História Icha Icha Produções - Conclusão

No meio da cidade, em uma enorme casa, com um enorme muro, um enorme jardim e um enorme portão morava uma enorme família com uma enorme felicidade: um homem, dez mulheres e um monte de filhos moravam ali, fora os que já viviam em suas próprias casas. Os vizinhos estranharam muito no começo quando deram conta do tipo de família que formaram ali, mas aos poucos se acostumaram e firmaram boas amizades com todos. Os homens conheciam todos da casa ainda antes de os virem, afinal eles viam vídeos adultos, além de agora conhecerem pessoalmente as beldades que encenaram os melhores vídeos de sexo que assistiram em sua vida, mesmo agora sabendo que elas eram sérias mães de família e esposas do melhor ator que já passou na Icha Icha, não podiam negar, tinham inveja do Uzumaki, mas ao mesmo tempo tinham orgulho de tudo o que ele fez por aquelas mulheres quando elas mais precisavam. Sim, eles não escondiam suas histórias de quem quisesse ouvir sem julgamentos, assim todos conheciam aquelas pessoas além dos filmes, mas como seres humanos normais.

Com a entrada de Sakura e Sarada a família Uzumaki ficou estável, não existia mais nenhuma garota com pretensão de entrar e nenhuma sequer pensava em sair. Elas ganharam também uma “cerimônia de casamento” individual e um álbum completo de fotos para guardar de recordação, tal qual todas elas ganharam anos antes. No começo os filhos estranharam uma moça com a mesma idade deles, que praticamente cresceu com eles agora pertencer ao pai e esperar um filho dele, mas ela mesma explicou direitinho tudo o que aconteceu e esperava que isso fosse o suficiente. Talvez não fosse, mas eles já estavam acostumados a coisas exóticas no que se referia ao quesito “família” então uma estranheza a mais ou a menos não faria nenhuma diferença. Tudo o que acontecia a partir disso era o que acontecia em qualquer família.

Por muitas vezes eles conversavam sobre o passado e sobre como chegaram até aquele ponto da vida que não tinham nada a mais para desejar para ser feliz, sobre como se conheceram, se apaixonaram e ficaram juntos mesmo com tantos desafios. Seus filhos só souberam de toda a história a partir da segunda parte da adolescência e ouvir toda a aventura deles gerou um orgulho enorme do pai e de sua respectiva mãe, pela força que eles tinham e por mostrarem um amor tão sólido e firme depois de tantos anos juntos. Era a pura verdade quando diziam que não cogitavam a vida um sem o outro, não pensavam em um futuro onde viveriam separados, não existia um futuro assim na mente deles. Um pertencia ao outro e assim permaneceriam até a morte.

Sobre a Icha Icha e seus componentes, tudo mudou muito desde a época deles. Depois de tantos anos de crescimento e lucros crescentes, Tsunade resolveu vender a produtora e viajou junto com Jiraya para curtir umas boas férias, sim, eles resolveram tentar um romance mais sério entre eles e até agora tudo estava bem, ele parou de trabalhar com mulheres e ela saiu de vez dos testes com os atores, agora eram apenas um do outro. Torcia para que desse certo, ambos eram solteiros e desimpedidos, mereciam ser felizes.

Quem comprou a produtora foi um baixinho chamado Mineta que apareceu sabe-se lá como. Apesar de esquisito, o cara era um gênio dos negócios e altamente pervertido, tanto que ele, além de presidir a empresa, dirigia as cenas e contracenava também, gostava muito de sexo e por várias vezes era visto em sua sala transando com alguma das atrizes, principalmente nos testes do sofá, ele se esbaldava em todos os aspectos da palavra e usufruiu ao máximo o que poderia fazer como presidente da produtora. A Icha Icha Produções cresceu muito nas mãos dele e agora era muito mais reconhecida do que antes, mas o novo dono fez questão de continuar com uma sessão no site dedicada às cenas antigas da época em que ele não era o dono. Lamentou muito o fato daquelas mulheres não se interessarem mais em gravar, elas eram absurdamente lindas e fofas, ao mesmo tempo que fez questão de ir até a casa de Naruto e dizer que era seu fã por conseguir ficar com todas elas, ele era o seu herói.

Uma curiosidade sobre essa parte de suas vidas foi que Sarada, certa vez, pouco tempo depois de sua filha nascer, assistiu novamente uma cena da Icha Icha. A cena era Naruto e Mabui (a que ele gravou com ela no deserto, entre as pedras), e isso a deixou curiosa sobre como seria fazer sexo sendo filmada. Ao contar isso para sua mãe a resposta que ouviu foi resumidamente algo como “no começo é estranho, mas depois a gente acostuma”, o que não a deixou satisfeita. Depois foi perguntar para o marido que contou algumas histórias, mas falou quase a mesma coisa a deixando novamente frustrada, com a diferença que ele viu a carinha aborrecida dela e propôs:

“Quer saber mesmo como é? Posso te mostrar.”

Ela aceitou na hora sem saber o que ele pretendia. Mais tarde Naruto chegou com as outras mulheres com equipamentos de filmagem no quarto e anunciou que eles fariam uma cena caseira do mesmo jeito que faziam na Icha Icha. Claro que aquilo nunca iria ser publicado, era apenas entre eles, mas mesmo assim a Uchiha mais nova estava nervosa, poxa, fazer sexo assim com tanta gente olhando e filmando, será que conseguiria?

Mesmo com o nervosismo, quando o marido a puxou para perto e a beijou a tensão foi sumindo rapidamente, ele sempre soube acalmá-la e não deu outra: em poucos minutos ela estava entregue e pronta para a “ação”, tudo devidamente registrado. Sarada não viu muita diferença entre um sexo normal e uma cena, exceto que nas cenas tinha que haver um bom ângulo para a câmera para o consumidor ver a penetração ou a ação que estivesse acontecendo, era muito profissional. A jovem amava fazer sexo com o marido e se entregava com tudo o que tinha, naquela filmagem não seria diferente, fez todas as posições que a “diretora” Temari ordenou e finalizaram com ela no colo dele. As garotas gostaram daquela experiência e depois fizeram o mesmo, uma cena caseira só entre eles com outra garota dirigindo tudo, como lembrança dos velhos tempos. Foi altamente prazeroso e nostálgico.

Quando Sarada foi assistir a sua cena ficou muito excitada e corada, era muito estranho ver a si mesma “em ação”, o foco em suas partes, dava para ver até o brilho dos fluidos genitais, principalmente os dela própria, ver bem de perto o membro do marido a penetrando com vontade até a base parecendo uma britadeira... Ao mesmo tempo ficou com certa vergonha de se ver naquela tela, mesmo sabendo que quem estava assistindo eram apenas membros de sua família. Isso a fez admirar ainda mais a sua mãe e as outras garotas, afinal elas fizeram muitas gravações assim e até hoje era assistidas em qualquer lugar que tivesse internet, era uma exposição enorme e precisava de muita coragem para fazer aquele tipo de trabalho. Mais uma vez elas mostravam que eram muito fortes. Já sobre Naruto era a mesma coisa, mas era nítido que ele se envolvia na cena muito além do que um ator normal faria, era claro que ele aproveitava ao máximo aquele momento e tudo era verdade, elas sentiam que com ele era mais que uma cena, que ele investia nelas com mais vontade e satisfação, que sentí-las assim era mais do que prazer. Ele sempre dizia que aquilo era tão bom que gostaria de ficar dentro delas para sempre, que fazer amor com elas era uma das coisas que o mantinham vivo, era algo que faria sempre, só pararia quando seu corpo ou o corpo delas não tivesse mais condições. E Sarada? Ela concordava plenamente, sentia na pele e na carne tudo o que ele falou, além de também adorar quando ele acelerava dentro dela, parecia que queria se fundir com elas e isso era com todas as garotas. Quanto mais o tempo passava, mais eles se amavam e queriam estar juntos, realmente o lugar deles era um com o outro, nunca separados.

Sobre os futuros, tudo dera certo. Naruto alcançou tanto sucesso com seu mangá que chegou naquele patamar de ser um “mangaká de uma obra só”, onde sua obra alcança tanto reconhecimento que sempre tem uma saga nova, um arco novo onde até outros artistas o fazem e, logicamente, ele recebe uma parte do lucro por ser o criador. O que se provou muito útil por poder se dedicar integralmente à enorme família. Claro que ele não abandonou a arte dos quadrinhos e sempre publicava alguma obra menor ou obra de um volume só, para se manter na ativa, mas não dependia mais disso para viver, agora sim poderia dizer que literalmente desenhava porque gostava, simplesmente isso.

Hinata e Ino eram médicas renomadas, Hanabi publicava seus próprios livros (depois do mangá do marido ela abriu mão dos roteiros e se dedicava a escrever suas obras), Temari abria muitas lojas novas, Mabui e Karui também obtinham sucesso com seus restaurantes, Karin continuava como uma juíza respeitada, Tenten continuava treinando e gerindo suas academias, Sakura voltara a estudar e Sarada pouco a pouco se tornava uma ilustradora tal qual era inspirada por seu amor. Todos se amavam e se ajudavam, eram felizes.

Quanto aos outros antigos componentes da Icha Icha, nenhum estava mais trabalhando no pornô. Sasuke e Itachi hoje se aventuravam em corridas de rali, algo totalmente diferente do que esperavam. Claro que o mais novo ficou fulo quando soube que sua filha estava grávida de Naruto, e Sakura também, mas as duas conversaram longamente com ele e hoje estavam mais em paz, afinal não se podia mandar no coração. Konohamaru casou com Kurotshuchi e hoje administram uma loja parecida com o café que Naruto levou Hinata em seu primeiro encontro, onde de lêem livros e mangás ao mesmo tempo em que podem pedir comida, um sucesso. Neji agora era advogado e volta e meia topava com Karin durante algum processo, Gaara virou lutador de artes marciais mistas e crescia na carreira, Shikamaru entrou na política e queria ser governador, Kiba não deu mais notícias depois que a produtora fora vendida, apenas se sabe que ele não renovou o contrato.

Mei Terumi comprou a produtora de Orochimaru e renovou completamente o elenco, agora era ainda mais forte a concorrência com a Icha Icha de Mineta; Anko também realizou seu sonho e era muito feliz, jamais esquecera a força que Naruto lhe deu na única vez que ficaram juntos, Fuu também se fazia presente e trabalhava com Tenten na academia dela, ela ficou absurdamente bela e a Mitsashi a colocou em forma, ficou um espetáculo de mulher. Ela sabia que a amiga gostava muito do seu marido, eles tinham um passado juntos na produtora e algumas coisas a mais, por isso evitava que eles se falassem, não que ela não confiasse nele, mas sabia que a tentação seria pesada e Fuu faria o possível para enlouquecer seu esposo. Pior que ela conseguiria, a moça de cabelo verde lembrava até hoje da cena que gravou com o Uzumaki e morria de saudade dele. Talvez uma dia convencesse a amiga a “emprestar” o marido só por uma noite, tentaria até conseguir.

Resumidamente, a vida deles havia mudado para melhor depois da aventura que tiveram no mundo dos vídeos adultos. Era uma fase de suas vidas que jamais esqueceriam, mesmo que houvessem buscado apenas prazer e dinheiro, ou que casais autênticos houvessem se formado, como Konohamaru e Kurotsuchi ou Naruto e suas mulheres. Seus filmes para sempre ficariam na internet e nos DVD’s que gravaram e até hoje circulavam por mãos anônimas, além das inúmeras cópias piratas já feitas. Quantos casais usaram as cenas de Naruto para apimentar seus momentos íntimos não se sabe, mas eram muitos, pois até os dias atuais, tanto ele como as garotas, era reconhecidos não só por seus trabalhos atuais, mas por fãs que viram seus filmes e viam até hoje.

Caíram no pornô por inúmeros motivos, mas souberam transformar situações adversas e dificuldades em pura felicidade.

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Mesmo com tanta felicidade e tanto amor, os anos passam e chega uma hora que a idade cobra seu preço. Os filhos crescem, os netos nascem, os antigos objetivos que eram tão distantes agora já conquistados, tudo parece palpável e vemos que já temos tudo o que queríamos, mas o principal alerta sobre a idade chegando alcançou primeiro as garotas quando viram as primeiras ruguinhas, os primeiros fios brancos, viam a pele perdendo a firmeza da juventude. Não dava para julgá-las, afinal viveram o começo da vida adulta em um ambiente em que ser bonita e gostosa era tudo o que importava, se casaram ouvindo o quanto eram belas, agora essa beleza pouco a pouco queria ir embora, amenizado pelos produtos de beleza que compravam. Naruto tranquilizava todas elas e precisou fazer o que fez por Sakura, não queria de jeito nenhum que suas mulheres se sentissem mal por pensar que não eram mais desejadas, as amava de qualquer jeito e reforçava que não casara com elas pela beleza física, mas pelo que sentiam, por não viverem um sem o outro. E elas acreditavam, porque era tudo verdade. Demorou muito para eles pararem de fazer amor.

Naruto falava isso, mas também precisou de ajuda. Ele, apesar de estar em forma pela alimentação controlada e os treinos de Tenten, sabia que não era de ferro e a primeira prova foi quando pela primeira vez, depois de casado, que falhou na cama, justamente com a morena de coques. Ela estranhou no começo, afinal ele era uma bomba de vitalidade e nunca negava fogo, mas ao ver o rosto do marido soube que ele estava mal, se sentia fraco por não poder se unir com a esposa que estava tão fogosa naquela noite. Ela entendeu, mas chamou Hinata e Ino (médicas) para contar o que houve e as outras quando souberam que Naruto estava com um problema de saúde invadiram o quarto e não saíram de lá até saber o que era e também foram compreensivas, também por compreenderem que ele se desdobrou por mais de trinta anos (até aquela data), para satisfazer dez mulheres e olha que elas sabiam que eram exigentes na cama, sabiam que sugaram até a última gota de sêmen das bolas do marido e, infelizmente, sabiam que essa hora chegaria. Não que fossem parar com seus momentos de prazer, mas agora poderia aparecer uma “surpresinha” desagradável na hora, nada que não fosse contornável. Ele saberia dar um belo trato nelas com a boca, adorava fazer isso. Naruto só temeu pela reação de Sarada. Por ela ser vinte e dois anos mais nova do que ele, ainda estava em pleno vigor e era uma das que mais amava o sexo, era tão safada quanto a mãe e fazia questão de meter até não aguentarem mais, tanto que ela se sentiu culpada pelo marido estar falhando, talvez tivesse pegado pesado demais e exigido muito, mas tanto o marido quanto as outras mulheres consolaram a morena e disseram que era normal acontecer aquilo e todas exigiam muito dele, além do próprio falar que não tinha nada de mais em fazerem aquele sexo mais bruto, ele adorava aquilo e não queria que ela parasse, decisão apoiada por todas as outras já esperando suas oportunidades de fazerem amor. Se tudo estivesse em ordem, na noite seguinte seria a vez de Karui, logo após seria Ino e depois Hanabi. Elas também se sentiam vivas quando Naruto as tomava nos braços e esqueciam os temores da idade, se sentiam mulheres completas.

Tudo não passou de um susto afinal. Com todas mais tranquilas, voltaram a seus quartos e por uma causa desconhecida o “amigão” voltou a funcionar bem naquela hora. Ele olhou para Tenten, ela o encarou de volta e lambeu os lábios, não perderia a oportunidade. Abocanhou tudo de uma vez e aproveitou com vontade. Fizeram amor a noite toda até seus corações ficarem satisfeitos.

Amava demais aquela mulher.

Amava demais a todas aquelas mulheres.

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Os anos continuaram a passar e pouco a pouco exauria as forças dos nossos tão amados membros dessa família tão diferente. As doenças começaram a aparecer e a frequência sexual foi praticamente a zero, mesmo que não fizesse nenhuma diferença para eles, afinal o amor não diminuiu em nada.

No fundo todos sabiam que um dia teriam que se separar e um a um iriam para o outro lado, para um lugar melhor. Eles conversaram sobre isso muitas vezes e Naruto brincava dizendo que quando fosse a vez dele, procuraria cada uma delas para continuarem a viver juntos, dessa vez para sempre. Claro que era algo para descontrair, mas não escondiam o desejo que isso se concretizasse de verdade, no fundo desejavam que pudessem continuar juntos eternidade afora, seria justo não é?

Naquela tarde fresca, na biblioteca bem iluminada da casa em que o silêncio imperava, Sarada estava sentada em sua cadeira de balanço enquanto tinha um álbum de fotografias nas mãos e mais uma pilha deles na mesinha ao lado. Era uma preferência deles colocar parte das fotos em álbuns físicos, as fotos mais importantes, para que pudessem ver sem que fosse preciso ligar o computador. Mesmo com a idade mais avançada, com a visão mais fraca, ainda conseguia ver e sentir o que cada imagem daquelas representava, quando tiraram, o que faziam naqueles momentos e o que fizeram depois. Tantas imagens belas, viagens inesquecíveis e momentos belos que cada imagem passada as lembranças passavam por sua mente como um filme, além de que quando via fotos da época onde ela ainda não fazia parte da família, ela se sentia sendo transportada para aquele tempo. Ali haviam fotos do nascimento de todos os filhos nascidos na família Uzumaki, inclusive os quatro que Sarada teve com seu amor, muitas fotos da rotina da família, além de momentos amorosos entre ele e suas mulheres. Uma foto com todos brancos de farinha, enchendo balões, Naruto com a mão na testa ao derrubar um tubinho de tinta na página do mangá que havia acabado de terminar, as garotas repetindo o cosplay das personagens do mangá do marido (com Sarada se vestindo de uma personagem inédita), as mulheres “capturando” Naruto e o maquiando todo, um flagra de Temari xingando quando bateu o dedinho na perna da cama, Ino massageando os pés sentada no sofá ao voltar do trabalho plantonista, Hanabi com ponta da caneta na boca enquanto pensava em uma ideia nova, Hinata vestida de quimono socando o ar ao treinar Karate, Mabui de patins deslizando pelo jardim com sua calça colada (uma tentação), Karin dando bronca em suas crianças enquanto procurava seus sapatos, Tenten fazendo pose com todas as suas faixas e títulos (logo atrás dessa tinha outra foto com ela usando somente os títulos, sem roupa nenhuma, com as faixas cobrindo os locais “proibidos”,  que ela tirou para dar de presente ao marido), Karui pensativa no sofá, apoiando o queixo na mão e com as pernas cruzadas mostrando aquelas coxas maravilhosas, Sakura provando algo que tentou cozinhar e fazendo uma careta, Sarada após levar um susto ao entrar em casa com a própria mãe ao fundo morrendo de rir. Enfim, momentos rotineiros e simples que toda família vive (ou deveria viver), estavam registrados ali, além de tantos outros que estavam guardados em sua memória.

Hoje somente ela restava na casa. Sim caro leitor, na data que narramos esse capítulo apenas Sarada ainda vivia, rodeada e cuidada pelos filhos e netos, tanto os dela, quanto o das outras garotas. Pela primeira vez em cinquenta anos se sentia sozinha, quer dizer, nem tanto quanto esperava, mas era estranho ver aquela casa enorme tão cheia de gente e tão vazia ao mesmo tempo. Olhando à direita, do lado do poente, ela viu o mausoléu em que descansavam seu marido e suas nove mulheres, além de ter um local preparado para ela própria, ao lado de sua mãe. Se sentia em paz, se sentia feliz em saber que seu local de repouso seria em sua casa ao lado de sua família, até nisso Naruto acertou, era um gesto muito significativo, além do próprio prédio ser muito belo.

Foi uma fase difícil para Naruto que viu nove das suas mulheres morrerem no intervalo de quinze anos. A maioria foi por morte natural mesmo, sem sofrimento, somente duas foi por causa de doença, essas foram Sakura e Karin, sendo que Karin foi a primeira delas a partir e Sakura foi a quinta. Sarada pensou que o marido teria um ataque de depressão quando isso aconteceu, mas ele se mostrou incrivelmente forte, tinha que ser forte pela família, pelas que ainda estavam ali com ele, mas no fundo elas sabiam que por dentro ele estava destruído.

Lembram quando Ino afirmou que só se separaria do marido quando morresse? Isso foi cumprido não só com ela, mas com todas, ele estava presente no leito de todas elas na hora de seus últimos suspiros, morreram juntas daquele que amavam, as últimas imagens vistas por seus olhos foram as mesmas: os olhos daquele que escolheram passar a vida inteira. Foi assim com todas, sem exceção, sendo Tenten a última delas. Hinata foi um caso especial, foi a única delas que Naruto chorou antes que ela partisse, tudo por causa de suas últimas palavras que só ele ouviu e jamais revelou a ninguém.

A única presente na morte de Naruto foi Sarada. Ele ficava cada vez mais fraco e, pelo que ela o conhecia, estava iminente a hora de ir. Ela lembrava bem daquele dia, ele deitado na cama, ela ao seu lado enquanto conversavam. Ela lembrava...

Túnel do tempo...

Naruto estava em sua cama respirando calmamente e mirava o teto com um olhar distante, parecia que estava em outra dimensão, mas estava ciente que estava acompanhado. Não falava nada e não se movia, não lembrava em nada a vitalidade e alegria que eram suas características tão marcantes. Sarada estava cuidando dele e iria se levantar para pegar algo quando ele segurou sua mão.

— Sarada.

Ela se aproximou dele.

— Estou aqui meu amor.

— Me sinto tão fraco...

Ela sabia o motivo, infelizmente sabia.

— Você precisa descansar um pouco. Quer algo para comer?

— Não. — respirou fundo — Não estou com fome.

— Quer alguma coisa?

Ele tocou o rosto dela.

— Acho que chegou a hora de ir... Hora de ir procurar as outras partes do meu coração.

Ela deixa uma lágrima escapar.

— Vai me deixar aqui?

— Eu queria viver o bastante para ser o último a ir, mas você apareceu na minha vida com dezoito aninhos, uma verdadeira mocinha na flor da idade dando bola para um homem de quarenta...

— Sempre foi amor.

— Eu sei, por isso te aceitei... — sorri — Mas sabia que você teria que ver todos nós partindo.

— Eu aceitei entrar na família sabendo disso, não se preocupe. E saiba de outra coisa.

Beija a palma da mão dele.

— Eu nunca me arrependi do que fiz, nunca me arrependi de ser sua, nunca me arrependi de ser sua mulher e dos nosso filhos, se eu pudesse voltar no tempo faria tudo do mesmo jeito. Não saberia viver se não fosse com vocês, eu amo você e tudo o que vivemos nessa casa.

Naruto sorriu e seus olhos fecharam de leve. Ele abriu os braços e disse:

— Vem cá.

Ela deitou no peito dele com o ouvido em seu coração. Ele a envolveu em um abraço carinhoso e passava a mão nas costas da esposa, o que ela adorava. Ao passar a mão em seu rosto sentiu a armação dos óculos.

— Você sempre usou esses óculos mesmo não precisando deles.

— Eu gosto de usar. — explica — E hoje eu realmente preciso deles, meus olhos não são mais como antes.

— Verdade...

Mais alguns minutos se passam.

— Eu te amo Sarada... — ele fala fracamente — Nunca imaginei minha vida tão agitada assim, mas tenho muito orgulho de tudo, não poderia ter vivido mais feliz do que vivi aqui com vocês. Obrigado por me dar tudo o que eu sempre quis, por ser parte de mim.

— O que está falando... — sorri entre o abraço — Eu só retribuí o que ganhei de você meu amor.

— Eu... — respira fundo — Eu fui um bom marido para você?

— O melhor...

Então ele parou de falar e Sarada ouviu o coração do marido bater cada vez menos e mais fracamente. Justo ela que tantas vezes, naquela mesma posição, ouvia o coração dele bater tão acelerado depois de fazerem amor loucamente, agora o ouvia cada vez menos. Após alguns minutos sua pulsação parou e o peito parou de subir e descer anunciando que Naruto já não estava mais lá, mas foi para sua família no outro lado. Ela apertou a camisa dele e as lágrimas saíram com força, não imaginava que seria tão difícil a separação. Talvez fosse impressão ou coisa da cabeça dela, mas Sarada sentiu claramente o dedo polegar do marido limpando uma de suas lágrimas, agora se foi conscientemente ou não, jamais saberia.

Se encerrava ali a história maluca de Naruto Uzumaki. De todas as mulheres, Sarada foi a que passou menos tempo com ele, cinquenta anos completos, e todas viveram felizes naquele lugar, tanto que todas foram enterradas lá mesmo e agora o marido tomaria seu lugar de descanso.

Em breve seria a vez dela também. Seu local já estava designado e seria ao lado de sua mãe, junto com a família que a fizera tão feliz.

Mas lembrava o que o amado dizia a todas quando uma delas partia: “não tenham pressa, vivam com vontade”.

Ela viveria. Agora tinha uma família enorme e uma casa enorme para chefiar.

Eles a consolariam.

Fim do túnel do tempo...

Sarada fecha o álbum e limpa uma lágrima, ainda era difícil lembrar daquele dia. A dor e a saudade diminuíram com o tempo, mas nunca passariam, ela tinha consciência disso. Respirou fundo e antes de guardar tudo a porta abre:

— Vovó?

Uma das netas de Sarada adentra o local encontrando quem procurava no típico lugar que ela gostava de ficar. Ela vai para o colo da Uchiha e sua atenção vai para a pilha de álbuns na mesa.

— Vendo de novo essas fotos?

— São lembranças agradáveis meu amor. — beija a cabeça da menina — Parte do meu coração está registrado aqui.

— São fotos do vovô?

— Tem muitas dele, mas tem de todos.

— A senhora amou muito o vovô não é?

Ela suspira.

— Mais do que eu pensei que poderia amar...

— Mais do que a mim?

Ela sorri.

— São amores diferentes princesa, quando for mais velha vai entender. Agora me diga o porquê veio me chamar.

— Como assim?

— Você veio aqui me chamar para alguma coisa não é?

Um “click” veio na mente da garota.

— Ah sim! É que o lanche está pronto! Vem comer com a gente!

— Vou sim meu amor.

A garotinha pega na mão dela e a leva para a cozinha. Antes de sair, porém, olha para trás, para a pilha de álbuns e recorda novamente tudo o que passou para chegar até ali, tudo o que riu e chorou enquanto parte da família Uzumaki e toda a enorme família que construiu junto com o marido e as outras mulheres. As lembranças eram tão fortes que parecia que poderia ver todos eles ali junto com ela. Sarada realmente acreditava que onde quer que estivessem todos estavam juntos, um procuraria o outro até encontrar e passariam a viver em um lugarzinho só deles por toda a eternidade. Quando fosse a vez dela, também procuraria sua família e moraria com eles onde quer que fosse. Eles estariam esperando por ela e ela iria até eles, era seu lugar afinal.

A Icha Icha Produções foi o início de tudo para aquela enorme família, foi o motivo pelo qual se conheceram, foi o que deu um motivo para se tornarem mais íntimos, descobrirem segredos e curarem seus corações feridos. Foi um acidente entrar lá, mas foi por causa deles que tiveram tanta coisa e viveram tudo o que imaginaram, conquistaram muito mais do que queriam.

Foram felizes.

Muito felizes.

Que a Icha Icha Produções viva para sempre!

Que a história da família Uzumaki não seja a única!

E quanto a você caro leitor e cara leitora, que acompanhou a história dos nossos sonhadores e sonhadoras, espero que tenham curtido e se emocionado. Meu muito obrigado!

FIM