas ainda sim estava lindo, me apóio na grade do barco enquanto eu observo o horizonte. Christian para ao meu lado, depois de alguns minutos em silêncio, eu finalmente falo.

— Eu vou sentir saudades de estar aqui.— digo baixo e em seguida abro um sorriso.— Foram dias muito bons.

— Bons? Foram dias maravilhosos.— Christian se vira para mim.— Bom, tirando as partes que não merecem ser lembradas, as nossas férias foram incríveis.

— Tem razão.— me viro para ele e abraço sua cintura.— Obrigada por isso. E não só por isso, por se preocupar sempre comigo também.

— É o meu trabalho cuidar de você, minha linda.— ele me dá um selinho.— Última foto no paraíso?

— Está bem.— digo rindo e tiro a câmera da bolsa.— Você tira.

Passo a câmera para Christian, encosto a cabeça em seu peito e olho em direção ao mar, ele apóia sua cabeça na minha e em seguida tiro a foto, Christian me mostra e eu vejo como ela tinha ficado linda, em seguida guardo a câmera na bolsa novamente. Quando chegamos no porto, pego Safira e Christian cuida das nossas malas, pegamos um táxi e fomos em direção ao aeroporto. Durante o trajeto, vou me sentindo cansada e com uma vontade excessiva de dormir, tento permanecer de olhos abertos mais é quase impossível, sinto pontadas na cabeça também. Sinto pequenos tremores percorrendo o meu corpo. Não penso muito nisso por que acabo pegando no sono deitando a cabeça no colo de Christian.

Quando chegamos ao aeroporto, Christian me acorda dando beijos em meu rosto, me sento e fico um pouco desnorteada querendo saber ao certo onde estava. Christian me ajuda a sair do carro, pega minha bolsa e Safira, eu estava com tanto sono que nem podia ajudá-lo, ele coloca tudo em um carrinho para malas e deixa a minha bolsa pendurada em seu ombro. Segura a minha mão e nós entramos no aeroporto, ajeito meus óculos melhor em meu rosto e encosto a minha cabeça em seu ombro enquanto abro como se tivessem correntes prendendo os meus pés. Fomos até o local que é feito o check in e deixo Christian cuidar de tudo, apóio meus cotovelos no balcão e seguro a minha cabeça fechando os olhos, estou quase dormindo outra vez.

— Isso vai demorar muito? — pergunto resmungando.— Puta merda, que sono é esse?

— Não vamos demorar muito, babygirl.— Christian dá um beijo em minha cabeça.— Nosso vôo é daqui a 1 hora.

Depois que ele tinha terminado de fazer o check in e nossas malas serem despachadas, fomos até aquelas cadeiras que tinham nos aeroportos e sentamos, ainda não estava na hora de entrar na sala de embarque. Encosto minha cabeça no ombro de Christian e fecho os olhos novamente, estava impossível mantê-los abertos. Sinto meu estômago embrulhar e minha boca ficar seca, me afasto do Christian e olho para ele.

— Christian, eu estou enjoada.— digo lentamente.— Minha boca também está seca, pode comprar água para mim?

— Ei, olha para mim.— ele tira os meus óculos e eu tento focar o meu olhar nele.— Você está bem?

— Sim, eu...— bocejo.— Só estou com muito sono, náuseas e boca seca.

— Tudo bem, vou pegar água para você.— Christian me olha preocupado e depois resmunga.— Droga.

Christian sai e vai em busca da minha água, me ajeito melhor na cadeira e fecho os olhos mais uma vez, todo o barulho em volta não me incomodava, eu estava com sono demais para me importar. Quando Christian volta, ele me dá uma garrafa d'água e eu começo a beber avidamente, abro a minha bolsa e pego um remédio para dor de cabeça tomando em seguida, as pontadas não pararam. Depois encosto minha cabeça no ombro de Christian e ele começa a acariciar os meus cabelos, guardo os óculos na bolsa e coloco as mãos no rosto, o cansaço só está aumentando. Nosso vôo é anunciado, então levantamos, Christian pega a minha bolsa, sua mochila e Safira, e fomos rumo a sala de embarque. Christian passa um braço por meus ombros e nós caminhamos lentamente, quer dizer, eu estava caminhando lentamente, ele estava apenas acompanhando os meus passos. Depois de todo o procedimento de segurança, entramos na sala e eu me jogo na primeira cadeira que eu vi na minha frente.

Christian senta em uma cadeira ao meu lado, me encosto nele para poder me sentir melhor, quando é liberado o embarque no avião, eu me levanto e fico um pouco tonta, quando eu penso que irei cair, Christian é mais rápido e me ampara, fico alguns minutos parada tentando voltar ao normal. Quando a tontura passa, nós caminhamos em direção ao túnel que levava a aeronave. Já no avião, procuramos por nossos lugares e nos acomodamos, Christian coloca Safira embaixo da poltrona da frente, depois de todas as instruções e as portas do avião se fecharem, ele finalmente decola e tudo o que eu queria era dormir. Meu namorado pede a comissária de bordo um cobertor e um travesseiro, ela trouxe logo em seguida, e Christian os passou para mim. Ele aperta em alguns botões para transformar a minha poltrona em uma cama, coloca o travesseiro na minha cabeça e me cobre com o cobertor, dá um beijo em minha testa e diz para eu dormi. Lhe lanço um sorriso fraco e em seguida, eu apago.

Acordo sendo sacudida por Christian, abro os olhos lentamente, olho para o seu rosto perdida. Já chegamos em Toronto? Passo uma das mãos em meu rosto para ver se eu desperto de vez, parece que eu dormi o dia inteiro. Olho para Christian que está me olhando com preocupação. Não entendo por que, está tudo bem comigo.

— Já chegamos? — pergunto baixo sem tirar a mão do rosto.— Estamos em Toronto?

— Ana, estamos em Seattle.— Christian diz e eu arregalo os olhos.— Pois é, você dormiu demais.

— Mas nós não tínhamos duas escalas? — pergunto confusa.— Pegamos um vôo direto e eu não fiquei sabendo?

— Não, nós tivemos as duas escalas.— Christian ri um pouco.— Mas, só Deus sabe o quanto eu tentei acordar você que não acordava por nada, se não estivesse respirando, poderia até achar que estava morta.

— Nossa.— aperto o botão para a poltrona voltar ao normal.— E como você me tirou os aviões?

— Não me pergunte, como foi carregar você, minha mochila, sua bolsa e ainda por cima a Safira.— ele diz divertido.— Não foi nem um pouco fácil, mas pelo menos eu não deixei você cair.

— Você deixou a Safira cair? — olho para ele indignada, dou um tapa em seu braço.— Christian! Você é um irresponsável.

— Calma sua doida, eu não a deixei cair.— ele massageia o braço.— A caixa que escorregou da minha mão. Mas não se preocupe, ela está bem! Mas foi muito difícil carregar tudo ao mesmo tempo.

— Pai desnaturado.— balanço a cabeça negativamente.— Vamos sair desse avião, quero voltar para casa.

— Vejo que já está bem.— Christian diz satisfeito.— Vamos, ainda temos que pegar nossas malas.

Pego Safira e vejo que ela estava realmente bem, coloco minha bolsa no ombro e caminho em direção a saída do avião. Eu já estava me sentindo bem melhor agora, acho que era apenas sono e cansaço, só estou um pouco sonolenta mas nada tão intenso como eu estava sentindo. E parece que eu apaguei mesmo, já que Christian disse que tinha me chamado várias vezes e mesmo assim eu não tinha acordado, não me lembro de nada disso, só lembro de dormir e não sonhar. Quando estamos no saguão do aeroporto, vou em direção a esteira de malas para pegar as nossas, vou na frente de Christian mas ele me para.

— Ahn, Ana? — me chama alarmado.— Por favor não se desespera.

— O quê? — olho para ele sem entender.— O que aconteceu?

— Sua calça está suja de sangue.— ele sussura apressado e eu arregalo os olhos tentando achar a mancha.— Eu disse não se desespera!

— Não estou! Cadê essa mancha? — digo nervosa.— Eu acabei de menstruar, porra que azar, logo hoje que eu vesti uma calça branca?

— O efeito da injeção passou? — Christian me pergunta confuso e em seguida arregala os olhos.— Vou ter que usar camisinha?

— Ai meu Deus.— digo estressada.— Eu estou aqui passando por um problema e você vem me perguntar isso? É sério, Christian? — cruzo os braços.— Não, Christian, o efeito não passou. Só vence daqui a algumas semanas, mas existem casos de eu ter sangramento, não significa que o efeito passou e nem que eu irei engravidar. Não sou descuidada.

— Ah obrigado Deus.— ele me dá um selinho.— E agora, o que vai fazer?

— Me empresta a sua blusa.— aponto para a camisa xadrez que ele estava vestindo por cima da camiseta.— Vou até uma farmácia que tem aqui no aeroporto comprar absorvente, depois vou no banheiro trocar essa calça. Tenho uma legging e uma calcinha na bolsa.— quando ele vai abrir a boca para perguntar, eu o interrompo.— Não pergunte, eu sou uma garota prevenida.

— Tudo bem.— ele tira a blusa e me dá.— Eu vou pegar as malas e te espero aqui.

— Está bem.— amarro a blusa na cintura.— Não irei demorar.

Saio em direção a farmácia que ficava no aeroporto, chegando lá eu vou logo com um objetivo, entro no corredor dos absorventes e pego o primeiro que eu vejo. Caminho até o caixa e a atendente me diz quanto custa, tiro o dinheiro da carteira e pago, ela me entrega o absorvente em uma sacola pequena. Quando estou me preparando para sair, me deparo com a última pessoa que eu gostaria de ver, em um dos corredores, estava Bob vestindo terno e gravata e com uma pequena mala ao seu lado, eu gostaria que ele não tivesse me visto, mas não foi isso que aconteceu. Bob me encarava de olhos arregalados e se aproximou de mim, tento não transparecer nada, ele não pode saber que sou eu. Tudo bem que estou loira, mas não mudei de rosto, então, e se eu fingisse ser outra pessoa?

— Anastasia? É você mesmo? — ele pergunta chocado.— Como conseguiu sair da clínica?

E agora, o que eu faço? Pensa Anastasia, pensa. E então a idéia me bate como um estalo. Eu estou um pouco diferente, não me pareço nem um pouco com a Anastasia que ele costumava abusar. Então, é só falar em outra língua que ele vai perceber que não sou daqui. Espero que as aulas de Francês que eu faço desde os seis anos tenham valido de alguma coisa. Apenas respiro fundo e entro no personagem.

— Pardon? Qui est vous? — ( Perdão? Quem é o senhor?) o olho confusa.— Je ne suis pas d'ici, je ne comprends pas ce que vous dites. — (Eu não sou daqui, não entendo o que você diz.)

— Anastasia! Sou eu, o Bob. — ele se aproxima de mim mas eu me afasto ainda mais.— Por que está falando francês?

— Vous êtes un étranger, sortez de mon chemin! — ( Você é um estranho, saia da minha frente!) digo com raiva.— Sortez de mon chemin! — (Saia da minha frente!)

— Pardon, mademoiselle.— ( Perdão, senhorita) ele não deixa de me olhar.— Je suis désolé, je pensais que c'était quelqu'un d'autre.— (Sinto muito, achei que fosse outra pessoa.)

— Mais je ne suis pas, excusez moi.— ( Mas não sou, me dê licença.) Bob se afasta e eu vou saindo.— Au revoir.— ( Adeus)

Saio da farmácia rapidamente e corro para o primeiro banheiro que eu encontro, entro em uma cabine, abaixo a tampa da privada e me sento. Apóio meus braços nas coxas e seguro a minha cabeça e tento normalizar a respiração, isso não podia ter acontecido. Não era para eu encontra - lo agora, não era para ele me ver! Essa situação não fazia parte dos meus planos tão cedo, mas, para o bem de todos, eu não deixei transparecer nada e encarei uma verdadeira mocinha francesa. Obrigada aulas entediantes que me tornaram fluente na língua. Olho para as minhas mãos e vejo o quanto elas estavam trêmulas, tomo respirações profundas para me acalmar, o que foi praticamente impossível, mas eu consegui.

Lembrando do que eu vim fazer aqui, começo a arrumar a minha bagunça. Tiro a calça suja de sangue e a calcinha, coloco as duas peças em uma sacola que estava perdida em minha bolsa, não me pergunte por que ela estava aqui porque nem eu sei. Abro a tampa da privada e me sento começando a urinar, estava com vontade desde que saí do avião. Na cabine tinha uma pequena ducha, o que possibilitou que eu me lavasse. Me enxugo com papel higiênico, coloco um absorvente na calcinha limpa que estava na minha bolsa e visto, em seguida a legging preta. Pego minhas coisas e saio da cabine, vou até a pia e começo a lavar as mãos. Quando estou saindo do banheiro, eu coloco os óculos escuros e fico olhando para os lados para ver se o Bob estava por aqui, se ele me ver com o Christian, vai saber que sou eu.

Vou até onde estávamos e vejo Christian sentado com as nossas malas. Me aproximo dele que levanta a cabeça para me olhar, logo ele percebeu que tinha algo diferente. Eu não conseguia nem disfarçar o meu nervosismo por ter encontrado o Bob antes da hora. Christian se levanta e vem até mim.

— O que aconteceu? — ele pergunta preocupado.— Você está pálida, aconteceu alguma coisa?

Oui, j'ai trouvé Bob.— ( Sim, eu encontrei o Bob.) digo nervosa.— Ce n'était pas censé arriver, aide-moi Christian.— ( Isso não era para ter acontecido, me ajuda Christian.) começo a entrar em pânico.— Oh mon Dieu.— ( Oh meu Deus)

— O quê? — ele pergunta confuso.— Está falando francês por que, Ana? Não entendi porra nenhuma. Fala devagar e na nossa língua.

— Sinto muito, estou tão nervosa que não notei que estava falando francês.— digo apressada.— O Bob, eu o encontrei na farmácia.— Christian arregala os olhos.— Então vamos logo para casa, ele pode estar por aqui ainda.

— Tudo bem, vamos.— diz começando a empurrar o carrinho.— No carro você vai me contar essa história direitinho.

Concordo e nós caminhamos o mais rápido possível em direção a saída do aeroporto. Chegando no estacionamento onde o nosso carro estava, colocamos as malas no porta malas e entramos no carro. Christian dá a partida saindo dali em alta velocidade, levo uma das mãos até os fios de cabelo na minha nuca, quando me preparo para começar a arrancar, Christian é mais rápido e segura a minha mão com força.

— Para com isso, não vai se machucar assim novamente.— Christian me avisa.— Me explica o que aconteceu.

— Eu estava na farmácia, tinha acabado de comprar o absorvente e já me preparava para sair.— digo respirando fundo.— Quando eu o vi em um dos corredores, acho que estava prestes a fazer uma viagem de negócios. Ele me viu também.

— Puta que pariu.— Christian soca o volante.— E o que você fez?

— Comecei a falar em francês com ele.— solto um riso fraco.— Dizendo que não sabia quem era ele, que eu não era a pessoa que eles estava procurando.

— Não acredito.— Christian começa a rir.— E ele caiu?

— Como um patinho.— digo rindo ainda mais.— Eu sei ser bem convincente, sou uma ótima atriz. Apesar do pânico que eu senti, consegui me virar bem.

— Essa é a minha garota.— me olha orgulhoso.— Então, o plano ainda está em curso. Vamos elaborar uma estratégia e rápido, não podemos demorar mais tempo.

— Tem razão.— concordo.— Não podemos demorar nem mais um segundo para dar o primeiro passo.

— Vamos pensar.— Christian balança a cabeça.— E a propósito, você fica muito sexy falando francês.

Abro um sorriso e balanço a cabeça. Então, finalmente estamos de volta. Mais cedo do que eu queria mas sabia que era necessário. Agora que vi o Bob, seguindo a sua vida de merda como se nada tivesse acontecido, me deu mais vontade de acabar com a sua vida, com a sua carreira, sua fortuna, seu status. Não vai sobrar nada para contar uma história do quão nojento ele foi, essa história vai acabar e eu serei a responsável pelo seu fim, e não terei nenhum remorso. A Carla também não irá escapar dessa, tenho algo muito especial em mente para ela. É pessoal, escondam-se. Porque Anastasia Steele está de volta e louca para acabar com quem estiver em seu caminho.



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