— Droga! — Hoseok praguejava enquanto olhava de seu relógio digital na parede até os raios de sol que invadiam seu quarto.
Seu celular ficara sem bateria e seus pais dormiram no trabalho e só voltariam à tarde, portanto, a responsabilidade de acordar para ir à escola era toda sua.
E ele falhara nisso.
Perdera os períodos que tinha prova, então, não se daria ao trabalho de ir à aula somente por mais três períodos.
Mandou uma mensagem explicando a Taehyung por que não fora, afinal de contas, estava “de mal” com seu melhor amigo e não avisaria nada a ele, e fora respondido com um “Também não fui, estou doente.”
Quando leu a resposta de seu amigo, Hoseok pulou da cama direto para o chuveiro, mas não antes de mandar um “Estou indo para aí.”
Taehyung estava realmente mal.
Olheiras profundas marcavam o belo contorno de seus olhos, o nariz vermelho, os cabelos bagunçados, as roupas folgadas, machadas de comida, e uma pantufa de zebra nos pés.
— Você ‘tá péssimo — o ruivo disse quando o loiro abriu a porta.
— É um prazer te ver também, hyung. — e sorriu, dando espaço para seu amigo entrar.
Mesmo assim, o sorriso quadrado que Hoseok tanto amava estava lá, intacto.
— O que você tem? — o mais velho perguntou sentando-se na cama do loiro.
— Resfriado — disse de um jeito engraçado fazendo o ruivo dar uma pequena gargalhada. — Não ria! Isso não é legal! — e um bico surgiu em seus lábios sem ao menos o garoto notar, deixando um Hoseok vidrado neles.
— É sim! “O que você tem?” “Resssfiadu” — o ruivo brincou, mudando a voz de um jeito engraçado, fazendo o loiro cobrir o próprio rosto com as mãos e rir. — Você fica tão fofo assim — disse, arrependendo-se logo após as palavras deixarem sua boca, pois Taehyung agora estava indo para cima de si, sem ao menos dar chance de Hoseok fugir.
Conforme a vida passa, você aprende muitas coisas, amadurece. Mas uma coisa que Hoseok aprendera desde cedo era: em hipótese alguma chame Kim Taehyung de fofo.
A probabilidade de ele te espancar até a morte é enorme.
— D-d-d-descul-lpa, TaeTae, p-pelo amor de Kami, não me mata! — o ruivo gritava enquanto o Kim o enforcava com força. — Não fiz de propósito! Desculpa! — implorava e o loiro parecia se divertir com a situação, pois segundo Hoseok, tinha um sorriso maníaco em seu rosto.
— Peça desculpas! — dizia enquanto ajeitava-se em cima do ruivo, logo se arrependendo, pois chegara a um lugar que fizera o garoto dominado parar de se debater.
— Taehyung, sai de cima de mim. — disse sério e com a voz firme.
O Kim até considerou a ideia, mas logo desistiu, afinal, que mal faria provocar um pouquinho seu hyung preferido?
— Por quê? — questionou com a expressão de inocência mais fingida que Hoseok já vira.
— Saia, por fa... — fora interrompido por um movimento inesperado do loiro, fazendo-o sorrir e Hoseok arfar. — Merda, Taehyung!
— Ah, hyung — dizia com a voz suave, mexendo-se novamente fazendo o ruivo lhe fuzilar com o olhar. — Peça desculpas direitinho e eu saio. — e inclinou seu corpo para frente.
Seus lábios tão próximos dos de seu hyung, as respirações um pouco ofegantes se chocando, o olhar de desejo de Hoseok...
— D-desculpa — o ruivo falou num fio de voz fazendo o loiro sorrir.
— Não é assim, hyung, você sabe. — suspirou, passando sua mão no rosto do ruivo. —
Terá de ser punido. — seus lábios agora a milímetros de distância.
Hoseok fechou os olhos esperando o encontro dos lábios de seu dongsaeng com os seus.
O que não houve.
O peso sobre si sumira, o que o fez abrir os olhos rapidamente para encontrar um Taehyung sorrindo de forma pervertida. Encarou o loiro confuso.
— Você não quer ficar doente, não é mesmo? — questionou enquanto deitava na cama e se aconchegava mais no travesseiro.
— Você deve ‘tá zoando — disse sério e o garoto riu.
— Vem. — fez sinal para o travesseiro ao seu lado e o ruivo engatinhou até lá.
Estava sentindo-se pior do que esperava. Não fora a intenção de Yoongi magoar Hoseok, nem ao menos passou pela sua cabeça que machucaria o ruivo.
Talvez um pouco de ciúmes, mas não aquilo.
— O Hobi pode não ser meu — continuou, desfazendo o sorriso enquanto olhava do moreno à casa de Hoseok. — Mas seu, ele nunca vai ser — terminou olhando no fundo dos olhos do Min.
Somente por lembrar-se da audácia do loiro, os punhos do Min fechavam-se quase que de forma instantânea.
O que Yoongi estava pensando quando deixara seu quarto, correndo quase que desesperadamente para a casa ao lado? Nem mesmo ele sabia.
Eram duas e dezenove da tarde, então era provável que ele estivesse em casa.
— Ele nem ao menos foi à escola, Yoongi, espera mesmo que esteja em casa? — perguntava a si mesmo enquanto tocava a campainha repetidas vezes.
Logo a porta foi atendida por Jihyun, a mãe do ruivo.
A mulher era realmente muito atraente; seus cabelos lisos na altura da cintura, o corpo esguio e os olhos escuros e gentis.
— Olá, tia, Hoseok está? — perguntou sorrindo.
Era quase impossível estar na presença da mulher e não sorrir, sua própria essência era alegre.
— Não, querido — disse retribuindo o sorriso. — Foi à casa de seu amigo, mas acho que já está voltando.
— Qual amigo? — perguntou já imaginando a resposta.
— Hum... — abriu a porta, esgueirando a cabeça para dentro. — Amor, qual o nome do amigo do Hobi? — gritou e fora respondida por um “Acho que é Taehyung!”. Voltou sua cabeça para fora novamente. — Taehyung. — Yoongi já sabia, afinal.
— Tudo bem. Eu vou indo. Por favor, não...
— Entre e espere ele aqui, ele não vai demorar muito, querido — disse com um sorriso no rosto interrompendo o moreno.
Apesar de tudo, Jihyun conhecia muito bem a personalidade do melhor amigo de seu filho.
O suficiente para saber quando estavam brigados.
— Preciso mesmo ir, obrigado, tia! — falou enquanto corria de volta para casa.
Yoongi estava furioso.
Não sabia ao certo o motivo, mas somente de imaginar os dois no mesmo ambiente, sozinhos, seu sangue subia à cabeça.
Pegou seu celular e ligou para o ruivo.
— Alô?
— Hoseok? Onde você está? Precisamos conversar...
— Ora, ora, se não é meu cubinho de açúcar predileto. — era Taehyung.
— Cadê o Hoseok? — perguntou ríspido.
— Está dormindo na minha cama. — Yoongi ouviu um riso soprado do outro lado da linha. — Quer deixar recado? — disse irônico, fazendo o moreno cerrar os punhos, pressionando o celular contra sua mão.
— Vá para o inferno, Kim Taehyung! — e, desligou.
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