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História I knew I loved you before I met you - Dez.


Escrita por: Miss_Byun

Notas do Autor


Vamos ver se algo aconteceu com o Chanyeol mesmo? </3

Capítulo 10 - Dez.


Baekhyun ficou parado e só esboçou reação quando a música de mensagem parava de tocar. A espinha arrepiou como se o menor tivesse mergulhado em águas gélidas e ele só pensou que aquilo tudo não era coincidência, algo havia acontecido. Ele sentia isso.

 

Pegou o aparelho e viu uma mensagem de Luhan “não adianta fugir! A gente ainda vai te tirar dessa depressão e te arrastar pra sair com a gente!”. Decidiu apenas ignorar o SMS assim como aquele sentimento. Não atender ao celular não significava que algo ruim tinha acontecido, as pessoas que tinham mania de sempre pensar no pior.

 

Resolveu tomar um banho quente e voltar a se enrolar nas cobertas. Assim que saiu do banheiro ele percebeu que Kai e Kyungsoo haviam voltado e foi até a sala fazer um social breve, afinal ele vivia na casa deles.

 

“Você perdeu um filmão!” – Kai bagunçava os cabelos do menor que apenas revirou os olhos.

 

“Na próxima eu vou.”

 

“Você sempre fala isso Baekhyun...” – Kyungsoo fitava o menor com um olhar revestido de pena e preocupação.

 

“Ah...” – Baekhyun achou melhor não fazer sala dessa vez. Realmente não estava com cabeça para isso. –“Eu vou dormir um pouco, daqui a pouco eu volto...”

 

“De novo Baekhyun? Você agora você só faz dormir!” – Kai falava preocupado, fazendo Baekhyun se sentir um pouco mal com sua depressão.

 

“Estou com dor de cabeça. Nada demais... Com licença.” – Saiu rumo ao quarto. Já no cômodo e enrolado à coberta, ouviu novamente a música de mensagem tocar, mas dessa vez se levantou e pegou logo o celular, não deixando aquela música tocar por completo, ou começaria a chorar. – “Luhan! Não vai me deixar em paz?” – falou pra si quando viu que era mais um SMS do chinês, mas dessa vez ele dizia para Baekhyun ligar, pois era algo sério. Novamente sentiu um aperto no coração e um nó na garganta. Será que era algo com Chanyeol? Tomou coragem e discou o número do amigo chinês, que atendeu rapidamente.

 

“Baek! Arrume-se e arrume uma mala, estarei passando aí no mais tardar daqui uma hora...”

 

“Luhan...” – o amigo bufou ao ver que havia sido enganado para não fugir mais do chinês. – “Não estou com vontade de sair, fora que estou com dor de cabeça... E...”

 

“E nada. Não estou te convidando para sair. Nós vamos para a França. Chanyeol sofreu um acidente e está em coma!” – O ar pareceu faltar nos pulmões do coreano de cabelos achocolatados, assim como o chão fugiu de seus pés e a força de suas pernas era nula. Abriu a boca diversas vezes para poder emitir qualquer som, pronunciar qualquer palavra, mas sentia como se tivesse desaprendido tudo isso. – “Me ouviu? Baekhyun?”

 

“O-Ouvi...” – a voz saiu em um sussurro quase inaudível. A voz falhava e o bolo de lágrimas na garganta parecia tomar proporções gigantescas.

 

“Então. Eu e Sehun estamos comprando passagens pra você e para mim. Nós vamos hoje de noite para lá. Daqui uma hora estou passando aí, ok? Arrume suas coisas, ou peça ajuda ao Kai pra fazer isso.” – Luhan desligou o telefone, mas Baekhyun ainda estava com o aparelho no ouvido, mantendo-se estático. Finalmente as lágrimas saíram e se vingaram do coreano por todo aquele tempo que ele as trancou dentro de si.

 

Quando os comandos do cérebro de Baekhyun conseguiram ser transferidos por todo o corpo, o menor saiu correndo em direção de Kai. Sua visão era lastimável e assustou o casal que estava na cozinha preparando jantar.

 

“O QUE FOI?” – Kai chacoalhava Baekhyun querendo fazer com que o menor se acalmasse e parasse de chorar.

 

“O... CHAN... CHAN...”

 

“CHANYEOL!”

 

“E-ELE... ESTÁ... EM... COMA...” – Sentiu a dor de mil agulhas cravando-lhe cada pedaço de seu corpo quando se viu obrigado a dizer tais palavras. Kai o segurou firme, impedindo que perdesse o equilíbrio e caísse com tudo contra o chão frio daquela cozinha. – “ELE... S-Sofreu um acidente... Eu.. Vou pra lá... C-Com o Luhan... E... Malas. Preciso arrumar minhas... Malas...”

 

“Deixa que o Kai arruma pra você... Vem, vamos nos sentar e você tenta se acalmar um pouco ok?” – Baekhyun assentiu com a cabeça, mas pra falar a verdade nem sabia exatamente o que estava fazendo ou o que Kyungsoo havia falado.

 

 

 

Luhan e Sehun não demoraram em chegar ao apartamento de Kai e Kyungsoo. E Baekhyun só percebeu que estava no aeroporto quando viu Sehun e Luhan se beijando dentro do carro, em uma singela despedida e pedido de ‘boa viagem’ por parte do maior. O coreano de olhos delineados virou o rosto para o lado não querendo fitar aquele momento, pois sempre se lembrava de como era viver cenas assim ao lado de Chanyeol.

 

A viagem foi longa e desgastante, ainda mais porque houve atraso devido ao tempo. Quando finalmente desceram em solo francês, Luhan chamou um táxi falando um francês perfeito, e Baekhyun então percebeu que estava longe de casa, muito longe de casa. Em um país completamente diferente, onde nem mesmo o idioma ele dominava.

 

Do aeroporto até o hospital onde Chanyeol estava internado não demorou muito. Mas Baekhyun sentia que demorava uma eternidade, e ele só queria chegar logo no quarto do maior e poder ficar com ele. Assim que chegaram ao andar onde o maior estava deram de cara com a Sra. Park, que encarou os dois de maneira confusa. A confusão nos olhos da mulher se dissipou assim que seu olhar se encontrou com o de Baekhyun e ela percebeu quem era que realmente estava ali.

 

“Você! Só você pode salvá-lo... Me ajude, por favor!” – A mulher abraçava forte o garoto como se ele fosse sua última esperança.

 

“C-Como?”

 

“Os médicos fizeram a cirurgia e disseram que mesmo sendo um caso grave, as chances dele se recuperar eram altas. Acontece que ele não reage entende? É como se ele... Se... Ele não quisesse reagir...”

 

“Chanyeol estava realmente muito deprimido nas ultimas vezes que falei com ele...” – Luhan falava calmo, ou tentava assim parecer, para não piorar o estado da mulher.

 

“E a culpa é toda dela!”

 

“D-De quem?” – Baekhyun sentiu mais um aperto no peito após essa frase.

 

“Yoona?” – Luhan falou intrigado. – “Mas Chanyeol me disse que ela tinha mudado...”

 

“C-COMO ASSIM? Ele... Ele voltou com ela?” – Baekhyun havia perdido a cor do rosto ao ouvir o nome dela novamente.

 

“Não! Mas ela tinha garantido a Chanyeol que havia mudado e bem... Ele precisava de um ombro amigo sabe? E foi ela...”

 

“Ombro amigo...” – A Sra. Park falava com desdém e ironia. – “Venham, venham ver qual o ombro amigo dela...” – A mulher caminhou até a porta do quarto de Chanyeol e Baekhyun pôde ver Yoona ali, sentada na cadeira em frente ao quarto 208. Ao seu lado estava o Sr. Park, ambos pareciam arrasados e... Culpados?

 

“E-Eu não quero falar com ela...” – Baekhyun dava um passo pra trás, como se fugisse da mulher ali.

 

“Você precisa saber da verdade...” – A Sra. Park puxou o coreano pelo braço e foi até a frente de Yoona. – “Fale. Fale o que você... FALE SUA VAGABUNDA! CONTE TODA A VERDADE!” – Luhan segurava nos ombros da mulher, tentando acalmá-la. – “LUHAN! NÃO VOU ME ACALMAR! A CULPA É DELA! A CULPA É TODA DELA!”

 

Yoona estava de óculos escuros, mas mesmo assim dava pra perceber que a mesma já havia chorado muito. Seu nariz estava vermelho e sua expressão acabada.

 

“E-EU... JÁ PEDI PERDÃO!”

 

“NUNCA SERÁ SUFICIENTE! S-SE... SE... M-MEU FILHO... M-MORRER... SEU PERDÃO NÃO O TRARÁ DE VOLTA!” – A mulher voltava a chorar de maneira descompassada. – “CONTE!”

 

“E-Eu... Eu sou a culpada de tudo que aconteceu com vocês...” – Yoona falava cabisbaixa, sua voz era tão baixa que Baekhyun teve que se forçar a ouvir nitidamente e entender o que ela queria dizer. – “A maioria das fotos de vocês dois foram tiradas por mim, e eu as vendia para as fãs e também para a mídia, assim como aticei a ira das fãs, falando que você ia tomar toda a atenção de Chanyeol pra si e ele se esqueceria delas e dos livros...” – suspirou um pouco, ainda fitando o chão. – “Quando Chanyeol assumiu em rede nacional eu comecei a mandar cartas pra você, ameaçando-o e também provoquei algumas fãs para que elas fizessem o mesmo. Ah, eu também chantageei alguns editores de revistas para colocar matérias sobre vocês, para deixá-los com mais destaquei na mídia e isso infernizar o relacionamento de vocês... Também conversei com os poderosos da editora de Chanyeol, para que oferecessem a ele a oportunidade de se filiar com a editora daqui da França, já que eu tecnicamente, morava aqui. Como Chanyeol ignorou, eu decidi agir mais... A fundo.” – Suspirou mais uma vez, secando as lágrimas que passavam por baixo de seus óculos escuros e virando-se na direção do pai de Chanyeol. – “Pedi para o Sr. Park colocar desconfianças nas cabeças de vocês... Na sua de que você seria um fardo e na de Chanyeol que ele colocaria sua vida em risco por causa das fãs loucas... E assim que ele o fez, eu... Atropelei você.”

 

Baekhyun precisou ser segurado por Luhan depois de ouvir todas essas palavras. Nunca havia sentido vontade de matar alguém na vida como estava sentindo naquele exato momento. Luhan por sua vez fitava a coreana com desprezo e decepção.

 

“Ele estava confiando em você de novo Yoona...” – o chinês falava com pesar.

 

“ISSO NÃO É TUDO!” – Sra. Park esbravejava ao lado de Luhan, olhando com ira para a coreana e seu marido.

 

“Assim que Chanyeol veio pra França, dei um jeito de encontrá-lo simulando ser por acaso. Fiz de tudo nesses meses para recuperar a confiança dele em mim e quando consegui, ficava em volta dele o tempo todo. Na noite anterior ao acidente ele estava em minha casa, desabafando sobre como sentia... Sua falta. Ele bebeu a noite toda, e estava tão inconsciente pela bebida que eu me aproveitei. Eu o seduzi e o levei para a cama... Nunca... Nunca me senti como um lixo, fiquei enojada de mim mesma porque... Durante todo o ato, ele só chamava seu nome... Ele estava, tão inconsciente por causa da bebida que transou com uma mulher achando que estava com um homem...” – as lágrimas desciam mais e mais e a coreana tinha que se segurar muito para terminar seu relato. – “Na manhã seguinte eu descobri que podia me sentir pior... Chanyeol acordou e ao me olhar e nos ver naquela cama, saiu correndo, se vestiu desesperado e agia como se tivesse cometido o pior dos pecados, o maior dos erros. Saiu correndo e querendo ficar longe de mim o mais rápido que podia, só corria e estava tão desesperado que nem se importou em olhar a rua, em ver o sinal... Fechado pra ele... Só queria correr, e correu... E... Foi atropelado...” – a coreana levou as mãos até o rosto e se afundou novamente na cadeira. – “Me... Perdoe, por favor...” – ninguém sabia ao certo pra quem ela pedia perdão. Se era para os pais de Chanyeol, para Baekhyun ou até mesmo para o Chanyeol, mesmo que ele não estivesse ouvindo.

 

“Eu posso entrar?” – Baekhyun decidiu ignorar Yoona. Não conseguia encontrar palavras para dizer à coreana naquele momento, sabia que a ofenderia e até a morte da mesma ia praguejar, e ele não conseguia ser assim. Seu nariz ardia e seus olhos estavam tão marejados que por várias vezes durante o relato de Yoona ele teve que esfregar as mãos naquela região porque via tudo embaçado devido às lágrimas.

 

“P-Pode querido. Eu quero que fique com ele... O tempo todo... Traga-o de volta, por favor...”

 

Baekhyun entrou no quarto sozinho e não conseguiu se manter forte com a visão de Chanyeol deitado naquela cama de hospital, com aquelas máquinas chatas em volta fazendo aquele barulho irritante.

 

“E-Ei... Yeollie...” – sua voz era fraca e ele sussurrava perto do ouvido do maior. Entrelaçou seus dedos aos do outro e roçou os lábios, umedecidos com as lágrimas que caíam, pelo rosto dele. – “Você é tão preguiçoso que não quer acordar é?” – sorria de forma entristecida e segurava o restante das lágrimas. – “Eu não vou te deixar em paz até você acordar... Prometo...” – deu um rápido selar nos lábios imóveis do outro e caminhou até a poltrona que tinha naquele quarto.

 

Algumas horas se passaram e Luhan apareceu no quarto pela terceira vez, vendo que o coreano dormia de maneira desconfortável naquela poltrona. Sorriu para ninguém e caminhou de maneira lenta e silenciosa até a poltrona, tocando de leve nos ombros de Baekhyun.

 

“A mãe do Chanyeol disse que podemos ficar na casa dele. Não quer ir lá? Tomar um banho e trocar de roupa?”

 

“N-Não...” – falou enquanto coçava os olhos para se manter acordado. – “Pode ir, eu vou ficar aqui...”

 

“Baekhyun, nós fizemos uma viajem exaustiva. Precisa de um banho, comer alguma coisa... Descansar um pouco.”

 

“Quando sentir fome eu peço algo na lanchonete daqui...”

 

“Você não sabe francês Baekhyun...”

 

“Eu sei inglês... E qualquer coisa eu aponto para o que quero. Não deve ser difícil...”

 

“Ele vai ficar bem, será por pouco tempo, ok? Pra cuida dele, você terá que cuidar de si também...”

 

Baekhyun revirou os olhos e fez um bico manhoso nos lábios, mas no fim decidiu ir. O apartamento não era muito distante do hospital o que agradou Baekhyun, uma vez que não queria ficar muito tempo longe de Chanyeol. Quando entrou na casa do maior levou um susto ao ver a bagunça dali. Roupas jogadas, papéis amassados – certamente de livros que ele tentava escrever – e muitas garrafas de bebidas.

 

“Ele não me disse que estava tão mal assim...” – Luhan olhava ao redor tentando fazer a ficha cair que aquele era mesmo o apartamento de seu melhor amigo.

 

“Vou tomar um banho rápido.” – Baekhyun estava tão desesperado que nem perdeu muito tempo para focar-se aquela bagunça. Quando Chanyeol acordasse o menor arrumaria e brigaria com ele.

 

Quando entrou embaixo daquela água quente do chuveiro de Chanyeol, Baekhyun permitiu se desabar em lágrimas novamente. O menor se culpou milhares de vezes por ter proposto o tempo para Chanyeol, chegando até se culpar pelo acidente. Deixou cair o peso da água quente em suas costas como se fosse para aliviar sua tensão, mas não funcionou. Achou melhor terminar aquele banho logo, porque a angustia somente aumentava cada vez que ficava longe de Chanyeol. Não queria deixar o maior sozinho, não novamente.

 

Assim que saiu do banheiro, encontrou Luhan na cozinha, fazendo algo para comerem com os alimentos que encontrou na casa de Chanyeol.

 

“Ele também não estava se alimentando muito bem...” – o chinês fitava a frigideira onde estava fazendo omelete recheado.

 

“Não estou com fome Luhan...”

 

“Mas você vai comer!” – Luhan falou sério e o coreano achou melhor não contrariar.

 

Voltaram ao hospital logo depois de se alimentarem. Baekhyun reparou que na entrada do lugar tinha uma estante que vendia livros de bolso. Comprou um e rapidamente subiu para o andar onde Chanyeol estava internado. Logo que chegou adentrou no quarto e arrastou a poltrona para ficar mais próximo da cama onde Chanyeol estava.

 

“Voltei amor... Olha, eu trouxe um livro. Vou ler pra você todos dias ok? O de hoje é fininho, então acho que vamos terminá-lo rápido. É o Signo dos Quatro. Sim, é do criador de Sherlock Holmes! Acho que era o que você ainda não tinha lido não é? E achei em inglês e não em francês! Então, vamos lá...”

 

 

 

 

Dia após dia Baekhyun fazia a mesma rotina. Comprava um livro na entrada do hospital, ou na livraria próxima, sempre livros em inglês porque ele não sabia francês, apesar de prestar bastante atenção nos outros conversando e já arriscar de vez em quando algumas palavras francesas. Sentiu orgulho de si mesmo quando pediu comida em francês na lanchonete do hospital, e foi logo contando a novidade para Chanyeol. Baekhyun contava tudo ao maior e conversava como se ele pudesse lhe ouvir. E talvez pudesse mesmo. Duas semanas haviam passado e o quadro do coreano estava melhorando, ele dava mais sinais de recuperação o que deixava todo mundo animado, inclusive Baekhyun.

 

“Voltei Yeollie! Sabia que Red String a Fate realmente vai virar um dorama? É, depois de tanto tempo que você esperou... Falaram que era pra homenagear você. Também disseram que estão torcendo pela sua melhora.” – A voz do coreano era meio abafada, tentando se segurar para não chorar novamente. – “Enfim, o livro de hoje é Nada Dura Para Sempre! Sim, o seu favorito! Quem sabe assim você se anima e acorda logo, uh?”

 

E assim, mais uma semana se passou. Mesmo que seu quadro melhorasse, Chanyeol não acordava daquele coma de jeito nenhum. E Baekhyun não conseguia não ficar preocupado com isso. E se Chanyeol nunca mais acordasse?

 

“Chanyeol... Pare de ser preguiçoso e acorde!” – Batia o pé e fazia manha do mesmo jeito de quando o maior enrolava na cama quando os dois namoravam. Ficou fitando o maior, e viu que nenhuma reação surgiu. Sentiu os olhos lacrimejarem de novo, e então se aproximou do maior sussurrando palavras em meio ao seu tom choroso. – “Ei, Yeollie... Eu estou aqui de verdade uh? Não precisa ter medo, não é sonho... E eu não vou sumir depois que você acordar, estarei sempre com você! Nada mais vai nos separar... Então... Por favor, abra os olhos!” – Nada. Baekhyun suspirou e contou até dez mentalmente, tentando se recompor para ler o próximo livro. – “Hoje eu vou ler o livro que a gente vivia comentando na hora do almoço, quando nos conhecemos. Pollyanna! Lembra que a gente sempre fazia o jogo do contente?” – Baekhyun sorria de maneira triste e saudosa.

 

Baekhyun já havia avançado mais de dez páginas, sempre parando para controlar seu choro. Aquele livro o lembrava muito de quando começou a conversar com Chanyeol, quando seu encantamento começou a surgir e ele passou a usar o maior como meio de suas fantasias com o perfil fênix. Aquele livro lembrava-o de felicidades que pareciam distantes agora.

 

“− Que coisa esquisita, Miss Pollyanna! A senhora fica contente com tudo que acontece! Observou a criada Nancy.

A menina sorriu

−  Pois é o jogo? Não sabe? Perguntou Pollyanna

−  Do jogo? Que jogo? Perguntou Nancy

−  O “Jogo do Contente” , não conhece?

−  Quem botou isso na sua cabeça, Pollyanna?

−  Papai. Papai explicou-me esse jogo, que é lindo. Disse Pollyanna. Em casa brincávamos disso, desde que eu assinzinha. Depois ensinei-o às damas da Auxiliadora e elas também brincavam de ficar contentes.

− Como é? Eu não entendo muito de jogos. Disse Nancy.

Pollyanna sorriu de novo, porém com um suspiro e sua face sombreou-se.

− Começou com umas muletas que vieram na barrica do missionário.

− Muletas? Perguntou Nancy

− Sim muletas. Eu queria uma boneca e papai havia escrito que a mandassem, mas quando a barrica chegou, não havia boneca nenhuma dentro e sim um par de muletinhas para criança. Foi então que o jogo principiou.

− Mas não estou vendo nenhum jogo nisso. Disse Nancy quase irritada.

− Oh, o jogo é encontrar em tudo, qualquer coisa para ficar alegre, sei lá o que for. Explicou Pollyanna com toda a seriedade. – E começamos com as muletinhas.

− Eu não vejo como se possa ficar alegre de encontrar muletas em vez de bonecas. Não entendo.

Pollyanna bateu palmas.

− Pois aí está o jogo! Eu também não via no começo e papai teve de explicar-me.

− Pois então me explique o que lhe explicou. Disse a criada Nancy.

− Sim. Fiquei contente justamente porque não precisava delas. Gritou Pollyanna exultante. – Veja o jogo é fácil, quando se sabe.

− Que esquisitice! Exclamou Nancy olhando para Pollyanna, ressabiada.

− Esquisitice, nada. – É lindo! Afirmou Pollyanna com entusiasmo. E começamos com esse jogo desde esse dia. E quanto pior é o que acontece, tanto mais engraçado fica...” – Mais uma pausa que interrompeu o menor de continuar lendo. Dessa vez as lágrimas não só ameaçaram como chegaram a rolar pelo rosto delicado de Baekhyun. – D-Desculpa Yeollie... É que o jeito dela me lembra o seu, sempre falando que as coisas são boas e que tudo ia dar certo... E... Me... Perdoa, eu não consigo jogar nesse momento... Eu... Eu sinto sua falta Chanyeol...” – afundou o rosto em suas mãos e começou a soluçar de tanto que chorava, ficando naquela posição por um bom tempo.

 

“C-Cho... Chorão...” – A voz roca e abafada que preencheu o quarto fez Baekhyun se assustar. Assim que levantou os olhos e fitou o maior o encarando com aqueles olhos, não tão puxadinhos como os dos outros coreanos, deu um pulo da poltrona derrubando o livro no chão. Sentou-se na beirada da cama e ficou fitando o rosto de Chanyeol por algum tempo. – “Estou acordado mesmo... “

 

“GRAÇAS A DEUS!” – Baekhyun enchia o rosto de Chanyeol com beijos, o molhando com as lágrimas que saíam, agora de felicidade. – “Ah! CHANYEOL! QUE SAUDADES!”

 

“Também estava... Ai, calma Baekkie...” – reclamou de dor com o abraço desajeito do outro.

 

“Por que demorou tanto?!?!”

 

“Eu não sei... Acho que não queria acordar... Tinha medo de acordar e ver que você tinha ido embora... Não sabia que a gente ficava consciente em coma...” – Fazia uma expressão como se estivesse intrigado. – “Enfim, eu fiquei consciente... Eu te ouvia, às vezes... E ouvi você falando que não ia embora quando eu acordasse...”

 

“Eu te amo! Eu te amo!” – Baekhyun voltava a se abraçar ao maior e enchê-lo de beijos. – “Eu te amo!”

 

“Eu também te amo, Baekhyun...”

 

“Eu vou chamar o médico, eu... Espera, só mais um selinho...” – E repetia aqueles beijinhos que dava pelo rosto do maior, se demorando em sua boca. – “Agora eu vou... Vai estar acordado quando eu voltar não é?!”

 

“Vou amor... Vou...” – Chanyeol ria com aquela reação desengonçada de Baekhyun, sentindo-se feliz por novamente ver aquele pequeno e suas expressões e mais feliz ainda por saber que estaria ao lado dele para sempre. Enfrentariam juntos o que estivesse destinado a eles, fosse coisa boa ou ruim.

 

 

 

 

Chanyeol ficou ainda alguns meses em fase de recuperação, precisando fazer, assim que saiu do hospital, fisioterapia por um tempo. Ele e Baekhyun decidiram continuar na França, mesmo depois de toda a recuperação do maior. O país era mais liberal com a questão homossexual, sendo que até era aprovado, por lei, o casamento homoafetivo. Ficou afastado da mídia por todo esse tempo e realmente não sabia dizer se voltaria a escrever. Ele e Baekhyun estavam meio que desligados desses compromissos, apenas curtindo Paris – com o total apoio dos pais de Chanyeol, principalmente depois da bronca que a Sra. Park deu ao marido. Enfim, finalmente os dois acharam que teriam a tão sonhada paz, porém, poderiam estar novamente enganados. E Baekhyun percebeu isso quando escutou a campainha tocar, e ele ver a presença de Yoona parada em frente à porta que acabava de ser aberta. Mas a presença da mulher não era a única coisa que incomodava o coreano de cabelo chocolate. A protuberância em seu ventre também incomodava, e muito.

 

“O que você quer?” – Baekhyun falava sem olhar no rosto da coreana, mas se concentrando na barriga da mesma.

 

“Preciso falar com você e Chanyeol.”

 

“Nós não queremos falar com você...”

 

“Eu imagino que sim. Mas realmente é importante...”

 

“Amor? O que houve? Quem é?” – Chanyeol começou a falar distante de Baekhyun, mas terminou sua frase já bem próximo, podendo ser ouvida com mais nitidez, porque quando terminou de falar se juntou a Baekhyun, ficando atrás dele na porta, fitando Yoona. – “Que diabos quer?”

 

“Eu posso entrar?” – Baekhyun hesitou um pouco, mas abriu passagem para a mulher, e com a mão empurrava Chanyeol o tirando da frente da mesma para que ela pudesse entrar. Chanyeol estava tão irritado com a presença da coreana ali que nem chegou a observar o volume em sua barriga.

 

“O que quer Yoona?” – a voz rouca de Chanyeol entregava toda sua irritação.

 

“Fico feliz em te ver totalmente recuperado Chanyeol... Sério. Sei que não acreditam em mim, mas... Dessa vez eu realmente quero fazer a coisa certa...”

 

“Ah está certo...” – Chanyeol falava com ironia. – “Fale logo o que está acontecendo e saía daqui de uma vez!”

 

“Está acontecendo... Que eu estou grávida Chanyeol... E a criança é sua...”


Notas Finais


Olha, red string of fate sendo citada aqui... Quem leu essa minha fic? :O q UAHSUAHSUAUHSA
Ok, falando sério......... Os dois saem de um problema e entram em outro qqq D:


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