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História Innocence Is Not An Excuse - A Prisão Parte 2


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 7 - A Prisão Parte 2


Penso por um instante no que fazer, eu queria muito a ajuda de Sra Harter, mas não ver Noah nunca mais, era muito tempo, mas eu não queria ficar presa. Baixo a cabeça, deixo uma lágrima escapar e digo:

-Ok, eu prometo.

-Ótimo. Vou estudar o seu caso, dentro de alguns dias eu venho novamente falar com você.

Ela se levanta para sair, e aos prantos peço para ela não ir, não quero ficar sozinha ali naquele lugar tão feio. Ela me olha por um instante, sinto como se fosse falar algo, mas não, ela apenas me dá as costas e vai embora. Choro sem parar.

Volto para a minha cela, me sento em minha cama e choro, choro sem parar.

-Quem era? -Me pergunta Chloé.

-A mãe de um amigo. -Respondo.

-E o que ela queria? O que te disse que te deixou desse jeito?

-Ela quer me ajudar, quer ser minha advogada. -Falo cabisbaixa.

-Que legal! Mas você não parece feliz. -Ela diz ao sentar do meu lado.

-Ela fez eu prometer que se um dia eu sair daqui, eu jamais voltarei a falar com o Noah, o filho dela.

-Que droga!

-Acho que ela tem medo que eu o machuque, só que acho que ela não sabe que eu jamais machucaria ele. -Digo cabisbaixa.

-Não fica assim, talvez daqui alguns anos ela nem lembre mais disso.

-Tomara.

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Estávamos no pátio pegando um sol, comecei a gostar disso, pois só assim eu conseguia ver o sol, sentir o cheiro do ar, podia ver os passarinhos em cima das árvores cantando.

Estava com Chloé sentada em um banco e fico imaginando o dia que eu sairia daquele lugar, estava torcendo para esse dia chegar logo.

-Oi, eu sou a Abby e essa é a Briana. -Fala uma jovem garota. -Você é nova, né? Como se chama?

Abby tinha 10 anos e Briana 12, as duas eram primas e estavam presas há cinco meses após assassinarem acidentalmente o irmão de 3 anos de Abby, as duas estavam brincando de pega - pega com o garotinho, que era asmático, ele começou passar mal e desmaiou, assustadas, as duas jogaram ele da janela do 5° andar para parecer um acidente, mas o menino chegou com vida ao hospital e morreu horas mais tardes por conta da queda, as duas foram dadas como culpadas pela morte do menino, após testemunhas denunciá-las e acabaram presas.

-Sou a Mia. -Falo.

-Vocês querem brincar com a gente? -Perguntou Briana.

Olho para Chloé, que dá de ombros. Acabamos indo brincar com as duas. Brincamos de pega - pega e de esconde - esconde. É, até que em meio a tanta coisa ruim, ainda dava pra gente se divertir. 

Enquanto procuro pelas meninas, eu noto Joshua parado na entrada principal da detenção. Joshua era o agente mais legal, as vezes o via caminhando pelos corredores, mas ele não ficavam muito com a gente. Joshua era o meu agente preferido, ele devia ter uns 30 anos e não tinha cara de malvado como os outros, e parecia gostar de criança.

-Oi. -Digo ao me aproximar dele.

-Oi Srta. Martinez. -Ele fala sem olhar para mim.

Fico um pouco pensativa enquanto o observo. Ele me olha de canto de olho.

-Precisa de algo, srta Martinez?

-Preciso. -Falo.

Ele me olha novamente de canto de olho.

-Preciso sair daqui. -Falo.

Ele ri como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo, fico olhando para ele sem entender o motivo da risada.

-Isso é o que todo mundo quer, menina. 

-Mia, Mia, até que enfim te encontramos. -Disse Abby.

-Onde você estava esse tempo todo? -Me pergunta Chloé.

-Desculpa, estava aqui conversando com o Joshua.

-Vamos continuar brincando ou não? -Perguntou Briana.

-Vamos. -Respondo.

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30 de janeiro de 2009

Eu estava em uma sala com a sra. Harter. Fico um pouco nervosa sobre o que ela possa ter pra falar comigo.

-Então, Mia, eu andei analisando o seu caso, nesses últimos dias eu quase não dormi só tentando ver o que eu poderia fazer por você, tentei conseguir uma liberdade provisória, pelo menos até o dia do julgamento, mas não me concederam, e por enquanto, a única coisa que resta é esperar o dia do seu julgamento para saber como procederão no caso.

-E quando será isso? -Pergunto.

-Daqui um mês.

-Você estará comigo?

-Claro, sou sua advogada.

-E a minha mãe? -Questiono temendo a resposta.

Eu sabia que a minha mãe não se importava comigo, que ela não estava nem aí pra mim, mas no fundo, bem no fundo, eu tinha esperança dela ir me visitar, dela querer saber de mim, como criança se ilude fácil, não é?

-Mia, ela está igual como sempre.

-Não perguntou por mim.

-Não. 

Baixo a cabeça tristemente, pior que eu não imaginava uma resposta diferente, mas ainda tinha esperança.

-E meus irmãos? Tô com saudade deles.

-Estão bem. Sentem muito a sua falta.

-E eu sinto deles.

Ficamos um pouco em silêncio, não sei o que dizer, acho que a Sra Harter também não sabia. De repente, ela quebra o silêncio:

-Por que, Mia? Por quê?

-Eu não sei. -Digo tentando não chorar. -Mas eu juro que não fiz com a intenção de matá-los.

-Matá-los? -Me pergunta surpresa. -Quem mais você matou, além do Phillipe?

-O David. -Respondo.

-Então foi você… Como não me dei conta antes? Oh menina, o que você fez com a sua vida?

-Acabei com ela, perdi todos que eu mais amava, meus irmãos, e meus amigos, a Ashley e o Noah. 

-Bom, eu preciso ir agora. Até qualquer hora.

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Estávamos no refeitório, era o momento que Chloé e eu encontrávamos com Abby e Briana, além da hora do pátio, é claro. A gente tinha que fazer fila, e quando chegasse a nossa vez, a tia do refeitório perguntava o que nós queríamos, a gente dizia e ela nos servia, então, calmamente nos sentávamos em nossos lugares, Briana, Chloé, Abby e eu sempre sentávamos juntas, apesar da gente não poder conversar muito, pois tínhamos 40 minutos para almoçar e depois ainda tínhamos que escovar os dentes e ir ao banheiro, tudo dentro desse tempo, era bem corrido. A comida era terrível, não tinha batata frita, nem um ovinho e nem refrigerante, na minha casa não tinha sempre, mas as vezes meu pai comprava as coisas que a gente gostava.

Eu não aguentava mais aquele lugar, queria ir pra casa, nem que fosse pra ser agredida de novo pela minha mãe, eu só queria sair daquele lugar. Quanto tempo será que eu teria que ficar trancada feito um animal?

 



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