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História Improvável, o fio vermelho - Respire


Escrita por: Eileenqueen e FTU

Capítulo 9 - Respire


Fanfic / Fanfiction Improvável, o fio vermelho - Respire

Lucy Heartfilia

Meu coração bate acelerado e meu corpo todo treme ainda com o susto de ter caído.

— Lisanna! — A porta do quarto é aberta de uma vez por uma mulher albina muito parecida com a Lis, mas ela tem cabelos mais longos. Acho que é a Mirajane, já a vi no colégio algumas vezes — Oh, desculpa, não queria atrapalhar — fala com um sorriso malicioso.

— Não é nada disso — falo me levantando, saindo de cima da albina.

Olho em volta, estou no quarto da Lisanna?

Como viemos parar tão rápido aqui?

— Ah, não precisa ser tímida Lucy, tudo bem — fala a albina mais velha ainda insistindo na ideia de que estávamos fazendo alguma coisa.

— A Lucy caiu da roda gigante, por sorte eu estava logo abaixo e consegui pegar ela — explica a mais nova para a irmã que parece entender a situação agora.

— Mas como viemos parar aqui? — indago.

— Teletransporte — explica — Tem uma marca minha aqui, foi o primeiro lugar que consegui pensar — fala se levantando, nitidamente com dor.

— Se machucou? — Mirajane se aproxima preocupada.

— Não consegui desacelerar a queda, meu teletransporte ainda tem muitas falhas — explica com um tom de decepção — Mas estou bem.

Pelo jeito ela não é perfeita como eu pensei, ou como todos pensam, mas ainda ela tem essa aura de perfeição, afinal ela salvou minha vida.

— Desculpa e obrigada, Lisanna — agradeço — Acho melhor eu ir embora — falo saindo em direção à porta.

— Espera. — Ela vem logo atrás de mim deixando a irmã — Eu te levo — fala com um sorriso gentil.

Mas não posso aceitar, já causei problemas demais para ela e o que aconteceu ontem… isso pode ficar estranho.

— Eu estou bem…

— Não, não está. — Olho na direção da voz séria, vendo Erza vestida com uma lingerie preta bem sexy, orelhinhas de gatinho e rabinho, e mesmo com tais trajes ela não tem vergonha nenhuma e mantém sua postura séria — Tá tarde, é perigoso, Lisanna te leva.

— Hãm… presidente, com todo respeito eu não estou no colégio agora — falo encarando-a.

Todo mundo diz que Erza é uma mulher séria e que dá medo vê-la nervosa. Mas sinceramente, não dá para levar a sério alguém vestida de gatinha sexy né.

A ruiva fecha o semblante e vem na minha direção.

— Eu disse que ela vai te levar, pode ser na minha moto ou no carro da funerária, qual prefere? — A voz dela soa séria de uma forma que juro que ela está prestes a tirar uma espada e enfiar no meu coração.

— Eu amo motos! — falo rápido.

 Na verdade eu odeio motos. Mas não tinha outra resposta correta para dar a essa mulher.

— Ótimo — A chave da moto aparece na mão dela e ela a entrega para a albina — Um arranhão e eu te mato, entendeu?

— Aye sir… — responde Lisanna que me puxa para longe dali.

Descemos as escadas rápido dando em uma grande sala. A casa dela é bem grande e linda. Olho um quadro enorme com um emblema estranho, mas sinto que já o vi em algum lugar.

— O que significa? — Apronto para o quadro.

— O símbolo da academia Fairy Tail, antigamente era uma guilda, mas essas coisas foram extintas há séculos — explica — E o símbolo, é a representação de uma fada com cauda. — Ela dá um sorriso.

— Desde quando fadas têm caudas? — questiono suspendendo uma sobrancelha, o que a faz rir.

— Já viu uma para saber? — Ela ri ainda mais da cara que faço com sua pergunta — É um questionamento, fadas têm caudas? Por isso Fairy Tail, também é a simbologia de que fazemos coisas inimagináveis.

— Entendi. — Realmente isso é interessante.

Mas metido demais para o meu gosto. É como se eles achassem que podem fazer o impossível, ou talvez eu estejam na defensiva demais. Seja como for, não me importo, só quero ir para casa.

— Vai me levar ou não? — questiono cruzando os braços.

Ela apenas afirma e continua andando, eu apenas a sigo tentando não olhar muito para os lados. Não quero ficar reparando na super casa que ela tem. Descemos outro lance de escadas que deu na garagem, onde tem dois carros de luxo, e uma BMW e ao lado dela uma moto da mesma marca, esportiva na cor vermelha, rodas com aros douradas. Lisanna pega o capacete e entrega para mim.

— Não é melhor ir no carro? — pergunto, tanto por não gostar de motos, mas também me preocupo da Erza matar a gente.

— Não, ainda não tirei minha habilitação para carros — explica colocando o capacete e subindo na moto — E sou melhor pilotando do que dirigindo — fala fechando o visor.

Subo na moto segurando firme. A albina coloca a pulseira magica que converte a magia dela em combustível para o veículo. Saímos da garagem e ela acelera muito, e por instinto eu abraço a albina bem forte. Olho o velocímetro e ela não está passando de sessenta quilômetros por hora, mas mesmo assim parece rápido demais, por isso a seguro com força e perto assim dela posso sentir o seu aroma de baunilha, que logo se mistura com o cheiro do mar. Olho as ondas iluminadas pela luz da lua. O barulho da moto acelerando mais, não me assusta, pois fico distraída com a visão do mar, até que a albina vira em uma rua nos afastando daquela visão gloriosa e em poucos minutos estamos diante da minha casa. Desço da moto tirando o capacete e entregando para ela.

— Obrigada por isso e por me salvar — peço um pouco envergonhada.

Lis tira o capacete me olhando.

— O que eu fiz para te deixar chateada ontem? — pergunta deixando claro que a ocasião ainda a incomoda.

Mudo o peso de um pé para o outro e dou uma risada de desgosto. Não queria falar do assunto, entretanto, ver esses olhos celestes me encarando de forma tão intensa me faz sentir culpada por não contar.

— Como eu disse, você é perfeita demais — falo me virando para entrar, mas a voz dela me faz parar.

— Como assim? — questiona.

— Quer mesmo saber? — indago impaciente e ela afirma esperando minha resposta — Você não passa de uma maga abençoada pelos dons familiares. Você é um prodígio como todos dizem, porque veio de um clã famoso de magos, com duas habilidades que são herdadas. Você tem uma vida perfeita e é perfeita — falo colocando para fora tudo que penso dela, o que a deixa surpresa — E ainda é metida o suficiente para ficar dormindo nas aulas. Por Deuses, se não tem interesse em outra coisa além de ser maga, então não vá para o colégio e viva sua vida perfeita.

Ela dá um meio sorriso e coloca o capacete.

— Arigato, Lucy — fala ligando a moto e saindo em seguida.

Reviro os olhos. Metida!

Entro dentro de casa, passo pela sala deserta e vou direto para o quarto, a primeira coisa que faço é mandar uma mensagem para o Natsu explicando tudo que aconteceu e dizendo que já estou em casa. Logo chega uma mensagem dele.

"Ainda bem que a speedy estava lá para te salvar"

Speedy, ela nem é veloz de verdade, é só a magia de teletransporte. Mas uma coisa eu tenho que concordar, ainda bem que ela estava lá, ou eu estaria morta agora.

Olho para a chave da Aquarius. Mas morrer não parece uma ideia tão ruim assim.

Balanço a cabeça afastando tais pensamentos e respondo a mensagem do Natsu.

"É tive sorte. Mas mesmo com esse incidente eu gostei da nossa noite"

"Podemos repetir outro dia"

"Claro, qualquer dia desses"

"Boa noite, Natsu"

"Boa noite, Lucy"

Coloco o celular em cima do criado-mudo. Vou para o banheiro fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar minha tia. Tiro minhas roupas e entro no box abrindo o chuveiro, sinto a água quente caindo na minha pele, coloco a mão na parede apoiando e abaixo a cabeça olhando a água escorrendo para o ralo.

Lembro-me dos olhos celestes vibrando com as minhas palavras, o meio sorriso, e aquele "arigato". Ela é tão metida… irritante… ainda tem a cara de pau de agradecer após escutar tudo aquilo. Foi um tipo "obrigada, eu sou foda mesmo".

Travo os dentes com raiva. Estalo cada um dos meus dedos e respiro fundo tentando me acalmar. Saio do banheiro enrolada na toalha. Tomo meus remédios que ajudam a controlar meu TOC, visto meu pijama, dou uma olhada no espelho para garantir que está bem arrumando e me deito.

Talvez eu devesse conversar com a tia Anna para me mudar de colégio.

Não, não posso causar mais problemas para ela, e foi difícil conseguir uma bolsa nesse colégio. Ela só conseguiu por conta da amizade que tem com a diretora Eileen.

Suspiro, e olho a foto no criado-mudo.

— Sinto sua falta… Oka-san…

Abraço o travesseiro e sinto minhas lágrimas rolarem. Mas uma vez, irei dormir chorando. Porque tudo mudou muito de uma forma tão inesperada. Minha vida está de cabeça para baixo, está fora do meu controle e isso me deixa desesperada. Sinto-me como se eu estivesse em uma corda bamba no penhasco.

— Oka-san… — Não evito o soluço entre as lágrimas.

Vejo o brilho dourado invadido o quarto, a mão repousando no meu ombro.

— Lucy, se acalma. — Olho para trás vendo a sereia.

— Aquarius… — A abraço com força — Você não deveria estar aqui… vai levar bronca do Rei dos espíritos de novo… por minha causa… — falo entre as lágrimas.

— E posso ficar do outro lado sabendo que você está chorando assim? — Ela passa a mão no meu cabelo — Se acalme logo, você sabe que não tenho muito tempo.

É, eu sei bem disso. Aquarius é um espírito forte. Mas ela não consegue manter o portão aberto por muito tempo, pois está usando a própria magia para isso.

Geralmente Aquarius é mais agressiva, raramente eu a vejo, ela só aparece quando eu preciso muito. O funeral da minha mãe foi uma dessas ocasiões.

— Você é muito chorona… me lembra de uma mestre… não, de uma amiga que tive a muito tempo atrás — fala com uma risadinha — Aquela garota era irritante, ela teve a ousadia de me invocar na banheira para brincar com ela!

— Pelo menos ela tinha magia — falo com desdém.

— Larga de drama Lucy, fecha esses olhos e vai dormir! — fala furiosa, estava demorando ela estressar.

A abraço forte e fecho meus olhos sentindo seu carinho. Aos poucos minhas lágrimas vão parando e eu pego no sono. Um sono bem ruim, pois parece que estou acordada. E quando eu realmente acordo no dia seguinte estou cansada. Olho em volta e fico um pouco decepcionada por não ver a Aquarius, mas era de se esperar, porque ela não poderia ficar muito tempo mesmo.

Para a minha sorte o domingo passou voando com a tia Anna dando muita atenção para mim, de forma que me senti um pouco sufocada, mas foi bom no geral. E quando menos espero já é segunda, dia de colégio e minha primeira aula é de magia. Entro na sala junto com a tia Anna e vou direto para o meu lugar ao lado da Levy que parece estar bem nervosa.

— O que houve? — pergunto pegando meu livro.

— A idiota da Lisanna sumiu o final de semana todo! — reclama mandando mensagem para a albina.

— Anna-sensei. — A minha atenção e a da Levy foi chamada pela albina mais velha que chega na porta da sala — Posso falar com a Levy rapidinho?

— Claro, não começamos ainda — responde minha tia permitindo que Mirajane entre na sala.

A albina vem a passos apressados até nós, ela parece um pouco preocupada.

— Levy, a Lis se esforçou demais esse final de semana com os treinamentos dela, e acabou ferrando com o braço direito…

— Ah, mas o que aquela idiota tem na cabeça! Aposto que foi o shiden! — Levy se levanta com raiva.

— Ela tá bem, mas pedi para fazer checada geral para ela ficar o dia todo de castigo no hospital, talvez assim tome juízo — fala a albina — Poderia anotar a mateira para ela estudar depois? — Levy apenas confirma — Valeu! — Mirajane sai rápido da sala.

Olho para Levy, a expressão em seu rosto é bem séria. Ela parece estar nervosa com isso.

— Droga! — esbraveja com raiva.

Seguro a mão dela o que a faz me encarar.

— Calma, a Mira disse que ela tá bem. — Tento acalmá-la.

— Eu sei, mas a Lis… ela precisa parar de se cobrar tanto. Ela leva seu corpo ao limite… isso não é saudável… eu só quero que ela pare com essa obsessão em dominar perfeitamente cada técnica do clã. — Os olhos dela ficam marejados — Eu quero que ela pare de se esforçar tanto.

— Se esforçar? — Franzo as sobrancelhas — Ela é perfeita…

— Lis está longe de ser perfeita, só quem é próximo dela sabe como ela dá duro, ela é habilidosa, isso é verdade, mas ela da muito duro — explica com um tom triste — Ela faz isso ao extremo.

Começo a estalar meus dedos. Sinto meu coração acelerando e as duras palavras que disse a Lisanna naquele dia voltam a minha mente. Fui eu… Lis deve ter se esforçando tanto assim nesse final de semana por conta das minhas palavras. Eu não deveria ter dito aquilo, a julguei sem conhecê-la. Droga! Sinto a ar faltando dos meus pulmões. Olho para frente, minha tia começa a explicar a matéria, apenas vejo sua boca se mexendo e não escuto sua voz.

Minha visão fica turva e tremendo. Aperto a beira da mesa.

Não consigo respirar…

Foi minha culpa…

 


Notas Finais


Agradecimentos:
Projeto: @FairyTail_verse
Beta: @LucyTecelagem
Capista: @AicitelSevla
LC: @sugarrymind

Continua???


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