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História Inachevé - Eu Voltarei


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boa noite, bebês!!!
Como vão vocês, meus preciosos ^^
Booooom, eu estou postando este capítulo mais tarde do que imaginei, mas aqui estou eu. Como avisei, este será o último capítulo do ano! Retorno no final de janeiro ou no início de fevereiro, ok!? Não se preocupem, mamãe vai voltar ^^ vou responder todos os comentários e MP's e peço novamente desculpas pela demora em responder todos! Logo logo tudo estará certinho hehehe.

Eeeeeeeee... Surpresinha.
Quando eu retornar, se tudo der certo (e até agora está dando), volto com um presentinho de Natal atrasadinho ^^ nada de spoiler, mas garanto que vão curtir!!!
Também quero aproveitar para agradecer os favoritos e os comentários D.I.V.O.S de vocês, MEUS AMOREEEEEESSS!!!!!! Obrigadaaaaaa, meus gostosos e gostosas lindoooooooooaaasss <3

E enfim...
Tenham um excelente Natal, que todos os seus sonhos se realizem e vamos torcer para que o ano de 2018 seja melhor do que essa caca atual hehehe. Muitas festas e gordices a todos!!!

E então... Espero que gostem!
Boa leituraaaaaa...

Capítulo 15 - Eu Voltarei


Fanfic / Fanfiction Inachevé - Eu Voltarei


* * * Piers – Unknown Place – Unknown Date – Unknown Hours * * *


Minhas pernas bambeavam...

Meu braço queimava intensamente...

Minha cabeça ardia.

Mas eu não podia parar, eu tinha que encontrar a saída daquele lugar e contar ao Chris e a Claire o que esse homem louco planejava fazer. Não sei como e nem quando, mas precisavam saber que tinham mais um inimigo determinado a massacrar qualquer um ligado a família deles... O Chris tem mulher e filhos. E a Claire... É minha Claire.

Não posso e não vou permitir isso!

Mas com uma tontura súbita, caio no chão sentindo tudo girar.

-- N-Não... Pare!

Rosno para mim mesmo sentindo a dor em minha garganta por pronunciar as palavras, mas me concentro, levanto os olhos de volta para o corredor e continuo a caminhar me segurando nas paredes... Tudo doía. E aqueles corredores malditos pareciam formar um labirinto impossível de ser atravessado, mas eu precisava chegar a saída antes que me encontrassem.

Escuto passos...

As luzes de alerta ainda piscavam...

A sirene ecoava pelo lugar indicando minha fuga...

Precis... Sair daqu...

Ande, Piers... SAIA DESSE LUGAR!!!

ELES PRECISAM DE VOCÊ!!!

ELES PRECISAM SER AVISADOS DO PERIGO!!!

Minha Claire... Chris.

Eles precisam...

Tento forçar os passos, mas meu corpo desmorona em uma mistura intensa de dor em meu corpo todo. Minha cabeça parecia estar em um triturador, onde a dor e a tontura pareciam determinadas em me matar aos poucos... Meu braço mutado queimava de um jeito agonizante e eu o via pulsante. Olhei para ele ainda zonzo, e pude ver o pus saindo pelas feridas ainda expostas.

Ande, levante, Piers...

Tento levantar, mas minhas pernas desabam de vez e caio de costas no chão, sabendo que meu corpo queria desistir, MAS NÃO! NÃO POSSO JAMAIS DESISTIR DE PROTEGÊ-LOS!!!

LEVANTE, AGORA, PIERS!!!

Mas nada...

Meu corpo parecia não me obedecer.

-- Ainda está fraco, Nivans...

Com uma voz ecoando perto de mim, ouço passos ao meu redor que pareciam pedras em meus ouvidos. Tento abrir os olhos, mas vejo vultos me rodeando e uma imagem parada em pé ao meu lado me encarando fixamente.

-- Precisa de nós, com você querendo ou não.

Cale a boc...

Seu imbec...

Cale a b...

Minha cabeça queima.

Onde estou?

Tento abrir novamente os olhos, mas minha visão demora a clarear para me deixar ver claramente alguma coisa. E quando aos poucos tudo vai voltando ao normal, outra imagem surge com um movimento rápido e repentino me fazendo apagar com um golpe.

* * * Piers – Roll’s Bar – 18 de junho – 09:39 a.m. * * *

Ainda faltava um tempo para as dez horas, mas eu não conseguia conter minha ansiedade. Eu estava com os nervos a flor da pele e por mais que pareça ridículo, troquei de camisa três vezes.

Acabei optando pelo preto básico no final.

Eu esfregava minhas mãos com frequência e me sentei de frente para a porta, pronto para acenar quando ela chegasse.

Quando ela chegar...

Puxa, mal posso acreditar.

Ela vem mesmo!

Vou reencontrá-la hoje!

Quando levantei, tomei um banho demorado, me troquei três vezes e caprichei no perfume até o Marco reclamar que eu estava empesteando o lugar com o cheiro, mas não dei bola para ele.

Ele perguntou quem era a “vítima” de hoje e desconversei, mas pela minha óbvia animação e nervosismo, acho que ele sabia. E aquela expressão contente dele também não me deixa muita dúvida de que ele realmente sabia que eu veria a Claire hoje, mas foi bom que não insistiu.

Olho no relógio... 09:45h.

Legal, estou antecipado o suficiente para não perder nenhum segundo com ela, mas como é mulher, ou vai chegar em ponto ou atrasada. Se bem que ela é Claire Redfield, então eu não me surpreenderia em eu chegar antes e ela já estar aqui, mas diferente de mim, ela não parece desesperada por esse encontro.

Não que não pareça animada, mas...

Puxa, estou até suando!

-- Vai pedir alguma coisa, senhor?

O garçom chega e sem querer me antecipar mais, mas precisando tentar me acalmar, eu concordo.

-- Uma água, por favor.

-- Um minuto, senhor.

Ele sai e esfrego as mãos novamente olhando no relógio.

Certo... 09:46h.

Droga, só passou um minuto.

Se acalme, Piers, ou ela sairá correndo em te ver nesse estado.

Cara, mas é a Claire!

Vou reencontrá-la finalmente e ter um momento a sós, isso com certeza é motivo para me fazer ficar tenso. E claro, o motivo de eu não saber como vai reagir direito ao ver o colar dela comigo.

Será que ficará brava por eu não ter contado no Uruguai?

Espero que não.

Mandei arrumar o fecho para ela poder voltar a usá-lo imediatamente, então acho que vai gostar sim, ainda mais por ser tão importante como ela contou. Que bom que não contou da perda ao Chris, assim evita tristeza desnecessária ou se eu a ouvisse contar, teria de dizer a verdade.

E acabou que nem precisei dessa desculpa para revê-la!

Acabei criando coragem e a convidando, incrível... Mas é ainda mais incrível ela ter aceitado numa boa como fez.

Olho no relógio... 09:50h.

-- Aqui está sua água, senhor.

-- Obrigado!

Ele sai e quase tomo toda a água de uma vez, então esfrego as mãos novamente e olho para porta, mas nenhum sinal dela. Olho ao redor vendo que não havia muitas pessoas por ali, só que meus olhos se prendem a um casal.

Eu sorrio do nada ao vê-los trocando carinhos e olhando um para o outro com um brilho intenso no olhar. Mas quando o rapaz levanta uma pequena flor retirada de um jardim qualquer, a moça ao lado se desmancha em sorrisos pelo gesto simples de amor, porém sincero.

Desvio deles e a Claire me vem em mente...

É inevitável pensar.

Eu queria...

Queria tanto que...

Droga.

Tomo mais um pouco da água, olho para porta e encaro o relógio... 09:57h.

Ótimo!

Logo ela estará aqui!

Passo a mão no cabelo, ajeito a camisa e sento mais reto na cadeira sentindo meu suor aumentar... Só espero que o efeito do meu perfume não seja retirado com todo esse suor, quero que minha companhia seja agradável para ela e para isso, tenho que estar com um bom cheiro.

Encaro a porta sem querer perder nenhum segundo da visão daquela mulher, então esfrego as mãos e olho no relógio... 10:00h.

Ela pode chegar a qualquer momento!

Minha Nossa, como estou nervoso!

Eu mal conseguia parar quieto na cadeira, então imagina quando ela chegar... Espero que eu não soe como um idiota ou um solteiro desesperado, porque quero fazer desse momento algo agradável e que ela queira repetir em breve.

Em breve...

Talvez amanhã ou até mesmo hoje mais tarde...

O que sei é que estou louco para revê-la!

Eu mal consigo entender o que sinto, mas é como se fosse uma saudade de algo que mal aconteceu entre nós, afinal, trocamos poucas palavras que não foram relacionadas a missão daquele dia.

Relógio... 10:08h.

Logo ela chega.

Volto a olhar para o casal e os vejo trocar um beijo a princípio tímido, mas depois mais intenso e apaixonado. Então me lembro do sonho que tive com a Claire e o toque intenso de seus lábios que mesmo nos meus, eu não conseguia sentir o sabor, apenas sentia o toque deles sempre de maneira fogosa e viciante.

Mas eu não sentia seu sabor.

Respiro fundo antes que eu me “animasse” e olho no relógio... 10:24h.

Isso é normal?

Sim, ela é mulher, mas... E bom, tinha a festa ontem, talvez perdeu um pouco a hora, foi isso.

E essa festa... O tal Neil estava lá e segundo a Inez e o Chris ele está a fim da Claire, mas será que ela sente algo por ele? Não gostei nada de saber disso naquele dia e ontem quando fui dormir, algumas imagens nada agradáveis vieram em minha mente sobre os dois na tal festa.

Mas mesmo com isso...

Sei lá, ele não me soou confiança.

Tinha algo nele que o tempo todo me incomodava e não tinha nada a ver com o que eu sentia pela Claire, era algo em seu olhar que me dava alguma razão para desconfiar de toda aquela “bondade”.

Mas enfim.

A Claire o conhece melhor do que eu e o Chris e a Inez também.

Não vou colocá-lo na corda apenas por uma mera desconfiança, porque com certeza meu ciúmes estaria agindo mais do que meu senso de justiça.

Ciúmes...

É, ciúmes.

Eu mal falei com ela e já me acho nesse direito.

Ciúmes...

Ciúmes...

Cara, nunca pensei que eu fosse ciumento.

Mas só pode ser, porque quando ouvi que tinha alguém tão próximo dela que pelo jeito faria tudo para impressioná-la, meu estômago revirou e meu estresse subiu... Aí a Inez ainda ajudou comentando do tal Leon também.

Mas, espera...

E se ela tiver alguém?

Em momento algum me disse que estava solteira, mas... Bom, a Inez a chamou de encalhada, mas e se a Claire tiver alguém e nem a Inez souber disso?

Ah, deixe de bobagem!

Horas... 10:47h.

Uou, voei no pensamento!

Cara, ela está MUITO atrasada...

Isso não está me cheirando bem, será que aconteceu alguma coisa?

Pego meu celular e abro minha caixa de e-mails, mas nenhuma mensagem nova... Eu devia ter dado meu número para ela, como fui burro. Talvez esteja presa no trânsito ou... Ou... Não vem.

Será?

Simplesmente não vem.

Não, ela não é assim... Não diria que viria para me fazer ficar esperando igual a um bocó, então talvez se atrasou para levantar ou seja o trânsito mesmo.

Olho para fora da porta e mal vejo carros passarem...

Droga.

Será que ela não vem?

Respiro fundo com o pensamento e tomo o restante da minha água decidido a esperar até ela me dar um sinal de vida.

Olho para todos os lados...

Conto as pessoas...

As tábuas da janela...

As linhas do bordado da toalha de mesa...

Me estico na cadeira, vejo o vai e vem do pessoal e espero.

Então olho no relógio... 11:42h.

Droga...

Ela não vem mais.

Sinto o desânimo brotar em mim e abaixo a cabeça por um momento, então olho para porta e nada dela. Então pego a caixinha com o colar em meu bolso e a abro olhando para peça agora consertada e parecendo até mais brilhante, mas fecho e a guardo novamente.

Ao levantar, jogo o dinheiro sobre a mesa e saio encarando a rua, vendo se havia algum sinal dela vindo apressada, mas nada. Espero mais um pouco por ali ainda esperançoso.

Relógio... 12:00h.

Certo... Ela não vem mais.

Respiro fundo sentindo o desânimo total bater em mim e vou para o meu carro ainda insistindo em olhar para os lados com a esperança de ver uma ruiva de olhos azuis que mal me deixou dormir esta noite de tanta ansiedade.

É, levei cano.

Ligo o carro e dirijo de volta para casa.

---------- >>><<< ----------

Quando chego no quarto caio na cama de barriga e encaro a cama vazia do Marco estranhando isso, já que ele geralmente mal levanta no sábado. Então pego meu celular, checo os e-mails e nada.

Clico para enviar um novo, mas eu paro...

Não quero me entregar como desesperado, então deixe que ela me avise que não pode ir quando tiver tempo para isso.

Deixo o celular de lado e levanto sentindo meu estômago embrulhar de fome, então sigo para porta para ir comer alguma coisa, mas ao abrir, dou de cara com o Marco que quase bate em mim.

-- Piers!

-- Marco... Já em pé?

-- Com quem ia se encontrar mais cedo?

Ele ignora minha pergunta anterior e parece preocupado.

-- Ah... Ninguém.

Sua expressão de preocupado esboça um meio sorriso.

-- Sabe por que você levou cano dela?

-- Não levei cano!

Eu desvio, mas então o encaro novamente.

Como ele sabe que levei cano?

-- O que aconteceu?

-- A B.S.A.A. inteira está enlouquecida... O Capitão está surtando.

-- O que aconteceu, Marco?

-- Ontem a Terra Save estava dando uma festa de boas-vindas aos novos recrutas e pelo que eu soube, foram atacados por um grupo desconhecido que levou alguns dos integrantes...

O QUÊ?

Com a péssima expressão dele, eu já deduzi o resto.

-- Claire?

-- Ela foi a primeira a ser levada...

Me afasto dele com as mãos na cabeça.

QUEM FARIA ISSO???

QUEM INVADIRIA UMA FESTA PARA SEQUESTRAR PESSOAS???

-- Onde o Chris está?

-- Na Terra Save vendo se descobre alguma coisa.

-- Eu vou para lá!

Saio correndo dali para pegar o carro e sigo para Terra Save.

DROGA!

E EU NAQUELE BAR PERDENDO MEU TEMPO!

SEQUESTRADA! A CLAIRE FOI SEQUESTRADA!!!

DROGA!!!

Quando estaciono o carro em frente a ONG, saio correndo lá para dentro sem saber direito para onde seguir, então começo a subir as escadas e paro em um dos últimos andares onde a falação estava mais alta.

Ao entrar no lugar, vejo tudo bagunçado, uma mesa virada com comida pelo chão misturado aos cacos de vidro das portas completamente estouradas.

Claire?

Coloco as mãos na cabeça novamente e vejo alguns policiais interrogando pessoas chorando e assustadas, alguns analisando os rastros no chão, mas nada do Chris.

Então me aproximo de um deles.

-- Por favor, Chris Redfield, onde está?

-- Na sala de vigilância, senhor...

-- E onde fica isso?

-- Na última sala do corredor.

-- Obrigado!

Eu saio rapidamente dali e entro na sala vendo o Chris sentado em uma cadeira com as mãos na cabeça, a Jill ao seu lado acariciando seu braço e mais um homem em silêncio.

-- Alguma pista?

O homem e a Jill olham para mim, mas o Chris continua ali.

-- Não, nada... Eles simplesmente chegaram de helicóptero, quebraram as portas e levaram alguns deles.

Quando a Jill me fala isso, me aproximo da câmera e o homem retrocede a fita para me deixar assistir.

Tudo parecia tranquilo... Eu consegui encontrar a Claire mais ao fundo conversando com uma garota mais nova, até que vejo que a luz cai e todos olham para as portas de vidro onde homens de preto surgem do nada as quebrando e vão diretamente na Claire que tenta resistir.

-- CLAIRE!?

Alguém grita por ela na filmagem, só que vejo que ela desmaia e é levada, assim como rapidamente a moça que estava com ela e mais alguns poucos que estavam no meio. O grupo de homens mal leva um minuto no local e desaparece dali levando as pessoas.

Claire...

Não...

Por que levaram você?

Eu abaixo o olhar e me afasto da tela vendo que a Jill me observa e o Chris finalmente levanta o olhar para mim.

-- O que está fazendo aqui, Piers?

-- Eu... Vim ver como você estava e se eu podia ajudar em alguma coisa.

-- Não tem pistas... Sem impressões, nenhum radar os detectou, nada.

-- E as outras pessoas?

-- Foram sedadas, outras até agredidas, mas falam que foi tudo muito rápido e que os homens foram direto nas pessoas que levaram e sumiram. Olhei TUDO, falei com TODOS, mas NADA.

Ele desvia impaciente e nervoso.

-- Nenhuma pista?

-- Nada... Quem planejou isso sabia bem o que estava fazendo e como fazer.

-- Mas... Quem poderia ter sido?

-- Nesse ramo de trabalho não faltam inimigos, Piers... Mas a maioria das pessoas que levaram tinham experiência em campo e são ótimas nisso, só os melhores. E com isso, com certeza não foram levados para coisa boa.

Sim, ele tem razão...

Não foram levados com algo bom em mente.

Claire...

-- Chris!?

Um homem alto, robusto e de cabelos ruivos surge pela porta e o Chris olha para ele com a mesma expressão de abatido. Esse é o Barry, o homem que os Redfield praticamente adotaram como um pai, já ouvi histórias dele.

-- Para onde levaram minha menina? E a Claire, onde está?

-- Não sabemos, Barry... Nenhuma pista, rastro, nada.

Ele se aproxima da tela e o homem em silêncio retrocede a filmagem mais uma vez e Barry assiste, mas vejo como sua expressão piora quando a festa é invadida. Então a Jill se aproxima dele e o abraça.

-- Nenhuma pista?

-- Nada... Simplesmente desapareceram.

-- E vai ficar aqui parado?

O Chris encara o Barry agora bravo e sorri sem alegria.

-- Me aponte uma direção para eu ir procurar a minha irmã que eu vou.

-- Vocês tem que manter a calma... – Jill suspira – Vamos averiguar quem a Terra Save investigava, checaremos tudo novamente no salão e... Alguma coisa temos que encontrar!

-- Sim, vamos fazer isso...

O Chris levanta parecendo determinado outra vez, mas a Jill o abraça carinhosamente o deixando afundar o rosto em seus cabelos com certeza se sentindo melhor.

Deve ser bom... Ter alguém assim.

Claire...

Esteja bem, por favor.

Sinto meu coração do avesso dentro do peito e o pior é que eu nem podia demonstrar isso para ninguém, mas... Claire, por favor. Por favor, minha C.R., esteja bem, mostre do que é capaz e volte viva para nós.

Para nós... Para mim.

Volte viva para mim.

-- Vou dar uma olhada no salão...

O Barry fala saindo dali e o Chris indica a porta.

-- Vamos dar uma olhada nos arquivos da Claire...

-- Eu vou... Ajudar o Barry.

Falo meio sem jeito e ele concorda.

-- Obrigado, Piers.

Ele coloca a mão no meu ombro e sorrio quando ele sai.

Então sigo de volta ao salão e vou até onde a Claire estava ao ser levada, me abaixo e toco com os dedos o chão cercado por cacos e sem qualquer pista aparente.

Claire...

O que aconteceu com você?

Onde você está?

Onde devo começar a procurar?

Respiro fundo e fecho meus olhos focando na lembrança de seu olhar meigo e sorriso tímido para mim e meu coração estremece no peito... Você tem que ficar bem. Tem que voltar bem.

Por favor, Claire...

Volte...

Volte para mim.

* * * Piers – Unknown Place – Unknown Date – Unknown Hours * * *

Minha cabeça...

Onde diabos estou?

Meu corpo ainda não me obedecia, então tentei focar no que meus ouvidos podiam me dizer. O silêncio prevalecia desta vez, mas dois sons se fixavam regularmente no ambiente... Um, parecia uma goteira insistente perto de mim. E a outra, era um bater leve em algum tipo de ferro. Ambos eram irritantes e constantes que me davam forças para acordar.

Precisa de forças, Piers...

Mesmo deste tipo, precisa encontrar forças...

Claire... Minha Claire.

Por você... Sempre por você, meu amor.

Agora levante.

Sem ligar para minhas dores e queixas, abro meus olhos. O lugar era escuro e o teto onde chegava minha visão, parecia áspero e imundo. Me esforço para levantar, ficando sentado no chão gelado para colocar minha cabeça no lugar... Se concentra, anda, não pode perder tempo neste lugar.

Ao olhar para mim mesmo, vejo que meu braço voltou ao normal e uma dor diferente também, mas eu parecia comigo mesmo outra vez. Meu braço tinha cortes fundos e cicatrizes, mas era um braço muito semelhante ao que eu perdi brutalmente quando fui atacado.

Quanta ilusão...

Por debaixo dele, tem um monstro.

Desvio meus olhos para observar o local, então vejo que estou em algum tipo de cela. O lugar era pessimamente iluminado e uma claridade fraca vinha de uma pequena abertura em cima de uma parede próxima a mim, parecendo ser uma janela mal furada e mal planejada colocada ali.

Minha cela era pequena, com mal cheiro e um colchão furado no canto. As grades estavam enferrujadas, mas pareciam muito bem reforçadas para garantir a prisão de quem estava do lado de dentro... Eu.

Mais distante dali, vi uma escada escura, degraus sujos e mal alinhados que pareciam levar a única saída deste buraco. Identifiquei a goteira dentro da cela ao lado, onde parecia ser ainda mais escura do que a minha sem conter a abertura provavelmente descrita como janela que a minha tinha.

E aquele barulho?

Continuo a observar o lugar até que vejo... Uma imagem encolhida e estranha na parte mais distante da minha cela vizinha. Era um homem? Me aproximo das grades que nos dividiam e forço a voz para falar, vendo que ele arrastava a cabeça entre as grades de uma forma constante e irritante. O som era dele. Vestia trapos imundos e seu cabelo parecendo escuro estava longo, não conseguia ver direito os detalhes por causa da falta de claridade.

Quem é ele?

Como veio parar aqui?

Mais uma vítima daquele homem louco?

-- Ei!

Com a única palavra que consigo pronunciar, ele me ignora, continuando a esfregar a cabeça nas grades. Eu observo seu estado adivinhando que estava ali há muito mais tempo do que eu... O que ele fez para estar aqui? Será que é um dos homens daquele cara louco que os traiu ou fez algo do tipo?

-- EI!

Resmungo mais alto e ele para.

Sua cabeça fica imóvel e suas mãos grossas, sujas e calejadas tremem ao ouvir minha voz. Então seu rosto se vira lentamente em minha direção e por trás de fios de cabelos mal cuidados espalhados pelo rosto misturados com uma barba grande, havia um homem não muito velho. Eu não conseguia decifrar mais características porque a escuridão e a imundice do homem eram demais... Mas eu sabia que não era muito velho e que o que quer que tenha passado ali, o fez ficar com uma expressão fixa de confusão e medo no olhar.

Quem é ele?

Onde diabos estamos?

Só pode ser um antigo homem do cientista pirado.

-- Qu... Que...

Ande, Piers...

Você precisa e pode fazer isso!

Respiro fundo e tento me acalmar para falar.

-- Quem... É voc-cê?

Ele me observa.

Quando vira o corpo para mim, posso ver machucados em seus braços e na parte nua de seu peito que se mostrava através de rasgos na camisa. Ele me olhou curioso e começou a se aproximar, rastejando pelo chão e andando praticamente de quatro para chegar até mim que o observou atentamente.

Olho melhor ao redor...

Haviam migalhas de um tipo de pão ao canto... E também havia uma vasilha úmida na parte mais distante de sua cela, mostrando que era alimentado algumas vezes, mas a julgar pela sua magreza, eu me arrisco a dizer que este homem foi deixado aqui para esperar pela morte. Foi abandonado aqui para morrer... Será que eu também? Será que sobrevivi àquilo tudo para morrer de fome e loucura em uma cela claustrofóbica?

Se for o que preciso fazer para salvar os Redfield’s...

Que assim seja, eu aceito isso.

-- Apenas um projeto fracassado.

O homem na minha frente salta com a voz e se afasta, então vejo o cientista louco apoiado nas grades da minha cela. Estava escuro, mas eu via manchas de sangue em seu rosto, mostrando que deixei marcas nele com aquela surra antes de tentar fugir.

-- Um projeto bem... Antigo. Que fracassou.

“Projeto antigo”?

“Projeto que fracassou”?

-- Mas desta vez será diferente, já que estou com a faca e o queijo em mãos... Você, Piers, é meu tesouro. Com a evolução da ciência dos dias atuais, não me importo se você ficará do meu lado por livre e espontânea vontade ou sob pressão.

-- Eu nunc... Nunca vo...

Droga... Se esforce, ande!

-- Eu sei, Nivans... Infelizmente, agora sei disso.

Ele caminha para mais perto de mim e avalio cada passo dele.

-- Pensei que poderíamos fazer isso juntos, mas como fui alertado antes, sua fidelidade aos Redfield’s é irreversível... Sua relação com eles era intensa demais, reconheço isso. Você é um soldado invejável para qualquer um.

O que ele quer dizer?

-- Quanta honra ter um homem como você para proteger alguém... Felizmente, há dois métodos para isso acontecer. E se não consigo te fazer escolher isso sozinho, posso... Ajudá-lo. Ajudá-lo a escolher o lado já campeão desta partida, não adianta, planejo isso há anos a fio.

“Há anos”...

Há quanto tempo observa os Redfield’s?

Talvez já tenha planejado coisas antes e nunca perceberam.

Quem é esse homem doentio?

-- Não entendo o porquê da sua surpresa quando falei meu objetivo, afinal, até agora todos os vilões tiveram o mesmo plano: acabar com essa raça inferior e desprezível da raça humana. Não cobiço tanta coisa, apenas quero o mesmo que todos, só que eu... Me programo primeiro. E jamais, por hipótese alguma, me permito subestimar meus inimigos, por isso tenho que acabar com os Redfield’s.

Então é isso?

Ele é “mais um” Wesker?

Mais um homem que quer acabar com o mundo?

-- Todos focaram na destruição e jamais pensaram nos obstáculos, mas eu sou estrategista e avalio todas as possibilidades... Do que me adiantaria partir para cima da raça humana, sendo que os principais seguranças permanecem vivos? Em todas as tentativas foram os Redfield’s e os demais que os rodeiam, mas este nome é o que mais martela em minha mente, afinal... Quem destruiu os planos do Albert em Raccoon City? Quem destruiu a arma mais elaborada da Umbrella, o “Nemesis”? Quem destruiu a família Ashford? Quem fechou de vez as portas da Umbrella? Quem acabou com a vida do maior cientista nascido, o Albert Wesker? E quem desbancou a última esperança, a Alex Wesker? Sempre é a mesma história: Redfield, Redfield, Redfield e Redfield outra vez.

Sim, eles são geniais.

Quantas vezes já salvaram o mundo, não é?

-- Apenas serei precavido... Antes da minha cartada final para conseguir o que quero, vou eliminar meus obstáculos para não ter problemas depois. Quero dormir tranquilo sabendo que aniquilei a raça humana e não tenho chances de ter um grupo chamado “Redfield” vindo de atrás de mim. E então: os mato primeiro. Cada um deles. De uma forma lenta e dolorosa, para pagarem por todas as vezes que impediram o planeta de evoluir. E então... Pronto. Sangue, mortes, zumbis e expurgação dessa raça inútil e inferior ao qual os homens se transformaram.

Louco...

Uma mente completamente insana.

Antes eu ainda me perguntava até onde ele poderia ir, mas pelo que parece, este homem quer aniquilar tudo e todos sem riscos de ser impedido. E realmente é mais esperto do que parece, querendo tirar do caminho as pessoas mais aptas a desbancá-lo desse trono onde se vê.

-- Então qual o problema? Só quero sua ajuda, porque é uma peça fundamental para o meu plano, onde digo e repito: quero uma morte lenta e dolorosa para todos eles e você, meu caro, cuidará disso para mim.

-- Nunca.

Falo claramente agora.

-- Ah, Nivans... Eu admiraria sua coragem, mas você nem sequer tem escolha. Já passamos dessa fase depois que você rejeitou minha proposta e me espancou até quase minha morte, então agora, ficará aqui até termos tudo pronto.

-- “Tud”... “Tudo” o qu-quê?

-- Tudo, meu caro... Quando eu retornar até este lugar, será quando você não terá mais opção e me ajudará a aniquilar a família Redfield. Quando eu voltar... O fim deles começará, com você querendo ou não.

Ele fala como se pudesse realmente me obrigar... E será que pode? A única coisa que vem em minha mente neste momento, é a Jill controlada pelo vírus que o Wesker injetou nela e usava para manipulá-la. Quando ficou cara-a-cara com o Chris, ela retomou a consciência por alguns segundos, mas ele sempre me disse que aquilo era forte o suficiente para fazê-la inúmeras vezes disparar uma arma contra ele.

E se aconteceu com ela... Pode acontecer comigo.

Não, não, não, isso não pode acontecer!

Com a risada perversa do homem, ele se afasta e para diante das escadas me olhando mais uma vez com um sorriso totalmente maligno e sem um pingo de sanidade humana.

-- Aproveite... Temos muito trabalho a fazer e quando me ver de novo, será o meu brinquedinho novo, mas desta vez me levando ao troféu.

Ele sobe as escadas e some dali.

Mas que diabos...

O que ele quer fazer comigo?

VAI INJETAR MAIS ALGUMA COISA EM MIM?

QUER ACHAR UM JEITO DE ME CONTROLAR PARA MATAR PESSOAS?

Preciso sair daqui...

Desvio o olhar e volto a encarar o homem encolhido no canto choramingando e resmungando obcessivamente algo que eu não podia e no momento, nem queria entender. Volto meus olhos as escadas, encaro as grades e me levanto para checar a fechadura do portão que me mantinha preso.

Minha cabeça ainda gira...

Ele disse antes que eu vou melhorar aos poucos e pelo que disse, ainda ficarão uns dias para terminar o que estão fazendo antes de virem me buscar. Então tenho um pouco de tempo... Posso resgatar minhas forças e aprender a controlá-la, voltando-a a meu favor.

E quando estiver pronto... Sairei daqui.

Vou fugir e encontrar a Claire e o Chris para avisá-los.

Eles precisam saber do mal que os ronda.

Sim, é isso, vou voltar ao que era antes e sairei daqui sem olhar para trás, apenas focando no bem estar deles. Eles precisam de mim mais do que nunca e jamais, digo: JAMAIS irei abandoná-los ou causar algum mal a qualquer um dos que já foram meus amigos.

Esperem por mim... Eu voltarei. 


Notas Finais


É, o Piers ainda quer fugir... Será que consegue?
E esse cientista louco, de onde surgiu?
E... Hum... Um homem na cela ao lado da do Piers? Quem será? Ele pode ajudar nosso Lord a escapar ou contar algo importante?
Huuuuuum... E aí?
E vejam só, nossa ruivinha sumiu e o povo enlouqueceu... O Piers esperou horas sem saber, levou cano e quando soube do ocorrido, saiu correndo para procurar por ela.
O que será que rola agora?
E cadê a Inez nisso?
Como vão ficar o Chris, Barry e Piers???
Huuuuuum... Hum.
Espero que tenham gostado!!!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


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