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História I hate, my love - Ravi!


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 56 - Ravi!


POV LAUREN

- Você o que Lauren? Repita tudo e devagar! O que foi que fez?- Confesso que essa fala de Camila me gelou a espinha de cima a baixo literalmente.

- Camz, desde pequena eu sonhava em um dia casar e ter dois filhos, mesmo quando me descobri homossexual, eu queria que esse meu sonho tornasse realidade. Minha primeira namorada fixa foi a Allyson, era estranho, mas não me via dividindo meus projetos de vida com ela e então eu desisti de tudo e isso ficou assim até quando nos conhecemos. Imaginava a gente se casando e com no mínimo dois filhos ...

- Lauren, você tomou o maior susto quando te falei da minha gravidez, ficou sem saber como agir e agora vem me falar isso?

- Camila não me interrompe por favor, preciso te falar tudo desde o inicio para que possa me entender.

- Ok, tudo bem!

- Depois de tudo que nós vivemos, tudo que passamos e superamos, depois do nosso casamento, eu me via com um dos sonhos realizados, agora faltavam apenas dois, os nossos filhos. Acontece que quando me contou sobre a gravidez, eu me desesperei, isso é verdade, mas porque não estava preparada ainda. Na minha cabeça seria tudo minimamente planejado e não como foi, porém, foi a coisa mais linda que você fez, por mais que tenha sido escondido de mim. Luna é um verdadeiro anjo, um serzinho tão iluminado. – respirei fundo e continuei. – Quando me contou que não poderia mais engravidar, eu me senti incompleta, queria mais um filho, pois sou filha única e sei o quanto isso é ruim, sempre me senti muito sozinha, não queria que Luna sentisse a mesma coisa. Descartei a possibilidade de uma mãe de aluguel, sabe é complicado, vai que depois ela desenvolvesse laço afetivo e não quisesse nos entregar a criança. Só restava duas opções, uma delas não poderia ser, afinal sempre fui muito medrosa, e não teria coragem de engravidar. A outra opção além de nos proporcionar outro filho, seria um ato de amor.

- Eai sem me consultar e sem me contar nada resolveu dar nossos nomes para adoção?

- Calma, deixa eu continuar! – respirei fundo de novo, Camila não estava com cara de quem aceitaria tudo numa boa. – na verdade eu dei o meu nome, se tudo ocorresse bem, depois quando entrássemos com o processo de adoção, o seu nome seria incluído. Procurei a Vara de Infância e Juventude e fui atrás de saber quais documentos eu deveria começar a juntar. Me encaixava no quesito da idade mínima para se habilitar, ou seja, maior de 18 anos, o estado civil era independente, mas o fato de ser casada ajudou muito. Eu poderia adotar qualquer criança, desde que fosse respeitada a diferença de 16 anos entre a criança e nós duas. Agora só bastava providenciar os documentos: identidade; CPF; certidão de casamento ou nascimento; comprovante de residência; comprovante de rendimentos ou declaração equivalente; atestado ou declaração médica de sanidade física e mental; certidões cível e criminal. Providenciei tudo e dei entrada no processo! precisei fazer uma petição que foi preparada por um advogado particular e foi dado início à inscrição para adoção no cartório da Vara de Infância mesmo. O processo logo foi aprovado, pois meu perfil encaixava-se em todos os requisitos e meu nome estava habilitado para constar nos cadastros local e nacional de pretendentes à adoção. Durante dois meses, eu dei um jeito de participar de um curso e avaliação, com o intuito de preparação psicossocial e jurídica para adoção, o qual é obrigatório.  Após isso, fui submetida à avaliação psicossocial com entrevistas. Todos esses procedimentos foram encaminhados ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância. A adoção por casais homoafetivos ainda não está estabelecida em lei, mas alguns juízes já deram decisões favoráveis e o advogado falou que tínhamos tudo para logo adotar e me pediu para descrever o perfil da criança desejada. Como assim? Eu não estava querendo comprar um objeto para ficar escolhendo, falei que a primeira criança que estivesse apta para ser adoção e meu coração escolhesse, nós adotaríamos, independente de idade, sexo, estado de saúde, etc.

- E então a criança surgiu?

- Não fala assim Camz. A criança não surgiu, ele nasceu e no mesmo dia que Luna. Lembra que eu atendi uma ligação e sai? Pois então, eu fui até o hospital para conhecer o bebê e foi amor à primeira vista. Ele é um menino tão lindo, sua mãe morreu na hora do parto. Eu não esperava que fosse tão rápido, afinal tem casais há anos na fila de adoção e eu não fiquei nem 6 meses. Não sei como e nem como o meu advogado fez para meu nome ir para o começo da lista de espera, afinal tudo é uma grande, enorme burocracia. Ele me explicou que por mais que eu não me importasse com a idade da criança, era melhor que adotássemos um bebê recém-nascido, afinal toda criança adotada precisa de muita atenção e cuidados e como estávamos com Luna também pequena, talvez não pudéssemos dar tanta atenção para a outra, mas sendo os dois da mesma idade, os cuidados e atenção seriam os mesmos. – Camila estava com os olhos lacrimejados. – Camz, se você dizer que sim ele será nosso filho e todos meus sonhos estarão realizados, mas se disser que não, ele irá para outra família. Também podemos adiar o processo para quando Luna estiver grande ou desistir e sermos somente nós três. Qualquer decisão que tomar, eu te entenderei e independente de tudo, seremos muito, mas muito feliz.

- Preciso de um tempo para pensar Lauren, sei lá, outro filho, justo agora que estamos com Luna recém-nascida, adotar outro que também é bebê, não sei se seriamos capazes. E se não conseguirmos amá-lo como amamos a nossa pequena? E se ele se revoltar quando crescer pelo fato de ser adotado?

- Camila, não posso crer que está tendo esses pensamentos antigos. Primeiro, quem cuida de um bebê, é capaz de cuidar de dois, claro que será cuidado dobrado, mas não é impossível. Segundo, como não amaríamos os dois da mesma maneira? Seriam nossos filhos e amor de pais não faz distinção e por último, como que ele não iria nos amar, se iriamos fazer de tudo pelos dois? Camz, você mesma disse que se a inseminação não desse certo, teria optado pela adoção.

- Eu já disse que preciso pensar. Me deixa sozinha com Luna, Lauren! – Camila levantou do sofá e foi para o quarto de Luna.

Fiquei um bom tempo sentada no sofá e nada de Camila voltar. Levantei-me também, peguei minha bolsa, a chave do carro e fui para o hospital, era noite e havia terminado o horário de visitas, mas como o bebê não tem família e nem ninguém por ele, eu podia entrar fora do horário permitido.

Entrei no berçário. Ele era tão pequeno ainda, e por ainda estar em observação eu não podia pegá-lo no colo, mas através de uma abertura na incubadora, eu podia pegar em sua pequenina mãozinha. Fiquei um bom tempo observando-o dormir.

- Eiii meu menino, não sabe como minha vontade era de te levar para minha casa, te dar outra mamãe além de mim, uma irmãzinha e uma casa aconchegante, não te deixar faltar nada. Queria tanto poder cuidar de ti também mesmo que fosse sozinha, se Camila apenas te aceitasse em casa, já estava bom, aos poucos ela se renderia e passaria lhe amar, mas tudo agora vai depender dela e ela é tão birrenta, tão teimosa, tenho medo da decisão dela. Já me apeguei tanto em você. Sentirei tanto sua falta se não pudermos ficar juntos.

Senti alguém se aproximar, mas não quis desviar minha atenção dele, estava tão bom ficar ali, por mais que quisesse Camila e Luna ao nosso lado. De repente alguém colocou uma mão no meu ombro:

- Em primeiro lugar, eu não seria louca de deixar você cuidando sozinha de duas crianças. Em segundo lugar, ele vai ter outra mamãe além de ti, uma irmãzinha e uma casa aconchegante, não vai lhe faltar nada. Em terceiro lugar para de me difamar para nosso filho, não sou birrenta e nem teimosa e por último, você tem uma nova missão, ajudar a preparar o outro quarto para receber nosso filho. – eu não podia crer no que havia escutado. Levantei-me e fiquei de frente para Camila com Luna no colo.

- Camz, você está falando sério? Sério mesmo? – meu rosto já estava coberto por lágrimas.

- Jamais brincaria com isso meu amor. – Camila me puxou para um abraço forte e ficamos vidradas trocando olhares entre Luna e o menino.

- Camz, eu ainda não pensei em um nome pra ele!

- Lembra que se Luna fosse um menino, você escolheria o nome? Pois então, a escolha está em suas mãos. Pensei em mil nomes, até que:

- Ravi. Nome forte, curto, e doce, assim como Luna, também tem um grande significado. É de origem indiana e hinduísta. Significa "sol" em sânscrito. Assim como você Camz, meu sol! 



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