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História Imagines com as integrantes do twice - Se vendo pela primeira vez (Sana)


Escrita por: soovsy

Capítulo 6 - Se vendo pela primeira vez (Sana)


Nunca sabemos quando, ou como, vamos conhecer pessoas interessantes, com potencial para permanecer em nossas vidas para sempre. Você tinha acabado de se mudar para aquele bairro, fugia de uma situação complicada na sua antiga casa, não conseguia confiar como antes e nem esperava que alguém lhe demonstrasse algum tipo de carinho sincero. Toda sua fé nas pessoas tinha ido embora, junto com sua segurança em uma família.

Você era filha adotiva de um casal coreano. Durante toda sua vida, foi tratada como uma filha amada, mas quando assumiu ser lésbica, foi como se tivesse deixando de ser humana e se tornado um monstro. Eles fingiram que nunca te conheceram e te expulsaram de casa, sem nada além das próprias roupas.

Teve que trabalhar muito para conseguir, pelo menos, um lugar decente para ficar. Tinha ido morar com uma amiga durante a adaptação a nova realidade, mas digamos que as coisas ficaram complicadas, quando ela soube da sua orientação sexual. Toda aquela rejeição, de pessoas próximas, te fazia pensar o quão mal aquilo era, o quão erado faziam parecer.

Por que amar uma garota, sendo uma, era considerado errado, mas se você fosse um homem, não seria? Se é o mesmo tipo de amor, por que o seu era condenado?

Nunca entenderia aquilo, mas depois de tantos problemas, também não mais queria compreender. Apenas se forçaria e viver sua vida, tentando não ser mais magoada por pessoas cruéis.

Porém, mesmo conseguindo se afastar, uma coisa que permanecia intacta desde que tudo teve início, foi sua solidão latente, que a cada dia ficava maior. Pensando em talvez amenizar aquilo, adotou um pequeno cãozinho sapeca, que adorava mastigar sua casa e correr pelo seu jardim. Brincava com ele todos os dias, nunca percebendo que de uma janela era observada.

Naquela semana, você foi convidada para ir a uma festa na casa da sua vizinha, sabia que seria um evento formal e chato, mas como estava querendo fazer a política da boa vizinhança, apenas engoliu o tédio e foi.

Aquilo era realmente o que esperava. Um monte de adultos bem vestidos, fofocando sobre as vidas uns dos outros. Poucos vinham falar contigo, talvez por ser a única mulher que não foi de vestido floral e sim de Jeans e jaqueta de couro, ou quem sabe, por estar com uma expressão realmente tediosa no rosto e ninguém queria se contagiar.

Seja o que fosse, isso te permitiu andar mais pela casa, conhecer aquele lugar bonito e refinado. Acabou encontrando em um cômodo bem mais simples que os outros, uma bela garota de vestido floral e cabelo trançado. Ela olhava por uma janela e sorria tão suavemente, que aquilo aqueceu o seu coração. Quando entendeu o que fazia, tentou se conter e foi até ela, fazendo um rápido cálculo, percebeu que aquela janela dava para a sua casa.


– O nome dele é Toddy. – Diz para a moça que leva um susto. – Desculpa.

– Tudo bem, eu que estava distraída. – Ela fica rubra ao te ver, mas logo volta a encarar o cachorrinho marrom, que pulava tentando comer uma borboleta. – Por que Toddy? – Fala com sotaque americano e isso te faz rir, o que a deixa confusa.

– Toddy, é um nome de marca de achocolatado no meu país de origem. – Fala sentando em cima da mesa industrial que tinha na sala. – Por que tem essa mesa aqui? – Franze o senho tentando encontrar a lógica.

– Este é meu Ateliê, sou pintora e escultora. – Diz seguindo o seu exemplo e sentando-se na mesa. – De onde você é? Seu Coreano é muito bom.

– Brasil. – Quando você pronuncia a palavra, a garota faz uma expressão questionaria instantânea. – Meus pais biológicos não puderam cuidar de mim, então acabei sendo deixada bem nova em um orfanato no Brasil. Foi lá que meus pais adotivos me encontraram. Eles são coreanos e estavam a trabalho lá. Eu ainda sei português, eles fizeram questão de não me deixar perder minhas origens, mas sempre estudei em escolas Coreanas. Sei mais sobre esse país do que o meu. – Sorri torto para a garota, que cora fortemente.

– Onde estão seus pais? Pelo que vi, você mora sozinha… – Ela se interrompe ao perceber que praticamente se declarou uma stalker. – Espere, não é como se eu vivesse te observando por essa janela, é só algo que percebi e… Affs eu só pioro as coisas. – Ela cobre o rosto, totalmente envergonhada e você acaba rindo de tamanha fofura.

– Está tudo bem, não pensei realmente que era uma Stalker. – Tenta tranquiliza-la. – Sobre meus pais… É complicado. – Fala coçando a nuca.

Antes que qualquer uma das duas pudesse dizer mais alguma coisa, outra garota de vestido florido entra no ateliê.

– Sana, estava te procurando o Jay acabou de chegar. – Fala animada e envergonhada por ter interrompido.

– Vai à frente Mina, daqui a pouco eu te encontro. – A garota sai tão depressa quanto entrou, deixando-as sozinhas. – Eu preciso ir, mas adoraria continuar a conversa. Por que não aparece para tomar um café comigo amanhã à tarde? – Sana morde o lábio inferior e parecia nervosa

– Claro, vai ser ótimo. – Não sabe bem o porquê de ter aceitado, mas agora não dava mais para voltar atrás.

– Ótimo. – Ela fala já se virando para sair, mas para repentinamente e volta a te olhar. – Já ia me esquecendo. Meu nome é Sana e o seu?

– S/N. – Sorri para ela que logo se vira e vai embora.

Não passa muito tempo ali depois da partida de Sana. Na verdade, não fica nem por mais tempo na festa. No dia seguinte, como marcado, você foi vê-la à tarde.

Nos dias que se seguiram, vocês começaram uma amizade verdadeira e leve, onde não havia pressão ou cobranças, apenas deixavam a vida seguir seu curso. Hábitos foram construídos, sem ao menos perceberem, a presença da outra era sempre constante, mas você tinha medo de revelar seu maior segredo para ela e ser abandonada.

Afinal, a vida é feita de medos, todos tem algum guardado dentro de si e você deveria saber disso. Mas enquanto a coragem não surgia, para se libertar, você apenas sorria ao ter a certeza, que o olhar dela sempre estaria em você, te admirando daquela janela alta no final de cada dia, esperando o dia que perderia o medo e confiaria plenamente seu coração a ela.



Notas Finais


Espero que tenha ficado bom


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