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História House Of Hards - Ombro


Escrita por: chimchix

Notas do Autor


Oii gente!! Mais um capítulo, bem mais curtinho do que eu to acostumada a fazer, mas preferi postar ele do que deixar vocês sem nada ne kkkkkkk
Boa leitura!

Capítulo 3 - Ombro


Jimin apoiou a cabeça nos joelhos e ficou esperando que eu falasse , ele parecia uma criança de cinco anos fazendo aquilo, mas não pensei nisso como coisa ruim, só o deixava parecendo mais puro. Eu abri a boca para falar algumas vezes, mas nada saiu, era difícil falar da minha vida com alguém com quem nunca tive uma conversa de mais de cinco minutos, tirando a discussãozinha no corredor que vamos fingir que não aconteceu. Eu comecei a pensar em tudo que teria que explicar, no que ia dizer para ele e meus olhos encheram de lágrimas.

– Eu não sei se consigo completar uma frase sem... isso. – Me referi ao choro e soltei um riso abafado meio que rindo da minha própria situação. Realmente, se eu começasse não iria conseguir terminar.

– Não precisa, pode ficar aqui só chorando se quiser, faz bem. – Disse ele me oferecendo o ombro, acho que ele sabia desde o começo que eu não iria falar, que eu só tinha vontade de chorar e ficar assim, ele não queria saber o que tinha acontecido na verdade, ele só queria estar ali enquanto eu chorava, ou sentiu que precisava estar.

Eu me encostei no ombro dele colocando meus ouvidos colados no seu corpo, ouvia seu coração bater, batia rápido, eu compreendi, era difícil ter um desconhecido chorando no seu ombro por um motivo também desconhecido. Ele não se moveu, só ofereceu o ombro mesmo, nem me abraçou e isso deixou a cena mais esquisita do que já estava. Nós apenas nos aconchegamos no chão para ficarmos mais confortáveis, era quase impossível achar uma posição no chão que não doesse tanto o ossinho da bunda.

Eu não chorava daquele jeito nem com minhas melhores amigas, mas chorei no ombro do garoto que eu nem conhecia direito, aliás recomendo chorar para um desconhecido, diminui as possibilidades dele te criticar por isso, e o Jimin não o fez também, ele não falou nada enquanto eu chorava. Ás vezes ele só me olhava para ver como eu estava, ou quando eu parecia estar desconfortável, ele se ajeitava para minha cabeça se encaixar em seu ombro novamente. O maior movimento que ele fez foi tirar a franja molhada do meu rosto naquele momento que você só soluçava de tanto chorar. Eu não me preocupei em parar, percebi que ele não tinha pressa nenhuma, se eu ficasse a noite inteira ali sem levantar a cabeça, ele ficaria também. Então chorei mesmo e quando eu finalmente parei, comecei a pensar em porque tinha feito aquilo, sequei as lágrimas e olhei para ele, logo me arrependi pois eu devia estar parecendo o fofão por causa da minha cara inchada.

– Você ta melhor? – Perguntou ele quebrando o silêncio, e quase sorriu, mas voltou a ficar sério, não um sério bravo, eu não saberia explicar o que significou. Eu queria agradecê-lo por ter ficado ali comigo, por permitir que eu o fizesse de travesseiro, só não sabia como dizer isso, mas ele pareceu entender no meu olhar o que eu queria falar e o meu olhar também dizia "desculpa por ter sujado sua camisa branquinha de rímelw". Ele me olhou e por um minuto eu pensei que tinha o ouvido sussurrar "ta tudo bem".  Meu celular tocou. Abri a bolsa correndo e pensando se eu estava com voz de choro ou não para atender. 

O nome "Alan" apareceu na tela, sim eu mudei o contato dele.  Encarei o celular por um momento e virei para o Jimin pedindo licença para atender o telefone, mas ele já estava levantando do chão e se afastando, queria lhe dar pelo menos um boa noite, porém ele não olhou para trás, fiquei olhando suas costas enquanto caminhava para o quarto, a camisa amassada por ter ficado tanto tempo encostado na parede, ela também estava molhada, Jimin não tinha se secado muito bem do banho, deixando tudo visível. Ele parecia tão grande naquele momento, mas quando colocou meu cabelo para trás até suas mãos eram pequenas. Quando ele entrou no quarto o celular já tinha tocado seis vezes. Desliguei.

Acho que eu fiquei uns 10 minutos sentada no corredor e depois levantei para o meu quarto. Eu não ia acordar tão cedo de novo.

Acordei com a minha mãe me sacudindo com o telefone na mão. Abri os olhos e só vi um borrão laranja se movendo, o borrão laranja parecia estar sorrindo, minha nossa ela estava com o vestido laranja estampado de girassol que a deixava parecendo um sinalizador de estrada!

– Helena! É do emprego... Se mexe! – Ela dizia toda hora, acho que ouvi a palavra "emprego" umas 10 vezes. – Pega! – Ela sacudia o telefone na minha frente.

– Ta, ta... to atendendo... – Ela meteu o telefone na minha mão enquanto eu sentava na cama, ainda sonolenta. – To atendendo! – Peguei o telefone e coloquei na orelha, eu pensei que talvez devesse recusar o emprego qualquer que fosse, amaria dormir daquele jeito todos os dias, sem me preocupar, sem ter nenhuma responsabilidade, mas eu precisava dele, queria uma faculdade e umas blusinhas também. Minha mãe me olhava com uma cara super feliz esperando eu começar a conversa com a pessoa do outro lado da linha. Doida. – Alô?

A pessoa não respondeu, eu insisti e insisti mas não falaram nada. Só podia ser Deus me dando uma oportunidade de não trabalhar e viver na vagabundagem.

– É mãe... Não foi dessa vez, acho que eles se arrependeram da ligação. – Entreguei o telefone pra ela e eu já estava me cobrindo de novo quando ela começou a rir sem parar. Gente? O que deram pra ela no café da manhã? – Mãe, pelo amor de Deus, por que você ta assim? Credo.

– Ah, eu não vou me aguentar! – Nem eu vou.– Sabe o pessoal da cafeteria que você levou currículo?

– Hum? – Falei com os olhos fechados, fazendo força para voltar a dormir, ela iria continuar falando e eu teria mais umas horas de sono tranquilo.

– Eles são o Senhor Park e a Senhora Park. – Agarrei os olhos na hora. Eu não sabia porque minha mãe chamava eles assim, eles só eram um pouco mais velhos que meus pais. Mas calma... Eu nem sabia que eles tinham uma cafeteria, e eu fui entregar currículo justo na deles, justo lá. Como o assunto de ser proprietário de uma cafeteria nunca surgiu nas refeições? E além disso, era uma moça nova, que eu nunca tinha visto na vida que havia recebido meu currículo.

– Como? Não acredito... Mas isso quer dizer que? Eu to contratada? – Perguntei e minha mãe balançou a cabeça positivamente tão rápido, parecia aqueles bonecos cabeça de mola. Como sempre, eu parei para pensar na situação como um todo e falei.  – Mas, eles estão me oferecendo esse emprego porque sou eu, sabe, moro com eles e eu não quero isso, quero ter as qualidades que eles precisam para esse trabalho, não porque sou uma conhecida, não vou aceitar. - Vai falar que eu não to certa? Eu queria arrumar um emprego por mérito, não pela vantagem de conhecer os donos do estabelecimento.

– Eu sabia que você ia falar isso, e conversei com eles. – Ela deixou o telefone no criado mudo e sentou ao meu lado na cama. – Eles nem leram seu nome e te acharam perfeita para o emprego, fora que... Você foi a única que levou currículo. – Quando ela começou a frase eu estava bem feliz, mas depois, quer dizer que eu sou tipo um tapa buraco? Não tem cão caça com gato? Vai essa daqui mesmo, fazer o que?

Mas de qualquer jeito, não era só a aceitação da parte deles, eu também tinha que aceitar o emprego. Quando eu ameacei falar alguma coisa, óbvio que eu ia retrucar e fazer um milhão de perguntas, minha mãe me interrompeu levantando a mão.

– Você começa amanhã. – Ela disse e saiu rápido do quarto antes que eu falasse qualquer coisa ou pior, dissesse um não. Gostei que ela fez isso, pois eu tinha certeza que minha personalidade geniosa ia me fazer negar o emprego, e ela não me deu chance de negar, então eu realmente tinha um trabalho. Era só meu terceiro dia em Busan. A vida não para, não é?

Eu desci para o almoço, esperava que tivesse várias comidas postas naquela mesona da sala de jantar, mas só tinha uma tigela com algumas frutas dentro. Todos os adultos tinham saído para trabalhar, então ia ter alguma coisa bem meia boca pra comer na hora do almoço.

Eai o que você vai fazer? – Ouvi a voz de Jonathas vindo da sala, só a voz dele já me irritou para o equivalente a um dia de stress.

– Pra você, nada.

– Nossa, acordou de mal humor foi? – Ele disse abrindo a geladeira, até o jeito que ele abria a geladeira estava me irritando, ele ia comer minha comida. Não respondi, eu nem queria papo com ele.

Eu fritei alguns bifes que tinham na geladeira, e esquentei arroz para comer, não sabia se fazia para o Jimin e Jihyun também, eles ainda não tinham decido. Resolvi fritar para eles também, fritei o suficiente para todo mundo comer e repetir, menos para o Jonathas, ele que fizesse qualquer coisa.

Depois de alguns minutos de ignorância ele tornou a falar.

– Você vai fazer esse jogo do silêncio comigo mesmo? Sabe que vai perder. – Antes de eu falar alguma coisa, Jimin desceu as escadas correndo, eu dei graças pela interrupção, se não eu ia socar a cara do Jonathas. Jihyun veio atrás, mas apenas o mais velho tinha mochila nas costas. Aquela era o dia da aula de dança dele, e infelizmente era o meu também. Minha missão de não deixar ele me ver nunca em nenhuma hipótese começou.

Eles deram um breve aceno para mim e Jonathas e saíram pela porta. Obviamente eles não iam comer os bifes, então deixei que meu irmão pegasse.


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado! Beijinhos <3


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