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História Incríveis Aventuras em Castelobruxo - Um Pulo Mágico na 25 de Março


Escrita por: flaviotrevezani

Notas do Autor


Zumpt! tudo gira, tudo parece mais rápido e de repente, você chegou ao lugar desejado e tudo isso em segundos. Saltos com chaves de portal mágicos são um meio eficaz e seguro de se... bem, nem sempre seguro, mas bem eficaz de se viajar pelo mundo. Isso eu posso afirmar e Tião também =]

Capítulo 5 - Um Pulo Mágico na 25 de Março


Com a sensação de ser sugado por um tubo gigante de um aspirador de pó, Tião não sabe dizer se viu tudo a sua volta girando muito rápido como um turbilhão de cor e luz colorido ou se ele estava de olhos fechados e imaginou que vira algo assim, mas isso não importa. O que importa que após alguns segundos ele sentiu tudo parar de repente e tocar o chão, finalmente haviam chegado. Como seu tio avô havia falado, ele sentiu seu estômago embrulhado, além de estar bem tonto, por sorte ele não havia tomado café da manhã, se não, teria colocado tudo para fora. Ao observar, percebeu que estavam num deposito pequeno e bagunçado, aparentemente de um restaurante ou lanchonete.

— Que salto formidável. Como está se sentindo Sebastião?

— Tonto, mas bem animado.

— Belas palavras meu rapaz, dignas de um Matoso. Bem, quando estiver pronto para ir me avise?

— Sim.

Disse ele meio tonto, mas já quase completamente recuperado.

— Que bom, o efeito do salto é bem passageiro – disse com veemência e logo após - às vezes. Enfim, vamos meu querido?

E seu tio avô abriu a porta do pequeno deposito e de fato, estavam numa lanchonete, na verdade, uma pastelaria. Aparentemente não muito bonita ou organizada, meio bagunçada e com certo aspecto de velha, mas não suja, estava bem limpa por sinal, diferente do deposito. Ao sair, estava no balcão uma velha senhora chinesa, com uma toca bem colorida, feita de flores de pano, espécie de trouxinhas de tecido e uma calça larga, uma blusa de manga larga também e um colete amarelo ovo com sapatos vermelhos. E ela então se empolgou ao vê-los sair do Deposito.

— Sr. Aroldo, que bom ver que já retornou. Oh! E esse deve ser o pequeno Sebastião, lindo menino. Prazer em conhecê-lo, como foi o... – e então ela abaixou a voz e observou a volta para ver se alguém mais ouvia a conversa, mas não havia ninguém ali, a não ser um homem estranho comendo pastel na porta, olhando o movimento da rua e completou – “salto” até aqui?

— Madame Kumiko, foi formidável e o mais importante, meu sobrinho neto Sebastião, nome esse em homenagem a seu avô, meu irmão, fez seu primeiro salto por chave de portal e foi comigo – e respirou fundo tio Aroldo tentando não se emocionar – fico até emocionado, desculpa.

— Seu primeiro salto meu querido?

— Sim – disse Tião ainda um pouco tonto, mas bem melhor e tranquilo por não ter pedido o dedo mindinho ou coisa pior como a tal da Mafalda.

— Que extraordinário! Isso merece um brinde, claro. Esperem que eu vou providenciar bebidas especiais e já volto com elas.

Então Senhora Kumiko entrou para a cozinha do lugar enquanto Tião se aproximou da frente da pequena pastelaria simples que era de vidro e madeira, de aspecto antigo, com uma porta que fechava sozinha e tocava uma sineta. Ele fora até a porta para olhar o lugar melhor e se surpreendeu, ainda era cedo, umas sete e pouco da manhã, mas as ruas já estavam cheias de pessoas. Movimento de gente de todos os tipos, cores e tamanhos. Pessoas e mais pessoas andando pelas ruas com sacolas enormes ou objetos nas mãos, coisa das mais diversas formas e origens. Então seu tio avô se aproximou.

— Vê? Com tantos trouxas de todos os lugares do país aqui, preocupados em apenas satisfazer suas necessidades mercantis, torna o lugar bem apropriado para Bruxos poderem circular não acha?

Disse ele num tom de voz mais comportado para que ninguém o ouvisse, uma vez que o homem estranho do pastel na porta já havia ido embora.

— Mas tio Aroldo, por ter tanta gente assim, não seria o lugar menos aconselhado pra isso? Porque, o risco de ser notado aqui é bem grande não?

— Oh meu rapazinho, claro que não. As pessoas estão tão ocupadas com suas vidas, seu dinheiro e em consumir coisas que mal notam quem passa pelas ruas – então ele apontou a um casal na rua – vê aqueles dois ali andando?

Eram um homem de aproximadamente trinta e poucos anos de idade, assim como a sua mulher. Estavam vestidos com roupas estranhas e um pouco exageradamente coloridas, peças sobrepostas, como lenços, coletes e blazer, além de chapéus e flores no cabelo da mulher. Então ele acenou para o casal, que retribuiu.

— Ricardo e Elisabete Cocogrande. É um belo casal de bruxos. Aos olhares trouxas talvez eles sejam apenas um casal elegante e bem vestido, mas eles pouco se importam. Ainda mais agora com essas maquininhas estranhas que eles vivem carregando nas mãos e olhando para elas o tempo todo, levando-as para todo lado que vão – ele falava dos celulares.

Na verdade o casal era estranho e exagerado e chamava sim atenção na opinião de Tião, até mesmo pra ele que morou no interior e não via muitas pessoas na vida eles eram estranhos, mas realmente, com tanta gente estranha e diferente naquele lugar, um bruxo por mais estranho que andasse passaria levemente despercebido. Nessa hora senhora Kumiko retornou e os chamou.

— Vamos meninos, vamos brindar esse momento de Sua vida pequeno Sebastião.

E eles viraram e em suas mãos estavam três canecas de vidro grandes e cheias de uma bebida escura e espumante.

— Então bebam meus queridos – mas daí ela deu um gritinho – esperem! Elas não estão apropriadamente geladas, que falha minha. Um minuto.

Ela foi até a porta de vidro do lugar que estava aberta e a fechou, virando a plaquinha de aberto para fechado. Então ela recuou um pouco e um tecido fino caiu do teto criando uma cortina em toda frente de vidro, um tecido que parecia não estar ali anteriormente. De onde Tião estava era apenas uma cortina bem transparente parecida com um véu, mas ao olhar para o outro lado da rua no reflexo da loja na frente, viu a loja escura, vazia e com as mesas e cadeiras todas de pernas pra cima, como se o lugar estivesse fechado.

— Meu sistema anti-Trouxa bisbilhoteiro. Agora sim.

E tirou sua varinha de dentro da gaveta do balcão e então apontou para as canecas e disse.

— Potios Frigidus .

E um brilho azul esbranquiçado como de um pequeno fleche saiu da ponta da varinha dela e atingiu as canecas junto ao que parecia flocos de gelo e de repente as canecas congelaram na hora, ficando brancas como se estivesse saído de um congelador.

— Agora sim. Está na temperatura ideal. Vamos bebam enquanto está geladinha.

Seu tio pegou a própria caneca e então apontou para a caneca que ficara para que ele pegasse. Ele pegou e então dona Kumiko disse.

— Quer fazer as honras senhor Aroldo?

— Com todo prazer – disse ele limpando a garganta – Ao meu jovem porem promissor e motivo de orgulho para a Família Matoso, sobrinho neto Sebastião Matoso Silva que ingressa na fabulosa escola de bruxaria Castelobruxo amanhã ao entardecer.

— Um brinde - disse dona Kumiko e todos beberam um gole da bebida escura arroxeada.

— Uau! Que delicia!

Disse Tião ao experimentar a bebida espessa e suculenta de um sabor meio amargo e doce ao mesmo tempo.

— Que bebida é essa tio Aroldo?

— Meu Deus – disse dona Kumiko espantada – ele nunca tomou uma caneca de cerveja de Açaí na vida? Caiporas me mordam! Onde esse menino estava preso Senhor Aroldo?

Senhor Aroldo riu.

— Calma Kumiko. A história é um pouco longa, mas em resumo, meu sobrinho neto fora criado como um menino trouxa comum por sua avó Trouxa, então ele não teve contato com o mundo bruxo até ontem.

— Coitadinho! Existe tanta coisa que você precisa saber e conhecer. Já sei, espere - E mais uma vez ela saiu do recinto até a cozinha, andava dando saltinhos engraçados, como criança quando está empolgada com algo.

— Silva e Allario – disse Tião ao seu tio e depois continuou a beber a cerveja de açaí, adorando cada gole – e tio, a cerveja não é Alcoólica? Eu posso mesmo beber isso aqui?

Mas seu tio havia ficado um pouco serio após a sua correção nominal, mesmo assim ele respondeu, menos risonho.

— Essa não é Alcoólica meu querido, apesar de haver versões alcoólicas e algumas até encantadas, mas, ela é uma bebida muito apreciada nos verões da América do Sul por nós bruxos, porém – e fez uma pequena pausa com um ar um tanto sério – referente a seu nome, no caso, o sobrenome do seu pai, eu quero lhe pedir um pequeno favor. Para seu bem, ao menos por enquanto.

— Sim – disse ele tentando terminar de tomar aquela bebida gelada e bem gostosa, diferente de tudo que ele já tomou.

— Quero lhe pedir para que não o use, nesse caso, não o diga as pessoas quando se apresentar de primeira mão. Mesmo eu te olhando e achando que não teremos nenhum problema com você, perante a isso. Mesmo assim, quero que você se apresente apenas como Sebastião Matoso Silva, se puder é claro.

— Mas porque eu não posso falar o sobrenome do meu pai. Foi minha avó né? Dona Quitinha não gosta muito dele, por isso ela pediu pro senhor me pedir isso, não foi?

— Não, não meu querido – o disse meio risonho novamente – é que – e ele travou buscando uma desculpa plausível para dizer ao menino sem precisar tocar no assunto verdadeiro, ao menos por agora, então ele disse – no meio bruxo, pais que abandonam o lar não é algo muito bem visto e como você está começando agora seu período escolar no Castelobruxo, seria melhor evitar, ao menos no inicio dizer isso, porque ai as pessoas vão perguntar quem é seu pai, enfim, você me entende não entende? Tipo, eu estou sendo compreensível? Oh samambaias – respirou ele nervoso - Enfim, Só estou preocupado com você e seu bem estar. Será só por agora.

— Sim, entendo tio Aroldo. Mas se alguém me perguntar sobre meus pais e família, o que digo?

— Apenas que... Não diga nada. Apenas fale de sua mãe, sua avó, seu av... bem, seu avô também acho melhor não falar dele, mas se falarem, não se importe muito com o que disserem, eu conheci seu avô melhor do que ninguém e eu sei bem o bruxo que ele era, ou foi até tirarem isso dele. Então, eles podem falar algumas coisas, mas não de ouvidos, enfim, antes de você ir para Castelobruxo eu prometo lhe contar melhor o porque disso ok?

— Tudo bem.

Então senhora Kumiko Voltou e trouxe consigo uma pequena sacola com algumas coisas dentro que pareciam guloseimas, doces e salgadinhos.

— Esses são petiscos e doces bruxos – e lhe entregou a sacola cheia de caixinhas e pacotes engraçados como se fossem de décadas atrás – Não acredito que uma criança de onze anos nunca comeu feijõezinhos de todos os sabores, uma barbaridade.

E ele olhou e viu dentre eles os tais feijõezinhos de todos os sabores e disse.

— Estes aqui? – e mostrou a ela, que confirmou com um sorriso e aceno de cabeça – posso abrir?

— Claro meu querido, são seus. Mas eu guardaria alguns para a viagem na barca do boto Maroto, são ótimas para se fazer amigos ou inimigos – riu ela, acompanhada de tio Aroldo -. É uma viagem consideravelmente longa, mesmo sendo bem mais rápido que poderia ser.

— Claro!

Então Tião abriu a embalagem e dentro tinham pequenos feijões coloridos que mais pareciam Jujubas doces ou pastilhas de chocolate. E ao pegar algumas, ele foi repreendido.

— Não, não se come mais de um de vez não garoto. Se come um por um, para sentir seu sabor.

— Por isso se chamam de todos os sabores? E quais são esses sabores? Na embalagem não fala.

— Sim, fala sim. Aqui olhe -  e mostrou ela com o dedo “Feijõezinhos de todos os sabores” – viu? São todos os sabores.

— Todos os sabores? Impossível.

— Eu já comi um sabor lama do pântano – disse tio Aroldo quando Tião estava prestes a colocar o primeiro na boca, o que o fez mudar de ideia.

— Mas calma, eu já comi também um com sabor de arco-íris. Foi à coisa mais sensacional que minhas papilas gustativas já experimentaram na vida – disse ele.

Ainda em duvida ele olhou para o feijãozinho e com certo incentivo visual de seu tio e de Dona Kumiko, ele colocou um na boca.

— Água do mar – disse ele, sem saber bem como sabia o sabor, mas de alguma forma ele sabia que era água do mar.

E eles riram disso.

Tião agradeceu os presentes e se despediu. Dona Kumiko foi até a cortina mágica transparente, deu uma leve puxadinha e ela subiu e enrolou-se no teto novamente e sumiu de vista. Ela virou a placa e eles se prepararam pra sair.



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