História Ilícito - The thin line between love and hate

Desde que botou os pés pela primeira vez naquela casa branca enorme e solitária ele nunca havia se sentido totalmente confortável com tudo aquilo. Estava acostumado demais com sua casa antiga que por onde quer que passasse sempre esbarrava em algum móvel de tão minúscula que era.
Kim Hansol havia perdido sua mãe muito jovem e quando tinha 10 anos descobriu que tinha um pai.
Este lhe trouxe para sua casa onde morava com sua esposa e seu filho um pouco mais novo que si. Ele não gostava muito da nova madrasta e seu pai não era muito presente chegando a passar dias seguidos fora de casa à trabalho. Ser dono de uma das maiores empresas existentes tinha suas desvantagens. . . 

O jeito era brincar com seu mais novo irmão , que não ia muito com a sua cara e parecia detestar sua presença ali a cada dia mais .
Já o mais novo achava o novo irmão irritante e grudento, não podia dar corda que este achava que podia fazer o que quisesse, e continuou achando isso mesmo após crescerem e finalmente alcançarem os tão desejados 18 anos, onde Byungjoo extrapolaria do direito de ser um jovem imaturo e irresponsável.

Felizmente só seria oficialmente de maior idade daqui a 3 meses...

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Estavam se arrumando para mais um dia como qualquer outro de aula e como sempre Hansol já estaria pronto e teria que lembrar seu irmão, que provavelmente ainda estava dormindo, de que sua aula começaria em 15 minutos.

Já esperando ver o mais novo enrolado nos lençóis, girou a maçaneta e entrou no quarto sem ao menos bater, mas se surpreendeu ao notar o irmão só de toalha e com gotículas d'água pingando de seu abdômen recentemente definido. 
Era uma visão dos infernos para o mais velho que só fazia o sentimento que já mantinha por Byungjoo se intensificar cada vez mais.
Como de costume ele iria respirar fundo e fingir que aquilo não o abalou nem um pouquinho, tentando também relembrar aos poucos o que veio fazer ali.

- Não sabe bater? - A voz do irmão finalmente o despertou para a realidade.

- Me desculpe, pensei que estava dormindo então só vim te acordar. - Disse já pensando em se retirar antes que seu irmão o tacasse algum objeto para fazê-lo sair dali.

- Bem já estou acordado então obrigado por nada. - Como já imaginava só a aparência do irmão que tinha amadurecido com o passar do tempo, aumentando o desejo do mais velho pelo mesmo, mas mantendo a imaturidade mental do outro.

Virou de costas, mas antes tinha que olhar uma última vez por cima do ombro para ver aquela visão que tanto o provocava. Notou algo diferente e não gostou nem um pouco do que viu.
Em três passos ligeiros já estava do lado do irmão puxando seu braço para ver melhor o que estava escrito ali.

''Bounce''

- Quando fez essa tatuagem? - Assim que o irmão se deu conta do que o irmão estava falando não demonstrou nenhuma suspresa ou arrependimento, somente esboçou um sorriso.

- Gostou ? Fiz ontem. - Respondeu simples e o mais velho não soube responder aquilo. Sentiu o peso da responsabilidade de ser irmão mais velho querendo lhe repreender por ele ter feito, mas ao mesmo tempo queria dizer que tinha ficado legal, porque tinha mesmo. Tudo sempre ficava bom no mais novo.

- Você é menor de idade. . .  - Disse e o irmão se afastou revirando os olhos pois já sabia no que aquilo iria dar. Em um longo e cansativo discursso dizendo o quão imprudente o irmão era.

- Bem eu já fiz. Se meus quiserem que eu tire vão ter que arrancar minha pele junto. - Falou rindo em seguida. Apesar de Hansol saber que eles nunca iriam fazer isso, se preocupava com o mais novo. Já havia perdido a conta do número de besteiras que ele fazia desde que havia entrado no ensino médio.

- Fazer isso não vai chamar a atenção deles. Não de forma boa. - O mais velho concluiu se dirigindo até a porta do quarto, mas antes de chegar nas soleira da mesma sentiu seu braço ser puxado, o virando bruscamente na direção do outro.

- Não vai contar nada ouviu ? -  Disse fitando intensamente os olhos do mais velho que estavam arregalados devido ao ato, enquanto sentia seus pulsos sendo firmemente segurados contra a parede.

- Não vou contar. . . Você que vai. - Seus pulsos tinha sido ligeiramente afrouxados, mas agora eram apertados com violência novamente fazendo Hansol tentar se remexer para conseguir se soltar.
Logo não conseguia mais nem se mover pois o corpo do irmão estava colado ao seu evitando assim qualquer tentativa de se libertar.

Não conseguiria também, o cheiro de Byungjoo o anestesiava completamente.
Era cítrico, mas também lembrava levemente o cheiro de canela. 
Queria parabenizar pessoalmente ao 'Paco Rabanne' por esse perfume tão maravilhoso cujo o irmão usava todos os dias. 

O irmão somente o fitava e ele desejou ficar mais alguns segundos assim, mas o bom senso o fazia se lembrar constantemente que ele estava atraído pelo irmão. Antes de poder fazer qualquer coisa foi Byungjoo que se afastou abruptamente empurrando o irmão para fora do quarto e em seguida batendo a porta atrás de si.
O mais velho piscou várias vezes até se dar conta de que tinha sido expulso dos aposentos e quando a ficha caiu o mesmo desceu logo as escadas antes que o irmão abrisse a porta novamente e o visse ali parado ainda.

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- Então já decidiram que faculdade vão fazer ? - Perguntou a mãe de Byungjoo aos dois irmãos que se encontravam tomando café da manhã.

- Eu vou fazer R.I para poder trabalhar com meu pai e acho que B-joo também... - Dizia Hansol enquanto jogava mais calda sobre suas panquecas enquanto fitava o irmão sem este ver devido a sua franja lhe cobrir os olhos ...

- É verdade meu filho ? -  Perguntou com um sorriso no rosto e o mais novo fitou de canto de olho Hansol desejando que de alguma forma seu olhar pudesse ser uma visão de raio quente e o queimasse vivo.

- É sim.

- Que ótima notícia! É tao bom ver que vocês querem seguir os passos do pai de vocês! - Sua mãe falava animada, mas Byungjoo somente se concentrava em seu café enquanto desejava que um meteoro caísse do céu e a atingisse. Um não, mas dois, um para cada deles.

Amaldiçoava o irmão por escolher essa carreira que era a única desculpa que teria para os pais não cortarem sua mesada. Mesada bem gorda esta que ambos recebiam. 
Ainda teria que aturar o mais velho até mesmo depois que se formassem. E quanto a sua mãe simplesmente não gostava de todo o carinho que a mesma tinha para com o mais velho cujo nem era filho dela. Mas esse era o menor de seus problemas. . .
Byungjoo não estava indo muito bem na escola por conta da enorme quantidade de faltas , mas seus pais não sabiam disso, a única vez que receberam alguma informação do filho foi quando ligaram da escola falando que ele havia brigado. Em vez de irem na escola como deveriam eles marcaram para o filho uma consulta ao psicólogo, cujo ele nunca foi, mas desse fato eles também não sabiam já que estavam sempre muito ocupados.
Hansol e a senhora Kim estavam conversando enquanto o mais novo planejava mentalmente o que faria pelo resto do dia.

- Ah esse assunto de novo não! - Byungjoo reclamou. Preferia muito mais quando os dois não se falavam, mas já fazia um tempo que eles vinham se dando bem graças à um assunto em comum...
Só conversavam sobre moda, cabelos, beleza,  roupas , . . . 
Isso tudo o enojava.
Mas ainda era melhor do que ele contar sobre sua recente tatuagem.

- Senão quer ouvir então tape os ouvidos! Como eu estava falando Solie, eu vi que 'quanto menos melhor' é a tendência do momento. Você fica lindo de qualquer jeito, mas imagina eu com essa idade  tendo que usar só um blush básico. De jeito nenhum! Não vivo sem minha maquiagem!

- Você é linda mesmo sem maquiagem, nem parece que tem só 40 anos! Te dava uns 29 no máximo!

- Puxa saco. - Era a voz de Byungjoo em forma de sussurro no ouvido do irmão. Ninguém ali percebeu o quanto aquilo mexeu com o mais velho e nem que seus pelos do braço se eriçavam sempre que o outro fazia essas coisas que o provocavam mesmo que sem querer.

- Você é um amor Solie e é meu preferido dos dois! Agora deixa eu ir pra minha aula de pilates alguém tem que botar aquelas baleias em forma! - Falou mandando beijos para os dois e saindo pela porta em seguida. A mãe deles possuia sua própria academia e era muito preocupada com a aparência física, elogiando constantemente Hansol enquanto tinha muitas discussões com o outro filho que segundo ele mesmo achava a mãe muito fútil e superficial.
Ela saiu em seu carro vermelho e chamativo, e em seguida foi a vez de Hansol sair com seu carro da garagem.
Ele não pediu ao pai nenhum carro de aniversário quando fez 18 anos no mês passado, na verdade não pediu nenhum presente e mesmo assim o pai o presenteou com o carro que Byungjoo queria, deixando o filho mais novo possesso de raiva.

Um Audi preto buzinava na rua provavelmente pedindo para que o irmão entrasse no mesmo,mas este se recusou a entrar no carro.
Desde que Hansol ganhou o carro dava carona para o irmão até escola e este sempre ia mesmo que a contra gosto. Só que dessa vez Byungjoo não pretendia ir para a escola e muito menos pretendia dar satisfação disso para o mais velho.
Mesmo assim o outro continuou buzinando forçando o irmão a perder a paciência com ele.

- Dá pra parar de buzinar essa merda?! - Disse o mais novo aparecendo de surpresa no vidro do irmão fazendo este tomar um susto.

- Estava te chamando . . . grosso. - Falou com um bico nos lábios e em seguida abriu a porta do carona. - Entra logo já estamos atrasados pra primeira aula.

- Eu não vou hoje. . . - Ele falou apoiando o antebraço em cima do teto do carro e fitando o irmão esperando sua reação.

Hansol abriu a porta e der repente  saiu do carro ficando de frente para o  irmão.

- Como assim não vai ??!! - Assim que percebeu o quão próximo estava do irmão automaticamente sentiu suas bochechas esquentarem, se arrependendo de ter feito isso.

- Não vou e acabou. - Disse concluindo aquele assunto, mas sabia que o irmão não o deixaria sair assim sem tentar o impedir.

Byunjoo era mais alto que o irmão e isto sempre lhe foi uma vantagem quando precisava o intimidar para conseguir o que queria. 
Deu somente um passo para frente fazendo com que o coração do menor se acelerasse de forma frenética.

- Eu vou matar aula e você vai ficar quietinho sobre isso, entendeu Solie? - Hansol não recuou aquela contato que cheirava a ameaça, mas engoliu seco ao perceber que haveria consequências caso não o obedecesse.
Seu irmão era assim. Achava que podia fazer o que quisesse e nunca seria pego. Achava que poderia se virar sozinho sem ao menos se importar com os imprevistos da vida. Estava numa fase rebelde onde falava e fazia o que lhe era conveniente sem pensar nas consequências que vinham depois. Por outro lado seu meio irmão era bem diferente dele, sendo este o exemplo de 'filhinho perfeito'. Esse sim podia fazer o que quisesse porque graças a sua boa reputação nunca haveriam consequências por tanto que ele usasse seu famoso 'aegyo'.
Ridículo, pensava o mais novo.

- O-ok... Mas já que você não vai para a escola pelo menos me deixa te levar pra aonde você quer ir. - Ele riu sarcástico e analisou o irmão de cima a baixo.

- Melhor não. - Concluiu. O lugar para onde iria não era lugar para o irmão estar por mais que este fosse maior de idade. Além do mais, se ele soubesse os lugares que costumava frequentar, este tinha certeza que iria se arrepender disso para ao resto da vida.

- Mas. . . - Hansol já iria começar seu discurso de sempre, falando que se importava com irmão e que era seu dever de irmão mais velho proteger o mais novo. Byungjoo simplesmente riria de sua cara, por achar que aquele ser minúsculo não seria capaz de machucar nem uma mosca. 

O celular de Hansol começou a tocar e assim que viu que era Kidoh atendeu. Seu melhor amigo reclamava do outro lado da linha que já estava o esperando há mais de 15 minutos. 
Byungjoo aproveitou que seu irmão estava distraído e se despediu, entrando em seguida no primeiro táxi de que viu.
Hansol observou o veículo passar por si e sumir no horizonte com seu irmão mais novo dentro, até pensou em seguir o mesmo, mas como já estava atrasado para aula resolveu passar logo na casa de Kidoh e ir para a escola, onde iria se concentrar nos problemas que exigiam menos de sua paciência do que seu irmão.

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Como esperado não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse por aonde Byungjoo havia se enfiado. Quando chegou em casa após o término das aulas já estava escurecendo e ao adentrar a residência percebeu que esta estava mais silenciosa que o normal e logo perguntou a uma das empregadas se o mais novo já havia chegado.

- Desculpa Solie, mas não vi seu irmão o dia todo. - Disse ela se curvando em pedido de desculpa.

- Ok, mas por favor não se curve eu detesto que vocês já tem que trabalhar o dia todo sem descanso não precisa fazer isso também.

- Desculpa.

- Não precisa ficar se desculpando o tempo todo também. . . 

- Me desculpe por me desculpar.

O mais velho desistiu daquele assunto, sabia que era completamente inútil discutir sobre aquilo. Todos lá pareciam ter sido adestrado para fazer todas as vontades da família Kim.

Uma figura o olhava de canto de olho enquanto limpava um quadro enorme pendurado na parede do corredor central e esta parecia querer lhe dizer alguma coisa, mas como haviam outras empregadas pela casa quando precisava ouvir alguma fofoca tinha que se aproximar delas para que estas não fossem pegas.

- Eu o vi. . .

- Viu ? Faz muito tempo? Aonde ele está?

- Ele chegou há alguns minutos e pelo o que parece se trancou no quarto e está lá até agora . . .- Ela sussurrava como se fosse a maior fofoca do ano, e na verdade era para elas. Todas as fofocas entre os funcionários da casa sempre tinham o nome do mais novo envolvido. 

- Ok, obrigado. - O mais velho disse, indo em direção as escadas que davam aos quartos quando sentiu seu braço sendo puxado.

- Se eu fosse você não iria lá agora . . .

- É mesmo? E por que ? 

- Ele não está sozinho . . .

Isso foi o suficiente para fazer o mais velho dos imãos subir correndo as escadas. Queria matar o irmão por chegar tão tarde afinal havia passado o dia todo fora e o irmão também, mas ao contrário de Hansol que estava na escola ninguém sabia do paradeiro de Byungjoo e para piorar chegava em casa acompanhado de alguém. Hansol parou  na última porta do corredor se preparando para entrar e foi impedido de abrir imediatamente a mesma quando sons estranhos foram ouvidos vindo de dentro do aposento.
Colou a orelha na porta e tentou ouvir que barulhos eram aqueles.

Pareciam ser . . . gemidos e estalos de beijos.

Girou a maçaneta e abriu a porta minimamente vendo uma cena que o deixou chocado.
Byungjoo estava aos beijos com outro garoto e ambos estavam sem camisa e deitados na cama. As mãos do garoto mais alto e de cabelos escuro estavam massageando o membro do irmão por cima de sua calça enquanto Byungjoo puxava o fios do outro e aprofundava aquele beijo cada vez mais.

Quando sentiu seus olhos marejarem foi que ele finalmente fechou a porta, fazendo esta bater alto atrás de si e correu para o seu quarto sem se importar se os dois no quarto ao lado haviam o visto ou não.

Mentalmente desejava que sim e que isso pudesse ter feitos ambos se separaram um do outro. 
Não queria estar chorando, mas já não conseguia mais segurar as lágrimas que conteve por tanto tempo.
Chorava porque talvez estivesse com inveja daquele garoto de cabelo escuros. Sabia que ele nunca valorizaria aquele contato de lábios que estava tendo com seu irmão como ele. 

Para ambos era só uma foda de desconhecidos. 

E eles nunca conheceriam o prazer que era fazer amor com alguém que se ama de verdade e infelizmente nem Hansol . . .

Ouviu passos vindo no corredor e procurou rapidamente pelo quarto um lugar que pudesse acobertar sua presença do mais novo. Ele provavelmente iria o xingar de todos os nomes possíveis por ter lhe atrapalhado, mas Hansol não se importaria. 

Preferia a voz do irmão ali o praguejando do que ser obrigado a ouvir os seus gemidos enquanto transava com outro.