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História I hate, my love - Namorada?


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 5 - Namorada?


POV CAMILA

Sai da casa de Lauren morrendo de vergonha, não sabia aonde enfiar minha cara. Entrei no carro com o Morfeu e sinceramente eu esperava muito que ela viesse atrás de mim e me consolasse da vergonha que passei, mas nem sequer apareceu na porta, simplesmente não veio. Arranquei com o carro sem olhar para trás. Se antes estava mal por tudo que aconteceu, agora estava pior ainda, porque além de tudo, estava muito constrangida, mas apesar disso, não conseguia expressar nenhum sentido, minha cabeça girava, precisava chorar e não conseguia. “Camila você é idiota? Como foi transar com uma garota?” pensamentos assim vinham a toda hora. Nunca fiquei com garota nenhuma, meus namorados sempre foram garotos, bom, mas não era hora de ficar questionando isso, aconteceu, rolou, foi bom, ela me fez bem e ponto final. Só ficava me perguntando se Lauren era lésbica ou fui a primeira garota que ela ficou? Se for lésbica, ela esconde das amigas? Porque a reação delas não foi das melhores. E porque ela não veio atrás de mim? Será que fui horrível na nossa transa? Será que ela se decepcionou?

Cheguei em casa e nem sei como conseguir estacionar o carro sem bater, eu tremia muito e não sabia o porque. Entrei no elevador e então a ficha foi caindo. Senti saudades da dona Dorte, lembrei-me da briga com Sofia, que apesar de estarmos bem agora, nunca havíamos brigado, também tinha a carta do meu pai, meu término com Shawn e a transa com Lauren. Ao estar no andar de meu apartamento, olhei para a porta daquela simpática senhora que tanto me conquistou e senti um calafrio, ao lembrar que estava hospitalizada e correndo risco de morte. Respirei fundo e entrei em casa. Sofia me esperava com um café quente.

- Kaki, eu sinto muito pelo que está acontecendo com nossa vizinha. Sei o quanto você se apegou nela. Ontem pensei várias vezes em te ligar, mas como me mandou aquela mensagem, resolvi lhe dar um tempo para esfriar a cabeça. Quero que saiba que sempre estarei aqui para ti. Desculpa-me por ter sido grossa contigo ontem.

Sofia veio em minha direção e me abraçou me apertado. Não sei se foi devido a circunstância, mas aquele abraço foi o melhor que recebi na minha vida. Eu podia naquele momento desmoronar que sabia que ela estaria ali me segurando. Chorei não sei por quanto tempo nos braços de Sofia.

Resolvi tomar um banho demorado para me recompor, fiquei um bom tempo sentindo aquela agua quente cair sobre meu corpo. Assim que entrei em meu quarto, Sofia estava sentada em minha cama e insistiu para que eu me abrisse com ela, desabafasse, pois iria me fazer bem. Pediu para que eu contasse com quem tinha passado a noite, disse que era com uma amiga, mas ela falou que não acreditava nessa história, visto que nem amizades eu tinha, além de Dona Dorte. Afirmou que eu passei com Shawn, não concordei e nem discordei, era melhor que pensasse isso do que eu falasse que tinha transado com uma garota e ela não quisesse mais olhar na minha cara. Não sabia qual seria a reação dela e por isso não toquei no assunto.

Sofia me deu um beijo na testa e saiu do quarto. Peguei meu celular na esperança de que Lauren pudesse ao menos ter mandado uma mensagem, nem que fosse me dispensando, dizendo que não queria mais me ver, mas não tinha mensagem, não tinha ligação, não tinha nada. Ela simplesmente sumiu depois da noite que tivemos e da vergonha que passei. Nem sei por que estava me preocupando, afinal foi apenas uma experiência e não irá passar disso. Eu estava frágil, vulnerável e deixei me levar pelo momento. Deitei em minha cama e adormeci.

Sofia entrou em meu quarto animada, o motivo não sabia porque, ela havia passado o dia fora.

- Bom dia maninha como está?

- Sofi, eu estou péssima!

- O que houve Kaki? Posso ajudar?

- Me ligaram hoje cedo e eu não passei na seleção, mas não entendo como, fui super bem nas duas primeiras. Estava confiante que iria passar.

Sofia sentou-se ao meu lado e começou a acariciar meu rosto.

- Não fica assim Kaki, parece clichê dizer isso, mas quem sabe ainda não era a hora, quando é para acontecer, simplesmente acontece se não deu certo agora, uma hora vai dar, o importante é jamais desistir e nem perder as esperanças. Para te animar um pouquinho, hoje vamos jantar fora, faz tempo que não saímos mais para fazer programinhas assim de irmãs. Agora levanta daí, vai tomar um banho e se arrumar que eu irei fazer a mesma coisa. – Sofia falava tão animada, que não tinha como não se alegrar, seu entusiasmo era contagiante.

Tomei banho e me vesti a caráter do frio que estava fazendo naquela noite. Coloquei uma calça jeans preta colada, uma bota marrom de cano alto até os joelhos, uma blusinha de lã, um sobretudo também preto e um cachecol vermelho. Fui para a sala e Sofia já me aguardava sentada no sofá.

- Puxa demorou em maninha. Somos mulheres, mas no quesito demora, você sempre ganha, porém valeu a pena, está um arraso!

- Você também não fica para trás, está muito linda! Essa é minha irmã! – falei sorrindo.

- E então, qual vai ser a boa da noite? Você escolhe o que iremos comer, pode escolher qualquer coisa que eu aceito.

- Hoje estava pensando em comermos algo mais leve. Que tal somente um café? Podemos ir naquela cafeteria que tem no centro, a Café House. – no fundo eu nem estava com fome, apenas queria ver pessoalmente se Lauren estava me evitando, se fui apenas mais uma para ela, se não passei de prazer. Queria ver a reação dela ao ver de novo frente à frente.

- Será que está aberta essa hora da noite?

- Pelo que soube funciona até às 23h.

- Ok, eu topo! Estava pensando em um restaurante, mas já que pensa ir ao café, eu como um lanche sem nenhum problema. Tudo para te ver bem!

Descemos para a garagem, peguei o carro e liguei o ar condicionado, naquela noite realmente fazia muito frio. Sofia sentou-me ao meu lado, olhou séria para mim e disse:

- Camila não fica arrasada assim, eles perderam um grande talento, não souberam te valorizar, mas você sabe do seu potencial, do que é capaz e não vale a pena se deixar levar por isso. – Sofia era muito boa em elevar minha autoestima, fazia isso como ninguém.

- Não ficarei triste não Sofi, mas como estou cansada de ficar só em casa, irei procurar algum emprego, assim consigo me distrair durante o dia e conhecer novas pessoas, fazer novas amizades. Quanto ao Ballet, quando surgir outra oportunidade tentarei de novo, como você mesma me disse “desistir jamais”.

Sofia sorria, mas de repente olhou séria para mim:

- Sobre aquela carta, pensa realmente em ir vê-lo?

- Não era você quem pediu para não tocar nesse assunto? Não foi você quem disse que não queria saber uma só palavra do que ele dizia? Mas respondendo sua pergunta Sofia, eu não penso e nem quero por enquanto, ir vê-lo, tenho problemas demais para resolver em minha vida e que no momento são prioridades. Não se preocupa não vou atrás de nosso pai.

- Seu pai, meu não é mais desde o dia em que nos abandonou sozinhas, sem nenhum amparo, carinho ou indicio de amor. Pra mim ele morreu no exato momento em que deixou nossa casa para ir morar com outra mulher que não nos aceitava.

- Não tiro sua razão Sofia e nem critico sua forma de pensar, você era muito apegada nele e ele não teve nenhuma consideração ao nos deixar, mas vamos mudar de assunto e deixar isso sem importância pra la. – a cada rua que passávamos e ficávamos mais perto da cafeteria, meu coração batia mais forte e minhas mãos suavam, eu nem sequer entendia o porquê daquilo tudo estar acontecendo comigo, eu estava estranha, parecia que não conhecia mais meu corpo e nem minhas sensações.

Chegamos em frente à cafeteria, estacionei o carro e descemos. Ao entramos no local, primeira coisa que fiz fui procurar por Lauren, olhei no balcão e só sua tia estava ali, procurei aos redores para ver se estava atendendo algum cliente e para minha surpresa em uma mesa estavam sentadas Ally, Normani e Dinah, as gurias que dividiam a casa com Lauren. Pensei em dar meia volta e sair sem olhar para trás, porém Sofia iria estranhar minha atitude e me encher de perguntas, as quais eu não saberia responder, por isso tentei achar uma desculpa qualquer:

- Sofi, não acha que isso aqui está cheio demais? Não prefere ir para um local mais tranquilo?

- Kaki, você que sab...

- Camila, Sofia, que bom encontrar com vocês aqui. Venham se sentar conosco. – nossa prima apareceu não sei de que lugar, porque eu nem havia notado que ela estava ali também.

Sofia correu abraçar Lucy, enquanto que eu fiquei paralisada. Fomos para a mesa que ela estava e ela nos apresentou seu namorado e dois amigos gays Harry e Louis.

- Venham jantar conosco meninas! – disse o namorado de Lucy. – Hoje é aniversário do amigo de Lucy e estamos comemorando.

- Muito obrigada pelo convite de vocês, mas aqui está muito cheio, eu e Sofia estávamos pensando em ir para um lugar mais calmo.

- Estávamos? Que eu saiba você queria ir embora, eu apenas concordei para não te contrariar, mas não vejo problema algum em dividir a mesa com eles. – Sofia me olhava com uma cara de anjinho.

Tentei disfarçar meu desconforto, estava me sentindo mal com a presença daquelas garotas no mesmo local, elas poderiam me notar a qualquer hora e fazer algum tipo de escândalo, recordando aquela noite vergonhosa e por falar nessa noite, eu ainda não havia encontrado Lauren, será que estava de folga? Era muito azar mesmo. Nos sentamos à mesa e Sofia logo se enturmou com todos, eu por mais que me esforçasse, não conseguia manter atenção no assunto que estavam conversando, meu olhar sempre se direcionada ao local que estavam as três garotas.

- Kaki, o que vai querer comer? Eu faço o pedido. – Sofia me encarava.

- Pede só um café bem quente, não estou com fome. – disse desanimada, ainda não havia encontrado Lauren e pelo jeito nem encontraria.

Baixei a cabeça e quando ergui meu olhar, dei de cara com a tal de Ally me encarando com um olhar de fúria, eu não sabia que se não saísse daquela mesa, ela viria e armaria um barraco.

- Me dão licença, preciso ir ao banheiro! – disse já me levantando.

- Eu vou contigo!

- Não precisa Sofi, eu já volto!

Entrei no banheiro, lavei o rosto e fiquei me encarando no espelho, ficar mais vermelha do que eu já estava era impossível. Estava secando minhas mãos quando escutei a porta abrir e alguém me puxar com força pelo braço.

- Ai garota, você está louca? – para minha surpresa era Ally.

- Escuta aqui princesinha, se veio atrás de Lauren, perdeu a viagem. Espero nunca mais te ver novamente nem por aqui e nem perto da minha casa, esquece minha namorada, escutou? Agora volte para sua mesa, termine seu café e suma da minha frente, não suporto olhar para ti.

- Namorada? Como assim? – perguntei assustada e surpresa.

- Isso mesmo! Lauren é MINHA NAMORADA, estamos dando um tempo, mas nos amamos e logo estaremos bem de novo. Não se iluda querida, você foi apenas mais um passatempo pra ela, apenas mais uma que ela transou e esqueceu no outro dia, foi por isso que ela não correu atrás de ti naquele dia, tudo pra ela acabou no momento em que você cruzou aquela porta. Lauren é assim, transa e depois esquece, ela me AMA. Sai da minha frente sua riquinha.

Eu não entendia mais nada, Lauren namorava com a tal de Ally e mesmo assim ia pra cama com várias? Namorava e nunca me falou nada. Eu me sentia usada e ainda por cima agora era ameaçada dentro de um banheiro. O que a tal garota não sabia que eu não era do tipo que levava desaforo para casa.

- Olha como fala comigo garota estúpida. Em primeiro lugar não sou riquinha. Em segundo lugar, vim aqui para jantar com minha irmã e não para vir atrás de SUA NAMORADA, até porque não preciso me rebaixar a esse nível. E em terceiro lugar, você nunca mais me segure pelo braço desse jeito porque não me conhece e não sabe com quem está lidando, meu dia já foi um caos para um imbecil como você vir e estragar com tudo de uma vez. – encarava a garota bem de perto, sentia sua respiração de ódio.

Fui sair do banheiro, quando voltei e a fiz me encarar novamente.

- Só mais uma coisa, se quer Lauren, fique com ela.

Sai batendo a porta e a deixando la dentro. Agora tudo fazia sentido.



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