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História I play, you smile - Capítulo Único


Escrita por: wisheschanbaek e daebolic

Notas do Autor


Oláaaa, como vocês estão? Eu espero que bem! Nós demoramos um pouco para fazer essa fanfic, mas no fim ela saiu com muito amor e carinho. Espero que vocês gostem de ler ela, assim como eu ameeeei escrever com a Caah. Boa leitura, meus amores! ❤



Boa noite, eu não vou falar muito já que a Mai já falou e por mais que tenhamos demorado um pouco pra terminar a fanfic, aqui estamos haha!!! Espero que a @Minseokjdae goste, assim como gostamos de escrever, obrigada Nat por ter betado :)

Boa leitura pessoal ~~ <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

Os galhos secos da laranjeira arranhavam a vidraça atrás de Baekhyun, impedindo-o que continuasse com o ritmo lento no instrumento. As mãos delicadas escorregaram pelas teclas uma última vez antes que pudesse finalmente desistir de tocar uma nova melodia. Há meses estava tentando compor alguma música, mas sua mente fechou-se completamente para qualquer nota que pudesse pensar.

Um vento furioso fez com que o galho batesse mais forte na janela, avisando que uma possível tempestade estava por vir. O calendário ainda marcava a primavera e por isso era estranho chuvas com aquele potencial, ainda mais naquela área em uma cidade mais afastada. Mas não se surpreenderia caso na manhã seguinte encontrasse a paisagem branca pela neve.

Respirou fundo pela décima vez, apoiando-se nos joelhos para que conseguisse levantar do banco estofado. Com aquele tempo, provavelmente era o único que ainda estava na academia de música. O cachecol escuro que fazia a volta no seu pescoço era como um abrigo para que Baekhyun pudesse mergulhar o nariz rosado naquele monte fofinho.

Gostava daquela época do ano, quando o fim do inverno parecia ser mais gelado do que em qualquer outro dia. Sua respiração quente ao sair pela boca era como se fosse pó de fadas, de tão cristalino. Era sua época favorita, porém nem mesmo esse fato o fazia ter vontade de produzir.

Os passos calmos para fora da sala emitiam um barulho que talvez alguém que estivesse no fim do corredor pudesse escutá-lo. Ao sair pela porta, não era comum que todo o resto da academia estivesse tão quieta, mas como só havia Baekhyun ali dentro, apenas não se importou e continuou seu caminho para fora dali.

Entretanto, antes que pudesse fazer a volta pelas salas trancadas, algumas folhas espalhadas no chão chamaram a sua atenção. Aparentavam ser partituras que acabaram sendo perdidas ou esquecidas por ali, e isso fez com que ele se abaixasse e as segurasse em suas mãos.

Seus olhos passaram rápido pelas notas musicais, talvez não esperando algo muito grande pelo simples fato de que existiam dezenas de alunos, e qualquer um poderia ter deixado cair. Porém, surpreendeu-se ao notar o quão boa a melodia se tornava ao passo em que ela se concretizava em sua mente.

Era como se pudesse se imaginar em frente ao piano, os dedos deslizando suavemente pelas teclas e dando vida a todos aqueles rabiscos. Uma melodia esplêndida que com certeza merecia uma apresentação especial no próximo musical.

Virou as folhas em busca de algum nome ou alguma referência, mas não encontrou absolutamente nada. Seguiu caminho enquanto ainda prendia a sua atenção nas partituras, mal se dando conta do momento em que já se encontrava em frente ao seu carro estacionado.

Colocou as folhas no porta-luvas assim que entrou no automóvel e deu partida para a sua casa. No dia seguinte tentaria procurar o dono daquela melodia, no entanto, até lá, teria que tocá-la algumas vezes e quem sabe reajustar algumas notas como o bom professor que era.

 

[...]

 

O teatro era um dos lugares favoritos de Chanyeol, principalmente quando seu humor não estava muito bom. Naquele momento, ele procurava escorregar seus dedos pelo piano a procura da melodia perfeita. Havia perdido sua nova composição e sequer se lembrava com exatidão da primeira nota que anotara nas folhas.

Quase chorou no dia anterior quando chegou em seu apartamento e não as encontrou na bolsa naturalmente desorganizada. Haviam tantas notas que precisavam ser trocadas e os tempos de uma melodia para outra serem aumentados. Ele deveria ter revisado tudo, no entanto, mal conseguiu reler.

Simplesmente não se lembrava do lugar onde havia deixado suas partituras. Talvez tivesse perdido, ou deixado em algum canto da sua sala na academia. Só esperava que ninguém as tivesse pegado.

Continuou tocando, completamente focado tentando se lembrar da consonância de sons que havia feito perder seu sono por dias. Mas algo fez com que Chanyeol parasse com os movimentos, deixando seus braços caírem ao lado do corpo pela surpresa.

Alguém dedilhava as primeiras notas de sua música no piano bem à sua frente. Inicialmente não conseguiu processar muito bem o que estava acontecendo, confuso demais quando a melodia conhecida soou por todo o auditório. Mas, ao encontrar com os olhos o pianista que estava reproduzindo a sua música, imediatamente sorriu para ele quando o viu piscar para si.

De certa forma, aquilo ajudou com que se lembrasse precariamente das notas. Porém foi o suficiente para que, daquela vez, tentasse acompanhar o pianista em cada parágrafo, volta e meia sorrindo para ele.

As mãos tremiam um pouco, talvez pelo nervosismo. Contudo, depois de algumas teclas afundadas delicadamente, Chanyeol já não sentia mais nada além do prazer em poder tocar algo escrito pelas suas próprias mãos. Era um sonho de criança.

A sala havia sido tomada pelos dois, o sentimento bom de poder tocar naquela intensidade. Mesmo que seus pensamentos ainda estivessem um pouco desalinhados, tentando entender como aquele pianista sabia sobre as suas notas rabiscadas, sentia-se prestes a flutuar, como se seus pés já não tocassem mais o chão.

Tinha certeza que não era o único a se sentir daquele modo.

Ao olhar para a plateia, que antes estava vazia, percebeu que haviam mais alunos do que o normal. Porém não se intimidou, apenas queria poder desfrutar da sua música que com certeza havia sido melhorada; conseguia distinguir algumas notas saírem mais leves do que quando havia escrito.

O som amenizou com o fim da apresentação, e alguns aplausos ecoaram pelo teatro fechado. Chanyeol respirou fundo algumas vezes antes de lentamente se levantar do banco, caminhando na direção do outro pianista que continuava sentado em frente ao instrumento.

Seus olhos correram pela face do outro, notando que já haviam se encontrado na academia algumas vezes, porém nunca conversaram. A mente continuava em branco, e quando finalmente se sentou ao lado do corpo menor que o seu, sua voz pareceu se perder.

 

— Então… Você é o dono dessas partituras? — A voz dele era tão macia e leve como os dedos que ainda pousavam em cima das teclas pareciam ser. — Eu as encontrei ontem quando estava indo para casa — prosseguiu quando percebeu que não ganharia uma resposta imediata.

— Sim… Eu deveria te agradecer? — perguntou, confuso sobre o que iria falar. — Você fez um ótimo trabalho corrigindo as minhas falhas — Chanyeol falou, pegando as folhas e as olhando de perto.

 

Haviam anotações colorida por toda extensão dos parágrafos, aquele rapaz realmente havia sido cuidadoso com a sua música.

 

— Espero que não tenha se incomodado com isso. — Sorriu, tentando esconder o sentimento receoso.

— Oh, de forma alguma — disse rápido. — Na verdade, eu adorei.

 

Baekhyun entreabriu os lábios para continuar com a conversa, porém sua atenção foi desviada para a beira do palco. O diretor batia palmas, olhando admirado para os dois que estavam sentados um ao lado do outro. Sua fascinação era demonstrada pela forma com que sua cabeça balançava positivamente, e os olhos brilhavam.

 

— Magnífico! — falou animado. — Vocês foram magníficos.

— Obrigado — Chanyeol agradeceu, arqueando uma das sobrancelhas.

 

Não pôde deixar de sorrir por dentro. Aquela era a primeira vez que recebia algum tipo de elogio desde que começou a trabalhar como professor na academia.

 

— Devemos os créditos todos a ele, diretor — Baekhyun falou um pouco mais alto, apontando com o indicador na direção do maior. — Eu apenas tive o privilégio de encontrar essa melodia incrível.

— Mas foi você quem corrigiu as falhas e… Olhe para isso, ele quase reescreveu a minha música — brincou, arrancando risadas de ambos.

— Não seja exagerado. Você foi ótimo. — Sorriu.

— Então… Obrigado! — falou satisfeito, não evitando dar o seu melhor sorriso.

— Então, vocês dois podem me acompanhar até a sala? — o diretor indagou, vendo os dois se entreolharam.

 

Em seguida afirmaram com a cabeça e deram algumas batidinhas em suas roupas para tentar desamassá-las, logo após se levantarem em conjunto do banco estofado.

Chanyeol se sentia receoso, principalmente porque também nunca havia sido convocado à sala do diretor. Por mais que fosse um dos professores da academia, o único momento em que se encontrava com ele era para passar as notas dos alunos. Algumas vezes também encontrava com Baekhyun, então eles se cumprimentavam e seguiam caminho.

Mas, mesmo assim, a sensação boa e acolhedora que crescia dentro de si dizia que algo bom iria acontecer naquele momento. Era como se estivesse se sentindo revigorado. Porque, de qualquer modo, a música fazia com tivesse esse sentimento bom.

 

— Sentem-se — o diretor falou assim que entraram na sala aconchegante, apontando para duas cadeiras.

 

O senhor de meia idade andou em volta da mesa principal, procurando alguma coisa em meio as folhas atiradas sobre ela. Chanyeol e Baekhyun sentaram-se um ao lado do outro, prestando bastante atenção em cada ato do diretor. Ele parecia focado enquanto, com os dedos, folheava algumas pastas bagunçadas, o cenho franzido deixando o ar um pouco tenso para ambos.

 

— Algum problema? — Baekhyun perguntou, não conseguindo segurar a curiosidade.

— Problema? — O mais velho coçou o queixo, confuso. — Ah… Não, não. De forma alguma, apenas estou procurando um contrato — explicou. — Ele deve estar por algum lugar…. Aqui! — Puxou a folha para cima.

— Contrato?

— Sim. — Assentiu. — Bem, depois que vi você dois tocando juntos, eu tive uma ótima ideia. Digo, foi muito… gratificante assistir o modo como ambos tocavam em perfeita sincronia.

— Nossa, foi tão bom assim? — Chanyeol brincou, vendo o diretor afirmar.

— Foi por esse motivo que eu pensei: por que não os colocar para tocar como a dupla principal no musical? — Sentou-se na cadeira estofada. — Claro, eu gostaria da permissão de vocês dois, mas posso garantir que será um espetáculo e tanto. — Gesticulou afobado.

— Eu aceito. — Baekhyun falou logo em seguida.

 

O diretor ficou surpreso pela resposta rápida. Seu olhar se voltou para o de Chanyeol, e ele confirmou com um aceno simples e direto que aceitaria a participar do musical também.

Aliás, quem em plena consciência recusaria a participar de um?

 

— Ambos agindo dessa forma, até parece que estão aceitando uma proposta de casamento — o diretor brincou, fazendo com que os dois rissem baixinho. — Bom, temos que ler as cláusulas do contrato e eu confiarei em vocês para decidir a música que irão abrir o musical — falou esboçando um sorriso sincero. Estava excitado pelo que poderia vir dos dois.

— Pode confiar em nós, iremos dar o nosso melhor! — Chanyeol se mostrou determinado ao falar quanto Baekhyun apenas assentiu, sorrindo. — Podemos ensaiar aqui mesmo? — perguntou, virando-se para o menor.

— Acredito que não será nenhum problema — disse, dando a palavra para o diretor.

— Podem vir a hora que quiserem — apressou-se em dizer.

— Obrigado novamente! — Baekhyun sorriu e agradeceu, curvando-se.

 

Ambos estavam ansiosos para o musical. Sequer viam a hora do dia mais esperado acontecer e, daquela vez, eles seriam a atração principal.

 

[...]

               

O banco que ficava em frente ao instrumento musical normalmente tinha o tamanho exato para que apenas um pianista sentasse e se sentisse confortável o suficiente para poder deslizar os dedos pelas teclas. Entretanto, Chanyeol e Baekhyun tornaram o espaço pequeno demais quando resolveram sentar-se no mesmo banco, tocando em um só piano a música que faria a abertura do musical.

Entre risos e notas que formavam uma melodia, ambos passaram toda a tarde e parte da noite. Treinavam arduamente, mas, mesmo que tentassem manter o foco somente no instrumento, o riso muitas vezes tímido sempre escapava quando eles ao menos percebiam. Era divertido, eles admitiam.

Chanyeol foi o primeiro a perceber que já havia passado do horário, e com o fim do treino, em alguns passos ele já estava guardando os seus pertences que havia trazido para poder ir para casa. Porém, Baekhyun estava com uma outra ideia em mente. Na verdade, ele estava pensando sobre aquilo desde o início do dia, mesmo que sua timidez atrapalhasse um pouco.

 

— Ei, Chanyeol — a voz um pouco baixa verberou por causa do eco no ambiente vazio.

— Sim? — Ele virou o corpo para a sua direção, atento ao chamado dele.

— Como já está um pouco tarde, eu pensei se talvez você gostaria de ir tomar um café comigo. — Sorriu enquanto falava, tentando não parecer tão nervoso.

— Oh, sério? — Entreabriu os lábios, um pouco surpreso pelo convite repentino. — Eu aceito. Estou morrendo de fome. — Sorriu de volta.

— Certo, então vamos!

 

Em poucos minutos ambos já se encontravam dentro da cafeteria. Baekhyun havia pedido um café expresso com chantilly e canela, com um bolo de ricota, já Chanyeol acabou pedindo um cappuccino com chantilly e uma torta de pêssego; a sua favorita daquele lugar.

 

— Então quer dizer que você é novo na academia? — Baekhyun perguntou, tomando alguns goles do seu café que já estava menos quente.

— Hm — afirmou. — Eu trabalhava como professor em outra cidade, mas aqui eles pagam melhor.

— Tem razão! — o menor concordou. — E você faz alguma outra coisa? Além de ser professor de piano, é claro.

— Eu gosto de produzir minhas músicas, mas eu sou iniciante nessa área — explicou, sorrindo quando viu a sombra de um riso no rosto do menor. — Está zombando de mim, é?

— De maneira alguma — defendeu-se, levantando as mãos como se estivesse rendido. — Quando eu comecei a escrever minhas melodias, eu sequer era capaz de tocar elas. Eram horríveis…. Ainda são — Baekhyun sussurrou as últimas palavras.

— Mas você fez um ótimo trabalho nas minhas partituras — disse logo após tomar um longo gole do seu cappuccino. — De qualquer maneira, parece que você imaginou a música toda quando reescreveu a melodia. Se continuasse dessa forma, seria um grande produtor — Chanyeol elogiou, vendo ele abaixar a cabeça.

— Ah, obrigado…. Mas eu realmente prefiro ensinar, compor é como um hobbie. Eu apenas encontrei as suas partituras por acaso... — contou levando a boca até o chantilly do seu copo, instantaneamente sujando o rosto e formando um bigode ao redor dos lábios.

— Baekhyun... — Chanyeol murmurou com um tom risonho, levantando levemente o tronco.

 

O Byun encarou o maior e estranhou quando ele começou a se aproximar vagarosamente. Tentou falar alguma coisa, talvez perguntar o porquê daquela aproximação repentina, mas ficou imóvel diante da investida dele. Chanyeol levou seus dedos até os lábios finos dele, limpando o doce que estava ao redor, para em seguida levar aos próprios lábios. Em momento algum deixando de dar o seu melhor sorriso.

As bochechas coraram instantaneamente ao passo em que seu coração acelerou. Se a intenção de Chanyeol fora fazer com que o menor ficasse nervoso, com toda a certeza ele havia conseguido. Apesar de que Baekhyun não fosse alguém que facilmente ficava nervoso, aquele momento fez algo dentro de si se agitar como há tempos não acontecia. Ele só não sabia se aquilo era bom ou ruim.

A situação se tornou um pouco tensa logo após, e o constrangimento caiu sobre ambos. Os olhos se evitavam a todo momento, e a única coisa com que se preocupavam naquele instante era em poder terminar de vez os doces que ainda estavam pela metade dentro dos pratos.

 

— Então… — Chanyeol, assim que terminou de comer, pigarreou alto o suficiente para atrair a atenção do menor. — Eu acho que já está na minha hora.

— Ah, entendo — comentou baixinho. — Nos vemos amanhã? Quero dizer, no ensaio, não aqui na cafeteria — explicou-se afobado. — A não ser que você queira vir aqui amanhã de novo, porque eu não me importo. — Suspirou no final da frase, achando-se um idiota por ficar tão nervoso com tão pouco.

— Claro, será um prazer — o maior silabou, rindo engraçado pelas palavras rápidas de Baekhyun. — Até amanhã, então. — Levantou-se calmamente, sendo acompanhado pelo outro.

— Certo, até amanhã — despediu-se sorrindo, recebendo um aceno de volta.

 

Pela vidraça, seguiu-o com os olhos até o momento em que ele entrou no carro do outro lado da rua, e deu partida para casa. E somente naquele instante foi capaz de se acalmar novamente, sequer havia notado que segurava a respiração. A mão em cima do peito apenas provava o quão acelerado seu coração estava, e pensar que no dia seguinte sairiam outra vez, Baekhyun só conseguia sorrir.

Além de, é claro, sentir seu estômago embrulhar em ansiedade.

 

[...]

 

O resto do mês se passou exatamente do mesmo modo. Chanyeol e Baekhyun ensaiavam, e logo após iam até a mesma cafeteria para que pudessem comer e conversar sobre diversos assuntos. Acabaram descobrindo muitas coisas em comum além da paixão pela música, e isso apenas favorecia para que um sentimento novo, lá no fundo, surgisse em ambos.

As coisas se tornavam cada vez mais viris com o passar do tempo, principalmente porque ambos gostavam da sensação que sentiam quando saíam juntos todos os dias após os ensaios. Gostavam da presença um do outro, e principalmente da forma como eram tão parecidos até nos detalhes mais simples.

Era algo que estavam sentindo com mais frequência, algo que achavam não ser mais possível encontrar àquela altura. A situação era ainda mais difícil naquela idade, já que não possuíam tempo o suficiente para uma vida social fora do trabalho. Contudo, as coisas pareceram se acelerar de repente.

E estando ali, um com o outro, era como se todos os pontos se ligassem.

 

— Chanyeol — Baekhyun murmurou, arqueando uma das sobrancelhas ao perceber o olhar do maior sobre si.

 

Porém, ele parecia estar completamente imerso em seus pensamentos, o suficiente para não notar Baekhyun lhe chamando. O menor suspirou, um sorriso de lado brincando em seus lábios, e se levantou de onde estava. Devagar ele caminhou até o outro, em seguida segurando o rosto do Park com as duas mãos que estavam um pouco geladas.

Aquilo foi o suficiente para que Chanyeol percebesse o que estava fazendo, e imediatamente acabou ficando constrangido ao notar que estava há um bom tempo olhando para o seu colega.

 

— Baekhyun, o que você está fazendo? — indagou por estarem tão próximos.

 

Ficou ainda mais nervoso ao sentir a respiração quentinha contra sua bochecha. Seus olhos acabaram desviando até os lábios finos de Baekhyun que ainda sorriam, e por impulso mordeu os próprios. Sabia exatamente o porquê seu coração batia tão rápido naquele momento, entretanto, o sentimento que acabou crescendo tão rápido quase o assustava.

 

— Eu estava falando e você ficou aéreo do nada… No que estava pensando? — perguntou, pedindo espaço para que pudesse se sentar ao lado dele.

— Nada muito importante, só estou cansado demais. — Pigarreou, tentando quebrar o clima tenso que se instalou entre dois. — Sobre o que você estava falando mesmo?

— Eu estava dizendo exatamente sobre darmos alguma pausa. Quem sabe podemos tocar uma última vez, e podemos ir para casa, uh? — Sorriu para ele, ganhando um sorriso de volta. — Você começa.

 

Chanyeol concordou, estalou os dedos, e começou a dedilhar o piano, sendo levado pela melodia calma que invadia o ambiente pouco a pouco. Quando olhou para o lado viu Baekhyun lhe retribuir o sorriso, sentado tão perto de si e tomando uma parte do piano. Era a primeira vez que tentavam realmente tocar juntos, e quem visse aquela cena de fora pensaria que haviam ensaiado por meses para alcançar aquele som.

Estavam tão inertes nos sentimentos que mal perceberam quando, lentamente, os dedos escorregaram pelas teclas do piano, parando de tocar, e se entreolharam sem dizer uma palavra sequer. De repente, algo intenso começou a borbulhar dentro de cada um, e os corações se aceleraram ao pensar no que aconteceria em seguida.

Seria apenas os dois e o piano como testemunha do que iriam selar a partir daquele momento.

Baekhyun tomou atitude, segurando o rosto de Chanyeol exatamente como havia feito. Pouco a pouco se inclinava para poder alcançar os lábios macios do outro pianista, por mais que o nervosismo estivesse presente. Não iria parar quando finalmente havia ganhado coragem o suficiente para fazer algo que há dias pretendia fazer.

Fechou os olhos, selando os lábios cheinhos de Chanyeol. O maior não ficou parado por muito tempo, e logo tratou de colocar sua mão no pescoço de Baekhyun e puxá-lo para mais perto, dando continuidade naquele beijo carregado de sentimentos e incertezas.

Quando cessaram o beijo, entreolharam-se por um momento e continuaram em silêncio. Nenhum dos dois tinha o que dizer, até porque as respirações descompassadas e o olhar apaixonado respondiam por si só.

 

[...]

 

Conforme os dias se passavam, e o sentimento ficava mais intenso, Chanyeol e Baekhyun tornaram-se mais próximos. Sempre davam algum jeito de se beijarem pelo menos uma vez durante os ensaios, e de jeito nenhum isso os impediu de continuarem praticando, muito pelo contrário, aquilo apenas fez com que a ligação se tornasse ainda maior.

Era impossível notar o quanto o Byun aparentava mais feliz, e que o sorriso aumentava a cada dia, somado às palavras gentis que se tornaram mais frequentes. E Chanyeol não estava diferente, por mais que já fosse acostumado a sorrir sempre, no entanto, todos os seus costumes acabaram mudando. Dentre eles, o de dormir cedo, já que ambos ficavam trocando mensagens até altas horas da madrugada.

Tornaram-se mais afetuosos um com o outro, como quando trocavam carinhos nas bochechas rosadas, e cafunés nos cabelos macios. Abraçavam-se mais vezes, e por mais tempo, assim como os beijos que se tornaram mais quentes com o passar dos dias. Nada parecia sanar verdadeiramente a vontade de ficar juntos a todo instante.

Para Baekhyun, era estranho assumir tudo aquilo, tanto que ainda se perguntava se estava realmente acontecendo aquele romance não titulado. Sem querer sorria pelos cantos, pensando o quão bom Chanyeol era para si. A música havia o ajudado a achar alguém que acabou se tornando uma das pessoas mais importantes em sua vida.

Para o Byun, Chanyeol havia se tornado a melodia perfeita, enquanto Baekhyun se tornara a melhor de suas músicas.

Naquela noite chuvosa, o maior havia o levado para casa, já que o seu carro estava na revisão. Ficaram ensaiando até um pouco mais tarde, e quando a chuva pareceu ficar mais forte, o Park revolveu oferecer carona. O clima estava ameno entre os dois, apesar de que em algumas vezes ficasse um tanto pesado por causa dos beijos rápidos trocados. No entanto, em momento algum pareceu incomodá-los.

Não estava muito frio naquele dia, apesar de que o vento fresco parecesse cortante do lado de fora da academia de música, porém assim que entraram no automóvel, viram-se obrigados a tirar os casacos finos por causa do ar abafado que os envolvia conforme Chanyeol ligava o carro.

O caminho até a casa do Byun não foi longo, mas foi preenchido apenas por um silêncio confortável, e o som baixinho de uma estação de rádio. Algumas vezes o maior batucava os dedos no volante, atento à estrada, enquanto Baekhyun olhava a paisagem pela janela.

 

— Esse tempo está ótimo para tomar um chocolate quente vendo algum filme — disse, vendo os pingos escorrerem pelo vidro, assim que o mais novo estacionou o carro em frente à sua casa.

— Isso é uma indireta, Baekhyun? — perguntou, sorrindo ladino.

— Se você quiser interpretar como uma... — Imitou o sorriso, tirando o cinto de segurança para poder se virar de lado, e encará-lo melhor.

— Mas sabe — Chanyeol disse, também tirando o cinto e se inclinando sorrateiramente até o Byun. — Tem algo que eu quero que não preciso de indiretas...

— O quê? — Desceu os olhos até os lábios dele, que ainda ostentavam um sorriso.

— Quero que você me beije — soprou, aproximando os rostos até poderem selar os lábios.

 

Era um beijo lento, porém não era um beijo de despedida. Entre os estalos molhados que aos poucos se tornavam mais audíveis, escondia-se tudo aquilo que naquelas últimas semanas ambos quiseram reprimir. Os arfares e as respirações desreguladas, eram como as frases que quiseram dizer, mas que em nenhum momento tiveram oportunidade.

As mãos de Chanyeol fizeram um caminho invisível até a cintura do menor, que não precisou de um pedido para que se levantasse do banco e sentasse no seu colo. De repente o ósculo se tornou mais viril, e os dedos pareceram impor mais força à medida que deslizavam pelas peles cobertas, como se estivessem deslizando pelas teclas de um piano.

Baekhyun puxava os fios macios da nuca do maior, enquanto seu quadril iniciava movimentos cadenciados e envolventes, acompanhando a melodia baixa que ainda soava na estação de rádio. Sentiu exatamente o momento em que a palma quente do Park se infiltrou pelo tecido de sua camisa, e tocou a derme em busca de mais contato.

Os vidros do carro já se embaçavam pela alta temperatura dentro do carro, levando um choque térmico com o frio do lado de fora. O espaço pareceu se tornar pequeno demais em meio a todas aquelas carícias que ambos desejavam que durasse por muito tempo, e Chanyeol se viu obrigado a afastar o banco, deitando-o.

Daquela maneira, com o Byun deitado sobre si, os quadris se chocavam com uma força maior, atritando os membros duros ainda sob as roupas. Não sentiam a necessidade de tirá-las, apenas de aproveitar o raro momento que possuíam fora dos olhares curiosos, e quando eram apenas os dois. Sequer tinham a intenção de se despirem ali naquele carro.

Os beijos tomaram uma proporção maior quando Baekhyun arrastou o quadril, rebolando em círculos e sentindo com perfeição o membro que já pulsava sob o seu. Sentia a sua cueca molhada pelo pré-gozo, as mãos agarrando suas nádegas e o instruindo em movimentos cada vez mais curtos que o deixava quase à beira de um colapso.

Era tudo tão intenso e certo com Chanyeol; ou sentia tudo, ou não sentia nada. Com ele, a mínima coisa possível se tornava um dever penoso que custava o seu máximo para que desse realmente certo. E em nada aquilo lhe parecia ser ruim, pois quanto mais tempo passava com o Park, mais tempo gostaria de passar.

Os lábios dele desceram até o seu pescoço, beijando delicadamente para então chupar a pele, deixando o caminho vermelho e arrepiado. Baekhyun já tinha os olhos fechados, apertando as laterais do banco para tentar conter um murmúrio de prazer ao ter a extensão do seu pênis apertada pela mão habilidosa que se infiltrou entre os corpos antes colados.

Sem ter controle sobre seu corpo, o quadril investia na palma do maior, tentando receber mais daquelas carícias que, caso continuassem por mais alguns minutos, fariam com que gozasse ali mesmo. No entanto, ele as parou por ali, subindo por dentro de sua camisa e apertando o mamilo arrepiado entre o polegar e o indicador.

O Byun entreabriu os lábios em um gemido mudo, franzindo o cenho. Ele levantou o tronco, ficando sentado sobre o quadril de Chanyeol, e quando os olhos se encontraram ambos sorriram. Podia não ser o momento perfeito, mas eram perfeitos um para o outro.

 

— O que acha de entrarmos? — Baekhyun perguntou, não parando de rebolar sobre o falo duro.

— Acho uma ótima ideia. — Suspirou, segurando a cintura alheia.

 

E, no final, aquela noite passou tão rápido quanto havia começado. Com filmes e chocolate quente, e pernas entrelaçadas.

 

[...]

 

Com a chegada do musical, Chanyeol se tornou aflito; era a sua primeira apresentação como um profissional na área da música. Não queria decepcionar ninguém, muito menos o diretor. Também não queria cometer algum erro que pudesse comprometer Baekhyun, e logo os levassem a errar em conjunto.

Suas mãos suavam antes do musical começar, o pé batia diversas vezes no assoalho de madeira, e a boca já se encontrava vermelha de tanto morder. Seu coração poderia sair pela sua boca a qualquer momento, e tinha medo que alguém pudesse ouvir o barulho que seu estômago fazia a cada solavanco intenso que dava.

Baekhyun ria ao seu lado, parecendo confortável e confiante demais. Ele parava em sua frente, apoiava as mãos em seus ombros, e murmurava baixinho que tudo ficaria bem. No entanto, nada daquilo parecia adiantar quando ouviu o barulho da plateia que aparentava estar cheia. E tudo pareceu piorar quando espiou pela cortina vermelha.

 

— Meu Deus! — exclamou. — Está muito cheio... E agora?

— Quanto mais cheio, mais pessoas verão o seu potencial incrível — Baekhyun disse simples. — Relaxa, Chan, vai dar tudo certo. Nós treinamos muito.

— Eu sei, mas... Eu sinto como se eu fosse desmaiar a qualquer momento — comentou, choramingando em seguida. — Eu estou tremendo, e nem estou sentindo frio!

 

O menor riu, chegando mais perto e o abraçando pela cintura.

 

— Calma, amor — disse baixinho, fazendo Chanyeol sorrir ao ouvi-lo o chamar daquela maneira. — Eu estou com você, não estou?

— Está. — Suspirou pesado, fechando os olhos e devolvendo o abraço apertado. — Você me passa conforto, sabia?

— Sabia. — Sorriu contra o tecido da camisa social dele. — Apenas tente não pensar no pior. Logo passa, você vai ver — encorajou-o.

— Espero que sim. — Deixou um beijo casto na testa dele, e logo os narizes se roçaram em um carinho superficial.

 

Ficaram pouco tempo daquela forma até anunciarem a abertura do musical. Olharam-se por alguns segundos antes de selarem rapidamente os lábios, e seguirem caminho pelo corredor pequeno que os levaria até o centro palco, atrás da cortina, aonde continha um imenso piano que os aguardava.

Assim que os panos se abriram, palmas preencheram o local, e em seguida os dois sentaram no banco em frente ao instrumento. O silêncio da plateia anunciou que estavam prontos para que o espetáculo começasse, e o suspiro de Chanyeol assegurou Baekhyun a começar a tocar a melodia leve.

Com os olhos fechados, o Byun parecia deslizar os dedos por nuvens, já que sequer sentia as teclas sob os dedos. E assim que as mãos de Chanyeol se juntaram às suas naquele ritmo envolvente, tudo ficou ainda mais bonito. Era como se ambos se completassem em meio a uma simples música, onde um impunha a leveza, e o outro a intensidade necessária. Eram notas que se mesclavam em uma sintonia perfeita que deixava a plateia de queixo caído.

O tom se tornou mais pesado conforme afundavam mais a teclas, o som mais alto e contagiante, obrigando quem estivesse de fora a acompanhar o ritmo com os pés que batiam no chão, ou os dedos que batucavam o estofado da cadeira. Era a melhor abertura daquele mesmo musical que já possuía décadas de história, e que acontecia todos os anos.

Ao fim da apresentação, as palmas novamente preencheram o auditório, trazendo o conforto para Chanyeol que se encontrava ainda pasmo pela incrível apresentação que haviam feito. E antes que pudessem agradecer ao público pela bela recepção, as cortinas vermelhas se fecharam, e o musical se iniciou com uma nova exibição dos alunos.

Ficaram um tempinho sentados no mesmo banco, um olhando para o rosto do outro como se estivessem felizes demais para que pudessem falar alguma coisa. Não tinham palavras para descrever o momento, nem mesmo pensaram em como descrevê-lo. Era um sonho compartilhado, e que haviam realizados juntos.

Aquela era a prova viva de que a música aproxima pessoas, e que somente ela poderia separá-los.

 

— Ei, Baek — chamou-o baixinho, sorrindo tão largo que sentia as bochechas doerem. O Byun não estava diferente. — Como já está um pouco tarde, eu pensei que talvez você gostaria de ir tomar um café comigo — repetiu as palavras que o menor havia dito a meses atrás.

 

Baekhyun sorriu ainda mais, e tomado pela recente emoção, seus olhos se encheram de lágrimas antes de resolver beijar os lábios de modo terno. Um beijo cheio de sentimento, e que valia por mil palavras trocadas durante as madrugadas em claro, e por todas as notas musicais do mundo.

Era um beijo que dizia sim à todas as perguntas, e que aquela apresentação jamais fora o limite para os dois, mas sim, o começo de tudo que ainda estava por vir. Porque, mais uma vez, a música havia unido o que já estava prescrito a ficar junto.

 

 

 

 

 


Notas Finais


E aí, o que acharam? Comentem conosco :3

Acompanhem nossas histórias ~~ rsrs

Perfil de quem enviou o plot: https://spiritfanfics.com/perfil/minseokjdae


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