História Innapropriate - Hiatus - Crazy

— Amor? Cadê... cadê você? — ouvi a voz embebedada de minha recente esposa, e só pude reclamar mentalmente por ela atrapalhar a conversa entre mim e Taehyung. Parece que ela não entende? Eu poderia até beijar o menino ali, era um cenário tão romântico e fofo. Fofo como ele.

A mulher se aproximou cambaleando, e se jogou em mim, só que, ao invés de cair sobre meu corpo, caiu no chão, bem em cima da grama. Eu não tinha a obrigação de pegá-la né? Além de enfiar a língua dentro da minha boca, tenho que cuidar de bêbada ainda? Ninguém merece. Taehyung correu até sua mãe, parecia desesperado, e lançou-me me um olhar confuso e desconfiado. Tive um delay de novo, mas logo me aprontei a ajudar minha esposa a se levantar.

Adentramos no salão juntos. Fiz Ye-Won sentar, e os funcionários da festa lhe deram um pouco de água, para ver se a mulher ficava pelo menos um pouco sóbria. Alguns minutos depois – que ela havia se recuperado, claro –, fomos em direção ao bolo, ficando na frente dele. Mas logo dei uma olhada na parte de trás, onde havia um buraco não tão grande nele. Me pus, novamente, entre Taehyung e Ye-Won, que pegou uma taça de champanhe e bateu com o talher que se encontrava sobre a mesa do bolo, chamando a atenção de todos.

Eles vieram, ficando de frente para nós. Aquela multidão de convidados nos olhando ansiosos, também admirando o nosso bolo. Eram tantos olhares fascinados que me perguntei se aqueles ricos já viram algum bolo na vida. Não é possível, o que tem de tão interessante? Saí de meus devaneios quando Taehyung puxou a manga do meu terno.

— S-senhor..quer dizer, papai, o que vamos fazer se eles quiserem ver a parte de trás do bolo? — todo preocupado, balbuciou rente ao meu ouvido.

— Não se preocupe, meu amor. Vou cortar a parte do bolo e dar a sua mãe, como um primeiro pedaço. — dei um leve sorriso, passando minhas mãos pelos seus fios rosados e macios.

Ele sorriu de lado meio travesso. Ah esse bebê. Não estava bravo com ele, nem um pouco. Não poderia, deveria ficar bravo com Ye-Won, que faz o meu bebê passar fome! Ela deveria cuidar melhor dele, mas já que não está realizando este papel da forma devidamente correta, eu o farei ainda melhor, mais carinhoso, gentil e com certeza de maneira muito sensual.

Na hora de cortar o bolo, fiz como planejado, dando o pedaço para Ye-Won, que sorriu, e me deu um selinho em agradecimento. Tem tanta coisa melhor para ela me dar por reconhecer meus esforços, tipo, o seu cartão sem limite do banco, ou me deixar sozinho com Taehyung pelo menos um dia inteiro. Isso sim seria uma recompensa.

Bem, depois de toda a festa de casamento, vem a lua de mel, que foi ótima, exceto as noites. Meu banco e eu fomos a Miami. Miami! Dá para acreditar? E pensar que num dia eu estava em um estúdio pequeno de tatuagem, e agora estou em Miami, baby! Eu implorei para Ye-Won levar Taehyung conosco, mas ela não quis. Lógico que não falou isso ao garoto, e nem eu, então acabamos indo apenas nós dois.

Lá estava eu, dentro de uma loja tentando pedir a um americano um cachorro quente. Eu fiquei puto, foi tão difícil. Por que caralhos nós temos de aprender inglês, mas eles não podem aprender a nossa língua? Porra! Se eu soubesse a língua dele, iria falar para aquele velho loiro de olhos claros, que eu era rico e que eu exigia o meu cachorro quente antes de todo mundo.

Assim que consegui um par da refeição, encontrei Ye-Won, com uma faceta não muito boa, enquanto carregava as malas. Ela atravessou a rua e me deu um tapa no braço. Nossa, aquilo tinha doído por incrível que pareça, ela poderia ser baixinha, mas era bem forte.

— Park Jimin! Você me deixou plantada na frente do aeroporto com as malas e um táxi nos esperando! Como pôde fazer isso?! — gritou comigo no meio da rua. Sinceramente, eu pensava que ricos tinham seus modos, sempre educados, não que ficavam gritando o meio da rua fazendo o marido interesseiro ficar morrendo de vergonha, embora, provavelmente ninguém tenha entendido alguma coisa que ela falou.

— Ei! Mas foi você que me mandou vir buscar comida! — o que foi um belo de um sacrifício, porque aquele velho me deixou tão emputecido.

— E você pegou comida de rua? Eu só como comida de restaurante, Jimin. — finalizou cruzando os braços. Eu deveria saber? Sério? Ela acha que eu sou vidente agora? Ah pelo amor de Deus! Nós nem tivemos tempo o suficiente de nos conhecer e ela me pede em casamento, nós praticamente nem nos conhecemos! Isso é um fato tão extremo, que ela nem percebeu que sou gay.

A noite chegou. Que desgraça. Estava na varanda do nosso quarto, olhando as estrelas, e rezando com todas as forças para aquela mulher não sair daquele banheiro com algum tipo de lingerie. Parece que minhas preces não foram atendidas, porque logo que o banho acabou, senti seus braços envolverem minha cintura, e algo bater fortemente na minha bunda.

— A-ai..! O que foi isso? — reclamei logo me virando para ver o que era. Ye-Won estava vestida com uma lingerie vermelha e uma máscara cobria seu rosto. Era assustador. Em sua mãozinha, se encontrava o chicote equitação, o qual provavelmente tinha batido na minha bunda a pouco. Aquela foi uma longa e dolorosa noite. Não bastava eu tentar proporcionar prazer a Ye-Won com o meu pau mole, mas também fui, literalmente, fudido com um pau de borracha, e para finalizar, tive que fingir um orgasmo.

Esse foi o pior sexo da minha vida, se é que poderia chamar aquilo de sexo. Voltamos de Miami, e enfim, eu podia participar da rotina de Taehyung, cuidar dele, conversar com ele, e quem sabe até foder, não é mesmo?