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História I Live for You - Uma pessoa


Escrita por: Syatha

Notas do Autor


Oi pessoal! Tá aqui um novo capítulo, não consegui ficar sem postar, mas talvez o próximo demore mais um pouco.

Capítulo 15 - Uma pessoa


Suspirei pesado, ainda é estranho, não me sinto tão confortável em conversar com minha mãe como antes. Me estiquei novamente e olhei para o percusso, acabei tombando a cabeça para o lado com um beicinho formado nos lábios. Sei que meus amigos e professores estão me observando de longe e escutando tudo o que falo, então não posso desabar agora. Voltei a fazer o percusso, fiz apenas mais uma vez e quando acabei o remontei de maneira diferente. Fui até a única árvore do campo e bebi um pouco da água que tinha lá. Vi uma pequena raposa se aproximar e sorri, faz tempo que não vejo Akemi. Assobiei e ela correu até mim, continuava pequena e fofa.

-Oi Akemi!-A peguei no colo, a mesma me olhou, e logo depois olhou para os meus braços rosnando.-Isso não é nada.-Acariciei seus pelos e ela pulou no meu cabelo.-O que acha de darmos uma volta pela praia? Me pergunto se você já foi lá com a companhia de Naomi. Comecei a entrar na floresta, notei que o pessoal ainda me seguia.

-Katsuki?-Me assustei minimamente ao ver Naomi aparecer do nada.-Viu a Akemi por ai? Estou procurando ela a um bom empo...-Olhou ao redor.

-No meu cabelo.-Murmurei e Akemi pulou baixinho, logo depois se escondeu de novo.

-Ah... Bom...-Ela começou a falar sorrindo, mas esse mesmo sorriso murchou ao ver os meus braços.-Meu Deus! Você tá bem?!-Ela perguntou tocando nos machucados, apenas afirmei sorrindo pequeno.-Já foi buscar o Izuku?

-Não, deixei meus amigos lá e fui comprar umas facas novas.-Comecei a andar.

-Como?!-Naomi quase gritou.

-Calma! Comprei apenas para adicionar elas a minha armadilha.-Ri fraquinho e ouvi um suspiro.

-Mas e ai? Você tá bem? Digo, psicologicamente?-Ela perguntou e eu afirmei sorrindo.-Quem bom... Não quero ficar sabendo que você entrou em depressão, me lembro bem das semanas em que você ficou trancado naquele quarto...

-Naomi...-Tentei a interromper, o pessoal ainda nos seguia e eu não queria que soubessem do que passei, principalmente Deku.

-Me deixa desabafar!-Ela quase gritou e eu afirmei.-Sabe, eu e seus pais nos preocupamos muito, você tinha apenas 6 anos mas já tinha uma responsabilidade de outro nível. Deu seu olho ao Izuku sem mais nem menos, salvou ele e ainda ficou cuidando dele depois disso tudo. Lembro quando íamos na casa dele para ver se o mesmo estava bem. As vezes ele acordava mas nem lembrava de nós no dia seguinte. Também lembro de um tempo em que ele ficou com uma febre muito alta, ele vivia na cama. Foi só você fazer uma sopinha e colocar um remédio dentro que ele comeu tudo pensando que não tinha nada.-Ela riu e acabei a acompanhando.-Teve uma vez que você pegou uma doença dele e passou um tempo internado no hospital, não lembro qual era, mas ela ficou mais forte em você do que nele.

-Hum...-Murmurei um pouco nervoso.

-Mas me promete uma coisa?-Ela perguntou e a olhei pedindo silenciosamente para continuar.-Olha... Teve uma época em que você quase entrou em depressão. Era tão triste te ver daquele jeito, mas você escondia tudo em baixo de roupas largas, e ainda esconde! Você era tão magrinho, não comia, era mais pálido e nunca te vi dar um sorriso desde o acidente do Izuku. Eu tentava te animar e nada, você normalmente forçava um sorriso para me alegrar, mas eu via que você estava destruído por dentro. Por favor Katsuki, não volte a ficar daquela forma, eu odeio te ver triste.-A abracei notando que Naomi começaria a chorar e fechei os olhos lembrando de como eu era, mudei bastante, admito.

-O-Ok...-Sussurrei e a mulher continuou a chorar. Akemi desceu da minha cabeça e deu tapinhas na cabeça de Naomi, nos fazendo rir, com isso, a raposinha voltou ao seu lugar, meu cabelo.

-Vamos nos divertir um pouco?-Naomi se afastou e eu neguei sorrindo amarelo.

-Tenho que voltar para o dormitório e tomar um banho.-Eu disse.

-Ah não! Vamos vai!-Ela se agarrou em mim.

-Não Naomi, eu preciso ir, estou suado e machucado, e também morrendo de fome!-Eu disse e ela me olhou rindo.-Além do mais tem gente nada discreta me observando.

-Hum? Quem?

-A turma, o Deku e os professores.-Sorri pequeno e ela riu alto.

-Ok, tchal Katsuki.-Ela me deu um beijo na minha bochecha e pegou Akemi, logo as duas se afastaram.

Olhei para trás e vi todos me olhando surpresos, mas Deku estava um pouco mais perto. O esverdeado me olhava com um olhar triste, preocupado e arrependido. Sorri e comecei a andar na sua direção, vi ele dar um passo para trás, suspirei um tanto triste e passei direto indo para o dormitório. Quando cheguei no local fui diretamente para o meu quarto, tomei banho e cuidei de meus ferimentos, vesti roupas largas que cobrissem meu corpo por completo. Fui até a cozinha e notei que os professores já haviam ido embora. Preparei um lanche comum e o comi rápido, logo estava sentado ao lado de Mina na sala.

-Então...-Ela murmurou.

-Tudo o que a Ni disse é verdade?-Deku perguntou, ele estava sozinho sentado no chão.

-Sim.-Falei com beiscinho.

-Por que nunca me disse?-A voz do esverdeado saia um tanto magoada.

-Não queria que se sentisse magoado, chateado ou até mesmo culpado.-Murmurei o olhando. Vi ele afirmar sorrindo em compreensão.

-Não tem problema... Mas, o que são todas essas cicatrizes? Você não tinha todas elas, apenas algumas.-Arregalei os olhos um pouquinho corado, sorri malicioso e todos me olharam desentendidos.

-Hum... Não sabia que era tão observador Deku. Gosta tanto do meu corpo assim?-Perguntei mudando de assunto e vi ele corar, mas me lançar o mesmo sorriso.

-Sim.

-Ok, chega, estou ficando envergonhado.-Me levantei corado ouvindo a risada gostosa do meu namorado. Fui até a cozinha e bebi água, após voltar a cor normal voltei para a sala.-Idiota...-Murmurei.

-Ah! E... Por quê agiu daquela forma com tia Mitsuki?-O sardento perguntou.-Você iria dizer "eu te amo", mas parou no mesmo instante.

-Olha Deku, eu descobri umas coisas nada legais antes de saber que você foi levado.-Sorri para ele, escondendo o que sentia.

-Ok!-Ele pareceu entender que eu não queria falar. Mas vi sua expressão ficar triste.

-O que foi?-Kirishima perguntou.

-Eu tô triste!-Ele bateu nas coxas com um bico formado nos lábios, parecia uma criancinha.

-Por...?-Denki perguntou.

-Eu tô com essa bosta de trauma e não vou conseguir beijar o Kacchan! Agora de apenas uma semana meu castigo ficou indeterminado!-Ele disse e não me segurei, comecei a rir sendo acompanhado pelos outros enquanto o bico de Izuku apenas aumentava.-IDIOTAS!-Ele cruzou os braços. Suspirei com um sorriso no rosto e me levantei.

-Vou indo, tô cansado sabe.-Comecei a me afastar. Nesse momento eu queria que Izuku me acompanhasse, sinto sua falta. Me sinto culpado por tudo o que aconteceu a ele...

Quando finalmente dormi relaxei, mas não foi assim por muito tempo. Tive pesadelos. Especificamente com Izuku e o dia em que fomos sequestrados, com tudo o que aconteceu lá.

Acordei no meio da noite, às 03:26. Levantei e fui para a sala, não conseguia mais dormir. Sentei no sofá e fiquei mexendo no celular, vendo fotos antigas e atuais, atualizando algumas redes sociais e espionando as vidas das pessoas do Instagram. Quando os primeiros raios de Sol apareceram me levantei, saí do dormitório e fui andar pela praia. Tirei minha camisa e fiquei apenas de short moletom.

Pisando na areia a passos lentos sorri por um instante, queria desfrutar desse momento que eu sentia um mínimo de paz verdadeira. A água cobria meus pés, fria, essa era a temperatura em que ela estava, mas de uma maneira boa, eu gosto do frio, mas não tanto quanto gosto do calor. Gosto de ambos. Enquanto andava observei o mar, o nascer do Sol era lindo.

Imagine. Você está andando pela praia deserta, de olhos fechados e pensando em tudo que aconteceu na sua vida desde determinado momento. Até que você abre os olhos. De frente para o mar vê o Sol nascendo. O céu sendo tingido por uma cor degradê, entre amarelo e azul, e por fim o Sol no centro de tudo isso. Podia-se ver apenas metade dele, o que tornava a paisagem ainda mais bela.

Sentei na areia após tirar o short, estava seminu. Senti a água salgada se chocar com meu corpo e um sorriso pequeno surgiu em meus lábios. Fechei os olhos novamente e fiquei cantando mentalmente uma música qualquer. Até que lembrei que hoje tenho aula. Levantei suspirando, me vesti e fui a passos lentos para o dormitório. Onde encontrei toda a turma de pijama, desesperados e praticamente gritando. Revirei os olhos e passei direto sem que me notassem.

Fui até meu quarto e vesti meu uniforme após tomar banho. Entrei na cozinha e peguei um pão, o segurei com a boca enquanto começava a arrumar minha mochila colocando os livro que precisaria hoje e meu caderno dentro da mesma. Quando acabei saí do dormitório e fui para a sala de aula no colégio. Tudo isso sem fazer um barulho sequer.

Quando cheguei na sala encontrei Toshinori folheando um livro qualquer. Ele me viu e, após eu colocar minha mochila na cadeira onde sento, me chamou para ficar de frente a ele.

-Bom dia, como está?-Ele perguntou se referindo aos meus ferimentos. Lhe mostrei um sorriso, esse que eu usava para disfarçar tudo de ruim que sentia de alguém importante, sempre funciona.

-Bem, não dói nada.-Ele afirmou e sentei no meu lugar começando a desenhar a paisagem de hoje de manhã enquanto ouvia uma música no volume máximo com fones de ouvido, minutos depois toda a turma entrou correndo e Toshinori se transformou em sua forma musculosa em uma velocidade incrível.

-All Might! O Bakugou sumiu!-Ouvi Mina dizer.

-Ele está ali.-All Might apontou para mim. Levantei a cabeça parando de desenhar e olhei para os meus amigos. Tirei os fones de ouvido e sorri, aquele mesmo sorriso que mostrei a Toshinori.

-Bom dia!-Falei e todos piscaram ao mesmo tempo, depois me olharam um pouco irritados e aliviados. Depois de todos se sentarem Deku entrou tremendo um pouco. Ele ficou na porta olhando para todos e mordeu o lábio inferior.-Levantem!-Falei para meus amigos, esses que me olharam desentendidos mas fizeram o que pedi.

Levantei do meu lugar e arrumei todas as mesas, as juntando um pouco mais, mas ainda sim deixando espaço para que todos ficassem confortáveis. Levei a carteira de Deku mais para frente, a deixando um pouco afastada.

-Podem sentar.-Fui para o meu lugar. Todos me olhavam, acho que por eu ter feito isso em poucos minutos e mesmo assim não estar suado. Vi Deku corar me olhando surpreso.

O pessoal se sentou e as aulas continuaram assim, em um silêncio completo. Quando finalmente saímos da escola fomos para o dormitório em meio a conversas animadas.

~~IZUKU ON~~

Quando chegamos no dormitório Kacchan foi diretamente para o quarto e não saiu mais. O loiro havia perdido o jantar e fui deixar a comida na sua porta, ele agradeceu e depois que terminou de comer me entregou o prato e saí do seu quarto. Isso aconteceu a uma hora atrás.

-Sabe o por quê dele ter se trancado lá Izuku?-Ochaco perguntou e eu neguei suspirando.

-Estou preocupado, mas não posso forçá-lo a fazer nada. E também não conseguiria de todo jeito...-Olhei para meus amigos.-Eu tô com essa porra de trauma...-Mordi o lábio inferior.

-Vocês precisam conversar né?-Kirishima sorriu.-O que acha de tentarmos fazer você superar o trauma?

-Como?

-Bom... Cada um de nós aos poucos vai se aproximando de você. Isso também vai mostrar a confiança que você tem em nós, vai ser legal. E antes de qualquer coisa, sem brigas no final.-Ele disse e eu afirmei sorrindo grande.

Me levantei e fiquei no centro da sala. Quem se aproximou primeiro foi Aoyama, dei um passo para trás como sempre e ele sorriu de canto e se afastou. O mesmo processo se repetiu com o pessoal. Com Lida, Ochaco, Todoroki e Denki consegui ficar parado por mais tempo, mas acabei me afastando. Agora faltava apenas Kirishima.

-Você confia em mim?-Ele perguntou e eu afirmei. Ele foi o único a perguntar isso até agora.-Então olhe diretamente para os meus olhos.-Fiz o que ele pediu. Engoli a seco, seus olhos eram da mesma cor que o do Shigaraki, mas também eram iguais aos do Kacchan.

Ele se aproximava cada vez mais, quando vi Uraraka arregalar os olhos notei que estava chorando, mas não transmitia nenhum som. Kirishima sorriu. Eu retribui em meio as lágrimas e foi então que vi ele me abraçar. Ri feliz, ao menos uma pessoa conseguiu ficar perto de mim sem que eu me afastasse.

Olhei para todos os lados. Eles sorriam grande e aplaudiam, alguns até gritaram. Estão fazendo escândalo por algo bobo, isso me fez corar.


Notas Finais


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