História I'll hold your hand - Perseguição

[...]                                                                                                                                                                                
 – Tá na hora de acordar, Tae. Escuta, eu me desculpei com seu pai. –
– Bom dia, e aí. –
– Estamos de boa. –
– Que bom... –
– Você também me desculpa? –
– Talvez. –
– O que eu tenho que fazer pra você me desculpar? –
– Deixe me pensar.... eu quero uma coisa que começa com "a" e termina com "mor".–
– Ah, isso é fácil. – O moreno subiu na cama, engatinhando até onde estava o rosto do mais novo e deixou lhe um beijo na ponta do nariz, este abraçou JongHyun  pelo pescoço, de modo que ficou pendurado. 
– Tae, vamos chegar atrasados. –
– Nhaaaa, Tae quer ficar aqui. –
– É serio, para de dengo, eu não vou conseguir cuidar de três crianças. –
– Aigoo, quem é criança aqui? –
– Então haja como um umma, olha o tamanho do seu barrigão. –
– Yah, nem está tão grande. –
– Está sim, levanta. –
– Não, você me chamou de gordo. –
– Ah, Taemin. É sério, vamos logo, vou te derrubar da cama. –
[...]

A manhã do ruivo fora como todas as outras desde que sua barriga se tornara perceptível, sentia-se sozinho no ambiente escolar.                  Ao final da aula, saiu da sala e passou pelo corredor principal. Sentiu uma mão encostar em suas costas, olhou ao redor e haviam tantos alunos que provavelmente alguém devia ter esbarrado nele.

Atravessou o pátio e não viu JongHyun, sentou-se no banco próximo dali.

Os mesmos garotos do outro dia passaram por ele, nem se dando ao trabalho de disfarçar do que falavam.
Taemin olhou-os de canto e torceu o nariz.
Como se não bastasse, ainda riram. 
– Por acaso tá escrito "palhaço" na minha testa? –
– Mais ou menos. – O mais velho respondeu
– O que foi Tae, estão te incomodando? – A voz que agora falava era de JongHyun, tinha chegado despercebido pelo ruivo que virou o rosto em direção ao mais velho.

– E aí, JongHyun, como vai seu amigo estilete?–
– Minha vida não é da sua conta, KyungSoo. Você e seu irmão fiquem longe do Taemin e dos meus filhos.–
–  Filhos?! Achei que solitária era lombriga única na barriga.–
– Toma cuidado antes de abrir essa boca ou eu quebro todos os seus dentes, não esquece que eu sei o motivo desse seu comportamento com o Tae. –   Sim, JongHyun sabia a razão pela qual KyungSoo estava provocando Taemin, ouvira alguns boatos no ano anterior de que este tivera uma queda pelo ruivo, não só boatos, ouviu sair da boca do próprio D.O, que aproveitava o irmão mais novo, Kai, que era da mesma turma de Tae, para lhe passar informações sobre o ruivo. 

Contudo, nunca passou de um mero platônico, a insegurança de KyungSoo era muito maior que ele mesmo, mas outra coisa também era, a raiva que sentia de JongHyun por ter conseguido o que ele apenas admirava de longe. Jong tinha concluído o ensino médio, então KyungSoo resolveu descontar em Taemin, mais uma vez aproveitando-se do irmão que antes lhe passava informações, para ajudar-lhe a infernizar a vida do grávido. 
KyungSoo deu de ombros, desdenhando o moreno com os olhos. Encaravam-se intensamente, eram como dois leões prontos pra briga.
– Vamos embora, Tae... –
JongHyun segurou a mochila do ruivo e este se levantou 
– Espera, o que é isso aí? –
O mais velho pode notar algo nas costas alheias, segurando-o pelos ombros e virando-o para si.
Havia um papel grudado em suas costas que dizia "carrego um estupro no ventre" e que Taemin certamente não tinha percebido.
– Me dá aqui pra eu riscar "um" e escrever "dois" – KyungSoo arqueou uma sobrancelha, sorrindo de canto. Kai riu baixo com o comentário maldoso do irmão.
 

O riso provocativo sumiu do rosto do mais velho dos irmãos ao sentir o punho de JongHyun encontrar sua bochecha, tão forte que o fez cair no chão. 
Kai foi pra cima de JongHyun, mas cambaleou para trás ao ser empurrado com força. 
– Eu avisei, KyungSoo. Se você não deixá-los em paz eu vou ter que passar de um simples soco, araseo?*–  (entendeu*)
– Veremos, JongHyun. Até que você é forte pra um emo suicida, mande um abraço aos seus pais. – 
JongHyun deu-lhe as costas levando Taemin consigo, como quis fazer KyungSoo engolir aquelas palavras.
[...]
– Dino, por que aquele menino não gosta de mim? –
– Huh? –
– Você disse à ele que sabia o motivo de...–
– Ah... longa história... –
– Vamos dar uma volta no quarteirão. –
– Não está cansado? –
– Não, tudo bem. –
– Tá... se ficar cansado me avisa.
Então, KyungSoo tem raiva de mim porque ele gostava de você. –
– Como assim? –
– Ah... Quando começamos a namorar, ouvi boatos que ele tinha espalhado dizendo que eu era muito velho pra você, que eu deveria ser muito rico pra você estar comigo ou que eu estava brincando com seus sentimentos. Fui tirar satisfação e ele me contou tudo, que você deveria pertencer à ele e não à mim, e que eu tinha roubado você dele(...) 
 Ele é pirado, Tae. Ele quer se vingar porque eu não desisti de você quando ele mandou, eu devia ter imaginado, mas achei que ele não teria coragem de te fazer mal.–  

JongHyun percebeu quando o outro começou a se cansar e voltaram ao apartamento, Taemin estava com um pouco de dor nas costas e jogou-se no sofá esticando a coluna.
–...Enfim, foi isso. Mas agora eu quero saber, há quanto tempo isso acontece? –
– Isso o que? –
– Há quanto tempo ele te persegue? –
– Não importa, esquece. –
– Não foi isso que eu perguntei. Há quanto tempo isso acontece, Taemin? –
– Duas semanas mais ou menos. –
– Então agora tá explicado toda sua frescura pra ir pra escola de manhã. 
Por que não me contou? –
– Porque não. –
– E se eles tivessem te machucado, Taemin... o que eu ia fazer? –
–... –
– Escuta, agora você vai me contar se alguém te incomodar, entendeu? Principalmente se for o KyungSoo–
– Não precisa disso, JongHyun. Para de ser bobo. –
– Precisa sim, Taemin! Você que está sendo bobo, você não ouviu seu tio falar que você não pode ficar nervoso? Mas que droga, às vezes parece que você não tá nem aí e se você não estiver, eu estou.–
– É obvio que eu ligo, JongHyun. Eu só achei que eles iriam parar se eu os ignorasse. –
Os olhos do ruivo se encheram de lágrimas que escorreram pelas bochechas rosadas quando ele voltou a falar.
–...Ultimamente você só fica brigando comigo, já percebeu? Sinto muito por minha imaturidade estar cansando você.–
 – Para de tentar inverter a situação, Taemin. Você sabe que está errado. –          
 Taemin se sentou, irritado pela dor nas costas e pela barriga não tão grande, mas que agora o deixava atrapalhado para fazer algumas coisas.
– Dá licença, eu vou pro quarto. Não precisa se preocupar em fazer almoço pra mim porque eu perdi a fome. – Levantou

– Tá vendo? Está agindo como uma criança outra vez. – JongHyun foi atrás do ruivo e segurou-lhe o pulso, virando-o de frente para si.
–... eu estou tentando cuidar de você, não percebe? Eu não quero que nada te aconteça, eu te amo Taemin.–
JongHyun secou as bochechas do mais novo com as costas da mão e tirou-lhe os cabelos que cobriam o rosto, segurando-lhe o queixo com a outra que estava livre.
–... Você ainda me ama?–
Taemin assentiu, seus olhos brilhavam devido as lágrimas anteriores. 
– Eu sou um umma horrível, não sou? –
– Não, mas está na hora de agir como adulto, seu tio/obstetra me mandou te vigiar, estou apenas cumprindo ordens. 
E você vai almoçar sim, porque além do seu, tem outros dois estômagos para se alimentarem.–