Se te pedissem para fazer uma lista, das pessoas que você mais gostava naquele colégio, a problemática aluna, Dahyun estaria bem no final dela, não diria que era a última, mas estava bem perto disso. Ela implicava contigo o tempo todo e por qualquer coisa, nada do que fizesse era bom o suficiente para os padrões dela e sempre tinha algo de errado contigo para ela apontar.
Quando ela começou a namorar uma aluna do terceiro ano, foi impossível não pensar que talvez ela te amasse em segredo, mas logo aquilo saiu da sua mente, não era certo ficar pensando aquilo, então apenas vivia ignorando aquele disparate.
Você namorava um rapaz há exatos dois anos. Ele era fofo, bonito, engraçado e estudioso, o típico rapaz perfeito que encanta a todos por onde passa. Vocês sempre confiaram no outro em tudo, talvez esse fosse o seu erro, confiar demais em alguém que não retribuía a mesma confiança.
Seu namorado vivia te cobrando coisas absurdas, desde deixar de falar com seus amigos, até parar de usar roupas que ele achava indecentes. Sempre acreditando que aquilo era carinho e cuidado, na maioria das vezes fazia o que ele pedia, só nunca parou de falar com seus amigos, mas com alguns, diminuiu a frequência em muito. Tudo para que ele estivesse feliz.
Ele sempre estava contigo, onde quer que fosse, mas naquele dia, o garoto avisou que não poderia sair no almoço, pois, ficaria na sala fazendo um trabalho.
Como o dia estava bonito, julgou que seria legal almoçar no terraço. Ao chegar à escadaria viu Dahyun também chegando com os fones nos ouvidos.
– O que faz aqui metidinha? – Ela já começa te insultando.
Você restira fundo para não bater naquela garota.
– Estou indo almoçar no terraço, problemática. – Diz sorrindo retribuindo o xingamento.
– Eu tive essa ideia primeiro, procure outro lugar. – Ela diz bufando de raiva.
– Por acaso é telepata para saber disso? – Você diz debochada.
Ela já ia te retrucar, mas um gemido alto te faz pular de susto. Dahyun estava branca como papel, mas segue rápido em direção daquele som. Você a acompanha, não sabia o porquê, mas só vai junto. Chegam a uma sala que deveria estar vazia ali e veem a cena mais ridícula do mundo, o seu namorado fazendo sexo com a namorada dela.
Você não conseguia se mover, as lágrimas querendo descer, já Dahyun estava olhando a cena completamente séria. Ela então coloca o fone de volta ao ouvido e sai do local.

Queria ter tido essa reação madura, mas não conseguiu, jogou a aliança em cima dos dois, os xingou e só então saiu correndo. Acabou parando no terraço, se trancou ali antes de perceber que Dahyun também tinha ido para aquele lugar.
Constrangida, sentou ao lado dela e apenas chorou.
– Quanto tempo de namoro? – Ela pergunta quando seus soluços começam a abrandar. O sinal da volta à aula já tinha batido, mas você não ligada.
– Dois anos. – Fala se achando o ser mais burro do planeta. – E você?
– Quatro meses. – Ela olha para o céu daquele dia claro. – Já desconfiava, ela dava desculpas demais… Penso que fui apenas curiosidade.
– Isso é horrível. – Você fala solidaria com a dor dela, estava tentando entende-la.
– Não tanto quanto passar dois anos com um idiota e só descobrir, que ele é um idiota, muito depois. – Ela diz e vocês acabam rindo de suas desventuras.
– Parece que somos uma dupla de dedos podres. – Diz suspirando. – Quer ir lá para minha casa ver um filme ruim e tomar sorvete? Já perdemos a aula mesmo. – Fala se levantando e ela concorda com a cabeça, não tinha nada para fazer mesmo.
De um jeito estranho, aquele dia foi divertido. Vocês perceberam que tinham muito em comum, mesmo parecendo tão diferentes.
Depois daquele momento ruim, vocês deram uma chance a outra e perceberam que toda aquela implicância era afeto, se tornaram melhores amigas com o tempo. Ver aquilo de fora era hilário, pois, vocês se xingavam e brigavam bastante, mas no final estavam sempre ali, para se ajudarem e assistirem filmes ruins, superando os traumas da vida, com a ajuda da outra.
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