Puta que pariu. Eu nunca tinha ficado tão nervoso na minha vida como agora. Lucas me olhava sério , Renata brincava com seu filho e Camila me olhava perplexa.
- Oi. - me arrisco dizer.
- Oi, meu querido. - Camila vem até mim e me abraça. Retribuo o abraço. - Prazer , Camila.
- Prazer , Peter. - Digo.
- Eu sei quem você é. - Ela dá um riso fraco , e se afasta. - Esse bebê aqui é o Davi. - Ela diz apontando para o sobrinho da Vitória no colo de sua mãe.
- Oi , Davi. - Me abaixo pra brincar com ele, mas ele não responde bem.
- Ele está com sono. - Renata explica. - Prazer , Renata.
- Prazer. - Sorrio.
- E esse aqui é o Lucas. - Camila diz.
- Prazer. - Digo estendendo a mão.
- Prazer o meu. - Ele diz, e aperta minha mão com mais força que eu esperava. - Cadê minha irmã ? Eu quero vê-la.
- Ela está no quarto. Pode entrar. - Digo , e sem esperar muito ele entra.
- Peter , não liga pra ele. Ele só está com ciúmes da irmã. - Renata me diz.
- Eu o entendo. - Rio. - Espero que se acostume..
- Ele vai se acostumar. - Camila me diz. - Mas me diz , minha filha e minha neta estão bem?
- Sim. - Digo. - Só estou esperando a Vitória Acordar, mas elas estão bem.
- Ah , graças a Deus. Ficamos tão preocupados.. só relaxamos quando você nos ligou dizendo que minha neta tinha nascido e que a Vitória tinha saído da UTI.
Ficamos mais um tempo conversando , depois Camila entrou no quarto e por fim a Renata entrou.
Eu fiquei reparando neles , e Vitória não era nenhum pouco parecida com a Camila. Ela era mais parecida com o pai dela. Ja seu irmão , Lucas , era a cara de sua mãe. E o pequeno Davi era a mesma coisa de Lucas.
Quando todos já tinham voltado do quarto, nos reunimos no corredor novamente.
- Amor , vamos. Temos que achar um hotel. O Davi está cansado. - Renata diz.
- Certo, vamos. - Lucas a responde.
- Fiquem no hotel que estamos hospedados. - Dou a ideia, e eles se olham. - Os meninos da banda estão lá.
- Deve ser um hotel muito caro .. - Renata diz.
- Dinheiro não é problema. Eu pago a estadia de vocês. - Me ofereço.
- Desculpa , Mars , mas não precisamos de caridade. - Lucas diz.
- Lucas , que isso ! - Camila o repreende. - Se não for incômodo , Peter ..
- Não é incômodo. - Sorrio , ignorando o que Lucas disse.
- Tudo bem , mas eu vou te pagar depois. - Lucas diz. Agora eu sei de onde Vitória puxou isso de não querer ser ajudada.
- Tá. - Melhor concordar pra não ter briga com o cunhado.
- Bruno , será que você poderia nos levar lá ? Não conhecemos nada daqui … - Renata diz, e instantaneamente olho para a porta do quarto. Não queria deixar a Vitória sozinha.
- Pode ir. - Camila diz. - Eu quero ficar um tempo com a minha filha..
Eu não iria impedir isso. Era a mãe dela.
- Ok. - Digo. - Vamos então?
E assim , eu , Lucas , Renata e Davi nos dirigimos ao estacionamento do hospital. Entramos, e seguimos para o hotel. O hotel não era muito perto do hospital , e o caminho foi silencioso até perceber que Renata e Davi dormiam no banco de trás.
- Então.. - Lucas começa. - Como vocês dois se conheceram ?
- Na turnê. - Digo.
- Eu sei. Mas a Vitória nunca foi de gostar de artistas e de repente aparece grávida e namorando um cantor mundialmente famoso.
- Talvez seja o amor. - Rio.
- Não brinca comigo , Mars. Eu sou homem. - Ele me diz e eu o olho de relance. - Você a comeu e ela engravidou, e teve que começar a namorar pra não dar polêmica pro seu lado né ?
- Não. - Digo simplesmente. - A gente começou a conversar , dormimos juntos , a pedi em namoro , ela engravidou e agora estamos aí..
- E por que vão se casar tão rápido ?
- Pra que demorar ?
- Algo aí não está certo..
- Está tudo certo. - Sorrio. - Graças a Deus agora tá tudo mais certo ainda. Minha filha nasceu , minha futura mulher está bem e eu conheci os familiares dela. - Digo e ele cruza os braços. - Eu sei que talvez você não goste de mim porque essa situação é meio estranha, mas eu quero que sejamos pelo menos amigos. Não tem porquê não conversar com o próprio cunhado. - Digo.
- Eu sei. - Ele diz.
- Eu também morria de ciúmes das minhas irmãs. Mas agora me dou bem com meus cunhados, porque fazemos coisas que nós dois gostamos. Vamos lá , o que gosta de fazer ? - Pergunto.
- Gosto de assistir e jogar futebol.
- Ah. - Digo. - Eu comecei a assistir muito futebol por causa da sua irmã. Levei ela num jogo do PSG no estádio deles.
- É, ela nos disse. Ela torce muito pra esse time , nunca vi igual. - Ele ri.
- Vitória é diferente das outras. - Digo. - Por isso que a amo.
- Ok , Bruno , não precisa vir com esses papos melosos pra cima de mim. - Ele diz rindo. - Aceita tomar uma cervejinha depois? - opaaa.
- Gosta de whisky ? - Pergunto.
- Mas é claro. - Ele ri.
- Então tá feito. - Sorrio.
Finalmente conquistei o cunhado ! É claro que eu não iria beber enquanto a Vitória não saísse do hospital , mas eu precisava fazer uma média com o Lucas.
***
Deixei eles no hotel, apresentei para os meninos da banda , tomei um belo banho e voltei para o hospital.
Quando eu cheguei na porta do quarto , escutei a voz da Camila. Ela estava conversando com algum enfermeiro ?
- Calma , minha filha. Ele está vindo. - Escuto ela dizer , e meu coração gela. Ela estava conversando com a Vitória.
Abro a porta do quarto apressado , e Camila me olha assustada. Ela estava do lado da cama da Vitória, que estava com os olhos abertos e me olhava dando um pequeno sorriso. Abro o maior sorriso que eu tenho e me aproximei devagar, enquanto a Camila caminhava apressadamente até mim.
- Beuno. - Ela diz se aproximando. - Ela não falou nada além de " Cadê o Peter? ". - Ela me diz. - Que bom que você chegou.
- Eu vou lá falar com ela. - Meu coração batia acelerado.
- Tá. Eu vou estar lá fora. - Ela diz saindo , e eu continuo andando pra cama.
- Oi. - Digo quando me aproximo , e pego em sua mão. Ela me olha com aquele olhar caído , e um sorrisinho murcho.
- Achei que tinha me abandonado aqui. - Ela diz com a voz tão rouca e fraca que quase me fez chorar.
- Fiquei cada segundo ao seu lado. - Sorrio.
- Olha eu aqui de novo no hospital. - Ela dá um riso fraco.
- Sim, mas essa é a última vez.
- Não , ainda vou voltar quando ganhar a Alasca. - Ela diz.
- Amor.. - Digo. - A Alasca já nasceu. - Digo e ela me olha confusa.
- O que ? - Ela diz assustada e seus batimentos começam a acelerar. - Cadê minha filha ?
- Calma. - Digo. - Ela está aqui do seu lado , mas eu não posso pegá-la pra te mostrar.
- Eu quero ver minha filha ! - Ela diz.
- Eu vou chamar um enfermeiro pra pegar ela pra você.
- Tá, mas me responda se ela é bonita..
- Ela é linda. - Sorrio. Sempre que falar da minha filha esse sorriso bobo vai se formar na minha boca. Ela sorri também.
- Ela tá bem ?
- Ela tá ótima. Só vai ficar na incubadora algum tempo..
- Entendo.
- entende ? Você sabe o que aconteceu com você ? - Pergunto.
- Sim. - Ela diz. - Mas depois eu falo. Nao quero passar raiva.
- Você tem toda razão. - Digo. - Estou tão feliz que esteja bem. - Me inclino e lhe dou um selinho. - Eu te amo tanto.
- Eu te amo muito mais. Obrigada por tudo. - Ela sorri.
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