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História How to be a Heartbreaker - Everlong


Escrita por: sankdeepinside

Notas do Autor


Oláá!
Gente quantos novos favoritos na fanfic, que coisa linda T^T Espero que estejam gostando, sei que essa fanfic é meio louca, mas juro que é gente boa.
Nesse capítulo enfiei um pouquinho de outro ship que eu amo com todas as forças do meu ser, vai ser de leve, mas se eu encasquetar eu faço spin off (até parece q vc tem tempo pra isso né Lara, pfvr).
Esse capítulo está bem paz e amor, espero que gostem.
Beijões!

Capítulo 4 - Everlong


Fanfic / Fanfiction How to be a Heartbreaker - Everlong

Gira, gira, gira.

Minha colher balançava languidamente sobre meu chá já frio. Se eu olhasse fixamente para ela, seria capaz de hipnotizar a mim mesmo e apagar aquela cena da minha mente?

Ri fracamente. Não seja ridículo Yixing.

Devia estar ali parado feito uma estátua desde o começo da pausa para o café, precisava voltar ao trabalho, mas minha mente havia ficado presa em um vagão do metrô.

- Xing xing, meu camarada! – Jongin chegou de surpresa e foi logo puxando uma cadeira para se sentar diante de mim na mesa.

- Bom dia, Jongin. – Disse sem muito ânimo.

Trabalhávamos junto na mesma produtora e nosso gosto por música e dança nos tornou amigos. Ele jogou a bolsa pesada cheia de documentos e CDs demo sobre a mesa e pediu um café para si mesmo. Depois disso me encarou duramente.

- Está tudo bem com você? Parece triste.

Dei de ombros.

- Vou ficar bem.

Jongin me encarou por um longo instante e então meneou a cabeça, mostrando que para ele, aquela resposta era suficiente. Diferente de Jongdae, Jongin não fazia o tipo que dava sermões ou insistia em desabafos. Aquilo fazia com que sua companhia fosse extremamente confortável na maior parte do tempo.

- Ah, passei a semana inteira ouvindo demos a pedido do chefe. Ouvi cada atrocidade, Yixing, meus ouvidos doem, sinceramente. Os poucos que ainda tinham certo talento, não tinham nada de diferente, eram vozes muito comuns, arranjos muito comuns. – O café dele chegou e ele interrompeu sua fala para tomar um gole. – Não quero ver a cara do chefe quando disser que não há nada especial em nenhuma das cento e cinquenta demos que ele me deu.

- Ele vai entender, faz parte do nosso trabalho. – Peguei uma das rosquinhas que acompanharam o café de Jongin e mordisquei preguiçosamente.

- O que acha de irmos em uma casa de jazz nesse fim de semana? Realmente preciso purificar meu ouvido com música decente.

- Ah, nesse fim de semana não vai dar. Já marquei de sair com alguns amigos.

Jongin arqueou uma sobrancelha.

- Sério? Baekhyun te chamou para algum lugar?

- Não, são amigos novos, você não conhece.

- Zhang Yixing fez novos amigos sem nossa ajuda? Isso é novidade. – Me obriguei a rir. – Tudo bem, fica para outro dia então. Mas ao menos me recomende umas bandas novas, meus ouvidos realmente estão necessitad...

Meu celular começou a tocar sobre a mesa e o olhar dele caiu sobre a tela. Fiz menção de pegá-lo, mas Jongin foi mais rápido do que eu.

- Kyungsoo? Quem é Kyungsoo? – Ele olhou para o nome na tela e me encarou cheio de curiosidade.

Tomei o celular de sua mão e atendi sem responder o questionamento de Jongin.

- Olá Kyungsoo! Como vai?

Jongin se debruçou sobre a mesa e aproximou a orelha do meu telefone, tentando ouvir a conversa.

- Bom dia Yixing! Você sabe, apenas trabalhando feito um burro de carga. E você?

- Vou bem. – Respondi enquanto colocava a mão sobre o rosto do meu amigo e inutilmente tentava afastá-lo.

- Ótimo. Olhe, Chanyeol pediu para ligar e checar se você ainda está confirmado no aniversário dele.

- Sim, sim, pode contar comigo.

- Certo então, vejo você amanhã ás cinco da manhã, na porta do bar, okay? Não esqueça de levar sua bicicleta.

- Claro, até amanhã ás cinco, então.

Ele se despediu e desligou. Voltei a encarar Jongin e a expressão de curiosidade dele apenas se agravara.

- Não vou mentir, estou morrendo de curiosidade por seus novos amigos. Bicicleta? Cinco da manhã? Eles são alguns maníacos por esportes ou...

Me levantei da mesa e baguncei seus cabelos castanhos.

- Não estaria sendo você mesmo se não estivesse curioso, mas agora me deixe ir trabalhar.

- Me apresente a esse... como é mesmo o nome? Kyungsoo? Gostei da voz.

- Oh não, esse aqui não é para o seu bico. – Apontei para o celular e ele fez uma cara de quem estava extremamente ofendido.

- Por que não??

Franzi o cenho enquanto pensava na personalidade de Kyungsoo. Reservado, inteligente, crítico, não achava que o jeito aberto e atrapalhado de Jongin combinasse. Meu amigo, por melhor pessoa que fosse, era um verdadeiro fiasco quando se tratava de vida amorosa, com a mesma facilidade que ele se envolvia, Jongin rapidamente desapegava. Não era o tipo que eu recomendaria para um amigo novo. Na verdade, nem sequer sabia se Kyungsoo era atraído por homens, ele era uma espécie de incógnita. Dei de ombros.

- Não sei explicar, só acho que não. Ele é uma pessoa complicada.

Fui girando o corpo para ir embora, mas Jongin agarrou meu pulso.

- Sabe que fico ainda mais curioso com essa sua afirmação, não sabe?

- Não insista Jongin, você só está sendo psicopata.

Ele me largou e fez um bico dramático, logo em seguida relaxou sobre a cadeira, pegando seu café e me encarando com seu olhar lupino. De repente eu soube que não teria mais sossego enquanto ele estivesse obcecado com aquela ideia.

 

--

 

O sol ainda não tinha nascido, estava escuro e frio. Terminara de tomar meu café e colocava alguns mantimentos na mochila, me preparava para sair em poucos minutos quando Jongdae surgiu na sala.

- Yixing? Que horas são? – Ele olhou no relógio da parede. – Quatro e meia! Aconteceu alguma coisa?

- Não, estou indo para uma festa de aniversário.

- Hã? – Ele fez uma careta. – Que tipo de maluco comemora aniversário a essa hora da manhã?

- Um tipo muito peculiar de maluco. – Disse rindo. Abracei Jongdae e beijei seu rosto. – Agora preciso ir, volte a dormir, por favor.

Acenei e sai, deixando um Jongdae confuso e sonolento no meio da sala.

 

--

 

Não achei que fosse humanamente possível ser elétrico, falante e empolgado às cinco da manhã, mas fui surpreendido ao constatar que sim, era possível. E não apenas para sempre-ligado-no-220 Park Chanyeol, mas até Kyungsoo e Junmyeon não paravam de falar e rir.

- Deus do céu, o que há com vocês? – Comentei assim que parei a bicicleta diante da calçada do bar, em que os três já me esperavam. – Como conseguem ter toda essa animação a essa hora da manhã?

- Yixing! – Chanyeol se levantou e eu o abracei, lhe parabenizando pelo ano de vida completado.

Junmyeon e Kyungsoo também se colocaram de pé, cada um se encaminhando para suas respectivas bicicletas.

- Nós já estamos acostumados a viver com as horas trocadas. – Kyungsoo respondeu minha pergunta e pedalou até parar ao lado de Chanyeol.

- Então, o quão longe é esse restaurante? – Perguntei.

Kyungsoo e Chanyeon suprimiram uma risada e Junmyeon parou sua bicicleta ao meu lado.

- Longe do tipo que só vamos chegar lá na hora do almoço. – Ele abriu um sorriso torto e automaticamente o retribuí. – Seria metade de um dia atravessando Seoul de bicicleta ao lado daquele trio de bobões. Chegaríamos exaustos, com toda a certeza, mas estar ali era melhor do que amargurar sozinho em casa. – Mas não se preocupe, faremos algumas paradas para descansar.

Começamos a pedalar em duplas, já que a rua estava vazia o suficiente para seguirmos lado a lado. Fui conversando com Junmyeon pelo caminho, observando discretamente o bem que o vento fazia a seus cabelos negros e o modo como ele lambia os lábios antes de pronunciar as palavras. Olhar para Junmyeon era como dar uma pequena trégua ao meu cérebro, que insistia em repetir a imagem de Luhan incontáveis vezes.

Em uma das minhas breves olhadas, o flagrei me olhando de volta e algo pareceu se remexer dentro de mim. Um pequeno sorriso habitava seu rosto, que começava a ser iluminado pelo sol nascente. Lindo.

Uma moeda pelos seus pensamentos.

Olhei para frente e vi Seoul tingida com tons de rosa e laranja. Começávamos a atravessar a ponte Banpo e a visão que tive era acolhedora, calorosa e trazia paz.

Chanyeol fez sinal para que parássemos e todos descemos de nossas bicicletas para tirar os casacos de frio, já que àquela altura o clima estava mais ameno e nós suávamos com as roupas grossas. 

- Vamos tirar uma foto. – Kyungsoo pediu para que nos reuníssemos.

Puxei Myeon para um abraço e ri ao ver que seu rosto ganhara tons interessantes de vermelho. Ele envolveu minha cintura e saímos assim na foto, colados um ao outro.

Depois de mais algumas paradas para lanchar e tirar fotos, chegamos ao restaurante. Esperava um lugar extraordinário para compensar a jornada de meio dia de bicicleta, mas, ao menos por fora, parecia apenas um restaurante comum. Estávamos encharcados de suor e exaustos, porém a animação não tinha se esvaído de nenhum deles, acho até que a alegria dos três me contagiara.

Me vi sorrindo de bobagens como a calça presa de Chanyeol na corrente da bicicleta e das caretas sem sentido de Myeon. Me senti grato por aquele dia e pela companhia daquelas pessoas.

- MEU BEBÊ! – Uma mulher pequena correu ao encontro de Chanyeol assim que colocamos o pé dentro do estabelecimento. – Feliz aniversário, meu amor!

Os dois se abraçaram por um longo instante e quando ela se virou, agarrou o segundo da fila.

- JUNMYEON! Querido, que saudades! – Ela esmagou Junmyeon em um abraço apertado – Ah, eu soube do que houve com Yifan, sinto muito meu bem, depois de tantos anos juntos... deve ter sido doloroso.

Junmyeon sorriu constrangido.

- Tudo bem.

- Mãe, por favor, se controle. – Chanyeol reclamou envergonhado.

- Não se preocupe querido, vamos encontrar alguém melhor para você. Na verdade já tenho até algumas pessoas em mente, você se lembra...

- MÃE!

- Ah, okay, okay, deixaremos esse assunto para outro dia. – Finalmente o olhar dela caiu sobre mim e fez uma breve e discreta análise. – Chanyeol, quantas vezes tenho que pedir para me apresentar aos seus amigos quando os trouxer aqui? – Ela me abraçou em seguida e se apresentou.

- Eu apresentaria se você desse tempo... – O ouvi resmungar baixinho.

Depois de ser devidamente apresentado à mãe do aniversariante fomos guiados por ela até a mesa que ela havia separado especialmente para o aniversário do filho. A despesa ficaria por conta da casa, já que era um dia especial.

Nossa prioridade foi comer. Não demorou muito e logo estávamos devorando tudo pela frente, sem mal conversar. Só quando nós quatro respiramos fundo, com os pratos completamente limpos e as barrigas estufadas, é que voltamos a agir como seres humanos e não como uma matilha de cães famintos.

- Okay, chegou a hora mais esperada de todas. – Chanyeol disse e imediatamente Kyungsoo ergueu a mão para falar.

- Eu voto que nesse ano, já que temos um novo convidado – apontou educadamente para mim – que nós cantemos músicas decentes.

- Mas nós sempre cantamos músicas decentes.

- Isso não é verdade, ano passado me fez cantar I Got a Boy no meio de todo mundo, foi no mínimo embaraçoso.

- Ah, mas aí é que está a graça, por isso seu voto foi negado. Vamos tirar as duplas no pedra, papel e tesoura.

- Já vou avisando que se eu sair na sua dupla eu me recuso a participar. – Kyungsoo protestou, mas obteve como resposta apenas um dar de ombros.

- É o que vamos ver.

Começamos a jogar pedra papel e tesoura e o primeiro a sair foi Kyungsoo, ele ficou de lado cruzando os dedos torcendo para não sair com Chanyeol, mas aparentemente a vingança dos céus com ele era maior. Olhei para Junmyeon ao ver que faria dupla com ele, de alguma forma aquilo havia me deixado aliviado. Feliz, talvez?

- É isso, caros amigos, aqui eu me despeço. Me recuso a formar dupla com esse maníaco.

- Não faça isso Kyungsoo, o ponto de estarmos aqui é que aproveitemos para nos divertir. – Junnmyeon interveio. – Eu tenho algo a propor que acho que vai agradar a todos. Vamos competir com duas canções, uma normal, de nossa escolha, e uma de zoeira. O que acham? A dupla com maior somatório de pontuações ganha e a perdedora paga uma prenda, como sempre.

- Por mim tudo bem. – Comentei e pus a mão no ombro de Kyungsoo. – O que acha?

A princípio ele resistiu, mas logo percebi que ele gostava de cantar e não gostaria de perder a oportunidade de cantar uma música de sua preferência. Acabou cedendo.

- Certo então, o que acha de sermos os primeiros, Yixing? – Junmyeon me encarou com um sorriso que era ao mesmo tempo doce e malicioso. Queria tanto saber o que se passava na mente dele.

Sorri nervoso, apesar de ser produtor musical, sequer me lembrava a última vez que cantara fora do chuveiro.

- Ah, vocês estão condenados! – Chanyeol provocou com uma empolgação fora do normal. – A dupla ChanSoo vai esmagar vocês.

- Isso é o que vamos ver. – Junmyeon ficou de pé e me estendeu a mão. Seu toque era morno e acolhedor, mas ao mesmo tempo parecia acender uma fogueira dentro de mim.

Pegamos a lista com as canções e começamos a ver as opções. Minhas mãos suavam e minha boca estava seca, só não sabia bem se era de vergonha, por ter que cantar em público, ou pela proximidade de Junmyeon. Eu segurava a lista enquanto ele se apoiava em meu ombro para ler comigo.

- Quer começar pela música de zoeira ou pela normal?

- Acho que quero a zoada, estou meio nervoso de cantar em público, - Junmyeon riu de mim e ele estava perto o suficiente para o som daquela risada entrar puro e forte em meus ouvidos.

- Tudo bem, o que acha de começarmos com I don’t need a man, do Miss A? Conhece?

Sorri ao lembrar da música. Se encaixava bem com nosso estado atual.

- Sim, pode ser essa. Meio que combina, não é? – Disse rindo – E a música normal, qual vai ser?

- Pode escolher a que quiser.

- Tudo bem. Me diga como é sua voz e escolho uma que se encaixe. – Perguntei e o vi o pousar o indicador sobre os lábios pensativo.

- Eu não sei dizer, mas acho que é suave.

- Suave? Precisa dizer se aguda ou grave.

- Hummmmm... suave. – Sorri dele e de repente fiquei com medo que perdêssemos a competição. – Talvez meio aguda? Eu não sei descrever minha voz.

- Tá, essa descrição já serve. Me dê um minuto. – Voltei a procurar canções na lista, mas tive minha atenção desviada ao ver que ele tinha o dedo sobre os lábios novamente, pensando. – O que foi?

- Você não disse como era sua voz.

- Eu não preciso, eu sei como é minha voz.

- Mas eu não.

Meu olhar encontrou o dele, aquela leve malícia estava lá novamente, ou seria impressão minha? Junmyeon estava flertando comigo? Por favor não esteja flertando comigo, não confunda meu pobre cérebro.

- Você vai saber quando eu começar a cantar.

Entre as mais populares e que melhor encaixavam com nosso tipo de voz, acabei escolhendo Everlong, do Foo Fighters, que apesar de ser cantada por um vocalista de voz grave, tinha notas alcançáveis.

Assim que os primeiros acordes de “I Don’t Need a Man” começaram a tocar pude concluir que Kim Junmyeon era na verdade um grande retardado.

- This is for all the independent ladies! – Ele começou fazendo um passinho afetado e eu caí no riso.

Junmyeon encarnou completamente a bicha interior que o habitava e começou a cantar e a gesticular conforme a música. Pode ser muito idiota, mas aquilo fez com que eu me sentisse mais à vontade e o acompanhasse na música com confiança, arriscando até alguns passos da coreografia.

-  I don’t need a man I don’t need a man! – Me senti tão bobo cantando aquela música, mas completamente bem.

Encaixava perfeitamente com o que Junmyeon e eu estávamos enfrentando, era uma música motivadora para aquela fase de superação.

A canção acabou e nossa pontuação foi um tanto ruim, não por que cantássemos mal, descobri que a voz “suave” de Junmyeon era bastante afinada, mas porque nós dois rimos metade da música.

- Aish! Será que vamos perder? – Junmyeon olhou preocupado para a mesa dos meninos, que anotavam nossa pontuação com sangue nos olhos.

- Não se preocupe, vamos nos sair melhor na próxima.

A introdução de Everlong começou a tocar e ele se virou para mim. Era incrível como a expressão dele variava com facilidade, se em menos de três minutos ele estava pulando feito um idiota, ele agora estava diante de mim com o olhar sério, porém encantador.

Junmyeon apontou para que eu começasse e novamente senti minhas mãos suarem e a boca secar. Mas que droga! Umedeci os lábios e trouxe o microfone à boca, sem tirar os olhos dos dele nem por um instante. Que merda eu estava fazendo?

- Hello. – Pronunciei aquela primeira palavra e um sorriso cresceu em meu rosto – I've waited here for you… everlong. – Meu coração começou a bater tão forte que temi que ele fugisse do meu peito.

Junmyeon deu mais um passo em minha direção e de repente estávamos cantando um para o outro, sem sequer desviar os olhos para a tela com a letra da canção.

- Breathe out, so I can breathe you in, hold you in. – Aquela voz macia e calmante dele começou o segundo verso. O toque delicado de sua mão quente sobre a minha me tirou completamente da razão, em um mínimo instante o mundo inteiro perdeu a lógica. Perdeu a importância. Eu estava preso naquele toque, naqueles olhos negros que transbordavam ternura e naqueles lábios pequenos e rosados, que sorriam tão docemente enquanto pronunciava os versos daquela canção. Eu queria beijá-lo.

Kim Junmyeon o que está fazendo comigo? Não é isso que eu quero! Eu não quero me apaixonar. Não, não, não, não. Não por você. Nem por ninguém. Por favor, pare!

Minha mente estava gritando comigo, mas corpo não obedecia. Não conseguia rejeitar aquele homem que exercia aquela atração deliciosa sobre mim. Por quê?

- If everything could ever feel this real forever. – O refrão chegou e nossas vozes se misturaram e a distância entre nossos rostos era apenas o comprimento dos microfones. Eu podia me ver em seus olhos e por um segundo a perspectiva de um novo amor me deu esperanças de dias de felicidade. – If anything could ever be this good again. The only thing I'll ever ask of you, you've gotta promise not to stop when I say when…

Quando a música acabou, nós dois ficamos parados, estáticos, um de frente para o outro, respirando ofegantes como se tivéssemos acabado de correr uma maratona. Havia aquela atmosfera estranha e dessa vez percebi que Junmyeon também a sentia, não era apenas eu. Desviei o olhar para nossa pontuação na tela, havíamos atingido os 100%.

- Isso... isso foi bom. – Comecei a falar hesitante, sentindo a língua embolar na boca. – Nós formamos um bom time.

Junmyeon encarava o vazio.

- Sim, formamos. Vamos, hããã, voltar para mesa, sim?

Confirmei com a cabeça e nós dois caminhamos de volta à nossa mesa, mas o clima de repente ficara tenso, ele caminhava à distância e eu certamente não o culpava.

- Não acredito que conseguiram 100%! Quando canto com Junmyeon eu sempre perco, ele é tão palhaço! – Chanyeol reclamou. – Como fez isso?

Não quis olhar pra Junmyeon, tive medo que algo denunciasse a conexão que existira durante aquela música. Em resposta à Chanyeol apenas abri um sorriso nervoso e dei de ombros.

Torci para que eles fizessem alguma piada que quebrasse o gelo entre mim e Junmyeon, mas o invés disso o aniversariante apenas entregou o papel com a pontuação para Myeon e arrastou Kyungsoo para cantar Gee, do Girl’s Generation, com ele.

Fiquei encolhido em meu lugar, remoendo a onda de sensações que me atravessara durante o dueto, enquanto Junmyeon entornava um copo de refrigerante atrás do outro, provavelmente tentando manter a boca ocupada.

Boca.

Olhei discretamente para seus lábios e não pude controlar a fantasia que brotou em minha mente. Por que ele tinha que ser tão delicado e atraente? Tudo em suas feições me agradava e isso era a pior coisa que podia ter acontecido.

Virei o rosto de volta para os meninos no karaokê, mas minha visão foi subitamente bloqueada pelo quarteto que surgiu na minha frente.

- Oh não. – Exclamei.

Jongdae, Minseok, Baekhyun e Jongin estavam lá, parados em frente nossa mesa. Todos pareciam extremamente envergonhados, até Jongdae, que foi o primeiro a se explicar.

- Oi.

- Oi. – Respondi sem saber medir o alívio que fora aquela aparição inesperada, já que a surpresa me tirara dos meus pensamentos inoportunos. – Como me acharam aqui?

- Eu o segui. – Jongdae admitiu corando. – Me desculpe por isso Yixing, mas estava com medo de que seus novos amigos fossem psicopatas que fossem roubar seus órgãos. Quando saiu falou de um jeito que... que... Ah, eu fiz besteira, não fiz? Fiquei com tanta vergonha de entrar depois de ter seguido vocês que precisei chamar os outros para não passar vergonha sozinho.

Ri de todo o seu embaraço e tratei de tranquilizá-lo.

- Não se preocupe, acabou que eles são apenas maníacos por karaokê. – Apontei para Chanyeol e Kyungsoo dançando descoordenadamente junto à máquina. Logo que fiz isso, todos eles se viraram para trás e em seguida olharam cheios de curiosidade para Junmeyon.

- Você é o Kyungsoo? – Jongin perguntou.

Ele riu enquanto anotava a pontuação final dos amigos no papel.

- Não, sou Kim Junmyeon. – Estendeu a mão e sorriu com uma simpatia que derreteria até o iceberg do Titanic. – E você?

- Kim Jongin. – Os dois apertaram as mãos e logo tratei de apresentar os demais a ele. Todos foram extremamente educados e pediram desculpas inúmeras vezes pela indiscrição.

- Vocês estão com fome? – Perguntou. Todos negaram com a cabeça, exceto Jongdae, que abaixou o olhar. Ele provavelmente não comera nada enquanto nos seguia. Ah, que grande bobão. – De toda forma vou pedir à mama Park para trazer algo para vocês, sentem-se. Chanyeol vai gostar de conhecê-los.

- Chanyeol? Não, eu quero saber quem é Kyungsoo! – Jongin era uma pedra no sapato, Santo Deus.

Um único acorde de violão ressoou pelo restaurante.

- Close your eyes and I'll kiss you, tomooooorrow I'll miss you. Remember I'll always be true. – Uma voz doce como mel ecoou potente por todo o restaurante, fazendo não apenas com que meus amigos se virassem imediatamente para identificar o dono daquela voz, mas também todos no restaurante.

- É ele. – Junmyeon apontou preguiçosamente com a caneta para Kyungsoo e eu presenciei, pela primeira vez na vida, Jongin em completo e puro estado de choque, sem sequer piscar.

- Myeon, acho que vamos perder. – Confessei com uma ponta de preocupação.

- Nós vamos, não é mesmo? O maldito é talentoso. – Riu calorosamente e vi Jongdae olhar para mim com uma sobrancelha erguida, porém fiz questão de ignorá-lo.

- O quão horrível costuma ser o desafio do perdedor?

Ele deu de ombros.

- Da última vez que perdi me fizeram voltar para casa descalço. Nem foi tão longo, já que voltamos de metrô, mas foi uma experiência nojenta e dolorosa.

Coloquei a mão no rosto preocupado. Se perdermos, que tipo de desafio teríamos que fazer? Pela cara da Junmyeon não seria nada tão grave, seria?

 

--

 

- Vocês perderaaaaam! – Chanyeol comemorou sua vitória gritando para todo o restaurante ouvir. Ao invés de sentir pena, todos os meus amigos estavam se acabando de rir da minha cara.

- Mas o que é isso? Estão todos contra mim agora? – Resmunguei enquanto pegava o papel para conferir o cálculo da pontuação. Apesar de não terem alcançado 100% em nenhuma das apresentações, o somatório dos dois era melhor que nosso por causa da nossa baixa nota na primeira canção.

Suspirei me dando por vencido.

- Certo, Channie, qual será nosso desafio?

Chanyeol estreitou os olhos enquanto pensava, encarando nós dois com cuidado. Ele se inclinou preguiçosamente em sua cadeira e questionou algo no ouvido de Jongdae, que fez uma leve expressão de alarme, mas em seguida sorriu.

- Acho que não vai fazer mal. – Dae deu de ombros e sorriu para mim.

Chanyeol então abriu o sorriso mais demoníaco que já vi alguém abrir e temi por minha vida.

- Certo então, meu desafio para vocês dois é o seguinte: se beijem.


Notas Finais


Ai eu sei que devia estar atualizando CPS ao invés dessa fanfic, mas vou precisar reescrever muitas coisas da CPS porque o último capítulo não estava ficando como eu queria, então peço desculpas aos meus leitores pela demora T^T
E aí, será que vai ter beijinho?


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